Habituamo-nos a tudo?

Muito bom texto! Muito boa crítica!
Pena é que os críticos atuais e modernos que povoam as TVs estejam comprados pelo sistema!

O António Barreto é um Homem com rara lucidez.

Pois. Não, de todo, nunca me habituei, resignei, habituarei ou resignarei a tal estado de coisas que, infelizmente e paradoxalmente, mas não incompreensivelmente só tende a agravar-se, a meu ver tudo apenas porque cada vez mais se projecta virtualmente o futuro em vez de se realizar o presente, políticos tecnocratas e burocratas cada vez entendem mais o mundo através de decretos, dos tais observatórios que mais não fazem do que produzir retratos da realidade nem sempre muito fieis e eventualmente projetar iniciativas que nunca serão concretizadas , porque, se por um lado se investe tempo e recursos nisso, o mesmo nunca acontece em relação à execução dessas iniciativas. Resumindo e concluindo: menos fazer de conta que se faz e mais pensar, organizar e realmente fazer, de facto tão simples quanto isto, mas, no entanto tão feito complicado e tão formal e hipocritamente disfarçado. Sobre tudo isto e muito mais nunca deixei de falar e tentar mexer as coisas nesse sentido , pelo menos naquilo a que tenho acesso, a minha escola e a autarquia onde resido, mas tal muitos de vós deveis bem saber, poucos são os que se importam, os que acreditam que é possível mudar e então se espreitarmos as instituições, ou encontrarmos a admissão de todos estes problemas mas também o conformismo perante eles, o não se querer chatear com mais isso, ou então pelo outro lado o ignorar propositado de todas as evidências e a fuga arrogante e prepotente para a frente usando o poder idiota que nega e mente ao sabor dos interesses sem qualquer pudor. Mas contem sempre comigo para a denúncia e toda e qualquer iniciativa que possa contribuir para qualquer mudança no sentido de sair do lodo em que nos vamos afundando cada vez mais alheados e alienados, desinformados e incapazes de observar e refletir com clareza. Bem hajas, António