Porque só algumas classes é que usufruem de compensações por deslocação para fora da sua área de residência?
Será que quando integraram as listas de candidatura não foram informados que teriam de se deslocar para “trabalhar” em Lisboa?
Será que foram obrigados a concorrer?
Concorreram porque quiseram e ninguém os obrigou a aceitar o cargo.
Nas empresas do setor particular, quando um funcionário é deslocado, também, recebem ajudas de custo ou subsídios para fazer face às despesas acrescidas.
Os outros, entre eles os professores, assistem impávidos e serenos. Deslocam-se centenas de quilómetros à sua conta, têm de alugar casa, mas nada lhes é devido. São “missionários”, benfeitores que se voluntariam a ir prestar funções pelo país fora a troco de apenas o seu vencimento.
Está na altura de começar a perceber que um dos grandes fatores para a falta de professores é esta diferença de tratamento. Não me venham dizer que “se lá estão é porque concorreram para ir dar aulas para lá”. Concorreram, porque têm amor à profissão. Só assim se justifica tão grande sacrifício.
Mas o sacrifício um dia acaba…
Subsídios (Deputados)
1 – No exercício das suas funções ou por causa delas, os Deputados têm direito aos seguintes abonos:
a) De deslocação durante o período de funcionamento da Assembleia da República;
b) De apoio ao trabalho político em todo o território nacional, de acordo com o n.º 2 do artigo 152.º da Constituição da República Portuguesa;
c) De deslocação em trabalho político no círculo eleitoral.
2 – O abono previsto na alínea a) do número anterior decompõe-se em subsídio para despesas de transporte e ajudas de custo e a sua atribuição depende de comprovativo de realização.
3 – O abono previsto na alínea b) do n.º 1 é estabelecido por quantitativo global anual e processado mensalmente.
4 – O abono previsto na alínea c) do n.º 1 é atribuído aos Deputados com sujeição das correspondentes verbas a imposto sobre o rendimento das pessoas singulares.
5 – Nas seguintes situações decorrentes de atividades parlamentares específicas, os Deputados têm direito à perceção de abonos para despesas de transporte, alojamento e ajudas de custo, implicando sempre autorização e comprovativo de realização:
a) Deslocações em trabalho político dos eleitos pelos círculos da emigração;
b) Deslocações em representação institucional da Assembleia da República;
c) Deslocações das delegações aos organismos internacionais de que a Assembleia da República faça parte e das demais missões parlamentares ao estrangeiro.
6 – O regime de abonos estabelecido no presente Estatuto é concretizado e complementado por resolução da Assembleia da República e constitui, para todos os efeitos legais, regime especial decorrente da natureza constitucional do mandato parlamentar.
7 – A resolução prevista no número anterior regula igualmente as condições de utilização das viaturas oficiais por Deputados em razão do cargo ou da missão parlamentar.»
7 comentários
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Coitados!
Por que os deputados não apresentam um pedido para que os professores tenham também subsídio de deslocação ?
Onde está o seu sentido de serviço público ? E a solidariedade?
Muitos docentes aceitam porque julgam que não há alternativa se não pagar do seu bolso as deslocações, casas e o que sobra apenas dá para comer (uns nem isso). Percam essa atitude de “menos que nada” vistos pela sociedade como COITADOS e desconsiderados pelos outros “colegas”…..porque sujeitam-se a estas condições precárias. Foquem-se para terem uma vida digna e imagem exterior com mais respeito, assim estão a colaborar para a dignificação da profissão de professor. Exigem subsídios para pagar todas as deslocações ou então não aceitem esses horários. Se não aceitarem viver em condições miseráveis, o Sistema Educativo não funciona e muitos alunos ficam sem aulas e aí, o governo será obrigado a oferecer subsídios para pagar rendas de casa convenientes para que estes docentes tenham condições dignas de vida. É inqualificável que professores sejam obrigados a viverem em quartos anos a fio e muitos partilhados para poderem trabalhar como se fossem simples estudantes ou …!!! Bastava apresentar o recibo da renda até determinado valor consoante a média do local e o Estado pagava esse valor durante a colocação. Não é através das greves que vão mudar esta situação ! É na NÃO ACEITAÇÃO de determinados horários que tudo isto poderá mudar para melhor! Caso contrário, fica tudo na mesma e o Sistema continua a aproveitar-se destes docentes.
Muito bem.
Tem razão…
Perfeitamente de acordo.
Digamos isto aos nossos sindicatos e sindicatozinhos, para que eles lutem em defesa disto mesmo.
A verdade nua e crua da submissão deste povo de brandos costumes à vontade e aos caprichos daqueles a quem deram o voto de confiança e a procuração para fazerem o que bem entenderem, incluindo roubar e aldrabar ao povo que trabalha e que paga os pesados impostos e as suas mordomias. Será que o povo gosta mesmo de ser roubado e enganado para poder ser feliz?! Mas da mesma forma que lhes deram o poder, também o podem tirar, bastando para isso mais coragem e autodeterminação. Que se saiba, nunca faltam deputados na Assembleia da República, nem candidatos! Assim fosse com os professores nas escolas. Afinal, não somos todos funcionários públicos?