Em mais um extraordinário dia de greve, com 98% de adesão, os professores e educadores de Viseu aderiram em massa ao protesto convocado pela FENPROF, FNE, ASPL, PRÓ-ORDEM, SEPLEU, SINAPE, SINDEP, SIPE e SPLIU.
De Tondela a Lamego, passando por Resende e Castro Daire, centenas de professores e educadores desfilaram pelas ruas da cidade de Viseu e concentraram-se no Largo do Rossio, onde o Secretário-geral da FENPROF saudou a luta dos professores e enumerou os motivos que os levam a afirmar: “Não paramos!”.
Em Março de 2023 aposentam-se mais 244 docentes da rede pública do Ministério da Educação pela Caixa Geral de Aposentações.
Só nestes 3 primeiros meses de 2023 aposentaram-se tantos ou mais professores que nos anos de 2016, 2017 e 2018.
A média dos 3 meses apontam para que no final de 2023 sejam mais de 3 mil docentes a aposentarem-se, de acordo com as previsões já elaboradas há mais de 5 anos.
Nada disto é novidade e nos próximos anos o número será cada vez maior.
Eu concordo com a posição do SPN, no entanto esclareçam o Ministério da Educação sobre este assunto, pois o ME deu uma resposta à ANDAEP diferente daquela que deu à Clara Viana do Jornal Público.
A Direção do Sindicato dos Professores do Norte, consultado o seu Departamento Jurídico, considera que o cumprimento dos serviços mínimos não pode ser exigido a docentes que se encontrem a realizar uma greve no âmbito da qual não tenham sido decretados quaisquer serviços mínimos – como a convocada pela Fenprof e as organizações da convergência sindical.
Daqui decorrea contrarioque os serviços mínimos podem ser exigidos/cumpridos por todos os demais docentes que não se encontrem a realizar a greve, ou seja, a todos os docentes que estão ao serviço.
Assim, o receio demarcação de faltas injustificadas não tem razão legal de ser para os docentes que se encontrem a realizar a greve. Com efeito, durante o decurso da greve dá-se a suspensão do contrato de trabalho, pelo que durante esse período não há lugar a controlo da assiduidade.
Os seis alunos e duas professoras naturais da Póvoa de Varzim devem chegar ao Porto esta quarta-feira. Professora conta que edifício de 17 andares colapsou a cerca de 100 metros de onde estavam.
Estudantes da Escola Secundária Rocha Peixoto, da Póvoa de Varzim, que viajaram até à Turquia ao abrigo do programa Erasmus+, querem voltar a casa o quanto antes, mas ainda não sabem quando, nem como. Os alunos estão em segurança, embora assustados.
A embaixada de Portugal em Ancara aconselha os portugueses na Turquia a manterem a calma e a não irem para as zonas acidentadas. Recomenda ainda que sigam as instruções da proteção civil turca.
A representação portuguesa no país criou um grupo no WhatsApp para que os portugueses no país possam usar em qualquer emergência. Podem ainda recorrer ao telemóvel +90 532 605 13 57.
Neste momento, torna-se imprescindível conseguir demonstrar ao Presidente da República, ao Governo, aos Partidos Políticos e à “opinião pública” que os profissionais de Educação estão unidos, independentemente de quem convoque determinadas acções de luta…
Nesse sentido, assume particular relevância a participação de todos os profissionais de Educação na Manifestação agendada para o próximo dia 11 de Fevereiro…
Espera-se que essa Manifestação tenha uma adesão maciça por parte dos profissionais de Educação, mas também não pode deixar de se esperar que todos os Sindicatos presentes nesse encontro, e fora dele, pautem a sua actuação pela idoneidade, pelos Valores éticos e democráticos e pela maturidade cívica e institucional…
Por outras palavras, espera-se que os Sindicatos aí presentes consigam ultrapassar eventuais divergências entre si, que não caiam na tentação da deslealdade institucional ou de querer usar os profissionais de Educação como “armas de arremesso” ou como potenciais “troféus”…
Os intuitos facciosos ou a tentativa de determinados “usos indevidos” não serão admissíveis, ao mesmo tempo que se tornará muito difícil confiar na boa-fé de Sindicatos que ajam como se os profissionais de Educação fossem propriedade sua…
A credibilidade dos Sindicatos subordina–se, cada vez mais, à respectiva capacidade de independência partidária, algo que não deve ser ignorado por nenhuma estrutura sindical…
Livre do apego a quaisquer “agendas” ou “fretes” partidários,a união dos profissionais de Educação carece dessa independência, para se continuar a fortalecer…
Além do mais, todos os Partidos Políticos têm tido por hábito “abandonar” osprofissionais de Educação nos momentos mais cruciais, o que reforça ainda mais a necessidade de independência de terceiros, para conseguirem alcançar as suas pretensões…
Obviamente que todos os apoios à causa dos profissionais de Educação são bem-vindos e se agradecem, mas o sucesso da presente luta dependerá sempre, e em primeiro lugar, dos próprios Docentes e Não Docentes…
Os Sindicatos têm a competência legal para declarar formas de luta, mas isso não significará, necessariamente, que quem adira a uma determinada acção reivindicativa deposite uma inabalável confiança na estrutura sindical que a tenha convocado…
Em coerência e conformidade com as minhas convicções, e sem enveredar pela via do “politicamente correcto”, por considerar que essa suposta “neutralidade do discurso” remete, quase sempre, para uma forma de não comprometimento, hipocritamente “asséptica” e pouco corajosa, que não partilho, não posso deixar de reiterar a censura à actuação da FENPROF, observada ao longo dos últimos anos…
Apesar da avaliação negativa à conduta da FENPROF, que só se alterará quando existiremsuficientes provas em contrário, tal não me impedirá de estar presente na Manifestação do dia 11 de Fevereiro, convocada por essa Federação de Sindicatos, sobretudo por considerar que, no momento actual, Valores mais altos “se alevantam”…
O Sindicato S.T.O.P. teve, até agora, o mérito e a “ousadia” de conseguir aglutinar os profissionais de Educação, contribuindo de forma determinante para a interrupção do círculo vicioso do silêncio, da indiferença e da auto-sabotagem… Assim continue…
Pelo que se tem visto e sentido, a presente luta tem-se apresentado como tendencialmente independente de “devoções” e de “credos” partidários e talvez esse seja um dos factores que mais tem concorrido para a crescente adesão à mesma…
Os profissionais de Educação não ficarão sozinhos, se permanecerem unidos e convictos da sua razão…
E para não cair em “melosos” discursos motivacionais, afirmo apenas mais isto:
Metaforicamente, no momento actual, os profissionais de Educação fazem lembrar aquelas pessoas que, acidentalmente, descobriram o desafio de fazer pipocas com a panela aberta, superando-o pela sua audácia, coragem e persistência…
Quem precisa de tampas? Basta de tampas. Com “tampas” já andámos tempo de mais…
Portugal é o país onde sempre se espera o melhor resultado com o pior dos investimentos. Temos uma política de fé, quero dizer, uma que aposta mais numa espécie de sorte do que na competência e na força inequívoca de se tomarem decisões justas num sentido de missão pública. O PS e o PSD têm sido iguais no que respeita ao esperado pela Educação. A vontade é ir empurrando o maior número possível de alunos para as escolas privadas, depauperando a escola pública através, sobretudo, da desclassificação da carreira dos professores.
Curiosamente, sabe-se que as mais recentes são as gerações mais bem preparadas de sempre do país. Curiosamente, com a escola a ser desmontada lentamente, ainda se conseguiu esse incrível resultado. Embora estejamos a falar de alunos que, havendo oportunidade, fogem para trabalhar em países onde os salários tenham de verdade dignidade para tanto empenho.
Como poderíamos, pois, continuar a retirar aos professores os ovos e esperar que produzam omeletas e, desde logo, as melhores omeletas de sempre?
Portugal tem sido o país que, pagando entre os piores salários da Europa, tem as casas mais caras do Mundo. A simples oportunidade de habitar começa a tornar-se impossível para tanta gente que, mesmo estudada como nunca, não passa depois de uma miséria contida. Com a saúde a ser empurrada para os seguros privados e com a educação a ser empurrada para os colégios, o português comum tem de ser um cidadão em extinção. A hipótese de sobreviver às contas no fim de mês é absolutamente nenhuma.
O problema das escolas não pode começar em saber se os programas estão adequados à estranheza das novas gerações que, pelos vistos, não entendemos bem como são e não sabemos que lhes fazer. O problema tem de começar pela defesa franca dos professores, que precisam de ser respeitados como aqueles que nos entregam todas as ciências e desenvolvem todas as capacidades. Aqueles que efectivamente estruturam o país e o Mundo em todas as valências e todas as complexidades. São eles que têm por ofício sofisticar o nosso pensamento, enriquecer o nosso imaginário de informação e favorecer, com isso, a nossa auto- -estima abrindo o futuro.
Salvar os professores é salvar o país. Porque nenhum país sairá da miséria com cidadãos educados pelo Google. Gente que nem saberá perguntar no sentido de chegar à resposta de que precisa.
É um desastre que, uma e outra vez, se assista à tragédia contínua das escolas. Há décadas que o mais que se faz é estrangular as carreiras e apontar a emigração como caminho para quem ensina e para quem aprendeu. Quem ainda não viu que destruir os professores é destruir o país, ou não foi à escola ou foi e cabulou do princípio ao fim.
A Assembleia Municipal de Viseu aprovou esta segunda-feira uma moção com um conjunto de recomendações ao Governo em defesa da educação. O documento, apresentado pelo Bloco de Esquerda (BE), foi aprovado com 12 abstenções e um voto contra, da deputado do Partido Socialista (PS), Lúcia Silva.
Na moção é recomendado ao Governo “que proceda à recuperação de todo o tempo de serviço dos docentes”, garantindo “o seu posicionamento no escalão remuneratório correspondente ao tempo efetivamente prestado, em conformidade com os requisitos estabelecidos no Estatuto da Carreira Docente”; recomendar ao Governo que “reveja, mediante negociação sindical, o regime de recrutamento e mobilidade do pessoal docente dos ensinos básico e secundário”; e que seja criado “mediante negociação sindical, um regime específico de aposentação dos docentes de forma a garantir o término de atividade num tempo justo e a assegurar o rejuvenescimento do corpo docente”.
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