O Efeito Sombra da Requalificação

É ter demorado alguns anos a chegar à escola que sempre quis e agora ter de começar a alargar as preferências para fugir dela.

Podia optar por não o fazer e concorrer em primeira prioridade na Mobilidade Interna. O peso de uma possível requalificação faz-nos tomar novas opções e no meu caso esta é uma opção que a estou a tomar pela primeira vez ao fim de 10 anos em QA na “minha” escola.

Erros existiram posteriormente quando permitiram abrir lugares de QA quando os mesmo não se justificavam e o erro maior aconteceu há dois anos com o fim do par pedagógico e de seguida com a constituição de um mega-agrupamento entre duas EB 2/3.

Mas por mais que alargue as preferências não será nada fácil obter colocação no meu grupo de recrutamento, apesar de existirem 4 vagas positivas e 4 vagas negativas nas minhas 13 preferências. Mas não é por o saldo ser zero que não terei hipótese de colocação, visto que as 4 vagas vão ser ocupadas e muito dificilmente fecharão alguma das 4 vagas negativas.

Quem se encontra na zona de conforto na sua escola não irá arriscar mudar e hoje em dia alguém antes de escolher uma escola há quem pesquise quem são os docentes dos quadros dessa escola para saber que posição da lista graduada interna vão ocupar. As opções que se tomam são cada vez mais pensadas e ponderadas. Ninguém está para sair da sua zona de conforto, sabendo que atrás de si tem um par de docentes menos graduados, para se mover para uma escola onde não sabe a posição da lista interna que vai ocupar.

Apesar de eu ser um dos 8 sem componente lectiva este ano no meu grupo de recrutamento a escola só tem declaradas 3 vagas negativas. Um engodo, portanto.

Por isso, mais do que um concurso isto é um jogo. E um jogo que deve ser muito bem ponderado.

E se quem está na zona de conforto da sua escola não quiser sair, então as minhas hipóteses com 21 anos de serviço serão maiores. E também sei que com este tempo de serviço estaria nessa zona de conforto em muitas escolas.

Portanto, para dar sorte fiquei nas 13 preferências.

 

13

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11 comentários

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    • Pois on 15 de Março de 2015 at 18:45
    • Responder

    A requalificação é inevitável para centenas de docentes! Mas entretanto, enquanto não passam as eleições, vamos andar distraídos com o concurso, com as normas travão, com a dúvida sobre uma 1ª prioridade para quem tem horário 0 e com problemas menores! Basicamente, tipo frangos nas mãos deste ministro a ser preparados na linha de abate.

    A realidade é que os sindicatos nunca quiseram saber da qualidade dos docentes e deixaram massificar e banalizar o acesso a esta profissão. Qualquer um com meia dúzia de créditos numa instituição e com dezenas de anos de carreira está sentado num escola achando que é o maior enquanto milhares de outros nunca terão hipóteses de singrar.

    Por exemplo, como podem estar os professores contra uma prova de acesso! Se há mais procura que oferta, é óbvio que não há lugar para todos e tem de se fazer uma prova para filtrar os melhores. Digam-me outra profissão onde isso é considerado estranho?!? Pois, só na nossa!

    Os sindicatos, ao contrário de que aconteceu noutras profissões, nunca quiseram saber disto! Talvez porque também nunca houve uso do mérito para escolher os sindicalistas, sempre foram escolhidos por compadrio! Uma vez lá dentro, desde que o poleiro deles estivesse assegurado, queriam lá saber dos seus pares…

    Às vezes acho que deveria ser feita uma limpeza nas escolas. Tanta gente que faz de conta que trabalha e outros que merecem e estão a lutar por tranquilidade e uma vida justa.

    Infelizmente, esta é a profissão da verborreia!

    Sei que o Arlindo merece e, por isso, desejo-lhe, tal como a mim :), boa sorte!

    • Carla on 15 de Março de 2015 at 19:14
    • Responder

    Ora aí está Arlindo, a minha dúvida. Tenho andando a ponderar e se calhar vou ficar no mesmo sítio, mais longe de casa mas sem a sombra da requalificação, pelo menos para já!

    • Maria Teixeira on 15 de Março de 2015 at 19:33
    • Responder

    Como o entendo! Estou na mesma situação. Dou aulas há 26 anos, estou há 17 anos na mesma escola, a “minha escola” e agora, com 48 anos começa tudo de novo! A nossa vida? A família? Pois é, os professores não vieram da couve, são pessoas! Lamentável.

    • on 15 de Março de 2015 at 20:31
    • Responder

    Por falar em providência cautelar, onde param o 7500€ de 150 profs (50€ cada]? Grande golpada….

    • Nem mais! on 15 de Março de 2015 at 21:05
    • Responder

    Que sentido faz novas vinculações em concursos externos extraordinários e porcarias de normas-travão, depois de legislada e aplicada a requalificação????????????

    Depois das eleições, há que lutar contra toda esta legislação e propor, desde já, um concurso interno extraordinário em 2016 para ajuste de quadros com todos os docentes entrados nos CEE´s e norma-travão na última prioridade.

    • Andreia on 16 de Março de 2015 at 18:31
    • Responder

    Bom dia Arlindo.

    Escrevo esta mensagem a solicitar ajuda
    relativamente ao concurso de docentes 2015-2016. Tendo em conta a sua
    experiência e, principalmente, o excelente trabalho desenvolvido, ao
    longo dos anos, no apoio aos professores gostaria de lhe expor a minha
    situação, no intuito de poder ajudar em algumas dúvidas que tenho
    relativamente ao concurso deste ano.

    Sou
    professora do quadro de um agrupamento de escolas que se encontra a uma
    distância de 170Km da minha área de residência (desde 2009). Tendo em conta que na
    minha escola não existe horário zero no meu grupo (grupo de docência
    520) e que há dois anos atrás não consegui colocação na mobilidade em 2ª
    prioridade, este ano estou a pensar concorrer à afetação num
    QZP, isto é, passar de quadro de escola a QZP. O objetivo é tentar na
    mobilidade por ausência de componente letiva (desta vez em primeira
    prioridade) aproximar-me da minha área de residência, uma vez que a
    legislação em vigor assim considera a situação dos QZP.

    Primeiro,
    gostaria de saber se acha que faço bem, tendo em conta a situação
    atual. Também me preocupa vir a assistir, mais uma vez, à mudança das regras, o que pode tornar desfavorável esta opção. De acordo com as informações que possui, acha que isso pode acontecer num futuro próximo?

    Obrigada pela disponibilidade.

    1. Com as regras actuais essa é a melhor opção, mas não imagino que regras podemos ter daqui a dois anos.

        • Andreia on 16 de Março de 2015 at 21:43
        • Responder

        Obrigada. E boa sorte para si, Arlindo.

    • Paulo on 16 de Março de 2015 at 23:00
    • Responder

    Boa noite Arlindo. Desde já os meus parabéns e reconhecimento pelo trabalho que desenvolve e tem desenvolvido ao longo dos anos no apoio a milhares de professores desde país. Gostaria, se possível, que pudesse esclarecer sobre a manutenção ou não da possibilidade de um docente do quadro de Agrupamento propor-se a uma vaga sem componente letiva, ao abrigo das alínea a) e b) do artigo 29.º, ponto 6 do Decreto-Lei n.º
    132/2012, de 27 de junho.

    A minha dúvida prende-se com o facto de confirmar se esta premissa se mantém ou se sofreu alterações com as correções posteriores publicadas ao referido Decreto lei.

    Obrigado pela disponibilidade.

    1. Não mudou absolutamente nada nesse aspecto. No entanto, no caso de haver docentes sem componente lecativa deves propor-te como voluntário à mobilidade interna. As escolas por vezes não questionam os mais graduados se têm interesse em ser voluntários.

        • Paulo on 17 de Março de 2015 at 2:15
        • Responder

        Obrigado, como sempre as suas informações são objetivas, fidedignas e esclarecedoras.

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