26 de Maio de 2024 archive

Onde estão colocados os candidatos da 1ª prioridade do Concurso Externo?

A tabela abaixo apresenta os QZPs com mais candidatos na 1ª Prioridade (condições para Norma Travão e Vinculação Dinâmica).

Curiosamente percebemos que é o QZP do Porto (QZP 9) que tem mais candidatos nestas condições.

Atendendo ao facto das vagas abertas por estes candidatos serem disponibilizadas em primeiro lugar, aos candidatos do Concurso Interno, dificilmente sobrarão vagas a norte para estes candidatos.

Resta esperar pelas listas definitivas.  Se clicarem na imagem terão acesso aos candidatos da 1ª prioridade, de todos os QZPs, incluído aqueles que não estavam a trabalhar.

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Idade dos Candidatos ao Concurso Externo

Os candidatos ao Concurso Externo (não vinculados) apresentam uma média de idades superior a 41 anos, mas, nalguns grupos, este valor ultrapassa largamente os 50 anos.

É no intervalo entre os 42 e 46 que mais candidatos se encontram… com estas idades, terão previsivelmente uma família e compromissos que os impedem de concorrer para longe da residência.

Ficam os dados distribuídos por grupo de recrutamento.

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10321 Candidatos na 1ª Prioridade do Concurso Externo

Há, neste concurso externo, 10321 candidatos na 1ª prioridade, que terão a possibilidade de vincular.

Estes candidatos distribuem-se da seguinte forma:

  • 1210 pela Norma Travão;
  • 9111 pela Vinculação Dinâmica.

Relembro que os candidatos pela Norma Travão estão coagidos “obrigados” a concorrer ao país todo, podendo ficar excluídos de todos os concursos do próximo ano letivo se não obtiverem colocação neste concurso. Por outro lado, os candidatos pela Vinculação Dinâmica, maioritariamente menos graduados, concorrem apenas para os QZP que pretenderem. Já o referi há uns anos quando esta obrigatoriedade surgiu e reafirmo agora… é injusto e é urgente rever esta situação para que, pelo menos, se consiga evitar a penalização dos candidatos, numa altura em que os professores são escassos.

Fica a tabela com os dados por grupo de recrutamento.

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Professora com processo disciplinar por referir nacionalidade de aluna: hipocrisia e ataque à liberdade de expressão

Lembre-se: quem cala consente. Não podemos permitir que a censura e a autocensura ditem o que podemos ou não dizer.

Professora com processo disciplinar por referir nacionalidade de aluna: hipocrisia e ataque à liberdade de expressão

Uma professora tem um processo disciplinar, de que se está a defender, porque num documento interno da escola se referiu a uma aluna de uma determinada nacionalidade, dizendo: “a aluna de nacionalidade x com determinado nome” tem uma série de problemas e, ao referir os problemas, visava proteger, apoiar e obter recursos para que esta aluna pudesse ser apoiada convenientemente. Por mencionar a nacionalidade da aluna, apenas e só a nacionalidade da aluna, a professora tem um processo disciplinar por discriminação. Isto é, a mera menção da nacionalidade da aluna foi interpretada como um ato discriminatório, levando à abertura de um processo disciplinar.

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Uma escola para adultos excluídos

 

É condição sine qua non ter uma história e uma história para contar quando o destino e fim de alguém se resume a trabalhar em prol de alunos excluídos numa escola de alunos excluídos e o Luís não é excepção.
A começar pelo desemprego de canudo na mão, a vergonha de estudar em vão, como se fosse possível estudar em vão e o saber ocupasse lugar, mas o saber não paga contas mais o sacrifício familiar e o resultado para além do óbvio quando o Luís se decidiu por uma Licenciatura em Filosofia.
O olhar de lado do irmão mais velho e o “eu não te disse para não estudares” ainda hoje nos ouvidos, uma memória auditiva, uma cicatriz, uma tatuagem e a tatuagem não sai, a cicatriz também não, um disco riscado cuja mensagem é a mesma, é a mesma, é a mesma e eu não te disse não te disse não te disse para não estudares?
E depois o discurso do pai a apontar para o exemplo do teu irmão a fazer entregas e hoje é tão fácil arranjar trabalho, está tudo nos telefones e tivesse eu a vossa idade e faria o mesmo e fazer o mesmo o tanas para não dizer pior, nos intervalos o irmão ainda faz de conta ser PT e ao fim de semana faz de Uber com o carro do pai e portanto escravatura na ponta dos dedos sem quaisquer direitos mas como os direitos não pagam contas o povo verga as costas sem tempo sequer para reclamar e o Luís de fora a ver de fora a viver lá fora.
E viver lá fora significa aceitar qualquer emprego, qualquer trabalho e qualquer trabalho é esta falta de auto-estima no espelho e ensinar onde os outros não querem ensinar e ensinar quem não quer ser ensinado, razão pela qual o Luís começou por trabalhar com alunos excluídos e acabou a trabalhar pelos alunos excluídos e para os alunos excluídos.
Excluídos por problemas mil a começar pelo comportamento e a acabar no contexto familiar e social, um emprego relevante e afinal valeu a pena estudar e o saber não só não ocupa lugar como paga as contas e o Luís já não é, ele próprio, um excluído mas os seus colegas são, os outros professores são entre registos criminais, despedimentos por justa causa, vítimas de violência doméstica, imigrantes desterrados e igualmente desempregados dos países de origem e nenhum com excepção feita para a senhora directora é autóctone ou nacional.
Significa isto ser o dia do Luís tantas vezes dedicado à gestão das emoções de adultos sem pai nem mãe, meninos perdidos da Terra do Nunca mas em ponto grande e igualmente necessitados de colo e o Luís é a perfeita almofada psicológica enquanto nos corredores os alunos correm à solta ou não estivesse o professor agora com o Luís a fazer de terapeuta dia após dia e onde estão os alunos do Luís senão a correr igualmente lá fora.
Tudo porque um aluno chamou um nome a um professor e o professor não se ficou e chamou um nome ao dito aluno e afinal estamos na presença de duas crianças e não apenas uma, a original, ou então o professor desatou num pranto e dentro da sala a histeria total enquanto o professor chama a polícia e aí estão as luzes e sirenes à porta e o entretenimento total para os alunos em geral.
E isto quando não é o professor a accionar propositadamente o alarme de incêndio e a escola toda na rua porque o professor precisa de atenção e alguém com quem falar e não há com quem falar quando se vive só fruto de divórcios litigiosos para não dizer mais e os fins de semana são passados sem abrir a boca e por conseguinte toca de accionar o alarme e outra vez o gáudio geral da criançada.
Trabalhar em prol de alunos excluídos requer resiliência. Mais, requer os melhores professores para os alunos mais carentes e necessitados. O contrário é uma distopia onde os autóctones se recusam liminarmente a resolver um problema social cuja génese é da sua total responsabilidade, delegando a mesma responsabilidade para quem tantas vezes tem histórias por contar sendo o resultado um conjunto de supostos adultos igualmente carentes e necessitados incumbidos de educar e criar as crianças que um dia foram.
E o Luís já perdeu a conta aos dias perdidos de volta dos colegas sem sequer se lembrar da existência das crianças a seu cargo senão chegado o fim do dia e as crianças, então e as crianças?
A escola do Luís é um vale dos caídos mas não devia ser, dos petizes aos adultos e o apoio psicológico essencial tanto para uns como para outros acrescentando-se a isto a importância de reter quem na escola do Luís quer trabalhar, apesar das suas histórias e independentemente das suas carências.
E portanto o Luís lá continua a colecionar peripécias até por não haver outra alternativa e o regresso a uma escola secundária uma visão cada vez mais distante: por não ter experiência no ensino secundário, já lhe disseram, ou não estivesse a sua carreira cingida aos currículos alternativos.

João André Costa

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Escola a mais, família a menos…

 A denominada “escola a tempo inteiro”, excêntrica “inovação educacional” concebida por José Sócrates/Maria de Lurdes Rodrigues, tem permitido e fomentado que muitas crianças possam ficar confinadas num espaço escolar durante sete, oito, nove ou, até mesmo, dez horas por dia…

 

Em 2019, a competência da organização e da gestão da escola a tempo inteiro foi transferida para as Autarquias…

 

Pelo Artigo 39.º (Escola a tempo inteiro) do Decreto-Lei n.º 21/2019, de 30 de Janeiro, as crianças do Ensino Pré-Escolar e do 1º Ciclo podem ficar encerradas em determinados espaços escolares na maior parte do seu dia, como se fossem putativos reféns:

 

– Compete às câmaras municipais promover e implementar medidas de apoio à família que garantam uma escola a tempo inteiro, designadamente actividades de animação e de enriquecimento curricular, antes e depois do período diário de actividades lectivas e durante a sua interrupção…

 

Temos, assim, crianças, entre os três e os dez anos de idade, diariamente massacradas com o cumprimento de insanos e abomináveis horários, que muitos adultos provavelmente não suportariam…

 

Temos, assim, crianças, entre os três e os dez anos de idade, depositadas na escola ou noutros espaços escolares durante a maior parte do seu dia, obrigadas a permanecer nesses lugares até serem resgatadas pela respectiva família…

 

A escola a tempo inteiro será boa para quem?

 

Para as crianças não é, com certeza, boa…

 

A escola a tempo inteiro dificilmente contribuirá para a boa saúde mental das crianças ou para o estabelecimento de relações afectivas securizantes com as respectivas figuras parentais ou até para o tão almejado sucesso escolar…

 

E o que sobra em escola falta em família…

 

Família que, nessas circunstâncias, frequentemente aproveita para se desonerar de muitas das suas responsabilidades parentais, às vezes esperando da escola aquilo que é da sua exclusiva competência…

 

Mas a escola não pode substituir a família, nem ocupar o seu lugar…

 

As Associações de Pais, em vez de reclamarem por medidas laborais protectoras da educação e da natalidade, têm permanecido em silêncio face a esta aberração, manifestando assim o seu acordo tácito com a denominada escola a tempo inteiro, que mais não faz do que legitimar e “oficializar” o aprisionamento de crianças, com a conivência e autorização dos pais…

 

O pretenso “apoio” às famílias, aludido no Artigo 39.º do Decreto-Lei n.º 21/2019, de 30 de Janeiro, acaba por evidenciar, na realidade, o fracasso das políticas sociais de apoio à família, em particular aquelas que respeitam à educação de crianças e jovens e aos incentivos à natalidade…

 

E, entretanto, as crianças continuarão enjauladas, sem o direito a serem, de facto, crianças…

 

A escola a tempo inteiro prova que somos um país pobre a todos os níveis…

 

Paula Dias

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