“Custa Alguma Coisa Chamar os Sindicatos para Uma Reunião?”

Os directores escolares queixam-se de que Ministério da Educação não quis retomar as negociações, avisando para que “não cante vitória, porque é muito cedo”.

Os directores escolares dizem que os serviços mínimos na greve dos professores às avaliações só vêm resolver parte do problema e apelam ao Ministério da Educação (ME) para que retome negociações e “não cante vitória, porque é muito cedo”.

“Já ouvi o senhor ministro dizer que quer negociar. Eu conheço uma proposta concreta da Fenprof, que tem dias. Custa alguma coisa ao ME, se há uma proposta da Fenprof (Federação Nacional dos Professores), convocar os sindicatos para uma reunião? Não vão partir de onde terminaram a última reunião, podem partir de uma proposta concreta. Acho que o bom senso mandava que essa aproximação através do diálogo fosse realizada”, disse à Lusa Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP).

O representante dos directores apela ao diálogo, porque os serviços mínimos decretados à greve dos professores às avaliações incidem apenas nos conselhos de turma que vão decidir as notas dos alunos em ano de exames (9.º, 11.º e 12.º anos), uma “decisão benéfica para o Governo” e que vai ao encontro daquilo que foi solicitado pelo ME, mas que está apenas a resolver um quarto dos problemas das escolas.

Filinto Lima lembra que a greve, que começou por afectar apenas as reuniões de avaliação dos alunos destes três anos de escolaridade — convocada pelo recém-criado Sindicato de Todos os Professores (S.T.O.P.), e que começou no início de Junho — teve um “aumento exponencial” nos seus efeitos quando entraram em greve, a partir de 18 de Junho, os professores afectos às dez estruturas sindicais unidas em plataforma — entre as quais as duas federações mais representativas dos professores (Fenprof e FNE) — cuja adesão se tem fixado, segundo os sindicatos, acima dos 90%.

Sem notas internas finais não se sabe se os alunos passam ou não de ano.

A tutela deu indicações às escolas para constituírem turmas com base na avaliação de rede feita anualmente, que determina quantas turmas abrem em cada escola para cada ano de escolaridade e via de ensino, ainda que sujeitas a ajustes antes do arranque do ano lectivo, consoante as necessidades.

Filinto Lima alertou que sem notas finais o trabalho de constituição de turmas e horários para o ano seguinte e mesmo de requisição de professores de acordo com as necessidades identificadas se atrasa, ficando dependente da validação final que apenas os resultados saídos dos conselhos de turma podem garantir.

Com a possibilidade de a greve do S.T.O.P., convocada até 31 de Julho, poder impedir conselhos de turma até ao período em que a maioria dos professores entra de férias (Agosto), a hipótese de se chegar a Setembro com notas por atribuir e alunos sem saber se passaram ou chumbaram não está excluída, ainda que os directores não a queiram sequer ponderar.

“Eu nem quero por isso como hipótese. Isso seria o descalabro”, disse Filinto Lima.

E com este cenário em mente, apela ao regresso de Governo e sindicatos à mesa de negociações.

“Acho que a par desta situação de terem sido decretados serviços mínimos, que foi benéfica para o Governo, o Governo não deve cantar vitória e é nestes momentos que devemos demonstrar que somos humildes e que queremos negociar. Acho que neste momento era bom para a imagem do ME retomar a negociação. Penso que o ME não poderá cantar vitória, porque é muito cedo”, disse o presidente da ANDAEP.

Custa alguma coisa chamar os sindicatos para uma reunião? – Portugal – SÁBADO

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