24 de Dezembro de 2021 archive

800 escolas abrem para filhos de trabalhadores essenciais

 

O Ministério da Educação (ME) informou hoje que 800 escolas do continente estarão abertas durante as duas “semanas de contenção” da pandemia de covid-19 para filhos de trabalhadores essenciais e fornecimento de refeições a crianças beneficiárias de ação social.
Numa nota, o ME revela que, entre 27 e 30 de dezembro e entre 03 e 07 de janeiro, estará em funcionamento uma rede de escolas de acolhimento com cerca de 800 instituições de ensino, “dando resposta a filhos ou outros dependentes de trabalhadores essenciais e a crianças e jovens sinalizados pelas CPCJ” (Comissões de Proteção de Crianças e Jovens).
Segundo o Governo, estas escolas também estão abertas para “fornecimento de refeições a alunos beneficiários da Ação Social Escolar ou que necessitem deste apoio”.
A lista das escolas disponíveis para acolhimento destas crianças está disponível em https://www.dgeste.mec.pt/index.php/destaque_1/escolas-de-referencia-para-acolhimento-2/
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PARADO NÃO É SOLUÇÃO – Luís Granjo

 

“Libertem as crianças” é uma expressão forte, uma expressão que nos leva a pensar que as crianças de hoje vivem oprimidas, bloqueadas, sem espaço e tempo! Será?

O Prof Carlos Neto, no seu mais recente livro (2020) “Libertem as crianças – a urgência de brincar e ser ativo”, faz uma chamada de atenção à sociedade em geral para os perigos de estarmos a criar “crianças totós, de uma imaturidade inacreditável”. Numa escola, onde as crianças passam a maior parte do tempo fechadas, com intervalos, ou períodos de recreio cada vez mais curtos e sem possibilidade de explorar a brincadeira, mais o trajeto casa-escola-casa feito no conforto do automóvel, retiram atividade física, que a longo prazo terá o seu impacto na saúde pública.

A pandemia e os últimos tempos que temos vivido, em que as palavras confinamento e isolamento se tornaram “virais” no nosso dia a dia, vieram exponenciar a visão do Prof José Neto, porque os intervalos são menores e desencontrados, o que em termos sociais tem os seus efeitos negativos, não podendo brincar com uma grande maioria de colegas da escola, a utilização de material para a prática informal desportiva no recreio está proibida, pelo simples contexto de partilha, e as atividades que os pais suportam em horário extraescola, como a música, desporto, dança, vivem rodeados de um cem número de obrigações que, por si só, desmotivam muitas crianças à sua não adesão. Ou seja, A CRIANÇA ESTÁ A PAGAR UM PREÇO MUITO ALTO, NÃO BRINCA, NÃO IMAGINA, NÃO SE DESENVOLVE!

A falta de atividade física desencadeia problemas de saúde, como o ganho de peso, aumento da tensão arterial e aumento de risco das doenças cardiovasculares, que no seu todo resultam na maior pandemia a ser travada nos próximos anos, a obesidade, que diminui a imunidade humana. Estar parado é uma pandemia.

Num estudo recente, Gonzaga, Y. et al. (2020) apresentaram os dados de uma pesquisa bibliográfica com base de dados da Scielo, no ano de 2020, que constata que o confinamento reduziu drasticamente a atividade física levando ao surgimento de comorbidades associadas à obesidade, intolerância à glicose e também transtornos psicossociais como ansiedade e depressão.
A ACSM (colégio americano de medicina e desporto) divulgou um guia que sugere a atividade física de intensidade moderada, de extrema importância nesse período em função da Covid-19, e uma observação importante, e que de acordo com as recomendações da OMS (organização mundial de saúde) para indivíduos saudáveis assintomáticos são de 150 minutos de atividade física por semana para adultos e 300 minutos por semana para crianças e adolescentes. De uma forma geral realça a importância da realização de atividades físicas durante o período de pandemia, mas com intensidade moderada, preferencialmente em lugares abertos ou então dentro de casa e diminuir o período sentado ou deitado.

Cordeiro, J. (2021) realizou um estudo sobre crianças com problemas na coordenação motora e o impacto da Covid-19 nas crianças portuguesas, onde verificou que a inatividade física em crianças tem aumentado, não atingindo os valores recomendados, podendo prejudicar o seu desenvolvimento cognitivo e motor, principalmente nas crianças com perturbação no desenvolvimento da coordenação motora. Esta perturbação pode resultar em problemas no desenvolvimento motor, físico e social. É provável que nas situações de confinamento físico a inatividade física se acentue. As conclusões do estudo constatam que as crianças com perturbação no desenvolvimento da coordenação motora são menos ativas que as crianças típicas, o que reforça a necessidade de procurar estratégias que quebrem esta tendência e promovam uma vida mais ativa e saudável.

Numa perspetiva de que a atividade física pode proporcionar uma melhor qualidade de vida, Aragão, A. et al. (2020), realizaram uma reflexão sobre os efeitos que a atividade física pode proporcionar para uma melhor qualidade de vida, averiguando a importância da atividade física para jovens e adolescentes, na medida em que diminui o risco de doenças como obesidade, asma, hipertensão, diabetes, bulimia e até Covid-19. Neste estudo, foi realizada uma revisão bibliográfica de cinco estudo distintos, Piola et al. (2018), Crochemore-Silva et al. (2020), Fantineli et al. (2019), Barbalho et al. (2019) e Santos et al. (2019) em que se constata que a atividade física é muito importante, não só para o público-alvo, a criança ativa, mas também para a sociedade em geral. O estudo revela que a prática de atividades físicas ajuda na promoção ou mesmo extinção de doenças psicológicas, crónicas e físicas. Reforça o estudo que a prática de atividade física ajuda a tornar o ser humano são, pois além dos benefícios físicos, a componente lazer traduz-se numa sensação de bem-estar e melhor autoestima, ou seja, verifica-se que a atividade física tem um efeito positivo para uma melhor qualidade de vida.

A ciência é, nos dias de hoje, mãe das nossas preces, e ficará um marco histórico sobre a avassaladora capacidade que a raça humana teve em responder a uma pandemia com uma vacina, que embora necessite de se reformular ao ritmo das mutações do “bicho”, mas que nos dá confiança para o futuro.

A ciência, como vemos, também nos diz que parado não é solução, e se aqui e ali é necessário ajustar, reformular, reforçar cuidados,…, parar é que já não é solução. A doença perdurará e continuará a desequilibrar a nossa normalidade, mas isolar, confinar, parar são palavras completamente em extinção, o que a sociedade, e em especial as crianças precisam é de sair de casa, tornarem-se proativos na prevenção/contenção da Covid-19, estudar, brincar, socializar, no fundo serem FELIZES.

Mexam-se.
Professor Luís Marques

 

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