5 de Fevereiro de 2023 archive

Vigília pela Educação Faro 7 de Fevereiro 19h30

Um movimento espontâneo de professores convida Pais, Alunos, Assistentes Operacionais, Professores e toda a Comunidade Escolar para uma Vigília pela Educação, na próxima terça feira, dia 7 de fevereiro, pelas 19h30, no Largo do Mercado em Faro.

A Educação não é uma despesa, é um investimento garantido!

Por melhores condições para todos os trabalhadores da Escola Pública
Por mais contratação e integração nos quadros de professores e funcionários – Pela integração do tempo de serviço em falta (6 anos, 6 meses e 23 dias)
Pelo desaparecimento das quotas de acesso ao 5º e 7º escalão.
A Educação não é uma despesa, é um investimento garantido
Por uma Escola Pública de Qualidade!

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𝐓𝐨𝐭𝐚𝐥 𝐒𝐎𝐋𝐈𝐃𝐀𝐑𝐈𝐄𝐃𝐀𝐃𝐄 𝐒𝐈𝐍𝐃𝐈𝐂𝐀𝐋 – 𝐀𝐒𝐏𝐏/𝐏𝐒𝐏

 

A 𝐀𝐬𝐬𝐨𝐜𝐢𝐚çã𝐨 𝐒𝐢𝐧𝐝𝐢𝐜𝐚𝐥 𝐝𝐨𝐬 𝐏𝐫𝐨𝐟𝐢𝐬𝐬𝐢𝐨𝐧𝐚𝐢𝐬 𝐝𝐚 𝐏𝐨𝐥í𝐜𝐢𝐚 (𝐀𝐒𝐏𝐏/𝐏𝐒𝐏) manifesta a sua total solidariedade para com as lutas e justas reivindicações dos professores, enfermeiros e funcionários da justiça.
𝐅𝐄𝐍𝐏𝐑𝐎𝐅 (Federação Nacional dos Professores) | 𝐒𝐄𝐏 (Sindicato dos Enfermeiros Portugueses) | 𝐒𝐎𝐉 (Sindicato dos Oficiais de Justiça) | 𝐒𝐅𝐉 (Sindicato dos Funcionários Judiciais) – Podem contar com a nossa 𝐭𝐨𝐭𝐚𝐥 𝐝𝐢𝐬𝐩𝐨𝐧𝐢𝐛𝐢𝐥𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 para qualquer ação comum que entendam levar a cabo.
Os profissionais da PSP estão também confrontados com um conjunto de problemas que afetam as suas vidas, problemas esses que se agudizam a cada dia que passa pela postura de um Governo que insiste em revisitar políticas do passado e insiste na desvalorização da Lei Sindical, optando pela não resolução concreta e efetiva dos problemas laborais e sociais.
A 𝐀𝐒𝐏𝐏/𝐏𝐒𝐏 liberta esta nota de solidariedade para com as vossas (nossas) lutas e legítimas reivindicações.
A 𝐀𝐒𝐏𝐏 reitera total disponibilidade, tendo por referência a conferência de imprensa realizada em outubro (https://bityli.com/PVW2J), para uma iniciativa de luta conjunta com as estruturas envolvidas.

 

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O Comunicado dos Oficiais das Forças Armadas

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PESSOAS DE BEM – Carlos Santos

 

Na rua, ao anoitecer, o vento glacial de inverno rodopia pelo meio de uma multidão de professores que empenha cartazes e grita slogans, fustigando-os, como se testando a sua resiliência, na tentativa de os desmobilizar. Lá em cima, numa das muitas janelas de luz acesa, aproveita-se o momento sagrado em família – a janta.
A mãe senta-se à mesa de jantar e anuncia – Escuta, Gregório, o nosso tesourinho já consegue ler. – Vira-se para a princesinha e encoraja-a – Vá Juju, mostra ao papá. – O rebento, embevecido, soletrando e tropeçando nas palavras que não compreende, lá conseguiu ler a manchete do jornal que o pai segurava nas mãos:
“TAP RECUSA DIVULGAR INDEMNIZAÇÕES A EX-ADMINISTRADORES – São mais de 20 os administradores e diretores convidados a sair de empresas do grupo TAP que receberam indemnizações milionárias.”
– Ó, que dia memorável! – rejubila o pai, prosseguindo – Sempre disse que a nossa menina era um prodígio!
O irmão, quatro anos mais velho, carente de atenção, procura exibir os seus dotes na leitura verbalizando o que lê no seu smartphone – Fernando Medina, ministro das Finanças, a empenhar-se em fazer passar a mensagem de que “O país não tem só professores”. – O pai, anota – Se soubesses inglês tão bem como português, isso é que era! – A mãe corre em sua defesa – Se não fosse a professora ter feito três dias de greve, o nosso menino até tirava um excelente. Vê como ele mexe bem no telemóvel. Anda sempre a praticar. Não sei com é que a professora de TIC só lhe deu um três…!?
A filha mais velha, interrompe – Eu também não tenho culpa de não perceber népia de Matemática. Não tenho professor desde o início do ano!
Do televisor, que até então tinha estado a falar sozinho, o grito orgástico da locutora irrompe pela mesa de jantar perante o olhar atónito de todos, soando pelo ar como se anunciasse o fim do mundo – O ministro das Infraestruturas, João Galamba, acaba de afirmar que “o Estado é pessoa de bem” e vai cumprir o que foi acordado relativamente ao bónus da presidente da TAP. Afinal, são 3 milhões… – O pai aproveita para passar uma lição de moral aos filhos, antes que estes voltem o olhar para os equipamentos digitais que os acompanham para todo o lado – Veem, cumprir a palavra é a coisa mais importante que deus deu ao homem. Ética e honra é isto!
A pivô prossegue, informando – Mais outra secretária de estado envolvida num escândalo financeiro… – muda-se de canal e a máquina falante berra – … secretária de Estado do Tesouro que recebeu meio milhão de euros de indemnização… – o botão mágico é acionado e a melodia é a mesma – … ex-ministro, afinal, lembra-se de ter sido informado, pelo WhatsApp… – e noutra emissão – … meio milhão gasto numa frota de luxo para as chefias, é substituído por voucher-Uber de 450€ para administradores da TAP… – mudada a emissora, o televisor não dá tréguas e – … buscas na câmara voltam a pôr em causa Fernando Medina… – a pequena Juzuzinha, larga por momentos os seu tablet e, na inocência dos seus seis anitos, pergunta – Papá, tudo isto que vimos, também é ética e honra? – Em silêncio, o progenitor apressa-se em despachar o zapping que estaciona numa manifestação de professores, onde uma docente revoltada se queixa – Já que o Estado se autointitula “pessoa de bem” que honra os seus compromissos de milhões em prémios e indemnizações, então que cumpra os acordos que assinou com os professores e lhes pague os 6 anos, 6 meses e 23 dias de serviço prestado que lhes foram roubados. – Visivelmente arreliado, o pai muda de canal, vociferando – Estes professores e o seu corrilho de disparates, sempre a pedirem dinheiro! Se fossem trabalhar…!
A filha mais velha discorda – A stora de EV disse que há dinheiro para tudo e para todos, menos para os professores… – A mãe, surpreendida, averigua – Quando é que ouviste isso? – A filha conclui – Há pouco, ali em baixo na rua, durante a greve, enquanto se manifestavam… – A mãe explode, quase dando-lhe um chelique – Não me digas que te juntaste a essa gente?! – Noutra estação, a arte noticiosa de contar brota pelo meio da conversa – Marcelo justifica não ter recebido os professores na manifestação que juntou cerca de cem mil em Belém, argumentando não querer causar ruído nas negociações entre sindicatos e governo. – O telecomando volta a ser acionado e, com o dedo lesto no gatinho, a emissão passa para outra estação que anuncia – Continua a polémica sobre os milhões de euros que custará o palco para a receção da Jornada da Juventude. – A mãe rejubila – Não sou jovem, mas irei. Ah, que alegria que sinto… –, mas do ecrã gigante, a voz continua – Marcelo disponibiliza-se para servir de intermediário entre autarquia, igreja e o governo… – e a matriarca, comenta – Más-línguas! O que nos vale é o nosso presidente, que está sempre em cima de tudo o que é importante! – Mas a jornalista, acrescenta – Recordamos as palavras do presidente em 2019. “Conseguimos, conseguimos, Portugal, Lisboa! Esperávamos, desejávamos, conseguimos! Vitória! Vitória, obviamente de Portugal…”
O pai, orgulhoso, bate no peito – Somos os maiores! Mais uma vitória. Amanhã até vou sentir que tenho mais um palmo de altura!

O jantar prossegue e a novela, a bola e os shows em direto, distribuindo gratuitamente todo o género de brutificação intelectual, pressagiam um serão bem passado, gentilmente disponibilizados pela indústria do entretenimento para desligar a consciência. Na mesa de jantar, nada mais há a dizer acerca dos professores, pelo menos até amanhã, quando for hora de despejar os rebentos no espaço destinado aos guardadores de crianças. Os pais já podem voltar a dormir descansados, uma vez que o depósito de crianças, por decreto, voltou a estar de portas abertas.
A rua deserta tornou-se silêncio sobre uma Educação mergulhada numa total escuridão.
Lá de cima, ainda se ouve a voz abafada do pai a barafustar – Finalmente calaram-se! Estava farto de os ouvir! Francamente, não consigo entender o quê que os professores querem?!
À janela, a pequena Juju exercita a leitura, lendo em voz alta a palavra escrita num cartaz esquecido na calçada – “RESPEITO”!

Carlos Santos

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Professores a vossa causa é a nossa causa

 

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O desespero dos professores vai continuar

O congelamento da carreira docente é uma pequena parte da questão. A maior parte do desespero radica na sensação de falta de respeito que os professores sentem.

O desespero dos professores vai continuar

 

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Jamais diga uma mentira que não possa provar”…

 

Ninguém está “imune” à mentira. Ocasionalmente, todos mentem, todos fingem…

Quem nunca mentiu?

Proferir determinadas mentiras, por vezes até “piedosas”, cometendo pequenas desonestidades, é algo natural e incontornável no comportamento humano…

O problema da mentira torna-se realmente grave e sério quando, porventura, um Governo a “institucionalize” e “despenalize”, tornando-a no pensamento oficial, com o objectivo de enganar e ludibriar os seus concidadãos…

O presente Governo parece estar a esforçar-se no sentido de tomar esse rumo, sendo exemplo disso algumas afirmações do 1º Ministro e do Ministro da Educação, comprovadamentesurpreendidos a efabular sobre a Realidade, tentando, talvez, substituí-la por várias realidades paralelas, factos alternativos e inverdades que, no fundo, são o mesmo que mentir, mas sem uma carga tão pejorativa…

Conforme veiculado pela Comunicação Social nos últimos tempos, a forma despreocupada como alguns elementos do actual Governo tendem a usar e abusar da desfaçatez, dispensando a frontalidade, a conduta ética, a transparência, a justiça e a lealdade institucional assume proporções alarmantes e envergonha a Democracia…

Os profissionais de Educação têm sido tratados pela Tutela com evidente desconsideração, bem patente pelos vieses de um pensamento oficial que teima em não reconhecer os muitos problemas que afectam a sua realidade laboral e os motivos que os levam a contestar e a reivindicar de forma visível e audível…

À vista de todos, esse pensamento oficial parece ter preferido a opção pela propaganda, pela sobranceria e pela manipulação…

Como se tudo isso não bastasse, temos também, agora, um Presidente da República aparentemente empenhado em “legitimar a mentira” e a “normalização da tirania”, tentando atemorizar os profissionais de Educação com a “opinião pública”:

Há um momento em que a simpatia que de facto há na opinião pública em relação aos professores pode virar-se contra eles” (Jornal Diário de Notícias, em 1 de Fevereiro de 2023)…

Pois que será verdadeira esta afirmação de Marcelo Rebelo de Sousa, mas o mesmo também poderá ser retorquido em relação ao Governo e ao próprio Presidente da República…

Pois que num determinado momento, a “opinião pública” também poderá “virar-se” contra o Governo e contra o Presidente da República…

Portanto, e com o devido respeito institucional, não pode deixar de se considerar que esta afirmação soa a “conversa de treta” e a uma tentativa velada de desvalorizar os motivos que levaram os profissionais de Educação à presente luta…

– Saberá a “opinião pública”, e o Presidente da República, que desde 2008, na Escola Pública, todos os Poderes estão concentrados nas mãos de uma única pessoa, fazendo com que a maior parte dos profissionais de Educação exerça a sua actividade profissional sob o jugo de factuais Ditaduras?

– Saberá a “opinião pública”, e o Presidente da República, que os profissionais de Educação, na condição de comum dos mortais, também adoecem, têm contas para pagar, famílias para apoiar e legítimos planos e expectativas relativos ao futuro?

– Saberá a “opinião pública”, e o Presidente da República, que os profissionais de Educação têm sido sucessivamente vilipendiados, desrespeitados e menosprezados?

– Saberá a “opinião pública”, e o Presidente da República, que os profissionais de Educação desempenham, muitas vezes, as suas funções em contextos físicos e materiais absolutamente medíocres e deploráveis?

– Saberá a “opinião pública”, e o Presidente da República, que a abnegação e o altruísmo dos profissionais de Educação têm contribuído de forma determinante para o adiamento do colapso da Escola Pública, apesar de tantas medidas educativas erráticas, emanadas pelo próprio Ministério da Educação?

Àqueles que se dedicam a tentar intoxicar a “opinião pública” com mentiras, com o objectivo de denegrir os profissionais de Educação e a injustificar a sua luta, deixa-se esta sugestão, não vá “o Diabo tecê-las”:

Jamais diga uma mentira que não possa provar” (Millôr Fernandes)…

Quem (ainda) tem medo do “lobo mau”?

“Domar o lobo mau” compete a todos e a cada um, dentro e fora de cada escola…

Não há quem nos cale. Não deixaremos que nos calem.

(Votei em Marcelo Rebelo de Sousa duas vezes. Neste momento, sinto-me defraudada).

(Paula Dias)

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