Hoje foram atribuídas letras às 7 candidaturas ao Conselho Geral e de Supervisão da ADSE, sinal que a candidatura que apresentei a esta eleição está válida.
Assim sendo, apresento o lema desta candidatura e o seu mandatário. O lema da candidatura é “Por uma ADSE Mais Justa, Mais Solidária e Mais Familiar“.
O mandatário da lista é o Professor Santana Castilho e a lista é composta por 4 elementos efetivos e 4 suplentes.
Em próximos artigos irei apresentar alguns dos pontos do programa da Lista D ao Conselho Geral e de Supervisão da ADSE que tem eleições nos dias 28, 29 e 30 de novembro (por voto eletrónico) e dia 30 de novembro de forma presencial.
Dos oito candidatos da lista ao Conselho Geral da ADSE, 5 candidatos são Professores, uma candidata é Enfermeira, uma candidata é Socióloga e outra candidata é Psicóloga.
A média de idades dos 8 candidatos está abaixo dos 50 anos, de certeza que muito abaixo das tradicionais candidaturas das organizações sindicais que apresentam os reformados sindicais nestas candidaturas.
Fica em imagem a introdução do programa da Lista D, ao qual voltarei em breve.
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Fernanda Maria Teixeira de Barros, Natural de Chaves, foi-lhe recusada MPD, estava colocada em Castelo de Paiva. Sofria de diversas patologias incluindo insuficiência cardíaca.
O seu coração não aguentou…. Hoje deixou-nos…
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Na tarde de ontem, pelas 17h00, dez mulheres com idades entre os 25 e 50 anos, agrediram uma mulher de 40 anos à entrada da escola do 1º ciclo de Vila Verde, na Figueira da Foz.
A vítima é professora de Educação Física no Centro Escolar Vila Verde, foi agredida com murros e pontapés e arrastada pelos cabelos, enquanto ameaçada de morte, adianta a PSP de Coimbra.
A PSP está a desenvolver diligências no sentido de identificar as agressoras.
A agressão estará relacionada com uma alteração entre alunos ocorrida na véspera. A professora separou dois alunos que estavam-se a agredir mutuamente e um dos alunos ter-se-á queixado a familiares de que a docente o tinha agredido.
No dia seguinte a mãe do aluno e outras familiares ficaram à espera que a docente saísse da escola para a ameaçar de morte e agredir.
A mulher foi transportada para o Hospital da Figueira da Foz com ferimentos graves.
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Uma escola serve para “dar aulas”, mas não é só “dar aulas”. E para se “dar aulas” outras coisas são essenciais.
Há, entre alguns professores, um preconceito contra a “burocracia”, que muitos confundem, com uma coisa diferente que é o “excesso de burocracia”.
Dificilmente haverá quem seja mais que eu contra o excesso, mas sou muito weberiano e acho que a ironia é que muitos problemas burocráticos resultam mais da má qualidade da burocracia que sempre tem de haver.
Porque tem de haver uma forma de fazer as coisas e é isso que é a burocracia no sentido correto: os processos organizacionais e suas regras.
O governo vem, por exemplo, dizer que vai “diminuir a burocracia dos DT”. Se for um novo E360, mal pensado, mal sustentado em tecnologia frágil e estruturado em processos não testados com os utilizadores, corremos o risco de ficar pior.
Há, por aí, muito “especialista” a falar disto, que estudou pouco a teoria que daria uma boa prática. E o que mais se vê é amadores a mexer em sistemas complexos, a não perceber que lutar contra a burocracia, por vezes é contra intuitivo: não insistir na questão da quantidade mas realmente dar um impulso qualitativo aos processos.
E aí a qualidade e capacidade dos Assistentes Técnicos e suas chefias é essencial. Por muito que custe a aceitar a alguns são tão essenciais ao funcionamento como quem dá aulas.
Os professores recém colocados que no dia 23 de setembro ou agora a 23 de outubro vão receber o seu salário religiosamente não fazem ideia do custo funcional e stress de produzir esse resultado que acham “natural”.
Pessoas que trabalham muito, têm salários baixos, sujeitos a injustiças de carreira que demoram imenso a descrever e que pela complexidade custam muito a abordar e são incompreendidos.
Muitos deles, com tanta ou mais formação que professores.
Um coordenador técnico tem responsabilidades sobre milhões de euros, mas ganha pouco mais de mil euros. E pelos vistos, em alguns casos, nem lhes reconhecem direitos básicos.
Imaginem uma companhia aérea só com pilotos. Acham que os aviões voavam com conforto para os passageiros, só com pilotos?
Luís Sottomaior Braga
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Josefa Marques era professora do 1º ciclo do ensino básico, mãe de dois filhos, tinha 51 anos e morreu na sequência de um acidente vascular cerebral, que se somou a uma doença oncológica em grau avançado. Josefa Marques fazia quimioterapia. Nos últimos anos, o Regime de Mobilidade por Doença, colocando-a sempre perto da sua residência, permitiu-lhe ter o apoio da família. Mas a mudança ditada por João Costa, em nome da gestão de curto prazo de uma entidade metafísica despersonalizada, a que os tecnocratas chamam capital humano, foi colocá-la este ano a 207 quilómetros de casa.
Quando julgava que tínhamos chegado ao limite da desumanidade e do cinismo, eis que o ministro da Educação, em momento de dor e à boleia da ladainha arcaica do lamento, veio publicamente lembrar que “o Regime de Mobilidade por Doença permitia que a requerente apresentasse 11 escolas de proximidade para onde pretendia a deslocação, tendo a docente indicado [apenas] três opções”. Subliminarmente, subjacente ao lamento, eis mais uma facada de magarefe destro: afinal, a culpa foi da requerente!
Josefa Marques, inconformada com a insensibilidade com que o seu caso foi apreciado, pediu a revisão da falta de vaga na terra. O ministro da Educação respondeu-lhe assim, depois de morta. Espero que a justiça divina tenha sido mais magnânima que a justiça de João Costa e Josefa Marques tenha encontrado uma vaga no céu.
Naturalmente que não atribuo a João Costa responsabilidade directa na morte da professora Josefa Marques. Mas acuso-o de assédio moral no último transe da vida dela, por lhe ter recusado, sem qualquer vestígio de humanidade, solidariedade, empatia, sequer, a mobilidade por doença. No calvário que viveu durante os seis anos em que lutou contra o cancro, não deve ter havido nada mais doloroso do que ser destratada pelo sistema que serviu toda a vida quando, no fim dela, corpo carente de veneno quimioterápico, a mandaram trabalhar a 207 quilómetros dos seus.
A República vai pagar um preço alto por ter deixado a Educação nas mãos de João Costa. Misturar a sua cegueira com a busca de soluções tem sido desastroso para a escola pública. As manipulações, que antes tentava alinhar com a ortodoxia estatística, são cada vez mais descaradas e inesperadas.
A 26 de Setembro, durante uma visita a uma escola de Santo Tirso, João Costa disse haver, por semana, mil baixas por doença, apresentadas por professores. Mas falando de horários por preencher já usou um indicador percentual: 3%. No sistema de ensino labutam 130517 professores. Se seguisse a mesma regra, o ministro poderia ter dito que o número de baixas que referiu correspondia a 0,76% dos professores. Porque escolheu o valor absoluto em vez do percentual? Obviamente porque 1000 impressiona bem mais que 0,76.
Perdi a paciência para lidar com hipócritas, porque é graças à generosidade dos que os suportam que classes profissionais inteiras são esmagadas e enxovalhadas constantemente. Mas no transe dramático em que a morte de Josefa Marques nos mergulhou, não posso deixar de pensar nos outros 2876 professores, de frágil saúde física e psíquica dentro de uma classe globalmente demasiado castigada, a quem, tendo sido reconhecida uma doença incapacitante, foi negada uma mudança de escola ao abrigo do Regime de Mobilidade por Doença. Por eles, em nome deles, permita, professor-ministro, que um velho, que deu à Educação os melhores anos da sua vida e também passou pela política, que na política conheceu as piores pessoas, as mais mesquinhas, as mais desonestas, as mais incompetentes, e nas escolas se cruzou com as melhores, as mais generosas, as mais sabedoras, as mais humanas, lhe recorde uma máxima dos escuteiros, de que o senhor também é chefe: nunca é tarde para nos reconciliarmos com a justiça e reconhecer que nos enganámos.
Se não for capaz, ao menos não coce a barriga quando morrer outro professor!
In “Público” de 12.10.22
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