Dirigentes pedem para ficar nos cargos até mudança do modelo de gestão. Governo responde que “não está prevista nenhuma fase de transição” .
Um quarto dos diretores escolares vai atingir limite de mandatos
Os diretores estimam que um quarto (cerca de 200) atinja o limite de mandatos durante este ano. O Governo pretende rever o regime de gestão e os presidentes das associações de dirigentes e do Conselho das Escolas pedem a prorrogação dos mandatos para se evitar a repetição de processos eleitorais e acautelar a abertura do próximo ano letivo. O Ministério da Educação, Ciência e Inovação garantiu, em resposta ao JN, não estar previsto um período de transição.
Com 100 vagas adicionais, destaca-se o crescimento de 12% no número de vagas nas licenciaturas em Educação Básica, mantendo a tendência de aumento do ano passado que já procurava dar resposta à necessidade de formação de professores. Só no Instituto Politécnico do Porto, há mais 23 vagas (de 47 para 70). A escassez de professores levou a que o ano letivo de 2022 começasse com cerca de 60 mil alunos sem aulas a pelo menos uma disciplina. Estimava-se a necessidade de recrutar mais de 34 mil professores até 2030 para fazer face ao volume de aposentações.
Crianças com autismo precisam de “apoio constante”, que não existe na Escola Básica de Santa Clara, em Lisboa. As famílias alertam que “professor pediu ajuda” por não conseguir lecionar e lançaram abaixo-assinado a exigirem mais apoio.
Em apenas uma semana, os cidadãos portugueses foram “bombardeados” com notícias, no mínimo, inquietantes e difíceis de assimilar, relativas a putativos actos indignos ereprováveis, alegadamente praticados por alguns concidadãos:
– Um alto dirigente da Administração Pública,agora ex-Director Executivo do Serviço Nacional de Saúde, Gandra de Almeida,é suspeito de ter acumulado ilegalmente funções e de ter recorrido a expedientes contabilísticos e empresariais, que lhe terão permitido o recebimentoindevido demilhares de euros do erário público… A idoneidade tem que ser muito mais do que isto…
– Um “Deputado da Nação”, Miguel Arruda,é suspeitode ter roubado várias malas em aeroportos e de tentar vender em plataformas digitais os artigos obtidos por essa via… O referido Deputado era membro de um Partido Político com assento na Assembleia da República (CHEGA), que tem propalado a sua condição dedefensor intransigente da “moral e dos bons costumes”…
Segundo o Jornal Público, em 22 de Janeiro de 2025: “Pelo menos nove dos 50 deputados eleitos do Chega já tiveram processos na Justiça. Miguel Arruda é o caso mais recente.”Será caso para perguntar: Que tipo de indivíduos são acolhidos por tal Partido Político, uma vez que um quinto dos respectivos Deputados já teve processos na Justiça?
E pasmemo-nos: Se o cidadão Miguel Arrudavier a usufruirdo estatuto de Deputado independente (não-inscrito)verá as suas regalias aumentadas, o que significará que o erário público terá que despender ainda mais dinheiro para subsidiar alguém que, por acaso, é suspeito de roubo…
– Um Partido Político (Bloco de Esquerda) que, perante asevidências tornadas públicas se viu obrigado, praticamente coagido, a assumir e a reconhecer “erros” e “falhas” no despedimento de mulheresrecém-mães…
E mesmo que tais despedimentos não tenham sido propriamenteilegais, não pode deixar de se censurar a falta de ética e agritante incoerência evidenciadas por esse Partido Político que, paradoxalmente, muitas vezes, se arroga comoacérrimodefensor dos Direitos das Mulheres…
Comprova-se, assim, que o que se apregoa, nem sempre corresponderá à efectiva prática…
E se a situação não tivesse sido denunciada e tornada pública, lá continuaria o Bloco de Esquerda a perorar, hipocritamente,pelos “inalienáveis” Direitos das Mulheres…
De forma sarcástica e irónica, colocam-se perguntas retóricas:
– Partindo do pressuposto de que, pelo menos, no contexto daDisciplina de Cidadania e Desenvolvimento sejam abordados temas da actualidade, como explicar aos Alunos, em particularaos mais velhos (Ensino Secundário), as três anteriores ocorrências?
– Que exemplos de cidadania poderão ser esses?
(Aprender pelo exemplo talvez não seja nada aconselhável, nestas três situações…).
– No âmbito da concepção de cidadania activa, como explicar aos Alunos que, apenas numa semana, tenham surgido três casos tão suspeitosos em termos éticos e deontológicos, mas também do ponto de vista legal?
Ainda que alguma dassituações ocorridas na última semanapossa gozar do princípio jurídico da presunção de inocência, torna-se praticamente impossível acreditar que nestas histórias possam existir efectivos “inocentes”, mesmo que a Justiça não os venha acondenar…
Entretanto, o país vai assistindo a tudo isto, como se a “normalidade” fosse isto…
Mas a normalidade nunca poderá ser isto…
Como explicar isso aos Alunos?
Como convencer os Alunos de que a normalidade não pode ser isto, quando as evidências lhes demonstram o contrário?
Não nos esqueçamos queos jovens de hoje serão os Governantes de amanhã…
E para “ajudar à festa”, ainda tivemos, na mesma semana, um documento oficial do Ministério da Educação onde, de forma melosa e excêntrica, se apela ao espírito de missão, ao sentido solidário, dos Professores, tentando convencê-los a corrigirProvas-ensaio sem qualquer contrapartida ou remuneração…
Perante tanto nonsense,em tão pouco tempo, resta perguntar: