Beatriz Ribeiro, Nuno Moreira e Paulo Cubal são três professores, entre muitos outros, que depois do toque de saída da escola, têm outra ocupação. Precisam de um segundo emprego para garantir o dinheiro suficiente para pagar as contas. São testemunhos de quem gosta de dar aulas, mas que lamenta a pouca valorização que é dada à profissão e que marcam esta semana em que o Ministro da Educação vai estar no parlamento no âmbito da apreciação na especialidade do Orçamento do Estado para o próximo ano.
Professores. Uma segunda vida para poder pagar as contas
Beatriz Ribeiro, de 27 anos, já está habituada a dias preenchidos para dar resposta a todas as atividades a que se dedica. Esta professora do primeiro ciclo nunca sabe se consegue um lugar na escola para ensinar, porque tem optado sempre por dar aulas perto de casa, na região do Montijo, para poder acompanhar o filho ainda pequeno.
Às 9 horas entra na escola, onde dá aulas até às 15h30, depois vai para outra escola onde dá aulas de inglês até às 17h30. O dia de trabalho prossegue depois em casa, onde dá explicações e por volta das 19 horas regressa ao restaurante onde se ocupa da cozinha.
Este é o dia a dia de Beatriz Ribeiro, porque tem de “garantir um rendimento certo para quando falha” o salário de professora. Reconhece que “se não tivesse necessidade não andava nesta loucura”, acrescentando que estas jornadas de trabalho funcionam porque tem “uma grande ajuda da família”.