Aviso de abertura de procedimento concursal simplificado (local) – Espanha – MAD31
Informam-se todos os interessados que se encontra aberto um procedimento concursal simplificado (local) destinado ao recrutamento local de professore do ensino português no estrangeiro para o 1.º e 2.º CEB – língua espanhola – horário a prover, em substituição, horário MAD31.
«Quero expressar o meu apoio e solidariedade à Professora que foi agredida na Figueira da Foz. Todos os atos de violência são injustificáveis e inaceitáveis. A agressão a um Professor constitui um ataque aos que mais contribuem para o desenvolvimento humano. Todos os cidadãos, todas as famílias e comunidades, devem dar o exemplo de respeito pelos professores, reconhecendo-lhes o seu papel inestimável e a sua autoridade».
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Sindicatos pedem acção do Governo através de “uma afirmação clara contra a violência exercida sobre os professores e o anúncio de medidas concretas destinadas a preveni-la”. Professora já teve alta hospitalar, depois de agredida à entrada do Centro Escolar de Vila Verde e de ter sido transportada para o Hospital Distrital da Figueira da Foz.
Será assim tão difícil perceber qual o motivo de, atualmente, ninguém querer vir a vestir a camisola de professor?
Uma sociedade cheia de cidadãos hipócritas que acusam os professores de exercerem uma profissão cheia de privilégios, com elevados salários, pouco trabalho e muitas férias, quando convidados a ingressarem na profissão, são os primeiros a dizer que, tanto eles com os seus queridos rebentos, jamais seriam professores.
Como se não bastassem esses alegados privilégios da profissão, como a itinerância de andar de escola em escola pelo continente e ilhas, sem estabilidade durante décadas, com sobrecarga de trabalho e salário miserável, ainda existe a maravilhosa regalia de serem alvo de toda uma sociedade que em nada é exemplo para ninguém. Professores que, fruto de uma imensa campanha de desinformação e difamação política, são atualmente saco de pancada verbal e física de toda a gente.
“Ontem” dez cidadãos entraram numa escola e agrediram violentamente uma professora. Alegadamente, progenitoras que deram ali um belo exemplo de cidadania a uma criança que, segundo testemunhas, também ela terá participado naquela barbárie. Derrubada no chão, indefesa, foi brutalmente socada, pontapeada e arrastada pelos cabelos por um bando de gente malformada, é o exemplo acabado de toda uma prolongada campanha contra a figura do “Professor”.
Por isso, “amanhã”, no banco dos réus, não deveriam estar apenas sentados os autores destas atrocidades; deveriam ser chamados a prestar contas perante a justiça todos aqueles que, durante anos, prestaram falsas declarações, desinformação e injúrias que fragilizaram os professores; deveriam responder pelas suas palavras e atos, classe política, comunicação social, analistas e comentadores que têm contribuído para que isto aconteça. Todos eles cúmplices deste crime público contra os professores, contra a nação. Afinal, que sociedade é esta que estamos a criar que vai permitindo que reiteradamente isto aconteça?
A justiça inoperante acaba por ser conivente com estes casos em que os agressores saem em liberdade ou sentenciados com mero trabalho comunitário que raramente cumprem. É por termos uma justiça ineficaz que se legitima que casos destes se multipliquem e os professores se sintam cada vez mais inseguros, isolados, incompreendidos e desautorizados. É por sentirem toda esta impunidade que os agressores fazem o que querem dos professores.
Como em tantas outras vezes, mais uma vez os agressores sairão impunes enquanto a vítima terá de carregar consigo marcas físicas e psicológicas para toda a vida.
Não me interessa se o aluno e toda aquela gente desumana tinha ou não razão. Aquele ato é, simplesmente, inadmissível e imperdoável.
Colegas, chega deste silêncio conivente de cada um de nós perante esta agressão intolerável.
Quem maltrata um professor, maltrata toda a classe.
“Ontem” foi ela, amanhã poderá ser qualquer um de nós, as nossas esposas, maridos, pais, filhos…
Seria bom que os professores se unissem à porta das escolas a prestar-lhe homenagem; prestar-lhe solidariedade a ela e a todos os professores agredidos no exercício da sua profissão; prestar um tributo a todos os professores que têm sido física e psicologicamente agredidos; uma hora em que todos nós, professores, devemos sair das nossas salas de aula ou dos professores, das nossas casas e virmos até ao portão das nossas escolas dizer “Basta!”; basta de sermos maltratados; basta de toda esta violência que, incompreensivelmente, há décadas é exercida sobre nós por toda uma sociedade; basta de admitirmos o constante ataque de uma classe política e, sobretudo, do ministério da educação que ao longo de tantos anos não teve uma palavra de apreço pelo importante e difícil trabalho dos professores só abrindo a boca para nos vilipendiar; basta de alunos que desrespeitam os professores e de pais que, quando não são mal-educados com os docentes, limitam-se a ir à escola insultá-los ou espancá-los. Professores que, fragilizados, mal pagos e marginalizados, mais não são do que um saco de pancada de toda uma sociedade. Professores, uma classe que física e verbalmente tem sido espancada até à morte, agredida até à sua extinção.
Seria bom que, mais do que palavras, demonstrássemos solidariedade entre nós e não deixarmos aquela colega, mais uma vez, só; que à porta de todas as escolas, num dia marcado pelos sindicatos, os seus colegas de profissão, incluindo os que estão nas direções, estivessem à porta das escolas; que também lá estivessem os assistentes operacionais e técnicos que, também eles, tantas vezes vítimas de agressões, compreendem melhor do que ninguém a nossa dor; aprazia-me encontrar também, do nosso lado, pais que desaprovam todo e qualquer género de violência sobre aqueles que, no desempenho da sua profissão, estão diariamente a dar o seu melhor pelo futuro dos seus filhos.
Professores que estivessem à porta de uma escola portuguesa a dizer “Basta” e que não permitem que situações como esta voltem a acontecer.
(Colega, na sua angústia e desespero, quero que saiba que não está só. Quando a violentaram, mais de cem mil professores foram agredidos; quando a silenciaram, hoje mil vozes falarão por si; quando, pelo exercício da sua profissão, a culparam e castigaram sem direito a defesa, a uma só voz, toda a classe, incondicionalmente, defende-a a si. O meu abraço de conforto e solidariedade)
Carlos Santos
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