Ei-los, novamente, a descer a avenida da Liberdade. Um mar de gente magoada. Uma multidão que exige respeito e mal anda um País que não respeita quem o ensina a ser pessoa.
Bem podem gemer desculpas, os culpados desta afronta a tantos homens e mulheres que se entregam aos nossos filhos, aos nossos netos, ensinando-lhes a magia das palavras, os segredos do saber. Não exigem muito, embora exijam tudo: Respeito!
Gemem desculpas os culpados. E escondem-se atrás de silêncios cobardes. E dou por mim a pensar se estes decisores indecisos, perguntarão aos seus botões por onde andam os professores que lhes ensinaram a descobrir o a vida. Talvez os descubram na imensa mole humana que desce a avenida. Talvez ainda se recordem que se chegaram onde chegaram, devem-no àqueles que, agora, numa marcha indignada, pedem respeito.
Fui professor. Infelizmente a saúde não me permite descer a avenida com os meus antigos colegas. Por isso escrevo para eles. Para lhes agradecer o sacrifício, para lhes agradecer a paixão que entregam ao seu trabalho, pela dedicação aos seus alunos.
Escrevo-lhes por respeito e para exigir que os tratem com respeito! Devemos-lhe ter ganho um sentido para a vida e esse poderoso milagre que é transformar seres humanos em pessoas.
Bem hajam!
4 comentários
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Só nos falta mesmo o apoio massivo do governo e dos diretores!
Apoio dos algozes!!!!!!😂😂😂😂😂
Pela parte que me toca, obrigada.
Desci a avenida movida pela força da indignação e do cansaço face ao desprezo e ao desrespeito que o governo nutre pela classe docente do meu país, descerei as vezes que forem necessárias até acordar as mentes de quem nos ignora, de quem nos desgoverna. E, num só grito, soltarei BAAAAAAAAAAAAAAAASTA!
Lindo! Esta é uma profissão nobre e especial, pela qual vale a pena lutar porque precisamente podemos ser transformadores de vidas ensinando educação e principalmente porque ensinamos a pensar.