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Mar 03 2021
O Governo vai arrancar com a tão prometida testagem massiva à população portuguesa: serão 400 mil testes de 14 em 14 dias, avança responsável de um dos maiores laboratórios de análises clínicas do país.
“Vamos começar neste momento a organizar uma testagem que se prevê que seja de 400 mil testes de 14 em 14 dias. É isso que está a ser organizado e estamos, a todo o momento, a lançar este programa cá para fora”, avançou à referida rádio o médico e patologista clínico Germano de Sousa, responsável pelos laboratórios de análises clínicas com o mesmo nome e antigo bastonário da Ordem dos Médicos.
“Está previsto começar pelas escolas, fábricas, mas em princípio, serão as escolas as primeiras a começar a ser estudadas para estarmos prontos para quando começar o desconfinamento”, disse.
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Mar 03 2021
Com os dados já apresentados, realizados pelo Maurício Brito, verifica-se que o impacto financeiro líquido no ano 2020 com o fim das vagas de acesso ao 5.º e ao 7.º escalão representa um valor líquido de 3.288.595,26€.
Para termos uma noção exata do que representa esta maior aberração do Estatuto da Carreira Docente podemos comparar este valor com outros inscritos no Orçamento da Assembleia da República para 2021.
Só nos transportes para os deputados serão gastos 3.210.000.00€ em 2021.
Nas ajudas de custo dos deputados serão gastos 3.007.577.00€
Lembro que temos 230 deputados e que a existências das vagas de acesso ao 5.º e 7.º escalão afeta todo um modelo de avaliação docente (onde existem mais de 100 mil professores), com implicações diretas ou indiretas em mais de 1 milhão de alunos.
Como dizia o outro.
É só fazer contas.
E já agora avaliar os impactos que se poderá beneficiar com a abolição das vagas de acesso ao 5.º e 7.º escalão.
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Mar 03 2021
Huxley, nós e a pandemia
O Admirável Mundo Novo (1932), de Aldous Huxley, descreve uma sociedade futura (Estado Mundial) onde, em nome da eficiência e da eficácia, a governação substituiria os dinamismos sociais e as emoções humanas por ciência e tecnologia. São abolidos pais, mães e família e a procriação natural dá lugar à procriação artificial, que programa as crianças, desde o nascimento, para o desempenho de um papel pré-determinado na sociedade. Os embriões são objecto de tratamentos hormonais estratificados, para gerarem líderes ou simples trabalhadores braçais, com capacidades intelectuais intencionalmente reduzidas. Huxley antecipou a manipulação subliminar dos comportamentos humanos (como é actualmente feita por complexos algoritmos de inteligência artificial) e mostrou, premonitoriamente, aonde nos pode conduzir o endeusamento da tecnologia. Do mesmo passo, e já no campo do debate das ideias, sublinhou que a distopia apresentada no livro se concretizaria pela concentração do controlo e da riqueza. Referindo-se ao aparecimento da televisão, atribuiu-lhe capacidade para influenciar a vertente racional do homem e difundir ideias únicas, submetendo todas as dimensões da vida a imposições autoritárias.
Caminhamos para isto, 90 anos depois? Não sei, mas é grande a perplexidade com que olho para uma sociedade maioritariamente resignada à amputação da sua liberdade e a um controlo silencioso que a impede de pensar e questionar criticamente. Tal como Huxley temia, vejo muita verdade afogada em mares de irrelevâncias, genericamente aceites. Esse novo normal anti-humano de que nos falam, e que muitos já aceitam como realidade, propõe, afinal, a aceitação de uma distopia permanente, assente na cultura do medo, servida pela informação superficial em detrimento do conhecimento profundo e pela abolição de fronteiras entre vida profissional e vida privada. A dignidade e a liberdade da pessoa, individualmente considerada, está a ser constantemente menorizada pela imposição de obrigações sociais (veja-se o passaporte covid em processo) que o novo Grande Irmão filantropicamente nos oferece. Agora para nos proteger da covid-19, no futuro, quem sabe, da vinculação aos outros, das emoções, da sarna ou dos piolhos.
The Great Reset, conceito abordado no seio do Fórum Económico Mundial a este propósito, é uma espécie de acordo social (sem o nosso acordo), via identificação electrónica, que reduzirá a nada qualquer protecção da nossa intimidade e engordará os lucros das organizações que vendem dados sobre todos os aspectos das nossas vidas. Uma elite autoproclamada, que nós conhecemos sem conhecer, terá acesso à nossa conta bancária (enquanto tivermos algo nosso), ao nosso historial médico e a toda a nossa vida (que quer pôr ao exclusivo serviço da vida dela), que passará a ter uma evolução indexada ao nosso comportamento social (à boa maneira chinesa). Numa palavra, trata-se de uma estratégia de vigilância e controlo universal, por recurso à inteligência artificial. O apressar deste caminho está a ser bem servido pelas consequências da covid-19, cuja gestão substituiu racionalidade por medo e a análise ponderada custo/benefício das medidas tomadas por submissão aos palpites dos novos astrólogos. Esta projectada eliminação de qualquer controlo democrático é proposta (imposta), naturalmente, em nome da pegada do carbono, da conservação da natureza e da incontornável quarta revolução industrial.
Na mesma linha, Google , Facebook e Amazon reúnem de há muito torrentes de dados, que submetem a poderosas ferramentas de inteligência artificial, para construir estratégias manipulatórias do comportamento de todos nós, com objectivos comerciais, políticos ou outros, as quais incluem a censura (tenho amigos mais jovens, que não conheceram a comissão de censura do meu tempo, que me mostram estratégias para driblar os censores dos tempos modernos: os gurus de Silicon Valley).
A pandemia, melhor dizendo, as medidas para a combater, estão destruindo as economias locais e ditarão uma cascata de resgates de empresas e países endividados. O preço da salvação, o mesmo de sempre, chama-se perda de soberania e de liberdade.
In “Público” de 3.3.21
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