A partir de um estudo diagnóstico das aprendizagens foi constatada a necessidade de recompensar a fraca qualidade das aprendizagens devido ao E&D. Vamos admitir como razoáveis as conclusões desse estudo apesar de não haver comparações que permitam separar os efeitos conjunturais da pandemia dos efeitos estruturais, uma vez que não temos dados para anos sem pandemia, apesar da conclusão «de que as dificuldades demonstradas pelos alunos nos níveis mais elevados não é diferente da registada em outros instrumentos de avaliação, nomeadamente em testes internacionais como o Programme for International Student Assessment – PISA».
A Peralta, economista com acesso a órgãos de informação, apareceu a defender como recompensa a criação de uma escola de verão, isto é criar nas férias de verão um sistema para recuperar as aprendizagens. Mais propõe, que os monitores ou tutores fossem recrutados fora da escola. Ou seja, para esta senhora qualquer um pode prestar serviços educativos, o que posso concordar se o objetivo é fazer qualquer coisa para ocupar os estudantes… Pela qualidade da proposta está tudo dito quando se parte do princípio que qualquer um pode ensinar. Quanto à exequibilidade, foi tão lesta a apresentar contas do prejuízo da paragem das escolas duas semanas, mas agora não apresenta contas. Esta proposta só é realista ao não contar com os professores, porque talvez reconheça o cansaço dos docentes e o facto de que os professores têm muitas tarefas para desempenhar, como garantir os exames ou realização das PAPs, além de que não passa pela cabeça de ninguém os professores ficarem sem férias.
A solução, será na minha opinião, o que se debate na Assembleia da República, a redução de alunos por turma e um sistema de coadjuvações que permita recuperar ao longo do próximo ano letivo as aprendizagens falhadas. Assim, teríamos um prazo alargado para proceder às recuperações necessárias. Esta solução seria aplicada com verdadeiros profissionais da educação. Além disso, se o problema for essencialmente estrutural, com a redução de alunos e reforço de apoios, como coadjuvações, tutorias, salas de estudo, estamos a pensar no futuro e não num remendo. Só um esclarecimento, os apoios seriam substanciais e não paliativos, ainda que limitados a certas disciplinas, como acontece já com aulas de coadjuvação de 15 em 15 dias, ou seja, a haver coadjuvação seria em 50% da carga letiva.
Rui Ferreira
1 comentário
Mas esta Peralta não é mesma iluminada que disse que os “burgueses do teletrabalho” deveriam pagar um imposto para minimizar a crise?
Está cheia de ideias….