Dez 08 2021
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Dez 08 2021
Esperemos que seja relegado, apenas, a deputado…
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Dez 08 2021
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Dez 08 2021
Os Critérios de Avaliação por Domínios, essa admirável invenção do actual Ministério da Educação, parecem estar instalados em praticamente todos os Agrupamentos de Escolas…
Se se fizer uma pesquisa pela Internet, percebe-se imediatamente que os inúmeros documentos relativos aos Critérios de Avaliação dos Alunos, publicados pelos Agrupamentos de Escolas, de Norte a Sul do país, são compostos por dezenas de páginas, algumas delas difíceis de decifrar e de descodificar…
Perante a complexidade e a abundância de tais documentos, e passados poucos minutos de leitura, tende a ficar-se deveras perplexo e atordoado com a “operacionalização” deste novo Modelo de Avaliação:
Muitos Domínios, muitos Subdomínios, muitos Temas, muitas Ponderações, muitos Instrumentos de Avaliação, muitos Instrumentos de Registo, muitos Descritores por Níveis de Desempenho em cada Domínio, muitas Tabelas para Operacionalização dos Critérios de Avaliação em cada Domínio, muitas Áreas de Competências, muitas Menções Qualitativas e Quantitativas, etc, etc, etc…
Tudo isso cruzado com o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória e com as Aprendizagens Essenciais, mais duas indizíveis “inovações” do actual Ministério da Educação, origina, em alguns casos, documentos cujo significado se torna praticamente inacessível…
Inacessível, pela difícil interpretação e compreensão, sobretudo para grande parte dos alunos e dos pais/encarregados de educação, apesar de serem eles os principais destinatários desses documentos…
Uns e outros, mostram-se muitas vezes confusos, “perdidos”, sem perceber bem qual será o resultado final de determinados momentos avaliativos ou que “contas” deverão ser feitas para se justificar a atribuição de um certo resultado…
A Avaliação dos Alunos parece estar transformada numa enorme trapalhada, sem fim à vista…
Os Critérios de Avaliação por Domínios, nos moldes actualmente impostos pelo Ministério da Educação, não passam de uma fantasia, fundamentada em pressupostos teóricos inconcretizáveis, em termos práticos…
Sejamos honestos e realistas… Como pode um professor, muitas vezes com mais de cem alunos e cinco ou mais Turmas, ter disponibilidade temporal e mental para:
– Nortear-se por uma visão holística, inclusiva, integradora e auto-reflexiva, tendo como objectivo a “reformulação/melhoraria das práticas, através da constante indagação, questionamento e investigação dessa mesma práxis e seus resultados”? (de acordo com o Projeto MAIA, Folha 14, Critérios de Avaliação: Questões de Operacionalização).
– Conseguir olhar para cada um dos seus alunos, considerando cada um deles “como um ser singular, procurando observar e analisar os processos individuais de aprendizagem”? (de acordo com o Projeto MAIA, Folha 14, Critérios de Avaliação: Questões de Operacionalização).
– Fazer uma “interpretação inteligente do currículo”, dedicando “tempo e inteligência à interpretação/reflexão/apropriação dos documentos curriculares”, acionando “mecanismos de feedback de qualidade, no sentido de melhorar o desempenho dos alunos”? (de acordo com o Projeto MAIA, Folha 14, Critérios de Avaliação: Questões de Operacionalização).
Em resumo, nada se descomplicou, nada se descomplexificou, nada se simplificou, muito pelo contrário…Tanta prolixidade, incapaz de produzir efeitos práticos, por desconhecimento e/ou negação da realidade…
De que serve a teoria subjacente à “avaliação criterial”, defendida pelo Projeto MAIA, se a mesma não tiver aplicabilidade prática? E se se constituir apenas como um sinónimo de carga burocrática acrescida?
A “avaliação criterial” permite avaliar “melhor e de forma mais transparente e clara”, conforme defendido pelo Projeto MAIA? A subjectividade, intrínseca a qualquer processo avaliativo, diminuiu com a implementação de tal Projecto?
A Educação parece estar a tornar-se num enorme conjunto de equívocos e de absurdos e isso fez-me lembrar deste texto, também ele repleto de desacerto, incoerência e alucinação:
Do Capitão ao 1º Sargento
“Amanhã haverá um eclipse do Sol, o que não acontece todos os dias. Mande formar a Companhia, às 7 horas, em uniforme de instrução. Todos poderão, assim, observar o fenómeno, do qual darei explicações. Se chover nada se poderá ver e os homens farão a formação no alojamento, para a chamada.”
Do 1º Sargento ao 2º Sargento
“Por ordem do Sr. Capitão, haverá um eclipse do Sol, amanhã. O Capitão dará explicações às 7 horas, o que não acontece todos os dias. Se chover, não haverá chamada lá fora. O eclipse será no alojamento.”
Do 2º Sargento ao Cabo
“Amanhã, às 7 horas, virá ao quartel um eclipse do Sol, em uniforme de passeio. Se não chover, o fenómeno da chamada será lá fora e o Capitão dará as explicações no alojamento.”
Do Cabo aos Soldados
“Atenção: Amanhã, às 7 horas, o Capitão vai fazer um eclipse do Sol, em uniforme de passeio. Ele dará todas as explicações no alojamento, fenómeno que não acontece todos os dias. Caso chova, não haverá chamada.”
Entre Soldados
“O Cabo disse que amanhã o Sol, em uniforme de passeio, vai fazer um eclipse para o Capitão, que lhe pedirá explicações. O fenómeno é capaz de dar uma bela encrenca, dessas que não acontecem todos os dias. Deus queira que chova!”
(Roubado da Internet, de autor desconhecido, com algumas adaptações minhas).
O que resta? Resta a “apologia do absurdo”, afirmando em total solidariedade com os Soldados: Deus queira que chova!
(Matilde)
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