Se analisarmos as colocações das Reservas de Recrutamento até hoje (RR5), percebemos que a % de candidatos colocados da 3.ª prioridade tem aumentado, atingindo hoje 55%.
Em praticamente todos os grupos de recrutamento, o número de candidatos em 3.ª prioridade é superior aos candidatos da 2.ª prioridade.
As listas de ordenação estão a esgotar-se e muitos dos candidatos não colocados não estão dispostos a concorrer para as zonas onde a carência é maior. Com ordenado de 1000 €, deixarão a família para gastar 400 € num quarto e 400 € em deslocações… não é com autonomia na contratação que as coisas ficarão melhores, pelo contrário: se os professores percebem que o seu “investimento” em tempo de serviço não serve para nada, restringirão ainda mais as suas opções, procurarão alternativas e veremos escolas a sul cada vez mais desertas de candidatos.
Se o Ministério da Educação quiser manter esta proposta de modelo de contratação/vinculação atabalhoada vai conseguir 2 coisas: afastar milhares de professores do ensino e unir novamente os QA, QZP e a quase totalidade dos contratados, bem à imagem daquilo que já aconteceu nos tempos da MLR.
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O Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) anunciou esta sexta-feira a morte de uma professora, com uma doença oncológica, que foi colocada a mais de 200 quilómetros de casa este ano letivo, devido às novas regras da mobilidade por doença. Chamava-se Josefa Marques e tinha 51 anos. Era docente do 1º Ciclo. Recorreu ao Ministério da Educação, devido à sua situação, mas nunca obteve resposta.
Segundo a informação avançada pelo SPRC, “nos últimos anos”, a professora “encontrava-se colocada no concelho de Almeida, onde residia, ao abrigo do regime de Mobilidade por Doença (MpD)”. “A colocação de Josefa Marques no concelho de residência permitia-lhe ser apoiada pela família, mas, também, exercer a profissão de que tanto gostava”, diz o sindicato, em comunicado.
Mas, este ano, “devido à alteração do regime de MpD, à professora Josefa Marques foi reconhecida a doença incapacitante de que padecia, mas não foi deslocada para Almeida por, na sequência das novas regras impostas pelo Ministério da Educação, não ter obtido vaga”. “Acabou colocada, através do mecanismo de Mobilidade Interna, em Oleiros, a 207 quilómetros de casa. Recorreu ao Ministério a Educação, expondo a sua situação, mas não chegou a receber qualquer resposta”, continua a nota.
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Publicitação das listas definitivas de Colocação, Não Colocação, Retirados e Listas de Colocação Administrativa – 5.ª Reserva de Recrutamento 2022/2023.
Aplicação da aceitação disponível das 0:00 horas de segunda-feira dia 03 de outubro, até às 23:59 horas de terça-feira dia 04 de outubro de 2022 (hora de Portugal continental).
Lista provisória de ordenação – procedimento concursal simplificado (local) – Espanha– horário MAD05 e MAD31
Informam-se todos os candidatos que encontra publicada a Lista provisória de ordenação do procedimento concursal simplificado destinado ao recrutamento local de professores do ensino português no estrangeiro para o 1º e 2º CEB – língua espanhola– horários a prover, em substituição, horário MAD05 e MAD31.
Depôs de dois ataques com facas damos conta de um alegado ataque com um taser numa escola. Esta semana está num modo de violência extrema. Será fruto da retirada de autoridade aos professores?
“Só hoje é que tivemos conhecimento deste suposto episódio”, que se terá passado na terça-feira, disse à agência Lusa fonte do Comando Distrital de Beja da PSP. “Temos conhecimento do assunto por um e-mail que a associação de pais da escola nos remeteu hoje, por volta das 12 horas, e que reencaminha outro e-mail de um progenitor de uma aluna a transmitir o episódio”, indicou a fonte.
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Um jovem de 15 anos, aluno de uma escola no Cacém, Sintra, foi preso pela PSP por ter esfaqueado outro aluno nas costas, no interior da escola EB 2,3 António Sérgio.
O alerta foi dado pelas 09h30.
A vítima, de 17 anos, sofreu duas perfurações na omoplata esquerda. A arma usada foi um canivete.
Hoje dei entrada de um candidatura com o nome “Por uma ADSE mais justa, mais solidária e mais familiar”, que é composta essencialmente por professores, mas não só, e em que o Mandatário da minha candidatura é alguém que não necessita de grandes apresentações, pois o seu nome é sobejamente conhecido na área da educação.
Ao Conselho Geral e de Supervisão podem ser eleitos 4 beneficiários, sendo respeitado o método de Hondt na eleição dos candidatos das várias listas.
A eleição decorre entre os dias 28 e 30 de novembro (eletronicamente) e no dia 30 de novembro de forma presencial.
Darei mais informações sobre a lista e o programa eleitoral logo que a candidatura seja considerada válida.
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Todos os licenciados que sejam titulares das habilitações que constam no Despacho n.º 10914-A/2022 e se queiram candidatar a dar aulas, devem primeiro fazer a sua inscrição no SIGRHE através do endereçohttps://sigrhe.dgae.mec.pte proceder ao registo, preenchendo os dados solicitados. Receberá de imediato um número que lhe permitirá entrar na plataforma SIGRHE para fazer a sua candidatura às ofertas das escolas, dentro do grupo de recrutamento em que se insere a sua área de formação.
Caso necessite de algum esclarecimento, deve aceder ao E72, disponível nesta página ou contactar o nosso centro de atendimento telefónico, usando os números aqui disponíveis.
Não sei se é a palavra certa para traduzir o universo da educação no nosso país. Desnorte é mais forte. Desorientação e desnorte vão na crista da onda que nos leva à deriva. Desorientação do governo, do ministério (ME), das escolas, dos professores, dos pais, das crianças e jovens. Todos às aranhas sem saber como hão-de descalçar a bota. Em casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão. Desde há muito, foi o governo que pôs as escolas públicas à míngua e sem capacidade de resposta em situação de emergência.
Um mal nunca vem só. Para além das mudanças com profundos reflexos na organização e funcionamento das escolas, paradas no tempo, a crise pandémica virou tudo do avesso e pôs a nu a incapacidade do governo e do ME para responder aos problemas mais urgentes: pobreza, desigualdades, professores cansados, pais divididos entre o trabalho e os filhos, filhos abandonados, em casa e na escola. Em tempo de crise as crianças indefesas são as mais expostas às incapacidades de resposta dos adultos. Em dois anos, e apesar dos milhões do PRR, os problemas não tiveram resposta e em grande parte agravaram-se. Quem pagou as favas foram as crianças e jovens.
Para além dos referidos problemas de abandono que vêm de trás, o maior e mais urgente tem a ver com o abandono dos professores, vítimas de maus tratos ao longo de décadas. Como atrair, recrutar, formar, profissionalizar e efetivar os professores em falta, para o imediato e a longo prazo, e como recuperar e atualizar os professores dos quadros, tanto tempo abandonados e sem incentivos nem condições para adequar as suas competências às profundas mudanças científicas, tecnológicas e ambientais que requerem uma outra escola.
A única maneira conhecida de atrair mais e melhores professores é melhorar as condições de trabalho e as remunerações. Tarefa de vulto, mas ainda assim insuficiente. Não se pode recrutar mais e mais professores e dizer-lhes: vão e ensinem como aprenderam. Seria um modelo reprodutor de pecados passados. É preciso recriar cada escola, cada professor e cada aluno como entidades aprendentes e inovadoras, criativas, capazes de elaborar diagnósticos e planos de ação e de aprendizagem adequados às características e necessidades reais de cada um. No hospital, cada doente é um caso específico, na escola não há dois alunos iguais. Todos requerem tratamento diferenciado. É por isso que a noção de turma e de lição igual para todos perderam sentido. É preciso aprender de outro modo, à medida de cada um.
Este problema é transversal a todo o sistema educativo e é por isso que é difícil, lento e tem de ser pensado transversalmente por pessoas que saibam conceber a escola como comunidade de formação e de aprendizagem, capaz de se pensar a si própria em função das necessidades dos seus alunos, dos seus professores e também dos pais.
A história vivida da formação docente mostra-nos que a sua qualidade foi diminuindo com o aumento progressivo do número de professores como resposta ao aumento exponencial do número de alunos. O investimento na qualidade foi inversamente proporcional ao aumento da quantidade. O problema maior é que neste momento os sistemas de formação, até ao mais alto nível – universidades e politécnicos – assentam em modelos de educação e de escola centralizados, burocráticos, normalizados, magistrais e ultrapassados. Generalizar é sempre um risco e não posso excluir a existência de formadores e polos de formação de excelência. Mas os casos concretos que vou acompanhando em diferentes escolas de nível superior assentam muito em modelos ultrapassados, massificados, com um suporte online normalizado, bibliografias de há 20 anos e exames tradicionais que não acrescentam nada ao modo como os formandos aprenderam como alunos em tempos distantes. São sistemas reprodutores de modelos que pretendemos ultrapassar.
Tenho visto boas iniciativas privadas que gostaria de ver no ensino público, assentes no empreendedorismo, na inovação, na criatividade, na autonomia e responsabilidade das escolas. E autarquias apoiando programas de formação nesta onda para escolas públicas dos respetivos concelhos, visando mudar os velhos modelos de ensino assentes na transmissão por inovadoras estratégias de aprendizagem.
A formação de qualidade tem de estar ancorada nas escolas, em grupos de formação que possam observar, participar, analisar e debater as práticas, apontar caminhos em função de diagnósticos personalizados. Aprendemos uns com os outros, em comunidades de aprendizagem. Os novos professores têm de passar por aqui e os professores dos quadros devem ter incentivos para poderem motivar-se, atualizar-se, rejuvenescer, aderir aos novos movimentos de inovação e serem promovidos em função das melhorias adquiridas. É preciso pôr em movimento todo um sistema que o centralismo imobilizou. “Todo o mundo é composto de mudança”. Uma mudança orientada para responder a todas as mudanças que se operaram fora da escola e que se abatem sobre as nossas cabeças.
José Afonso Baptista | Ciências da Educação | Beiras 2022.09.29
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Um aluno de 18 anos foi agredido, esta quarta-feira, com uma arma branca por um colega de 14 anos na Escola Secundária de Águas Santas, na Maia.
A vítima sofreu ferimentos ligeiros, segundo disse uma fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) do Porto à agência Lusa. A agressão aconteceu no interior da escola por volta das 11h35, indicou a mesma fonte.
Uma hora mais tarde, a Polícia de Segurança Pública chegou ao local para apurar as circunstâncias em que este ato violento aconteceu.
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Associação para o Desenvolvimento Económico e Social defende concursos para vinculação com duas etapas. Mantém-se a graduação profissional e escolas escolhem depois a partir de um shortlist. A solução, que é apresentada esta quarta-feira num debate, implicaria que os concursos para quadro de agrupamento fossem mais demorados.
Seria um “ponto intermédio” entre o actual modelo de contratação dos professores, baseado na sua graduação profissional, e um sistema aberto, em que são as próprias escolas a escolher quem vai integrar os seus quadros. A Sedes – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social defende que os concursos para a vinculação dos docentes aos quadros de agrupamento passem a ter duas etapas. Numa primeira, a lista nacional continuaria a servir para ordenar os docentes, uma segunda etapa com um júri constituído por cada agrupamento que faça uma “apreciação qualitativa e mais aprofundada”
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Em causa estão as receitas próprias das instituições de ensino, que no final de cada ano civil são encaminhadas para o Tesouro. Diretores pedem a devolução urgente do dinheiro e há uma escola em Lisboa que reivindica a devolução de 168 mil euros.
Com o ano letivo já a decorrer, o Estado continua a reter milhares de euros das escolas. Em causa estão as receitas próprias das instituições de ensino conseguidas com as vendas nos bares ou o aluguer de espaços, que no final de cada ano civil são encaminhadas para o Tesouro. Ministério da Educação promete resolver o problema em breve.
Regra geral, esse dinheiro é depois devolvido no início do ano seguinte, mas já passaram nove meses e ainda não foi transferido para as escolas.
Por norma, o Governo entrega às escolas orçamentos para cada ano letivo no mês de março, mas este ano ainda não se concretizou.
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