Um bom ambiente de trabalho e de estudo, a par com a capacidade intelectual, a predisposição física e mental, a motivação e a organização individual, constitui um dos fatores que promovem o sucesso educativo e académico. Conscientes da sua importância na promoção de competências de aprendizagem, sobretudo em alunos com necessidades educativas especiais, propomos a renovação e equipamento das salas afetas ao Núcleo Educação Especial da Escola Secundária Antero de Quental.
Viana do Castelo deu o pontapé de saída, seguiu-se Aveiro, Vila Real, Viseu… Em Viana do Castelo já vão para a quarta vigília, em Aveiro também, em Viseu a terceira vigília está marcada para dia 21.
No dia 5 de outubro, um grupo de professores fez-se ouvir nas comemorações do dia da Implantação da República que partilha a data com o Dia do Professor. A responsabilidade foi do Movimento de Professores Monodocentes para reivindicar equidade, justiça e direitos perdidos para os dois grupos de docência que exercem em monodocência, horários de trabalho letivo iguais aos outros docentes de outros ciclos de ensino.
Mas esta manifestação não está isolada. Outros grupos de docentes de todos os grupos de docência
têm organizado vigílias pelo país a fora, predominantemente no norte e centro os professores têm
saído à rua em luta e discutido os problemas de que a profissão padece.
Viana do Castelo deu o pontapé de saída, seguiu-se Aveiro, Vila Real, Viseu… em Viana do Castelo já
vão para a quarta vigília, em Aveiro também, em Viseu a terceira vigília está marcada para dia 21
deste mês, onde na primeira estiveram presentes 40 docentes, na segunda mais de 120.
A singularidade destas vigílias/manifestações é não serem organizadas por sindicatos, mas, sim, por
grupos ou docentes sem vínculo sindical. Até agora, só um sindicato se manifestou, favoravelmente,
a estas iniciativas que têm como objetivo espicaçá-los. Mas a independência destas vigílias tem
trazido ao de cima o descontentamento, a força que os professores podem ter e a união que começa
a ver-se, numa classe que tem como membros mais de 100 mil trabalhadores.
Em tempos idos, este tipo de movimento aconteceu entre 2007 e 2008, com vigílias, assembleias
improvisadas nas escolas e que levou á grande manifestação de março de 2008 onde estiveram
presentes 100 mil. Na altura, o governo viu-se obrigado a ceder em algumas das reivindicações o
que levou a nova alteração do Estatuto da Carreira Docente e, principalmente, à extinção da divisão
da carreira em dois tipos de professores.
Os professores chegaram a um ponto em que não estão dispostos a continuar a ser desvalorizados.
As condições de trabalho, o excesso do mesmo, apesar da retórica da desburocratização, a
sonegação de 6 anos, 6 meses e 23 dias de serviço para efeitos de carreira, as ultrapassagens na
carreira, que os governos provocaram, os entraves à progressão na carreira, estão em cima da mesa
e são algumas das razões que levam os professores à rua pelas cidades do país.
A falta de professores que assola Portugal, e que podia ter sido evitada, é uma vantagem que, neste
momento, os professores podem usar a seu favor nesta luta, apesar dos esforços, tardios, do
governo para a tentar resolver e, que na prática, vai fazer a educação recuar décadas na qualidade
de ensino e a sociedade na equidade de oportunidades.
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A tarefa de educação dos filhos é, primeiramente, da família e, em segundo lugar, do Poder Público. Portanto, se a família não cumpre o que ela precisa cumprir, a escola também não conseguirá.
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Uma menina de 14 anos foi espancada por colegas numa escola de Camarate, Loures, e teve de ser hospitalizada com lesões por todo o corpo.
Fonte policial disse ao CM que o ataque ocorreu a meio da tarde de sexta-feira. A vítima, que já terá sido alvo de outras agressões, foi rodeada por colegas (a maioria do sexo feminino) e espancada a murro e pontapé.
A PSP e os Bombeiros de Camarate transportaram a menor ao Hospital Beatriz Ângelo, em Loures.
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Triste por ser professor Sou desrespeitado por todos, agredido em pequenas e grandes coisas. Transformaram-me numa espécie de papel higiénico que recebe palpites de pais, diretores, presidentes de câmara, alunos, funcionários…ninguém valoriza as pestanas que queimei, a minha criatividade na construção das aulas. Todos querem que eu lhes satisfaça as vontades e de imediato. Não me deixam ensinar e partilhar o que sei. Acham que só sirvo para entreter meninos, que os devo guardar durante 24 horas, fazendo-lhes as vontades e nada exigindo. Tenho um ministro que, em conjunto com os média, destrói a minha imagem, a minha autonomia, o meu saber e a minha liberdade. Tenho colegas que lambem as botas ao poder e que se vendem por tuta e meia. Invejam e passam a pente fino tudo que lhes possa fazer sombra na luta de uns tostões para subir de escalão. Tenho frio no inverno e calor no verão, mal respiro nos cubículos a abarrotar com 30 alunos. Ando a toque de campainhas todos os dias, tal como o cão de Pavlov. Ganho mal, trabalho ao fim de semana. Mesmo assim um monte de colegas que só sabe sorrir à subserviência, aos pais superprotetores e aos pseudo pedagogos, teóricos da treta. Ganho mal, não tenho tempo para mim e para os meus. Para que raio continuo a ser professor? Só por ter acreditado que podia ajudar a deixar o mundo melhor. Não, não deixo porque não me deixam! Desisto!
Retirado da caixa de comentários em “O Meu Quintal”
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Tantas palavras de circunstância, a propósito da violência contra Professores…
O Ministro da Educação veio, há poucos dias, também ele, expressar o seu“apoio e solidariedade à Professora que foi agredida na Figueira da Foz”, acrescentado que“todos os actos de violência são injustificáveis e inaceitáveis”e, ainda, que “todos os cidadãos, todas as famílias e comunidades, devem dar o exemplo de respeito pelos professores, reconhecendo-lhes o seu papel inestimável e a sua autoridade”(Agência Lusa, em 13 de Setembro de 2022)…
Bonitas palavras! Pena é que as acções não sejam consonantes com as palavras e que, pior do que isso, sejam, muitas vezes, a negação das palavras…
Que contributo tem dado o próprio Ministério da Educação para “o exemplo de respeito pelos professores, reconhecendo-lhes o seu papel inestimável e a sua autoridade” e que o mesmo parece esperar de todos os cidadãos?
O pretenso “respeito”, que tem vindo a ser manifestado pelo Ministério da Educação em relação aos Professores, talvez se possa traduzir por isto:
– Permitir que os profissionais de Educação possam continuar a ser alvo de agressões, físicas e/ou verbais, sem que isso tenha consequências visíveis, civis e/ou criminais, para os alegados agressores;
– Alterar de forma “cega” e injusta os critérios de MPD, obrigando Professores gravemente doentes a exercerem a suas funções a dezenas ou centenas de quilómetros de casa, longe das suas famílias e do respectivo apoio ou acompanhamento…
– Permitir que Professores, comprovadamente doentes, sejam desterrados e “condenados ao degredo”, acabando, alguns deles, por morrer em serviço, ficando demonstrado, da pior forma possível, que afinal o seu pedido de MPD não era fraudulento…
– Impedir a legítima progressão na Carreira Docente, obrigando a que milhares de Professores fiquem, pelo menos mais um ano, a aguardar pela vaga necessária para poderem aceder aos5º e 7º Escalões, apesar de já terem cumprido todos os requisitos exigidos…
A publicação anual dessas (vergonhosas) Listas acentua o descrédito e a perversidade patentes nos actuais modelos de ADD e de progressão na Carreira Docente, comprovando que nenhum desses “paradigmas” visa premiar o suposto mérito ou valor de alguém, mas antes constituírem-se como instrumentos que permitem à Tutela despender, o menos dinheiro possível, em gastos com salários de Professores…
E já não é possível continuar a disfarçar o que, na verdade, é óbvio e injustificável…
– Exigir às escolas um serviço educativo diferenciador e inclusivo, sem dotar as mesmas com os meios humanos e materiais necessários, ignorando que não basta impor o “milagre da inclusão”…
– Não admitir que o clima organizacional da maior parte das escolas é dominado pela insatisfação, pela desmotivação e pela desconfiança, decorrentes tanto da acção do Ministério da Educação, como do exercício de algumas lideranças…
– Não reconhecer que a maior parte dos profissionais de Educação não se sente respeitada, nem valorizada, nem ouvida ou respondida…
– Não reconhecer que a maioria dos profissionais de Educação se encontra em “modo de sobrevivência”, sentindo-seirremediavelmente estafada, asfixiada e agoniada com tanta escola fictícia, postiça e travestida…
Portanto, palavras de circunstância, sem um significado credível e que ostensivamente negam a realidade…
Palavras, nada mais do que palavras…
Palavras ocas, que exalam falsidade, incoerentes, dominadas pela hipocrisia do que “fica bem dizer” em determinadas circunstâncias…
Ninguém precisa de “lágrimas de crocodilo”, nem de carpideiras ocasionais, muito menos as vítimas…
Precisamos, sim, de respeito pela dignidade em vida, mas, e já agora, também na morte…
De preferência, nos 365 dias de cada ano…
(Matilde)
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Duas mulheres estão a ser julgadas, no Tribunal de Setúbal, pela agressão de uma professora, dentro de uma escola básica do concelho. A mãe de um aluno do estabelecimento de ensino foi acusada de agredir a docente com uma bofetada e um pontapé, quando instigada pela outra arguida, sua cunhada.
Segundo a acusação do Ministério Público (MP), na manhã de 14 de dezembro de 2020, na Escola Básica da Bela Vista, uma docente separou dois alunos que andavam à bulha no recreio. Um deles, com dez anos, pisava o outro, de seis. Não obedecendo à ordem da docente para parar, o aluno foi agarrado pelo braço e levado para a sala de aula pela professora. À hora de almoço, foi para casa e queixou-se de ter sido agredido pela professora, o que levou a mãe, Soraia, e a tia, Lília, a dirigirem-se à escola, nessa tarde, para pedir satisfações. Acompanhadas do rapaz, as mulheres entraram na escola e foram à procura da docente, que estava na sala de professores. Aqui, pediram a uma funcionária que a chamasse, o que foi feito. “Foi esta que te bateu?”, perguntou a mãe ao rapaz, quando a professora apareceu. A criança de dez anos disse que sim.
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