Afinal de que se está falar quando identificamos uma discriminação laboral dos professores em monodocência?
A decência para a monodocência: Será desta, dr. António Costa?
Estávamos no dia 8 de Junho de 2017. No debate quinzenal na Assembleia da República, António Costa fez história ao ser o primeiro político, e no caso enquanto primeiro-ministro, a falar de uma situação de enorme injustiça social que é a da discriminação laboral dos professores em monodocência. Quando questionado sobre as reformas antecipadas para este grupo específico de professores, disse à época: “Relativamente à idade de reforma, como sabe, aquilo que é entendimento pacífico é que não deve haver alterações nessa idade, deve haver sim, uma alteração e criar condições, para que possa haver um conteúdo funcional distinto, em particular, relativamente àquelas situações onde há efectivamente discriminação, que tem a ver com situações de monodocência que não beneficiam de redução de horário.”
15 comentários
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E para quando o fim da discriminação dos professores do ensino secundário ou pré-universitário com a carreira unica ?
Este enteado de uma meretriz de 5ª categoria aparece sempre com a cassete de VHS…
Começo a ficar farto disto: que dizer das /dos colegas do 1º ciclo que se reformaram com 52 anos de idade na década de 2000? Com a reforma por inteiro? E que dizer da tal questão que estes referidos colegas têm: com 25 anos de serviço, podem ter uma aninho inteiro sem componente letiva? Enfim…
Deixa de ser asno. Propaganda não é realidade.
O pessoal que está no ativo vai trabalhar todo até aos 67 anos. Que raio de culpa tem os professores com 50 anos dessa situação do passado?
Um prof do 1º ciclo tem um horário em que a palavra hora corresponde a 60 minutos, coisa estranha para ti que só corresponde a 50 minutos. Em tempo efetivo de trabalho um prof do 1º ciclo trabalha mais horas ao longo do ano letivo e de toda a carreira.
A paragem de um ano sem componente letiva só acontece aos 25 anos de carreira, enquanto a redução de componente letiva do 2º, 3º e secundário é permanente e progressiva. Não há cada dias de folga, de preferência à segunda ou sexta se fores “amigo” da direção.
O professor do 1º ciclo tem uma redução de componente letiva de 5 horas apenas ao atingir 60 anos.
Se fizeres as contas facilmente percebes que ficas a ganhar por muito., por isso mais vale estar calado.
Sim é isso tudo, sobretudo se pensarmos que o professor do 1º ciclo tem em média 100 alunos por ano. LOL. É só rir. Nem me apetece falar da quantidade de níveis… etc. Avaliação externa? Que é isso, pergunta o colega do 1º ciclo. Elaborar e corrigir provas de exame? Que é isso?
Na maior parte das turmas de 1º ciclo existem dois níveis de ensino (por exemplo leciono 3º e 4º ano ao mesmo tempo). Imagina que queres lecionar história a 22 alunos do 5º e ao 6º ano ao mesmo tempo e na mesma sala.
Quando corriges provas de exame de acordo com a norma do JNE ficas dispensado de certas tarefas burocráticas como todos os outros, ou achas que no 1º ciclo já não se aplicaram e corrigiram provas e exames?
O trabalho específico é diferente como é óbvio, mas a realidade dos números não mente. Os educadores de infância e profs do 1º ciclo são os que efetivamente trabalham mais horas na sua carreira letiva.
Lerdo, mas não tentes atirar areia para os olhos.
Cala-te pá…não sabes do que falas. Estás a generalizar sem noção da realidade. És tu que num mesmo dia dás aulas de Português, Matemática, Estudo do Meio, Expressão Plástica; Música e Ed. Física queres ver! Sim, eu dou estas aulas todas todos os dias! Sim , leste bem, todos os dias! Mesmo que tivesses num mesmo dia alunos de 6 níveis diferentes, que dúvida, aliás que sei q não tens, eu preparo mais aulas do que tu…de longe!!!
E este ano só tenho alunos do 4ºano…pq ainda há 2 anos tinha alunos do 2º e 3º na mesma turma.
Há casos de educadoras e professores do 1.º ciclo, que descontaram 50 mil euros para a CGA e, vivendo até perto dos 80 anos, irão receber cerca de 1 milhão de mocas. Foi o euromilhões!
Os culpados continuam à solta e sem julgamento: Cavaco e Guterres.
Karamba, tens razão.
Há casos de educadoras e professores do 1.º ciclo, que descontaram 50 mil euros para a CGA e, vivendo até perto dos 80 anos, irão receber cerca de 1 milhão de mocas. Foi o euromilhões!
Os culpados continuam à solta e sem julgamento: Cavaco e Guterres.
Já tomaste a dose diária da versão Sardão Costa de 30 de janeiro, para acalmares?
Coitaditos!!!
São sempre os mesmos a fazerem estes comentários e sempre iguais nem sequer mudam nada.
Os Educadores de Infância nada fizeram deles, se é que os tiveram, os Professores do 1º Ciclo também não, a família devia ser muito desestruturada, pois também nada de construtivo lhe ensinaram, ou então o material era tão duro, que nada se conseguiu fazer.
Os professores não fazem milagres com estes alunos com problemas cognitivos e comportamentos disruptivos, por isso estão tão atrasados na evolução do sistema educativo, nunca aprenderam nada de nada. É deprimente para quem lê, continua a não haver seleção dos comentários, o que desconfigura este blog tão importante para alguns professores. Eu sou das que visita este blog todos os dias, para me atualizar.
Já dei aulas na universidade pública muitos anos , com turmas de 80 alunos. Ao mesmo tempo dei aulas à noite a professores, que estavam a tirar as licenciaturas, com turmas de 60 alunos. Já trabalhei na preparatória, tive várias vezes 9 turmas e uma direção de turma, já dei aulas a adultos por unidades capitalizáveis, para quem sabe o petisco que é.
Mas já dei aulas a uma turma do 1º ciclo com quatro anos de escolaridade, numa aldeia, na mesma sala acumulando com o cargo de coordenação de departamento.
Posso garantir que é uma experiência única para trabalhar a sério e quem pretender experimentar. Sem as reduções dos outros níveis de ensino, os dias livres as tardes ou manhãs.
Muito fazem os educadores e professores do 1º ciclo pelas crianças pequenas que nada trazem de casa, nem sequer educação, autonomia, regras, etc… São de facto as amas secas dos que não têm pais, os que dão os lápis a quem não os trás, as folhas, a cola, porque os tais pais não sabem que os meninos não têm material, são os que dão carinho, educação, cultura, competências, asas para voar para uma cidadania ativa. Claro que nem todos lá chegam…Aqui nota-se bem pelos comentários.
Tenho pena de virem aqui sempre estes analfabetos de profissão.” Felizes dos pobres de espírito que deles é o reino dos céus.”
“Eu sou das que visita este blog todos os dias, para me atualizar”… pois outro tempo – avaliar um aluno era possível. Hoje é uma odisseia. Só quem “lá” está é que sabe! Quanto às fragilidades e vulnerabilidades das ditas crianças, infelizmente mantêm-se, sendo ainda ligeiramente mais apuradas. Para quem não sabe, as crianças tornam-se semi-adultas, com tudo o que isso implique, pois claro. Ah, só também para quem exerce . Noutros tempos, a indisciplina resolvia-se de outra maneira.
Quanto à publicidade sobre a polivalência da docência… Cruzes! Meu Deus! Que difícil!!! Enxergue-se e descanse.
Todos os professores deveriam ter direitos equiparados, sem dúvida. O problema são as generalizações: quem trabalha mais que quem. A generalidade dos professores de 1º ciclo trabalha muito, sem dúvida. E há professores de outros ciclos que trabalham mais ainda, com horários péssimos cheios de furos, com reduções de componente letiva do 79º que são uma falácia, pois são ocupadas com tarefas que ainda sobrecarregam mais do que as aulas em turma, a lecionar disciplinas com uma exigência científica que obriga a preparação de aulas e cuidados rigorosíssimos no processo E-A. Nesta discussão, o que faz falta é perceber que não é o nível de ensino que determina stricto sensu a justiça ou a injustiça das compensações do 79.º, mas as características do trabalho a um nível casuístico. A discussão está a ser mal feita, e pelas várias partes. Também não duvido que esta luta dos monodocentes não recolhe a empatia que lhes é devida por parte dos outros docentes apenas pelo simples facto de, num passado não muito recente, haver um regime de aposentação que hoje é impensável e financeiramente insustentável para a CGA. Mas quem ficou, não deve ser penalizado por isso!!
Concordo com A prof . Vamos continuar a discutir habilitações literárias, quando isso já era, vamos continuar a discutir quem se reformou com muito dinheiro em função das habilitações que tinha? Isso aconteceu em todos os ciclos. Havia professores com o antigo 5º ano antigo das escolas industriais e comerciais, a lecionar nas preparatórias que passaram a bacharel com um dossier. Havia professores na formação em serviço porque não tinham parte pedagógica, montes deles estudaram na universidade aberta, também fui das que estive nesse processo como vigilante de exames. A minha professora de matemática do antigo 7º ano ( 11º hoje) tinha apenas o 7º ano, não foi assim há tantos anos. No meu mestrado de saúde tive colegas médicos com especialidades e tive por vezes médicos sem especialidade a darem-nos aulas, é certo que também tive prof. doutores. Mas voltará a ser pior do que era pois o ensino degradou-se pelas nossas mãos e ninguém quer ir para professor. Vão ter que meter qualquer um, ” talvez quem sabe com um curso profissional”.
Não falem do passado, falem do futuro, pois as exigências do passado não são as de amanhã. Como dizia alguém há tempos” temos ensino do sec. 19, professores do século 20 e alunos do século 21″.
Quem entender ir por aí podia pegar nos deputados. Quanto ganham, quanto não gastam com as mordomias que têm, com quanto tempo têm direto à reforma? Quanto vão usufruir em euros? O que fazem por nós? Precisamos de tantos? Quantos ministros, assessores, carros…Quem são os que mais nos roubam para encherem os bolsos, com os nossos impostos, até poderíamos fazer aqui uns diálogos muito fixes. Agora professores a falarem sempre mal de professores, é por isso que eles também sabem com quem lidam e fazem de nós um lixo, cada um tem o que merece.
Lerdo II – “Enxergue-se e descanse”, engraçado este Lerdo II, não preciso de espelho, não estou cansada, nem tão pouco reformada. Estou a avaliar alunos e professores que às vezes são bem mais difíceis. São os tais que não se enxergam e estão sempre cansados não sei se será o seu caso, mas não se sabem autoavaliar e todos querem muito bom ou excelente.
No ontem escolhi esta profissão, gostei, adorei, tive experiências inesquecíveis, no hoje, apenas não a detesto totalmente mas não me dá felicidade, mas também digo que não vem dos alunos, mas sim dos colegas, no amanhã vou esperar que quem me comeu a carne que me coma os ossos. Isto é para responder a quem por vezes pergunta, porque não sais. Se não morrer até lá, vou esperar pela miséria da reforma.
É incomparável 1º ciclo com restantes ciclos; logo, é natural que metodologia de trabalho seja diferente. Por isso é que no 1º ciclo só se trabalha com uma turma todo o ano letivo e durante toda a carreira, ou seja, em média trabalha com 25 alunos durante o ano. Nos outros ciclos trabalha-se, em média, com 100 alunos…
Portanto, trabalho diferente, condições diferentes…