25 de Fevereiro de 2023 archive

Do Respeito (uma carta aberta à comunidade educativa)

Do Respeito (uma carta aberta à comunidade educativa)

 

 

Vivem-se tempos conturbados na educação. As escolas públicas portuguesas estão em luta. Em todas as escolas e praças das cidades, os professores, técnicos e assistentes operacionais saem para a rua a exigir respeito. Fazem-no porque estão cansados e desiludidos. Fazem-no também porque nunca estiveram tão unidos. Hoje, dia vinte e cinco de fevereiro, Lisboa prepara-se para receber a quarta marcha (ainda não volvidos dois meses desde a primeira) em defesa dos seus direitos e dignificação profissional.

Apesar do tema algo pomposo, este artigo não tem pretensão de ser um tratado. É antes uma pequena reflexão ao redor da palavra mais entoada pelos profissionais de educação em qualquer local onde se manifestem. Parte de uma dúvida: como lerá a opinião pública esta exigência de “respeito” por parte dos profissionais da educação? Pressuponho, que o fará a partir ideia que cada qual tem do significado de respeito e a adapte às suas próprias experiências educacionais. Nesta sequência argumentativa, defendo que as reivindicações deveriam ser transmitidas de uma forma mais clara por parte dos profissionais de educação. O professor, que como ninguém deveria saber aplicar a sua técnica pedagógica para a ágora pública, nem sempre o faz, ou fá-lo a diferentes vozes. O resultado desta omissão pode acabar por passar uma mensagem confusa e deturpada. É como se a aula não avançasse para além daquele momento em que os professores testam os conhecimentos prévios dos alunos.

– Em que consiste este momento?

Consiste numa fase da aula em que os docentes convidam os discentes a definir um determinado conceito e procuram, em conjunto, consolidá-lo. Este conceito dos alunos é habitualmente generalista, comummente aceite, pouco definido e por isso chamado de um pré-conceito. Em diálogo com o professor há uma aproximação ao significado mais rigoroso do mesmo. Este será posteriormente interpretado e compreendido dentro de num contexto mais amplo.

No dicionário online da Priberam vem assim descrito o significado da palavra respeito:

«1. Sentimento que nos impede de fazer ou dizer coisas desagradáveis a alguém.

  1. Apreço, consideração, deferência.
  2. Acatamento, obediência, submissão.
  3. Medo, receio, temor.»

Passo a exemplificar: se a ideia que tenho de respeito se relaciona com o ponto 3 e 4 do dicionário, a perceção que terei dessa exigência será nesse contexto. Os juízos: “os professores lidam com muita indisciplina nas aulas”, “o professor não se sabe impor”, ou “o professor quer mais medidas para impor a disciplina”, etc.” estão dentro deste nexo argumentativo. Pelo contrário, se o conceito estiver dentro do ponto 1 e 2, o sentimento que mais se destaca é o da empatia.

A etimologia da palavra, ou seja, a origem da palavra respeito, está em maior concordância com o sentimento de empatia que com o de submissão. A etimologia guarda o significado original da palavra, a base da sua formação, o seu étimos, a sua raiz e berço. Há um sopro poético a brotar da etimologia das palavras, da sua sonoridade. Há, pelo menos, uma verdade histórica que guarda o significado original, por vezes irrecuperável (as palavras evoluem e os seus significados antigos deixam de comunicar com o presente, a não ser em alguns contextos específicos, como o poético ou da dramaturgia no qual o texto nos predispõe a estar em sintonia com o tempo e espaço representados). A palavra respeito, originária do latim respectus, significa “ação de olhar para trás; consideração, atenção, refúgio”. Etimologicamente a palavra respeito associada a uma “ação de olhar para trás” indício de um segundo olhar, metacognição, valorização do cuidado e da atenção ao nível dos afetos. O respeito a que todos os profissionais de educação apelam é familiar do “cuidar”: cuidar da educação, cuidar e valorizar a sabedoria e conhecimento dos seus profissionais.

Assim sendo, os profissionais de educação exigem:

–  O respeito pela profissão que escolheram e na qual são especialistas. Ser professor não se reduz a ser detentor de uma determinada sabedoria e transmiti-la, mas de a utilizar para levar os alunos a serem melhores aprendizes, mais autónomos e responsáveis, mais conhecedores.

– O respeito pela sua dignidade enquanto ser humano, que tem, tal como todos os outros, o direito a comprar casa, a casar, a criar família, mas que adia sempre esse projeto porque nunca sabe onde será colocado no ano seguinte.

– O respeito pelo direito a uma avaliação de desempenho, justa, com feedback sincero sobre os pontos positivos e a melhorar relativos à prática docente, para que se possa defender, mas também aceitar e aproveitar para, no ano seguinte, aplicar e modificar. Uma avaliação que seja isenta, livre de condicionantes como as quotas que impõem na subida do 4º para o 5º escalão e do 6º para o 7º. Ao contrário do que a opinião pública possa acreditar, os professores são anualmente avaliados. Imaginem um professor que tem uma avaliação de desempenho Excelente ou Muito Bom todos os anos, sendo que só no ano em que a avaliação conta para subir de escalão não tem a nota com que sempre foi reconhecido, pois não há quotas para subir de escalão. É esta ação moralmente justa? E motivadora? Fica, então o profissional, preso ao 4º escalão ou no 6º escalão por muito tempo, mesmo tendo capacidades comprovadas. Um professor com trinta anos de carreira pode estar hoje no 4º escalão quando, para chegar a este bastariam, 16 anos. Estranha esta retenção tão longa no mesmo escalão (nos três anteriores a progressão é automática).

– O respeito pelo direito à indignação quando veem a sua profissão desacreditada por sucessivos governos e ainda mais hoje quando os tentam silenciar com serviços mínimos que atentam contra o bom-senso e o direito à greve.

– O respeito e a urgente boa-fé à mesa das negociações por parte do ministério e dos seus envolvidos. Manter o Conselho Local de Diretores, sob um outro nome, “Conselho de QZP”, motivo e motor de parte desta contestação, não é estar de boa-fé. Qual é o professor com horário incompleto que através da decisão deste conselho pode ver-se em risco de ser colocado noutra escola, por exemplo a 50 km de distância (é a 50 Km, mas está dentro da QZP, não se pode queixar) quando é o próprio professor, nessa situação, o primeiro a querer completá-lo e o primeiro a concorrer a outras escolas? Então, se os professores já procuram completar os seus horários, a criação do Conselho por parte do governo é uma redundância e uma evidente má gestão (já há alguém que faz esse trabalho e é o próprio interessado). Será, por esse motivo, assim tão estranho, que os docentes desconfiem das intenções municipalizantes dos concursos no futuro e acreditem que “aqui há gato”. O ministério obriga ainda os professores vinculados em 2023, a concorrer em 2024 para todos os QZP´S (quadros de zona pedagógica). Terão de concorrer para todo o país, quando o próprio primeiro-ministro apregoou que iria reduzir ou terminar com a situação degradante de um professor andar com a casa às costas. Mais uma mentira.

– O direito à informação verdadeira, sem manipulação intencional das massas. O primeiro-ministro António Costa afirmou numa entrevista realizada no passado dia 16 de fevereiro ao canal TVI que descongelar os ordenados de toda a função publica representaria um aumento 1.300 milhões de euros de gastos anuais para os cofres do Estado. No entanto, podemos observar que, na mesa de negociações, não há qualquer tentativa de reposição, nem total, nem parcial desse tempo congelado (seis anos, seis meses e vinte e três dias). Omite também, que parte deste valor retornaria em impostos diretos para os ditos cofres, sem contar com os indiretos motivados pelo aumento do consumo. Esta omissão, parece-me, reveladora de alguma desonestidade política.

– O aumento do rácio dos técnicos especializados por aluno nas escolas, dado o aumento das necessidades de apoio social e psicológicas dos alunos e profissionais.

– O aumento do rácio de Assistentes Operacionais por aluno, assim como dos seus vencimentos. Os assistente operacionais são aqueles, que para lá da sala de aula, garantem o cuidado, o carinho a atenção aos alunos, assim como a limpeza e a ordem dos espaços escolares e, por um lado, têm de saber gerir imensos conflitos como têm de ter uma forte empatia para com as necessidades dos outros.

Por sim, como último apontamento, julgo que urge colocar o tema da Educação no centro da reflexão e alargar essa reflexão a toda a sociedade. Para tal, considero vital que duas ações devam ser tomadas (podem ser mais):

– Uma reflexão honesta dentro de cada escola, dentro de cada agrupamento, sobre o que deve ser feito, já, na escola pública. O que está bem, o que está mal, o que deve ser eliminado o que pode e deve ser melhorado e exigir mudanças à tutela.

– Um debate público alargado sob o tema da educação, com especialistas da área (educadores, professores, técnicos, pedagogos) do qual sairiam as bases de um projeto educativo alargado, com o qual os partidos de maioria parlamentar se comprometeriam (para evitar projetos para uma só legislatura).

A negociação em cima da mesa, relativamente ao modelo de contratação de professores é penalizadora e pouco estimulante para os que já trabalham no ensino como para aqueles que estão a começar. O governo desinveste na educação e nos seus profissionais quando devia investir e motivar. Está a contribuir de forma consciente, para o desgaste do maior pilar da democracia.

Por todas estas razões, e outras tantas, não desistimos e não paramos.

 

Patrícia Ribeiro, docente do grupo 410 (filosofia) na Escola secundária D. Manuel Martins

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CNN Portugal/Vídeo – Professores do Algarve a Caminho

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Antes de novo protesto, professora pede a Costa que relembre tempos de estudante – CNN Portugal

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CNN Portugal/Vídeo- “Vamos continuar a ir” – Professores do Norte voltam a Lisboa para lutar por justiça

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“Vamos continuar a ir”. Professores do Norte voltam a Lisboa para lutar por justiça – CNN Portugal

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A Ler: Visão | Escola-Empresa: Perdeu-se a Democracia? A análise de uma professora

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Visão | Escola-Empresa: Perdeu-se a Democracia? A análise de uma professora

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SIC Notícias/Vídeo – Manifestação do S.TO.P.: vários professores do Algarve regressam a Lisboa

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Manifestação do S.TO.P.: vários professores do Algarve regressam a Lisboa – SIC Notícias

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Paulo Prudêncio na CNN/Vídeo – “Governo faz puro marketing político para tentar virar a opinião pública”

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Professores: “Governo faz puro marketing político para tentar virar a opinião pública” – CNN Portugal

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Quanto custa descongelar o tempo de serviço dos professores?

O assunto tem vindo a ser abordado desde 2018 e o governo insiste em números vagos e claramente inflacionados.

O jornal ECO faz as contas e seria bom que a restante comunicação social fizesse o seu trabalho, esclarecendo a opinião pública.

331 milhões, 800 milhões ou 1.300 milhões.

Afinal, quanto custa descongelar o tempo de serviço dos professores?

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Profissionais Da Educação Voltam Hoje A Manifestar-Se Em Lisboa

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Profissionais da Educação voltam hoje a manifestar-se em Lisboa

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Sondagem – Maioria Aprova Que Professores Recuperem Todo O Tempo Congelado

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Maioria aprova que professores recuperem todo o tempo congelado

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Carta aberta de dirigentes escolares a Sua Excelência o Ministro da Educação

Se concordar, subscreva.

Carta aberta de dirigentes escolares a Sua Excelência o Ministro da Educação

Os subscritores desta carta são de diversas origens, professores de múltiplas disciplinas e em diversos locais, e que se situam em diferentes momentos da carreira docente.

Em comum: todos nós exercemos funções que incluem uma componente de gestão e administração das escolas.

Nesse sentido, somos segmentos de sustentação da chamada administração educativa que são, também, e principalmente, as escolas.

A importância da função administrativa na atividade das escolas

A autonomia das escolas é muito insuficiente, mas os cargos que o modelo de gestão define são essenciais para o funcionamento do sistema educativo e são desempenhados por professores que partilham do quadro profissional e de carreira de todos os restantes e que vêm, por este meio, manifestá-lo junto de Vossa Excelência. E fazemo-lo, porque é um dever funcional, além de ato de cidadania, apontar o que está
mal, na expetativa de que haja reflexão e ação para resolver. Isso é exercer autonomia cívica e é criar Democracia.

Somos Presidentes e vogais de Conselhos Gerais, Diretores/as, Subdiretores/as, Adjuntos/as, Coordenadores/as de Ciclo, Departamento ou Estabelecimento. Muitos de nós têm décadas de dedicação à função docente e podemos invocar percursos mais ou menos longos, reconhecidos pelos colegas e pelas comunidades, no exercício dos cargos referidos.

A urgência de agir num momento crítico.

Vimos dizer de viva voz e com a explicitação que a urgência exige: temos muita preocupação com o rumo negativo e dissolvente da Escola Pública que as políticas educativas estão a tomar, desde há mais de uma década e, com premência, nesta legislatura. A nossa preocupação é tão profunda que, muitos de nós, ponderam abandonar funções, se não houver solução em prazo razoável, mesmo com custo pessoal e das escolas em que trabalhamos, que, não é vergonha dizer, amamos, como comunidades de estudantes e como
trabalho socialmente relevante. Do ponto de vista legal, pelo menos, uma escola não pode funcionar se o seu órgão máximo (Conselho Geral), o único com representatividade eletiva, não estiver integralmente
eleito. Do mesmo modo, do ponto de vista prático, a saída voluntária, por exaustão ou protesto, de muitos dirigentes ou coordenadores, colocará graves problemas ao funcionamento e, neste momento do ano, à sua conclusão de forma adequada e à preparação do próximo. Mas, muitas vezes, deixar de improvisar ou de suportar o insustentável pode ser só um ato honesto, mesmo custoso, de transparência com a sociedade e de consciencialização para os problemas.

No nosso ponto de vista, é necessário que os responsáveis políticos assumam o momento crítico histórico que estamos a viver na Educação e tirem as consequências para a sua ação.

O significado profundo do descontentamento e as questões a resolver

O descontentamento dos professores e outros trabalhadores das escolas não é birra, nem fruto de táticas políticas ocultas. É sinal da vida e autonomia das escolas e seus profissionais. É a manifestação da consciência do estado a que a situação chegou, depois de 15 anos de desatenção, e, até, por vezes, desprezo político pelas pessoas que fazem a escola. Apelamos, por isso, à consciência cívica e política de Vossa Excelência para que aceite mudar a forma de gestão dos problemas que estão colocados a debate na opinião pública. E isso passa por mostrar sinais de efetiva compreensão estratégica dos problemas dos professores e dos profissionais e realizar efetiva negociação e debate com os agentes do sistema educativo para reduzir a justa insatisfação e produzir mudanças reais e de melhoria. Assim, enumeramos o conjunto de questões no âmbito docente, que precisam de negociação urgente e soluções incisivas, que só podem ser construídas em diálogo e com abertura do Governo e do Ministério das Finanças a também negociar e resolver o problema
da falta de recursos para cumprir os objetivos e tarefas da escola pública:

1. Resolver as questões de colocação dos professores, com um sistema justo e transparente, que atenda aos casos em que é necessária equidade e compensação de injustiças passadas. Negociar um sistema que facilite a estabilidade territorial e a liberdade de trabalho dos professores e a ligação destes às suas famílias e comunidades, para evitar os problemas atuais. A questão da transparência e a imunidade do sistema a manipulações e potenciais tentações de favoritismos é consensual.

2. Resolver as questões curriculares e de avaliação dos alunos, em que têm sido impostos modelos que não geram consenso, e criam perturbações e dificuldades, mesmo sob a alegada capa de autonomia e boas intenções. A mudança curricular tem de ser mais debatida e não pode ser imposta pelo topo, com puras visões abstratas, contra as visões práticas, por vezes contrárias, mas ignoradas, dos executores nas
escolas.

3. Resolver as questões de indisciplina e a retirada de autoridade pedagógica e relacional aos professores, face aos alunos e também a alguns pais. Bater ou injuriar um professor tem de ser um ato grave e punido como atentado ao Estado Democrático, de que a Educação é pilar.

4. Resolver as questões de excesso de burocracia, desorganização, induzida por via dos organismos centrais, e disfuncionalidade processual, que sobrecarregam as escolas e professores, desviando-os das funções primordiais e retirando tempo às tarefas educativas e aos alunos.

5. Resolver as questões de falta de recursos em equipamento e instalações, além de tempo de profissionais para apoios, dotando as escolas com os recursos e não fazendo propaganda com supostas entregas de meios que muitas vezes são ilusórias e só convencem quem não conheça a realidade vivida.

6. Resolver as questões salariais e de carreira dos professores, repondo a justiça do tempo de progressão de carreira congelado e nunca reposto. Uma reposição que só tem efeitos futuros, que não custa todo o dinheiro que por via dela foi retirado aos salários, mas que gerará o efeito positivo que tem na motivação e qualidade de trabalho qualquer correção de injustiças.

7. Resolver, com uma reflexão séria de aplicação da justiça como equidade, questões conexas como a Avaliação de Desempenho e quotas e vagas de progressão.

8. As questões salariais e de carreira e avaliação de desempenho também têm de ser encaradas para os outros profissionais das escolas, que agem connosco, no quotidiano, para as construir.

9. Resolver os problemas que fazem da “autonomia” e “democracia escolar” palavras com conteúdo vago e pouco realista no contexto atual das escolas: evitar que a municipalização possa retirar autonomia de gestão e ação às escolas, reforçar a participação e peso dos docentes na sua gestão, reduzindo o centralismo e os
mecanismos que diminuem e rebaixam o papel da participação dos que são científica e tecnicamente formados para conhecer e exercer a atividade educativa.

10. E este último ponto leva-nos à questão da confiança que tem a ver com o método político de ação. E esse é talvez o primeiro passo: negociar abertamente tudo o que faz falta para criar confiança e evitar a instabilidade.

Estes pontos podem ser concretizados ao detalhe, mas é neles que estão as questões que bloqueiam a paz e serenidade, de que as escolas precisam e que fizeram solidificar o justo descontentamento dos trabalhadores das escolas.

Liderar é participar das preocupações daqueles que, pelos cargos, temos de coordenar e orientar e atender nos seus anseios.

É isso que este documento visa fazer: apelar à sua liderança, para atender à necessidade de ouvir e dialogar, com profundidade e reflexo na ação, sobre as justas preocupações dos agentes educativos.

Nas manifestações tem-se dito que a luta que vem acontecendo é uma lição. Mas pode Vossa Excelência deixar uma marca política e dar também uma lição política: numas das maiores crises da educação, a atitude democrática e de abertura à participação e negociação pode resolver os problemas em nome do interesse nacional.

Basta, para isso, que negoceie com abertura e vontade efetiva de resolver os problemas que tantos detetam e concordam que existem e são prementes.

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Pela Quarta Vez em Lisboa, Este Ano

…sem contar com as idas regionais à capital.

Desta vez a marcha pela educação 3 será do Palácio de Justiça até à residência oficial do 1.º Ministro, com início às 14 horas.

Podem, como das outras vezes, colocar as vossa fotos na rede social Facebook da viagem até Lisboa.

 

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