26 de Agosto de 2020 archive

O Novo Normal

 

 

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“Bamus ter grebe ó num bamus?”

 

FENPROF ADMITE AVANÇAR PARA GREVE SE NÃO HOUVER CONDIÇÕES DE SEGURANÇA NAS ESCOLAS

Em declarações ao Correio da Manhã, Mário Nogueira, secretário geral da Federação Nacional de Professores (Fenprof), disse que estão “a ver como evoluem as coisas” e reforçou que o sindicato está disposto a avançar “para a justiça se houver risco de vida para os professores” .

“Para já, vamos ver como evoluem as coisas e insistir nas reuniões junto do Ministério da Educação e Direção-Geral da Saúde. Nos dias 2, 3 e 4 de setembro, os nossos órgãos nacionais vão reunir-se para decidir a abordagem ao início das aulas, caso não sejam garantidas as condições de prevenção e segurança sanitária”, disse Mário Nogueira ao CM.

Segundo o matutino, a Fenprof exige um rastreio a toda a população escolar e contesta a norma que define uma distância nas escolas de “um metro, se possível”.

Mário Nogueira não descarta a realização de uma greve no arranque do novo ano letivo, seguindo o exemplo dos sindicatos de professores da comunidade de Madrid, em Espanha, que também já anunciaram uma greve para o início do ano letivo. A decisão será tomada no início de setembro pelo Conselho Nacional da Fenprof.

Além disso, a Fenprof teme que aulas com turmas de quase 30 alunos façam disparar a transmissão do vírus que causa a covid-19. Segundo o CM, o sindicato vai denunciar a atual situação ao Parlamento, Organização Mundial da Saúde, Organização Mundial do Trabalho, UNESCO e OCDE.

 

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O porquê do não regresso à escola – João André Costa

 

O porquê do não regresso à escola

Com a chegada de Setembro e a reabertura compulsiva das escolas, voltamos a interrogar-nos sobre o quão seguro será enviar os nossos filhos, as nossas crianças, para a escola. A resposta é simples: não é seguro. Porque não há uma vacina. Porque não há uma cura. Porque, de há quase um ano para cá, pouco ou nada mudou.

Continuamos com medo. Continuamos sem abraçar ou beijar pais e filhos, irmãos e amigos ainda hoje vistos à distância de um aceno do topo de um andar ou na lonjura do quintal. Porque ir ao café ou entrar num restaurante está ainda a anos-luz de distância.

Porque não há garantias, apenas exigências, exigências da parte de dirigentes cujos filhos de futuro garantido nunca tiveram de se preocupar com a escola ou aprender.

E não, o distanciamento social, as máscaras e as viseiras, a separação dos alunos, os sentidos únicos nas salas e corredores, a lavagem frequente das mãos, os intervalos mais curtos, o take-away da hora de almoço, nada disto é suficiente quando é apenas uma questão de tempo até que um professor ou uma criança fiquem infectados.

Porque as crianças brincam, e ainda bem que brincam, mas brincam umas com as outras, indiferentes ao mundo em redor, aos adultos, aos problemas, às doenças, despreocupadamente vivendo, simplesmente vivendo, correndo, rebolando, chutando, empurrando, rindo, e mau seria se assim não fosse.

Ou então é um professor ou um auxiliar a tocar sem querer na máscara e depois na cara, uma comichão, o calor, os elásticos apertam horas a fio marcados no desconforto do rosto, e agora é tarde, um caso e depois outro e depois outro e ser infectado é mesmo como ter a peste, ninguém se aproxima, ninguém quer saber. Entregues à nossa sorte, é uma questão de tempo e seja o que Deus quiser. Literalmente.

Aliás, basta sair de casa para, de imediato, levantarmos suspeitas na vizinhança, na família, onde fomos, com quem, durante quanto tempo, levámos máscara, desinfectámos as mãos, quantas vezes, andámos de transporte público ou por ruas entupidas de gente, fomos às compras ou a uma loja, não podíamos ter pedido a um amigo, a um filho, ou pela internet?

Neste panorama, e diante de um inimigo ainda bem presente mas incolor, inodoro, insípido, etéreo, ubíquo, imortal, poucas são as alternativas à disposição quando a doença, a cronicidade ou a morte podem ser facilmente evitadas através do isolamento e o regresso à escola não é sequer discutível enquanto governos displicentes jogarem aos dados com a vida das nossas crianças e de quem as ensina.

E se, por um lado, a estratégia vigente pretende evitar o encerramento compulsivo de todo um sistema educativo mais as suas consequências, basta a perda de uma vida para justificar da pior maneira todas as razões do nosso medo. Eu não estou disposto a pagar este preço. Quem está? Quem está disposto a passar o resto da vida a pensar se ao menos naquele dia eu não tivesse mandado o Miguel, a Larissa, a Eulah para a escola?

Para quando o testar compulsivo de populações inteiras? Para quando o testar semanal, pelo menos semanal, de professores e alunos de modo a garantir a sua saúde e bem-estar? Para quando a preocupação honesta e sincera de quem foi eleito com os nossos votos na crença de um futuro melhor? Até à descoberta de uma cura ou, no mínimo, tratamentos eficazes, testar, testar, testar é a única arma, a única bala, o único recurso à disposição.

Mas testar ainda mais do que já se testa implica mais investimento, mais meios, mais pessoal, mais material, mais vontade política e um verdadeiro intento para cuidar de todos e não apenas dos seus. Para tal, precisaríamos de um enfermeiro como primeiro-ministro ou, não sendo possível, um enfermeiro próximo do primeiro-ministro. Só assim teremos o cuidar incondicional, o amor incondicional, a ajuda incondicional. Só assim teremos o futuro, incondicional e ausente de juízos de valor. Ainda somos todos iguais no direito à vida, ou assim quero acreditar.

 

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Famílias pouco satisfeitas com ensino à distância no 1.º ciclo

 

Famílias pouco satisfeitas com ensino à distância no 1.º ciclo, revela estudo

Apenas três em cada 10 pais inquiridos num estudo da Deco se manifestaram satisfeitos com o ensino à distância no 1.º ciclo e a maioria revelou que os filhos tiveram saudades da escola durante o confinamento.

Segundo um inquérito realizado pela associação de defesa do consumidor no final de junho, a maioria dos 537 pais inquiridos não avaliou de forma positiva o novo modelo de ensino imposto pela pandemia da covid-19.

Em meados de março, o Governo decidiu encerrar todos os estabelecimentos de ensino, como forma de conter a propagação do novo coronavírus, e todos os alunos, desde o pré-escolar ao ensino superior, foram para casa.

No caso do ensino básico, as crianças não puderam regressar à escola e o 3.º período foi passado à distância, com aulas ‘online’ e os professores num ecrã.

Para alguns pais com filhos no 1.º ciclo, o novo modelo de ensino foi pouco satisfatório e os 537 encarregados inquiridos pela Deco atribuíram uma classificação média de 5,8 numa escala de 0 a 10.

Segundo os resultados hoje divulgados pela associação, o apoio prestado às crianças com necessidades educativas especiais foi aquele que mereceu por parte das famílias uma avaliação mais negativa (2,5 em 10), sendo que apenas 5% dos pais referiu a realização de algum trabalho neste sentido.

Entre os aspetos menos satisfatórios, os encarregados de educação referiram também as tarefas propostas pelos professores e as aulas por videoconferência com outros docentes além do titular.

Por outro lado, as aulas por videoconferência e os vídeos gravados pelo professor titular foram os aspetos positivos mais referidos, seguidos das aulas televisivas na RTP Memória e do apoio suplementar dado pelos docentes, que mereceram uma avaliação média de 5,8 e 5,5 em 10, respetivamente.

Da parte das crianças, a experiência do ensino a distância parece não ter sido particularmente positiva e se as saudades das escolas e dos amigos se fizeram sentir pela maioria, a facilidade em acompanhar as atividades foi pouca.

De acordo com os resultados do inquérito, só um quarto das crianças do 1.º ciclo ficou feliz com a mudança e 84% admitiriam sentir saudades da escola, enquanto 91% manifestaram o mesmo sentimento em relação aos colegas.

Por outro lado, apenas um terço dos alunos teve facilidade em concentrar-se durante as aulas ‘online’, a que assistiram durante o 3.º período em casa maioritariamente através do computador, e em trabalhar de forma autónoma com as plataformas digitais.

Ainda assim, a maioria (81%) realizou todas as tarefas propostas que, segundo 40% dos pais, foram em maior quantidade em comparação com aquilo que os professores propõem habitualmente, mas apenas metade conseguiu fazê-lo sozinho.

No total, 72% dos pais referiram, por isso, que os filhos precisaram de ajuda suplementar, sobretudo para esclarecer dúvidas durante o estudo autónomo, mas também com explicações sobre a matéria e orientação para seguir o plano de aulas diário.

Cerca de metade dos encarregados admitiu ainda que a aprendizagem em casa foi mais difícil para as crianças que, na sua maioria, se manifestaram preocupadas com a avaliação final.

O próximo ano letivo arranca entre 14 e 17 de setembro e nessa altura os alunos já vão poder regressar à escola e ao ensino presencial, que será o regime presencial durante os três períodos letivos.

Caso a situação epidemiológica volte a empurrar os alunos para casa, a prioridade será para manter, sempre que possível, os 1.º e 2.º ciclos nas escolas

 

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Direção-Geral da Saúde publica orientação para desporto e competições desportivas

A Direção-Geral da Saúde (DGS) publicou esta terça-feira uma Orientação (036/2020) com as medidas de prevenção e controlo a implementar no desporto e nas competições desportivas, que visam permitir um regresso aos treinos e às competições em segurança, minimizando o risco de transmissão da COVID-19.

À semelhança do que acontece nos diferentes setores, a entidade gestora do espaço onde decorra a prática de desporto ou competições desportivas, bem como as federações e os clubes, devem elaborar e implementar um Plano de Contingência próprio para a COVID-19, onde deve constar, por exemplo, a definição de uma área de isolamento.

O documento indica quais as medidas gerais a adotar, nomeadamente a limpeza e desinfeção de todos os espaços, materiais e equipamentos utilizados, o distanciamento físico de pelo menos dois metros entre pessoas, quando não há prática de exercício físico e desporto, e a utilização de máscara em todos os espaços fechados ou em espaços abertos, quando houver proximidade entre pessoas.

Adicionalmente, os funcionários, elementos das equipas técnicas e praticantes devem efetuar a automonitorização diária de sinais e sintomas e abster-se de ir trabalhar, treinar ou competir, se surgir sintomatologia compatível com COVID-19.

Segundo a Orientação, as federações e/ou os clubes devem avaliar o risco de contágio por SARS-CoV-2 associado à modalidade desportiva respetiva e elaborar um Regulamento Específico para a prática desportiva, em contexto de treino e em contexto competitivo, de acordo com a estratificação de risco da modalidade.

As modalidades podem, assim, ser avaliadas como de alto risco, de médio risco e de baixo risco (incluindo as modalidades desportivas individuais sem contacto físico, entre outras).

A Orientação prevê a realização de testes laboratoriais para SARS-CoV-2 aos praticantes das modalidades desportivas, de acordo com a estratificação do risco da modalidade desportiva.

Se for identificado um caso positivo, o atleta deve ser isolado e ficar impedido de participar em treinos e jogos até ser determinada a cura.

Caso seja identificado um caso suspeito, deve ser encaminhado para a área de isolamento, onde deve estar disponível um kit com água e alguns alimentos não perecíveis, solução antissética de base alcoólica, toalhetes de papel, máscaras cirúrgicas, e, sendo possível, acesso a instalação sanitária de uso exclusivo. Na área de isolamento, deve ser contactada a linha SNS 24.

Consulte a Orientação nº 036/2020, de 25/08/2020.

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O imperativo de uma escola para a autonomia – António Dias Figueiredo

 

O imperativo de uma escola para a autonomia

A escola nunca foi tão necessária nem nunca foi tão insuficiente.

Necessária, porque a maior parte das famílias não tem tempo nem espaço para educar os filhos nem para os tratar como crianças. Necessária, porque as desigualdades sociais são cada vez maiores e só a escola pode atenuá-las. Necessária porque as crianças estão cada vez mais inundadas de tecnologias e cada vez mais carentes de afeição e valores. Necessária, porque neste nosso mundo não há outro lugar onde as crianças possam aprender a construir autonomia, responsabilidade e democracia.

A escola é, apesar disso, cada vez mais insuficiente. Insuficiente, porque o conhecimento humano aumenta a ritmo vertiginoso, tornando obsoleto o que é hoje novo e seguro, e não há escola que possa acompanhar uma tal explosão de saber. Insuficiente, porque cada vez há mais contingências e incertezas que não podem ser superadas com o conhecimento existente. Insuficiente, porque o próximo futuro será muito distinto do presente, mas ninguém sabe como é que ele será.

Desconhecendo-se o futuro, cada um terá de aprender por si próprio, em permanência, para o que der e vier (just in case), segundo as ambições que for construindo e as oportunidades que se forem abrindo. Por outro lado, cada um terá de aprender a aprender por si próprio, no momento (just in time), perante os desafios inesperados e desconhecidos que se forem erguendo no seu percurso. A escola, que tinha a missão de desenvolver saberes para um mundo conhecido, tem agora a missão adicional de construir autonomia para um mundo desconhecido.

Esta necessidade de uma escola para a autonomia, hoje reconhecida como vital para a sobrevivência das novas gerações, é debatida há mais de um século por destacados pensadores e educadores. Nas últimas décadas, também as grandes instituições da educação passaram a enfatizar o imperativo de um escola para a autonomia. A UNESCO dedicou-lhe o Relatório Faure (1972), que popularizava o conceito de educação ao longo da vida e a importância de aprender a aprender. Um quarto de século mais tarde, produzia o Relatório Delors (1998), que reforçava os princípios de uma educação para a autonomia assente em quatro pilares: aprender a saberaprender a fazeraprender a viver em conjunto e aprender a ser.

Curiosamente, o imaginário humano tem revelado ao longo dos séculos um grande fascínio pelos desafios da construção autónoma do saber perante mundos desconhecidos. No século XII, o conto Hayy Ibn Yaqzan do filósofo árabe andaluz Ibn Tufayl sobre uma criança que cresceu sem educação ou enquadramento humano e ascendeu a supremos níveis de compreensão do mundo, da fé e de si próprio, lançaria o conhecimento autodidata no centro da reflexão epistemológica europeia, inspirando os pensadores e artistas do Iluminismo e os humanistas da Renascença. Figuras tão distintas como Bacon, Milton, Locke e, naturalmente, Defoe, com o seu Robinson Crusoe, enriqueceram a reflexão sobre a autonomia na construção de conhecimento, influenciando por sua vez Spinoza, Voltaire, Rousseau e, de forma mais discreta, muitas outras figuras, como Schopenhauer, Coleridge, Nietzche, Heidegger, Camus ou Michel Foucault.

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OMS recomenda máscara a partir dos 6 anos

 

E a idade recomendada continua a descer…
Quem assume as responsabilidades do que acontecer no primeiro ciclo? Os Diretores, a Escola, os Professores?

Roberto Martins

Covid-19 no mundo: OMS recomenda máscara a partir dos 6 anos

A Organização Mundial da Saúde recomenda agora o uso de máscara para crianças a partir dos 6 anos.

 

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Regulamentação das modalidades educativas de ensino individual e de ensino doméstico

 

Download do documento (PDF, Unknown)

 

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