A propósito da presente luta dos profissionais de Educação, o 1º Ministro António Costa, na entrevista concedida à TVI, no passado dia 16 de Fevereiro, afirmou que: “O país tem de fazer opções”…
Pois que sim, concordo que, em determinadas alturas, o país tenha que fazer opções e a primeira, desde logo, não poderá deixar de ser, livrar-se, o mais rapidamente possível, do Governo, “Poucochinho”, de António Costa…
António Costa, sobejamente conhecido pela sua habilidade em “rasteirar” adversários políticos, até mesmo os do próprio PS, parece agora também disposto a passar uma rasteira aos seus concidadãos, incluindo os que votaram em si, concedendo-lhe uma maioria absoluta parlamentar…
Afirmar que “o país tem de fazer opções” é passar uma monumental rasteira a todos os cidadãos, atribuindo-lhes um ónus ilegítimo:
– É, de forma implícita, atribuir “ao país” uma responsabilidade que ele não pode ter. É atribuir-lhe a responsabilidade pela tomada de determinadas decisões que, na verdade, só podem ser imputadas ao próprio 1º Ministro, enquanto principal decisor e primeiro dirigente da governação…
– A referência “ao país” indicia a prática de uma artimanha por parte de António Costa, que pretenderá escudar-se “no país”, para continuar a tomar certas decisões, relativas aos profissionais de Educação, potencialmente desleais e ardilosas…
António Costa foi mandatado para governar o país, mas não é “o país” que toma as decisões sobre a governação ou estabelece as prioridades da mesma, essa incumbência e essa responsabilidade são do 1º Ministro…
E é aqui que chegamos às medidas governativas direccionadas para a Escola Pública, da incumbência e da responsabilidade do 1º Ministro…
A presente Legislatura começou há pouco mais de 10 meses, mas já se percebeu o “martírio” que ainda estará para vir, se “o país” não se rebelar e não se manifestar…
Inequivocamente, António Costa cedeu à tentação de se considerar como um “Astro-Rei”, ao pensamento egocêntrico, à estratégia do “vale tudo” e à postura política pautada pela sobranceria, pela arrogância e pela vaidade patética, que desrespeitam o voto de todos os cidadãos e a Ética Republicana…
Do “país” também fazem parte os profissionais de Educação e a Escola Pública que, neste momento, têm como opositores declarados António Costa, 1º Ministro, e João Costa, Ministro da Educação…
A estratégia, plausivelmente concertada entre ambos, tem conduzido à, cada vez mais inevitável, deterioração da Escola Pública e a sucessivas tentativas de humilhar os profissionais de Educação…
As propostas, insanas, que têm sido sucessivamente apresentadas pelo Ministério da Educação nas rondas negociais com os Sindicatos são o exemplo paradigmático do desrespeito e da desfaçatez com que os profissionais de Educação são tratados…
Perante essa contenda, tem-se assistido à pretensa “neutralidade” do Presidente da República que, por contrastar, notoriamente, com a sua habitual conduta, não pode deixar de ser interpretada como uma desvalorização dos motivos que levaram os profissionais de Educação à presente contestação…
Por seu lado, os profissionais de Educação já conseguiram ultrapassar um dos maiores obstáculos com que se debatiam: vencer a inércia que os dominava há vários anos e iniciar um verdadeiro movimento de contestação…
Os profissionais de Educação já demonstraram que estão unidos e dispostos a lutar e isso tem-se comprovado pela sua capacidade de mobilização e pela adesão massiva às iniciativas propostas pelos vários Sindicatos…
O país tem assistido a várias Manifestações que reuniram milhares de profissionais de Educação; a várias modalidades de greve; a inúmeras rondas negociais absolutamente infrutíferas, entre a Tutela e os Sindicatos; e a alguns Pareceres e Recomendações dirigidos ao Ministério da Educação, oriundos de várias entidades, todos, na verdade, insuficientes para gerar os efeitos concretos pretendidos…
Por outras palavras, as principais pretensões dos profissionais de Educação continuam por satisfazer e, apesar de todas as acções já encetadas por si, o Governo continua a ignorar ostensivamente tais almejos…
Por tudo o que já se viu até agora, não será possível continuar a combater a arrogância e a obstinação deste Governo, sobretudo nas figuras do 1º Ministro e do Ministro da Educação, sem uma verdadeira união sindical…
E uma verdadeira união sindical só se poderá concretizar se todos os Sindicatos estiverem dispostos a abdicar de protagonismos vácuos e a ultrapassar divergências ou quezílias, aceitando lutar por aquilo que têm em comum: o interesse superior dos seus representados…
Independentemente de serem ou não sindicalizados, no geral, os profissionais de Educação aspiram a confiar nos Sindicatos e, com certeza, esperam deles a sensatez e a maturidade necessárias para se concretizar uma união sindical e uma luta uníssona, que respeite as suas reivindicações…
Se o que, efectivamente, move os Sindicatos é a defesa dos interesses dos profissionais de Educação, não se pode esperar, nem aceitar, que as estruturas sindicais desiludam e defraudem os seus representados, cedendo a acordos ruinosos, por não terem conseguido demonstrar, perante a Tutela, a força de uma verdadeira união sindical…
Espera-se, assim, que todos os Sindicatos se mostrem dignos da confiança dos profissionais de Educação e que não os abandonem num momento tão crucial como aquele que se vive, em prol de algum tipo de vaidade ou corporativismo…
Os profissionais de Educação continuam mobilizados, mas precisam de sentir que todos os Sindicatos os acompanham no enorme esforço de união que tem vindo a ser empreendido…
Espera-se que as acções de todos os Sindicatos, por oposição à má-fé patente em tantas malvadezas perpetradas pelo Governo, consigam incrementar o apaziguamento e a motivação, necessários à preservação da resiliência, por parte dos profissionais de Educação…
Espera-se que, perante a probabilidade, cada vez maior, de ser necessário robustecer as formas de luta, tal possa ser anuído e concertado entre todos os Sindicatos…
Quero acreditar, sem reservas, que ninguém nos pára, mas isso não pode ser apenas uma frase bonita exposta num cartaz, tem que significar muito mais…
E, já agora, que nenhuma estrutura sindical se constitua como mais um opositor aos profissionais de Educação ou como um factor de fragilização da presente luta…
Sindicatos da Educação, chegou o momento:
Deixem-se de tretas e lutem pelo bem comum!
Serão, ou não, capazes de o fazer?
Quem vos perdoará, se não o fizerem, correndo o risco de desbaratar toda a força da união que já foi conquistada?
(Paula Dias)
19 comentários
Passar directamente para o formulário dos comentários,
Os sindicatos do passado( frenprof e fne) estão gastos. 34 anos depois abandonei essa gentalha.
Se não lutarem os associados tem uma boa alternativa: desassociarem-se pura e simplesmente!!!
Fui o que eu fiz 34 anos depois. Os dirigentes sindicais que vão dar aulas( se souberem) ou reformem-se
Burgesso
Chulo és tu seu Bardamer…
PJ o “Chulo do Caramba és tu” é mais um Burgesso como o prof karamba.
Garantiram-me ontem que as suas cinzas já tinham sido atiradas ao Tejo. Pelos vistos mentiram-me. Para grande pena minha.
Vou enviar para os moderadores o seu IP. Depois que façam disso, o que bem entenderem.
És uma anedota. És pago por alguma estrutura do governo para ….l..
Vai-se foooooder, “professor caramba” de meeeeeerda! És uma bosta fedorenta!
Burgesso
GG o avatar do caramba
GG, o “GG caramba” ´é mais um burgesso como o prof karamba
Não são só os professores que estão na linha de fogo, os Sindicatos também estão. Se desbaratarem esta união de professores, poucas vezes vista, se nos traírem com acordos da treta ou fracassarem na luta, tal como ganharam vinculações, também as perdem…
Excelente 👏👏👏
Quem votou neste governo dando lhe maioria amostra?
NUNCA te arrependas ….
Alguém que bloqueie este louco
Burgesso