Está na ordem do dia a discussão da duração dos ciclos que será também discutida na IV Convenção Nacional FNE/CONFAP/ANDAEP a realizar no próximo Sábado, em Santa Maria da Feira.
Em tempos, já fui mais defensor de uma repartição ao meio do nosso sistema de ensino não superior, especialmente na altura da proposta de Lei de Bases de David Justino que foi vetada pelo Presidente da República, Jorge Sampaio.
Nessa altura ainda não existia ensino obrigatório até aos 18 anos e no meu ponto de vista uma divisão em duas partes de 6 fazia com que o ensino se tornasse encapotadamente obrigatório nos 12 anos de escolaridade.
O 2º ciclo actualmente não cumpre as funções para o qual foi criado em 1947 que se destinava a completar a formação obtida no ensino primário e a preparar para o estágio seguinte do ensino secundário.
Com o alargamento da escolaridade obrigatória até aos 18 anos e com a futura generalização do pré-escolar a partir dos 3 anos de idade é necessário pensar numa divisão de ciclos que tenha em conta estes 15 anos de escolaridade.
Existem ainda muitos defensores de dois ciclos de 6 anos no nosso sistema de ensino, onde o 2º ciclo se juntava ao 1º ciclo e possivelmente menos adeptos de uma divisão do sistema de ensino em três ciclos de 4 anos.
Quer uma mudança, quer outra trazem problemas de difícil resolução.
No caso da primeira opção o maior problema centra-se nas estruturas físicas das escolas onde grande parte delas impossibilitam o trabalho feito num 2º ciclo, por ausência de ginásios, laboratórios, salas de aula de música ou de educação visual.
A divisão em três ciclos elimina grande parte dos problemas estruturais, mas cria problemas de ordem habilitacional dos docentes que se misturam entre o 2º , o 3º ciclos e o ensino secundário.
Mas reconhecendo que existem problemas quer dum lado quer de outro ainda assim preferia uma divisão num ensino primário de 4 anos, num ensino intermédio com a mesma duração e de um ciclo verdadeiramente secundário com outros 4 anos.
Mudar currículos ou programas só deve ser feito depois de uma discussão séria sobre o nosso sistema de ensino e daquilo que queremos para os próximos 20 anos.
Podem dar aqui a vossa opinião.
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