11 de Janeiro de 2025 archive

A Incompetência em Atacar a Liderança Escolar – Francisco Silva

 

É com profunda indignação que assistimos aos constantes ataques dirigidos aos diretores escolares por parte de certos “colegas”. As críticas, na sua maioria vazias e impregnadas de ressentimento, demonstram não só um desconhecimento abismal da realidade da gestão escolar, como também uma lamentável falta de coragem.

Se estes pseudo-críticos, tão ávidos em apontar o dedo, detenham de facto soluções milagrosas para os desafios da liderança escolar, por que razão se escondem atrás do “eu não quero ser diretor”? Afinal, o cargo de diretor é de concurso público! Onde está a vossa tão propalada competência? Ou será que o comodismo e a incapacidade de assumir responsabilidades vos impedem de concorrer?

A exigência absurda de que os diretores regressem às salas de aula é o cúmulo da ignorância. É evidente que a liderança escolar exige dedicação integral e foco absoluto. Como ousam, então, estes paladinos da mediocridade, tentar confinar o diretor à sala de aula, ignorando a miríade de responsabilidades que lhe competem? Gerir recursos humanos e financeiros, garantir o cumprimento da legislação, promover a articulação com a comunidade, supervisionar o projeto educativo… estas são apenas algumas das tarefas que exigem a atenção total do líder escolar.

Um diretor que se disperse entre a sala de aula e o gabinete estará condenado ao fracasso, prejudicando toda a comunidade escolar.

Como pode um líder gerir as suas emoções e impulsos quando é constantemente bombardeado por críticas mesquinhas e infundadas?

Chega de hipocrisia! Se estes “colegas” realmente se preocupam com a qualidade da educação, que abandonem a postura de cobardes e contribuam de forma construtiva. Que apresentem as suas ideias, que se candidatem à direção, que demonstrem na prática a sua capacidade de liderança. Caso contrário, que se calem e deixem de atrapalhar quem realmente trabalha pela escola.

É tempo de colocar um ponto final nesta campanha de difamação. A liderança escolar precisa de apoio, não de ataques. Os diretores merecem respeito, não desprezo. E a escola, como instituição fundamental para o futuro da sociedade, exige união e colaboração, não divisão e conflito.

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Valores Médios Brutos da Aposentação na Classe Docente Desde 2020

Como disse, vou tentar ao longo dos próximos dias produzir os valores médios brutos (sem descontos para a ADSE e IRS) da média dos aposentados de cada ano por categoria expressa em Diário da República (Educador de Infância, Educadora de Infância, Professor e Professora). Todos estes docentes faziam parte da rede pública do MECI do continente e trabalharam em Jardins de Infância e Escolas do Ensino Básico e Secundário.

Não estão incluídos nestes valores os professores do ensino superior, para que não restem dúvidas na análise dos dados.

Neste quadro estão os valores médios a partir de 2020 e onde se inclui também a média dos 2 meses do ano 2025.

Os valores médios são do ano em causa e não consideram os valores dos aumentos salariais ou da inflação.

NOTA: Para esta análise não me peçam para fazer a média do vencimento líquido porque cada ano tem tabelas próprias de IRS e seria também enganador aplicar uma retenção da fonte que posso considerar na média dos aposentados e não se aplicar a todos.

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SOBRE A DEGRADAÇÃO DO ENSINO EM PORTUGAL – António Galopim de Carvalho

 

Quando falo da degradação do ensino em Portugal (e já falei tantas vezes), não estou só nessa apreciação. São muitos os portugueses com capacidade para o fazerem e um deles foi o Primeiro-ministro do anterior governo, em finais de 2015, na cerimónia de entrega do Prémio Manuel António da Mota, no Palácio da Bolsa, no Porto. Aqui, já lá vão nove anos, o Dr. António Costa afirmou para quem quis ouvir: “De uma vez por todas, o país tem de compreender que o maior défice que temos não é o das finanças. O maior défice que temos é o défice que acumulámos de ignorância, de desconhecimento, de ausência de educação, de ausência de formação e de ausência de preparação”.
Isto não quer dizer que não tenha havido medidas de fundo louváveis na política da Educação, como, por exemplo, a notável ampliação e melhoria do parque escolar e o estabelecimento do Ensino Obrigatório até aos 18 anos, o que não impediu tudo o que “acumulámos de ignorância, de desconhecimento, de ausência de educação de ausência de formação e de ausência de preparação”.

Posto isto, vou dizer uma vez mais, a quem de direito:

SE O QUE AQUI SE DIZ, NÃO FOR FEITO, VAMOS CONTINUAR NESTA, DE HÁ MUITO, “APAGADA E VIL TRISTEZA.
Recordando Camões.

“Nô mais, Musa, nô mais, que a Lira tenho
Destemperada e a voz enrouquecida,
E não do canto, mas de ver que venho
Cantar a gente surda e endurecida.
O favor com que mais se acende o engenho
Não no dá a pátria, não, que está metida
No gosto da cobiça e na rudeza
Dũa austera, apagada e vil tristeza.”

– que a classe política, do pós-25 de Abril, no seu todo, mais interessada nas lutas pelo poder, esqueceu-se completamente de facultar aos cidadãos civismo, cultura democrática, cultura científica e humanística;

– que deu e continua a dar diplomas mas não deu e continua a não dar conhecimentos;

– que entre os sectores da vida nacional que pouco ou nada beneficiaram com esta abertura à democracia está a Educação e que, aqui, a escola falhou completamente, e, como disse atrás, não estou só nesta apreciação;

– que, como no antigamente, a par de bons, muito bons e excelentes professores, há outros, francamente maus, instalados na confortável situação de emprego garantido até à reforma;

– que a preparação científica e pedagógica dos professores tem de ter níveis de excelência
compatíveis com o grau de exigência que lhes é pedido como um dos mais importantes pilares da sociedade;

– que é necessário e urgente repor, como inerência de cargo, a dignificação e o respeito pelo professor, duas condições que lhes foram retiradas com o advento da liberdade que os militares de Abril nos ofereceram e que a democracia não soube aproveitar;

– que essa preparação não pode deixar de ser devida e profundamente avaliada, através de processos de avaliação a sério, criteriosamente regulados, por avaliadores credenciados para tal;

– que a remuneração dos professores tem de ser compatível com a sua real importância na sociedade;

– que é urgente conferir-lhes um estatuto que atraia os jovens a enveredar pela respectiva profissão;

– que os sindicatos, nivelando, por igual, os bons, os menos bons e os maus professores, têm grande responsabilidade numa parte importante da degradação do nosso ensino público;

que os professores têm de saber muito mais do que o estipulado no programa da disciplina que devem ter por missão ensinar, não se podendo limitar a meros transmissores dos manuais de ensino;

– que os professores necessitam absolutamente de tempo, e tempo é coisa que, no presente, não têm. É, pois, essencial libertá-los de todas as tarefas que não sejam as de ensinar;

– que é necessário e urgente que a Escola recupere todas as competências fundamentais à disciplina, aqui entendida como a obrigatoriedade de respeitar as normas estabelecidas democraticamente, o que evita o autoritarismo, conferindo a autoridade a quem a deve ter;

– que é necessário e urgente rever toda a política dos manuais de ensino, em especial no que diz respeito à creditação científica e pedagógica dos autores e revisores;

– que é preciso repensar a política de exames, a começar pela creditação científica e pedagógica dos professores escolhidos para conceber e redigir os questionários;

– que é necessário resolver o gravíssimo problema da colocação de professores, com vidas insuportáveis material e emocionalmente, a dezenas de quilómetros de casa, separados das famílias;

– que é preciso e urgente que o Ministério da Educação se torne numa das principais preocupações dos governos, com dotações orçamentais adequadas à sua superior importância;

– que o pessoal não docente representa um conjunto de elementos fundamentais no universo do ensino, pelo que é forçoso dar lhes um tratamento, em termos de dignidade e de remuneração, a condizer;

– que é urgente olhar para a realidade do nosso ensino e haver vontade e força política (despida de constrangimentos partidários), ao estilo de um “ACORDO DE REGIME”, a vigorar durante duas, três ou mais legislaturas, capaz de promover uma profunda avaliação e consequente reformulação desta nossa “máquina ministerial”, poderosa e, de há muito, instalada.

António Galopim de Carvalho

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Mais de 300 professores com baixa médica nos Açores

Um total de 308 professores nos Açores estão este mês de baixa médica e 233 assistentes operacionais estão ausentes ao serviço por doença, revelou o Governo Regional.

Mais de 300 professores com baixa médica nos Açores

 

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