28 de Dezembro de 2021 archive

Ainda há 399 surtos ativos em estabelecimentos de educação e ensino (10 dias depois do final do 1.º período)

 

No dia 27 de dezembro, Portugal continental registava 399 surtos ativos em estabelecimentos de educação e ensino dos setores público e privado – escolas, ensino superior, creches e demais equipamentos sociais. À data do reporte, existiam 3186 casos de COVID-19 acumulados nesses surtos ativos, que dizem respeito a alunos, profissionais e coabitantes dos mesmos, parte dos quais já estarão recuperados.

 

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Andam a preparar-nos o estomago… para janeiro

 

Hoje, nas entrelinhas, só não leu ou não ouviu quem não quis.

Preparem as plataformas durante a primeira semana de janeiro e entreguem os computadores que chegaram às escolas, vão ser necessários.

 

 

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Comunidade escolar preocupada com possível novo adiamento do 2º período

 

Entrega de 600 mil computadores, há muito prometida, ainda não foi feita, mas diretores dizem que as escolas estão preparadas para ensino à distância. Voltar a prolongar 3.º período não, defendem.

Comunidade escolar preocupada com possível novo adiamento do 2º período

Ogoverno já tinha anunciado o adiamento do início do 2.º período do ano letivo, para que as escolas estivessem encerradas na primeira semana do ano, mas o primeiro-ministro, António Costa, já deixou entreaberta a possibilidade de estender essa “semana de contenção” nas escolas. Só no próximo dia 5 de janeiro, data na qual será feita uma reavaliação da situação epidemiológica do país, se saberá se os alunos regressam mesmo às aulas presenciais a 10 de janeiro ou se a evolução da pandemia, agora acelerada pela variante Ómicron, força a alteração dos planos. Uma dúvida que levanta muitas preocupações por parte da comunidade escolar.

Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), teme um novo adiamento do arranque das aulas. “Espero que no dia 5 de janeiro digam que as escolas vão recomeçar no dia 10. Já chega de adiamentos e de mudanças no calendário escolar por culpa da sociedade. Quando a sociedade não tem juízo a escola é que paga e era muito mau se essa fosse a solução”, afirma.

O responsável pela ANDAEP espera que “as escolas não sejam mais uma vez penalizadas por causa dos desvarios que os adultos cometem nas épocas festivas”. Contudo, Filinto Lima sublinha que “as escolas estão preparadas para o ensino remoto de emergência”, caso venha a confirmar-se uma nova alteração de planos. “Estamos mais bem preparados do que no passado. Estamos melhor, quer em meios, quer em conhecimentos. As escolas estão preparadas para essa possibilidade até porque, no 1.º período, quase todas tiveram turmas em confinamento. Houve turmas que chegaram a confinar quatro vezes. A verdade é que temos mais capacitação digital, mas o ensino remoto de emergência é um grande constrangimento e há que o evitar”, explica.

“Sem espaço para não haver e@d”

“Se houver um novo adiamento do 2.º período [presencial], diria que já não há nenhum espaço para não haver aulas à distância.” A afirmação é de Rodrigo Queiroz e Melo, diretor executivo da Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo (AEEP), que explica a dificuldade em gerir o calendário escolar, “se o pior se confirmar”. “No nosso caso, muitas escolas não terão de ajustar o calendário porque começaram as aulas, em setembro, uma semana mais cedo, mas se tivermos o prolongamento da semana de contenção, já não será possível não alterar o calendário escolar e temos de partir para e@d.”

Continua em DN

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Manifestação de Interesse – Coordenador de Ensino Português no Estrangeiro – Alemanha

 

Informa-se que decorre entre as 00h00 do dia 28 de dezembro de 2021 e as 24h00 do dia 10 de janeiro de 2022 o prazo de receção de candidaturas para a Manifestação de Interesse para o posto de Coordenador do Ensino Português no Estrangeiro na Alemanha.

As candidaturas deverão ser endereçadas, via mensagem de correio eletrónico, para coordALEMANHA2022@camoes.mne.pt :

 

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Avaliar ou não avaliar: Eis a questão

 

Avaliar ou não avaliar: Eis a questão

A febre da avaliação e da accountability (em particular do benchmarking e das avaliações comparativas) tiveram seu momento inicial nas décadas de 80/90 e começou nas escolas. Como se estabeleceu, antes disso, que os alunos deveriam ser avaliados por testes padrão a área da educação passou a ser profícua em medidas de desempenho dos alunos. Mais do que isso essas medidas eram compráveis porque os alunos faziam todos o mesmo teste (ou exame). Daí até se agregarem os desempenhos dos alunos para medir e comparar desempenho entre escolas foi um passo muito pequeno. No fim da década de 90 vivi um ano em Inglaterra e fiz a minha tese de mestrado precisamente sobre avaliação de escolas Inglesas. Na altura havia grandes discussões académicas e públicas, sobre as League Tables (o equivalente aos nossos rankings que apareceram pela primeira vez em Portugal em 2001, e em 2002 foi criada legislação para a avaliação interna e externa das escolas) falando-se de comparar o comparável, e portanto da necessidade de contextualizar os resultados dos alunos à luz das condições das escolas e dos próprios alunos.

O discurso favorável à avaliação das escolas é o discurso da “accountability“, isto é, de tornar públicos os resultados para que decisões/escolhas informadas possam ser tomadas e do “benchmarking“, isto é, a comparação de desempenhos tem o potencial de gerar melhorias nas organizações que apresentam pior desempenho através da reprodução de boas práticas. Com o bom acolhimento, em geral, destes princípios rapidamente a avaliação passou para outras esferas do setor público (forças policiais, hospitais e clínicas gerais, tribunais, etc.) e do setor privado.

Rapidamente se passou também da avaliação das escolas para a avaliação de universidades. Nos anos 2000 começamos a ver rankings de universidades (que atualmente são muito comuns) e agências de acreditação de universidades. Os selos de qualidade são um resultado da proliferação da atividade avaliativa. Com esta proliferação os alunos ganharam em termos de accountability (é possível escolher uma universidade de forma bastante mais informada hoje do que há 10 ou 20 anos atrás) mas com tantos selos possíveis começa a ser difícil distinguir de facto as universidades e questionamo-nos se as que têm os mesmos selos serão idênticas (ou, onde está a criatividade e o livre arbítrio para criar coisas “fora da caixa” e fora dos selos de qualidade?).

Hoje a avaliação está em toda parte – pessoal, alunos, rankings e classificações de tudo e para todos os gostos. A avaliação criou empregos, criou empresas especializados em avaliação, e criou especialistas e académicos na área da avaliação. Contudo, parece-me claro que há muitos perigos nesta rota que temos vindo a seguir de avaliar tudo e todos a todo o momento. E o perigo é o da avaliação se tornar um fim ao invés de um meio – isto é, os comportamentos são ditados pela avaliação (faço x, ou y, porque assim tenho a avaliação z) e não pelo processo de aprendizagem e melhoria que deve ser inerente a qualquer avaliação e/ou exercício de benchmarking. Isto é, a doença dos diplomas de que falava Ronald Dore em 1976 (referindo-se a avaliação de alunos nas escolas), espalhou-se a outras esferas da sociedade e temos a doença dos selos de qualidade, a doença das acreditações, e a doença dos rankings de tudo e mais alguma coisa. Que fique claro. Eu não sou, nem poderia ser (sob pena de ficar sem emprego) contra a avaliação. Mas debato-me muitas vezes com a questão avaliar para quê? É que se não for para melhorar o processo de aprendizagem (dos alunos, por exemplo), para permitir a um funcionário crescer e progredir, ou para melhorar um determinado negócio, mais vale deixar tudo como está (que é aliás como ficará depois da avaliação).

Maria da Conceição Andrade e Silva (In DN)

 

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As “inovações” que aí vêm na Educação

 

A Educação em Portugal continua a inovar. Desta vez, anuncia-se no Secundário a possibilidade de os alunos escolherem as disciplinas que querem estudar. Por enquanto, em turmas-piloto, quiçá no futuro, uma generalização à esfera nacional.

Infelizmente, nos últimos anos, temos constatado uma clara deterioração da qualidade do ensino público, medida por rankings discutíveis, mas que constituem a única fonte de informação comparativa face ao ensino privado (absolutamente credível, dado o exame ser igual para ambos). Por muito que se afirme que as realidades são incomparáveis porque as respetivas sociologias são diferentes, a verdade é que sempre assim foi e a qualidade medida do ensino público já esteve bem melhor.

Com mais esta inovação receio bem que, a prazo, a qualidade média do ensino público ainda se agrave mais. Ou seja, por muito bem-intencionados que sejam os autores destas alterações de percurso estudantil, existe a forte probabilidade da existência de uma fuga generalizada dos alunos às dificuldades de determinadas disciplinas, como a matemática ou físico-química, perante a complacência das direções de escolas (até me arrepio a pensar na escassez futura de certos quadros como por exemplo engenheiros, dada a importância primordial damatemática…).

Mal comparado, faz lembrar os doentes que fazem auto-prescrições à revelia médica! Veremos as consequências futuras de mais estas liberdades originais, mas receio fortemente que se traduzam em facilitismos perniciosos para a Sociedade, porque, infelizmente, as alternativas existentes (os estudos no setor privado) não são acessíveis para a maioria da população e, no longo prazo, agravar-se-ão as diferenças sociais.

Manuel Boto (In SOL)

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