Partir a loiça” ou, nem que fosse, “partir um prato

“Partir a loiça”, que é como quem diz, protestar de forma exaltada, elevar o tom de voz e mostrar desagrado ou indignação, de um modo explícito e público…

Na maior parte das escolas, há muito tempo que praticamente não se protesta ou reivindica, “não se parte qualquer loiça, nem sequer um prato”, e muito menos se reclama de forma exaltada; se eleva o tom de voz; ou se mostra desagrado ou indignação, explícita e publicamente…

A “etiqueta dos costumes” vigente não o permite… Mas, e paradoxalmente, concede que se cometam os mais variados atropelos à liberdade de expressão, na medida em que, muitas vezes, se bloqueia e veta a livre manifestação de opiniões ou de ideias, pairando frequentemente no ar a possibilidade de existirem represálias e censura…

Indecorosamente, essa “etiqueta dos costumes” também costuma tolerar aqueles que agem como se fossem os proprietários de determinadas Escolas Públicas, confundindo a prestação de Serviço Público com a defesa primordial de interesses e ambições pessoais…

No geral, cala-se, consente-se e aguenta-se, quase sempre com receio de “escândalos” ou de “cair em desgraça”…

Sempre muito “certinhos”, contidos, conformados, silenciosos e acomodados ao ritual, é assim que se quer a gente que trabalha nas escolas…

Quantas vezes apetece “partir a loiça”? Mas quantas vezes se “parte a loiça”?

Nas escolas existem alguns “bem iluminados” que só conseguem lidar com um ponto de vista, que normalmente é o seu…

Pontos de vista diferentes desses são frequentemente interpretados como afrontas ou agravos, muitas vezes intolerados e quase sempre indesejados…

Esses “bem iluminados” parecem mover-se por um inultrapassável pensamento egocêntrico:

Não reconhecem perspectivas diferentes das suas; os outros têm o dever de pensar igual a si; sempre muito ufanos, vêem-se a si próprios como o “Centro do Universo”, eles são o “Sol”, e todos devem “gravitar à sua volta”; incapazes de mostrar empatia, não compreendem a necessidade de dar explicações a alguém; ainda que levemente contrariados, tendem a reagir de forma impetuosa e desproporcionada, dominados pela irritação, teimosia e mau humor, incapazes de gerir a sua frustração …

(Jean Piaget deve estar a “dar voltas na tumba”, assombrado com alguns adultos “birrentos”, que parecem não ter conseguido ultrapassar a Fase do Egocentrismo Infantil).

De que serve a falta de ousadia patente em ser sempre “muito certinho”?

Serve, sobretudo, para incentivar e reforçar a continuidade dos comportamentos abusivos e autoritários de muitos “bem iluminados”… Não sendo contrariados nem confrontados com qualquer oposição, que necessidade terão de alterar essa conduta?

Tantos “Órgãos-Fantoche” e tanto servilismo, encapotados de Democracia… Tanta “ladainha esotérica” e ininteligível, camuflada de “inovação”…

Ser muito “certinho” pode mesmo chegar a ser confrangedor… Confrangedor, sobretudo quando se observam pessoas incapazes de se afirmarem e de pensarem por si próprias e que se deixam anular de uma forma incompreensível, dispostas a abdicar da sua dignidade, como se fossem propriedade de alguém ou como se tivessem abomináveis “obrigações de vassalo”…

Desde o ambiente claustrofóbico e asfixiante que se vive em muitos Agrupamentos até às políticas do Ministério da Educação que, recorrentemente, culminam em monumentais trapalhadas e absurdos, motivos não faltam aos profissionais de Educação para “partir a loiça”…

E são tantas as trapalhadas e os absurdos “made in” Ministério da Educação, quase sempre corroborados e ratificados pela maior parte das Direcções de Agrupamentos, que se chega ao despautério de considerar tal hábito como normal e aceitável…

Contudo, a abundância desses motivos não tem gerado reacções contestatárias, contundentes e ostensivas, por parte dos profissionais de Educação, que parecem resignados a aceitar o marasmo, em vez de darem visibilidade à sua insatisfação…

O que ganham os profissionais de Educação com essa atitude? Não ganham nada e têm vindo a perder muito…

Perde-se a credibilidade das reclamações, ainda que as mesmas sejam quase sempre realizadas de forma “oficiosa”, e perde-se a força da classe profissional que, pelo elevado número de constituintes e pela respectiva formação académica, deveria ser capaz de se afirmar e de se fazer ouvir…

Não há dúvida de que os profissionais de Educação têm vindo a ser vítimas de muitas imposições desarrazoadas remetidas por Direcções de Agrupamentos e pelo Ministério da Educação, mas isso também não os iliba da atitude passiva frequentemente demonstrada…

Obviamente, o Ministério da Educação conhece bem essa passividade, conta com ela e sabe que, à partida, poderá decretar as medidas mais fantasiosas e delirantes, sem encontrar resistência significativa…

Só assim se compreende que o trabalho dos profissionais de Educação seja frequentemente desrespeitado e que esteja refém de medidas educativas absurdas e insanas há vários anos, sem que nada, realmente consequente, aconteça no sentido de as contrariar ou invalidar…

E não se sai disso… E não se luta por melhor do que isso…

Os maiores Sindicatos e os Partidos Políticos, tanto os de Direita como os de Esquerda, não estão dispostos a “partir a loiça” por ninguém, já se percebeu…

O que resta? Resta a contribuição pessoal e insubstituível dos profissionais de Educação, se conseguirem olhar além do seu próprio umbigo…

Quanta raiva contida e reprimida, à espera de ser exteriorizada, existirá por aí?

Há quanto tempo, cada um, não “parte um prato”?

(Aproxima-se o Ano Novo e com ele 365 novas oportunidades para “partir a loiça”… Ou isso ou 365 novas oportunidades para continuar a aceitar que façam de si “gato-sapato”…).

(Matilde)

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26 comentários

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    • Marcie on 26 de Dezembro de 2021 at 11:27
    • Responder

    Greve de 2 semanas e o país parava!

    • Lucinda on 26 de Dezembro de 2021 at 12:09
    • Responder

    A classe docente sempre foi uma classe de carneirada ordeirinha. Sempre dada ao esquema da “graxinha”.

      • Mirtha Rodriguez on 26 de Dezembro de 2021 at 19:38
      • Responder

      Para fazerem a vida negra àqueles que não o são, alinhando por esquemas de queixinhas, traições e intriguices. Há uns tempo atrás tive um colega sindicalista que me disse que a maioria das queixas nas direções Regionais de Educação eram movidas por maus colegas/colegas maus… números muito superiores aos dos processos movidos por E.E.
      Em pouco tempo fiquei a saber que aqui em Portugal existem muitos colegas muito mázinhos, muito maus colegas.

    • maria on 26 de Dezembro de 2021 at 12:23
    • Responder

    Os directores (ou assim chamados)

    a) Ao contrário de outros tempos , qualquer professorzeco pode ser director .
    b) Esse “qualquer” agudizou-se com a emergência dos promíscuos Ajuntamentos ( de escolas e escolinhas). Aqui chegados, “qualquer um” pode ser guindado a essa condição – independentemente do nível de ensino a que pertence (da creche ao secundário) ; independentemente do grupo “de recrutamento” (dos trabalhos manuais à físico-química) ; independentemente das suas qualificações académicas (ou falta delas); independentemente de ser culto ou semi-analfabeto . Na choldra, é tudo igual . O mais canhestro iletrado tem o supremo poder de “avaliar” e “dar ordens” a um Professor do Ensino Secundário, com formação universitária séria.

      • Joaquim on 27 de Dezembro de 2021 at 9:05
      • Responder

      Ó maria, estás a dalar na universidade de há 40 anos (atrás). Certo?
      Bem sabes que a de agora (onde tu te formaste) é merda igual…
      Vai dar banho ai cão!

    • Conversa para boi dormir on 26 de Dezembro de 2021 at 13:13
    • Responder

    É típico dos docentes acharem que deverão ser os colegas a lutar por eles.
    À colega Matilde eu questiono o que já fez por aquilo que aqui ,facilmente,argumenta.

      • Sim, chefe on 26 de Dezembro de 2021 at 13:33
      • Responder

      O boi leu, mas não gostou. Porque será? Ainda teve tempo para comentar, pelo que não deve ter adormecido.

    • Rui Filipe on 26 de Dezembro de 2021 at 16:52
    • Responder

    O mal do nosso país, uma semi-ilha, foi termos vivido cerca de meio século como ilha maldita, dominados por tiranos políticos, ( Salazar não governou ou desgovernou sozinho ), por tiranos militares e religiosos.Isso deixou marcas para muito tempo, para muitas gerações e reflete-se ainda hoje, nas nossas escolas.
    Faltam-nos bases de liberdade, de democracia e de igualdade de oportunidades, que surgiram com o 25 de abril e com a adesão à UE.
    Os países mais desenvolvidos têm esses valores no seu ADN, transmitidos de geração em geração.Portanto, separam-nos um fosso ainda enorme, entre nós e aqueles que pela sua educação a começar pela família, pelo ensino e outras áreas da vida, desde cedo e há muito tempo, de uma forma coletiva, se habituaram nos seus locais de trabalho ou na rua,
    a lutarem pela liberdade contra a opressão, contra a castração, fosse esta de cariz político, militar ou religioso.
    As gerações mais novas, mais cultas, vão ganhando terreno e aproximam-se desses povos mais evoluídos.Com liberdade, diálogo e transparência – valores perenes da democracia – , os povos sempre venceram.

      • Pirilau on 26 de Dezembro de 2021 at 21:46
      • Responder

      O 25 de Abril está quase a fazer 48 anos, tantos como a ditadura salazarista… As gerações mais novas serão mesmo “mais cultas”? O que é essa cultura de que fala?
      “Liberdade, diálogo e transparência”? “Democracia”? Por acaso sabe o que isso é ou vive dentro de uma história infantil?

        • Rui Filipe on 27 de Dezembro de 2021 at 13:03
        • Responder

        Compare só as taxas de analfabetismo e de mortalidade, entre o período Salazarista e o tempo depois do 25 de abril.
        Proferíamos comunicar livre e de forma responsável, no tempo do Salazarismo, como o fazemos agora?
        Nesse tempo, este blogue poderia existir?
        A democracia é imperfeita, mas como o disse há muito tempo , o primeiro ministro inglês, da 2a guerra mundial, enquanto não aparecer melhor, é preferível a qualquer ditadura.
        Não queira fazer parte, nem viver numa história de terror.

          • Pirilau on 27 de Dezembro de 2021 at 18:23

          É óbvio que não compreendeu a minha mensagem. Ler não é soletrar.

        • Rui Filipe on 27 de Dezembro de 2021 at 13:54
        • Responder

        Compare só as taxas de analfabetismo e de mortalidade infantil, entre o período Salazarista e o período que vivemos, depois do 25 de abril.
        Este blogue poderia existir, num sistema de Salazarismo?
        A democracia é imperfeita, mas como disse o primeiro-ministro inglês, do tempo da 2a guerra mundial, enquanto não houver um melhor, é preferível a qualquer ditadura.
        Não queira viver, numa história de terror. Mas é sempre livre, pelo menos, por agora.

    • F on 26 de Dezembro de 2021 at 17:48
    • Responder

    Uma das ultimas vezes em que disse qualquer coisa , modéstia à parte, de bom senso, numa reunião geral de proferssores via zoom, fui repreendida pelo herr direktor no dia seguinte e aconselhada a não manifestar opiniões, caso contrário retirava-me das próximas reuniões. Mais, que os restantes professores achavam muito bem ser silenciada. Mal sabia ele que no chat diziam muitos que concordavam comigo, mas em circuito privado….entenda-se.
    E eu nem os mandei bardamerda, como costumava dizer a minha avó.

    • Z on 26 de Dezembro de 2021 at 19:24
    • Responder

    Façamos alterar, nem que seja pelo levantamento geral da classe, a parte da legislação que dá poderes quase absolutos aos Comissários Políticos, vulgo Diretores, do ME, e muitos dos problemas aqui descritos – não todos, mas alguns – desaparecem.

      • Fui on 26 de Dezembro de 2021 at 20:19
      • Responder

      Os responsáveis pelo clima de medo que se vive nas escolas estão aqui:

      https://capasjornais.pt/Capa-Jornal-Publico-dia-12-Agosto-2018-9909.html

      Assédio laboral totalmente impune.

    • Professora zeca on 26 de Dezembro de 2021 at 20:07
    • Responder

    Os professores estão amordaçados pelos diretores, com ameaças constantes.
    Durante algum tempo as ameaças eram veladas, agora a impunidade é de tal ordem que já ameaçam às claras.
    Sentem-se extremamente confortáveis no papel de kapos. Basta ver esta diferença, as demissões entre os diretores de serviço, nos hospitais, são uma constante, diretores de escola … NEM UM. Estão todos ainda à procura de mais anos de tacho para somar aos 25 ou 30 que a maioria já têm. Muitos estão a procurar ultrapassar o record de Salazar. Com o mesmo tipo de “ELEIÇÕES”.

      • Cérbero de Hades on 27 de Dezembro de 2021 at 0:28
      • Responder

      Sabe por que é que se demitem os médicos e não as professoras? Porque eles são homens e 90% do ensino está na mão de mulheres, que comem e calam tal e qual como as vítimas de violência doméstica (80% são mulheres, vê a semelhança?) No Ensino, vai prevalecer a intriga e submissão, porque os Homens de Barba Rija nem em sonhos irão para um lugar destes!

    • Alecrom on 26 de Dezembro de 2021 at 21:11
    • Responder

    Olá, Matilde.
    Acho que em Lisboa vimos bastante dessa vontade de partir a louça toda.
    Será que a 30 de janeiro…?

    • Pirilau on 26 de Dezembro de 2021 at 22:06
    • Responder

    Cara Matilde, não são apenas os professores que não partem um prato pois tal é transversal a todas as classes profissionais. Além disso, não é só no contexto profissional que se observa essa atitude de “come e cala”. Pelo contrário, essa atitude de vacas sorridentes a caminho do matadoiro pode ser observada em qualquer paisagem deste sítio mal frequentado a que alguns chamam país.
    Há quem diga que é uma espécie de idiossincrasia, ou que se deve à secular presença da igreja católica, ou a 48 anos de ditadura. Não sei. Apenas sei que muitos preferem a “segurança” da escravatura à assumpção da responsabilidade que a liberdade implica; apenas sei que muitos preferem viver mortos do que morrer vivos. São opções e, portanto, esses muitos que não se queixem nem esperem que sejam os outros a tomar as suas dores.
    Que vão gemendo, baixinho, para não me incomodarem.

    • João on 26 de Dezembro de 2021 at 22:28
    • Responder

    Quando é que a democracia volta às escolas. Quando é que todos os professores podem votar para escolher o Diretor como no tempo do Salazar.

    • Clementina on 26 de Dezembro de 2021 at 22:37
    • Responder

    É verdade sobre o mau estar camuflado que existe em todas as escolas. Reparei nisso, ainda mais, nestas reuniões de avaliação. As pessoas, estão cansadas, saturadas e moem e remoem por dentro, com vontade de explodir….partir pratos…..como diz a colega, ….mas na cabeça de alguns!!!!
    A situação de governação de uma escola,que só existe entre presidente de conselhos gerais e candidatos/diretores, em nada vem ajudar. Estas situações já são reflexo da total falta de democracia. A absoluta centralização do poder nas escolas, permite a arrogância e a prepotência. Os diretores ou candidatos, só têm de se darem bem com os presidentes dos conselhos gerais e mais nada…..depois em cargos ou em setores fulcrais da organização pessoas da sua confiança e está criado o feudo. Só por “morte” se sai do cargo. Todos os outros são satélites, ranzingas….chatos perturbadores do status quo, alvos a abater….e por aí fora. Não há protesto de rua que vá mudar isto… infelizmente.
    Todos os outros tentam apenas sobreviver, para poderem ainda dar apoio á família e outra vida para viver!!!!! E pronto, aqui chegados, vamos querer ver cenas dos próximos capítulos…..ou talvez não
    Bom Ano 🎉

    • Zeco on 27 de Dezembro de 2021 at 8:53
    • Responder

    Vêm aí eleições, lembrem-se disto: o BE e o PCP prometeram, há sete anos, proposta de alteração do modelo de gestão. Sete anos decorridos e sempre no poder, nos primeiros 4 até com contrato assinado, cumpriram ZERO.
    Levaram os votos da esmagadora maioria dos docentes. Espero que nas próximas eleições não paguemos a TRAIDORES. A mim não voltam a enganar.
    Nota: eventualmente fomos ingénuos…esperar democracia de estalinistas.

    • Ana Tavares on 27 de Dezembro de 2021 at 11:49
    • Responder

    O BE e o PCP levaram a maioria dos votos dos docentes? Em que país? em Portugal não foi de certeza. É preciso não esquecer que foi um certo partido político que nos foi ao bolso, e muito, que, tal como os outros, fizeram propostas para a contagem integral do tempo de serviço … todos vimos o que aconteceu. Ninguém estava preocupado em resolver nada, apenas nos votos que podiam ganhar. Se não nos podemos esquecer da Lurdinhas também não podemos esquecer o Crato que nos pôs a trabalhar ao minuto. Não estou a defender ninguém, mas o certo é que neste país não vejo nenhum partido preocupar-se com a Educação, nem os novos partidos.

    • Rui Manuel Fernandes Ferreira on 27 de Dezembro de 2021 at 20:19
    • Responder

    “(…)Há o bem e o mal, e há uma categoria intermédia que é o Mal tolerado. Há um cinismo inconsciente, que é necessário à vida. É o que eu chamaria o intolerável tolerado. Mas agora isso tornou-se num cinismo demasiado visível, que tomou conta do espaço público, é ubíquo. Essa transparência, visibilidade do intolerável, pode levar, a longo prazo, a que o sistema mude a partir do interior, por acção de uma outra categoria, que competiria com a da ganância: a vergonha. Agora já não é possível esconder a podridão moral da sociedade, por pura vergonha.”.

    José Gil, Pública,
    4 de Março de 2012, pág. 24.

    • Ruas on 27 de Dezembro de 2021 at 21:52
    • Responder

    Quanto ao resto e especialmente em relação ao contexto eleitoral que já se vive, queria só dizer que se o BE e o PC desiludiram quanto aos resultados alcançados na área da Educação, em meu entender tal decorreu mais do autoritarismo do PS enquanto governante do que de uma posição de alinhamento de ideias com o mesmo, o que em parte também explica o ter-se desaguado em eleições antecipadas.

    Modelo de gestão e modelo de avaliação são duas faces de uma mesma moeda que os idiotas socratinos engendraram com vista a controlar o poder nas escolas, domesticar os professores e a travarem o acesso aos escalões superiores de vencimentos da sua larga maioria.

    Foram esses os únicos e exclusivos desígnios que estiveram na sua origem, pois gestão eficiente e rigorosa e valorização e reconhecimento do mérito são coisas muito distintas que nada têm a ver com o que se passa actualmente nas escolas.

    Desde então a escola afunda-se a cada dia que passa e a escassez de candidatos a docentes é já disso um primeiro reflexo. Toda essa gloriosa política levada a cabo pela despótica Lurdes respaldada numa maioria absoluta ganha por um dos maiores corruptos pós 25 de Abril, resume-se a trampa.

    Veio depois a direita com o governo PSD/CDS que não se atreveu a alterar a mesma (trampa), nem sequer a mexer em nenhuma vaca sagrada instituída até então como a estúpida burocracia, a violência e a indisciplina, o estatuto do aluno, pelo contrário, até agravou algumas situações com a supressão do par pedagógico na disciplina EVT (mentindo em relação a intenções anteriormente manifestadas antes de ser governo), trouxe a insegurança aos docentes recém formados impondo-lhes exames que colocaram em causa a sua formação de origem, desbaratou dinheiros públicos com subsídios ao ensino particular em áreas geográficas com oferta de ensino público, e por aí fora.

    Depois da partida destes senhores que não deixaram qualquer saudade, o cenário é conhecido e as diferenças entre PS e PSD/CDS são cada vez mais ténues.
    Face a tudo isto com o que é que podemos contar?
    Numa primeira etapa – a mais fácil – comecemos por “partir a louça” individualmente já no final do mês de Janeiro.
    Colectivamente quando não tivermos medo de assumir a nossa insatisfação/indignação e não ficarmos à espera que outros o façam por nós.

      • CJ on 28 de Dezembro de 2021 at 8:07
      • Responder

      Concordo, quase na totalidade.
      Discordo apenas que BE e PCP tenham tentado mudar alguma coisa . Produziram apenas algumas, cínicas, encenações para ludibriar os professores. Basta!

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