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Fev 25 2018
Universo – Professores dos Agrupamento de Escolas e Escolas não Agrupadas Públicas e Privadas de Portugal.
Técnica – Os inquéritos foram enviados por correio eletrónico para todos os Agrupamentos de Escolas e Escolas não Agrupadas de Portugal e partilhado por várias salas de educação nas redes sociais e pelo blogue DeAr Lindo. O trabalho de recolha ocorreu entre o dia 5 de outubro de 2017 e 18 de novembro de 2017.
Responsabilidade do inquérito: Professor Alexandre Henriques, com o apoio da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP)
Os professores optam preferencialmente por aulas práticas em detrimento das aulas cooperativas e expositivas.
Os professores consideram que na sua escola e na sua sala de aula há pouca indisciplina.
A frequência e a gravidade das ocorrências disciplinares, são proporcionalmente opostas: mais frequentes – menor gravidade; menos frequentes – maior gravidade.
Metade dos professores refere que gasta menos de 20% do tempo de aula com situações de indisciplina.
A grande maioria dos professores aponta os problemas familiares (económicos, afetivos, falta de acompanhamento parental, etc), a falta de valores morais e o desinteresse pela escola, como as principais causas para a indisciplina existente na sua escola.
As situações de indisciplina mais comuns na sala de aula são: a distração dos alunos; a interrupção com comentários desproporcionados; as brincadeiras/palhaçadas.
Os professores reagem preferencialmente a situações de indisciplina através da advertência calma, dialogando com os alunos de forma coletiva e/ou individual.
Os professores apontam como principais fatores para a redução da indisciplina escolar: uma maior responsabilização dos pais/encarregados de educação; redução do número de alunos por turma; aposta na formação parental.
Os professores são defensores da criação de gabinetes disciplinares e em cerca de metade das escolas dos inquiridos estes gabinetes já existem.
Os professores consideram que a direção da sua escola resolve as situações de indisciplina de forma proporcional à gravidade do ato.
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Fev 24 2018
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Fev 24 2018
Três escolas encerradas devido a greve em Sintra > TVI24
(…)
As escolas básicas da Portela de Sintra e de Ouressa (Mem Martins) estão esta sexta-feira encerradas devido à greve do pessoal auxiliar, destinada a reclamar mais funcionários e manutenção na D. Pedro IV (Monte Abraão), informou fonte sindical.
O objetivo desta greve é o reforço de pessoal, a alteração da portaria de rácio, que não resolveu nada, e os graves problemas de manutenção e equipamento nestas escolas, que já foram comunicados à câmara e que não são resolvidos”, explicou à agência Lusa o sindicalista João Santos.
O Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas convocou para esta sexta-feira uma greve de trabalhadores não docentes das escolas básicas (EB) da Portela de Sintra, Ouressa e D. Pedro IV para protestar contra a falta de pessoal e degradação das escolas.
A escola está a funcionar com mais três elementos que puseram aqui para poder funcionar”, explicou João Santos, em relação à EB 2/3 D. Pedro IV, em Monte Abraão, estabelecimento de ensino que possui dois turnos com 600 alunos.
Segundo o sindicalista, as instalações possuem “casas de banho entupidas, vidros partidos forrados a papel, redes de proteção degradadas” e, do quadro de 24 funcionários, dois encontram-se de baixa prolongada e “cinco ou seis com limitações” de vária ordem.
O funcionamento durante a manhã foi assegurado através de “seis funcionários, com três externos à escola, que foram colocados para assegurar serviço”, mas João Santos admitiu que o estabelecimento poderá não ter condições para abrir durante a tarde.
Na EB1/JI [Jardim de Infância] da Portela de Sintra, na União de Freguesias de Sintra, o pessoal docente encontrava-se hoje de manhã no estabelecimento, mas as instalações estavam fechadas devido à greve do pessoal auxiliar, segundo fonte da escola.
De acordo com João Santos, “falta um porteiro, porque qualquer pessoa entra pela escola, uma vez que a auxiliar se está dentro das instalações não pode estar na portaria”, bem como é preciso fazer a manutenção no arvoredo e “uma intervenção no parque infantil”.
Um dia entrou um pai alcoolizado, que é violento, e estavam apenas duas auxiliares, podia ter havido um problema”, contou o sindicalista, reclamando mais pessoal para o estabelecimento do agrupamento de escolas Monte da Lua.
A EB1/JI de Ouressa, na freguesia de Algueirão-Mem Martins, também se encontra hoje fechada, devido à greve, confirmou uma fonte do agrupamento de escolas Ferreira de Castro.
“A porta de entrada tem um papel para não fechar. Se ela fechar depois não conseguem abrir, tem de ser alguém por fora”, relatou João Santos, acrescentando que também faltam auxiliares, porque “uma rescindiu e duas estão de atestado” e a contratação de uma funcionária não resolve a carência.
O sindicato remeteu à Câmara de Sintra um ofício dando conta dos problemas das três escolas, mas até agora não viu solução adequada às necessidades de cada estabelecimento.
Greve por falta de pessoal em escolas de Sintra, autarquia diz que cumpre rácios
Os trabalhadores não docentes das escolas básicas da Portela de Sintra, Ouressa e D. Pedro IV estão hoje em greve, contra a falta de funcionários e de manutenção, mas a Câmara de Sintra informou ter reforçado o pessoal auxiliar.
“A escola está a funcionar com metade do pessoal e, entretanto, meteram três pessoas do gabinete de segurança do Ministério da Educação, para garantir a vigilância nos pátios”, explicou à agência Lusa o delegado sindical da Escola Básica (EB) 2/3 D. Pedro IV, em Monte Abraão.
Segundo Carlos Santos, funcionário há 24 anos na escola da União de Freguesias de Massamá-Monte Abraão, cerca de metade dos 24 trabalhadores não docentes aderiu à greve convocada para hoje, pelo Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas.
A paralisação, nas EB1/JI [Jardim de Infância] da Portela de Sintra e de Ouressa (freguesia de Algueirão-Mem Martins) e na EB 2/3 D. Pedro IV, visa protestar contra a falta de pessoal e a degradação das instalações.
“Existe também falta de condições do edificado geral. Não temos manutenção, o Ministério da Educação faz pingue-pongue com a Câmara e a Câmara com o Ministério, e ninguém faz nada”, queixou-se Carlos Santos.
Se a manutenção é competência do Ministério, o recrutamento de pessoal cabe à Câmara, mas o funcionário considerou que “a portaria dos rácios é uma falácia, porque em cinco funcionários, dois estão de baixa prolongada, duas têm capacidade reduzida e pouco conseguem fazer”, assim como a contratada no centro de emprego.
“O objetivo desta greve é o reforço de pessoal, a alteração da portaria de rácio, que não resolveu nada, e os graves problemas de manutenção e equipamento nestas escolas”, salientou João Santos, do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas.
O sindicalista criticou que, numa escola com dois turnos de cerca de 600 alunos, existam “casas de banho entupidas, vidros partidos forrados a papel, redes de proteção degradadas”.
A greve não encerrou o estabelecimento do agrupamento de escolas Miguel Torga, mas fechou as portas das EB1/JI da Portela de Sintra, do agrupamento Monte da Lua, e de Ouressa, do agrupamento Ferreira de Castro.
Além da falta de pessoal, João Santos apontou a necessidade de manutenção dos recintos escolares, nestas duas escolas da responsabilidade da Câmara, incluindo do arvoredo do estabelecimento de ensino na União de Freguesias de Sintra.
Numa carta enviada na quinta-feira ao sindicato, a que a Lusa teve hoje acesso, a vereadora dos Recursos Humanos na Câmara de Sintra, Ana Duarte (PS), esclareceu que a contratação “obedece, a nível nacional, aos rácios de pessoal não docente que decorrem de portaria” com os cálculos para o efeito.
A autarca acrescentou que o município assegura “o integral cumprimento dos rácios em cada um dos agrupamentos de escolas de Sintra” e garante “a quase imediata substituição de trabalhadores que, por motivos diversos, cessam o contrato” com a autarquia.
“Existem, no corrente ano letivo, mais 47 assistentes operacionais em exercício de funções nas escolas do que na comparação com os números do ano letivo anterior”, notou.
Perante este quadro, Ana Duarte considerou “destituída de fundamento a convocação de uma greve que, ainda que legítima e no exercício de um direito inalienável dos trabalhadores, visa objetivos que o município antecipou, reforçando, em devido tempo, o número de assistentes operacionais”.
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Fev 24 2018
Obras em mais de 300 escolas em 2018
(…)
No Fórum TSF, Alexandra Leitão assegurou que há centenas de escolas a ser intervencionadas ou com obras previstas para este ano, mas sublinhou que “são obras de manutenção e de reparação que, não sendo obras de encher o olho, têm um impacto importante no aumento do conforto nas escolas.”
“Num universo de três mil estabelecimentos escolares, naturalmente haverá sempre problemas e estamos sempre a trabalhar para os melhorar. Estão 200 obras em curso com o Portugal 2020, houve 60 obras no ano passado e há previstas 130 para este ano. Além do mais, retomámos mais de uma dezena de obras da Parque Escolar que tinham ficado paradas em 2014”, acrescentou a governante.
O tema do Fórum TSF desta manhã partiu de uma denúncia da Associação Nacional de Dirigentes Escolares que alerta que há dezenas de escolas básicas do 2.º e 3.º ciclos, mas também algumas secundárias, a precisarem urgentemente de obras.
Uma denúncia que motivou uma reportagem da TSF em dois estabelecimentos de ensino do Agrupamento de Escolas da Portela e Moscavide. Sobre este agrupamento em particular, a secretária de Estado adjunta e da Educação garantiu que as obras vão arrancar ainda este ano e adiantou que “a secundária da Portela terá obras no valor de praticamente 100 mil euros em 2018. Está mapeada fora dos fundos comunitários.”
Questionada sobre o problema do amianto, Alexandra Leitão afirmou que “em todas as obras do Portugal 2020 que sejam em escolas onde ainda há amianto essa é a prioridade quando aprovamos o projeto. Destas cerca de 130 intervenções que temos previstas fora do Portugal 2020, onde ainda há amianto também é essa a prioridade”.
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Fev 24 2018
Mesmo que a maioria dos países europeus sofram de falta de professores ou esperem vir a sofrer no futuro, muitos não estão a planejar, a longo prazo, como gerir a oferta e a demanda de professores. Esta é uma das conclusões do relatório sobre as carreiras de ensino na Europa publicados pela Comissão Europeia, apresentando dados da rede Eurydice. Tibor Navracsics, Comissário para a Educação, Cultura, Juventude e Desporto, disse: “Os professores são cruciais para o futuro dos nossos filhos a Europa tem professores de classe mundial, mas o interesse na profissão está diminuindo, e a falta de pessoal está a atrasar a qualidade da educação. Por conseguinte, exorto os Estados-Membros a investir na carreira docente para a qual sejam atraídos os melhores candidatos, oferecendo prestígio e oportunidades, permitindo o crescimento profissional e desenvolvimento de recrutamento até à reforma. Este novo relatório diz-nos o que os países já estão a fazer, e o que mais eles poderiam fazer, para chegar a esse objetivo. A Comissão está pronta para apoiá-los “em maio de 2017, a Comissão adotou uma comunicação sobre ‘desenvolvimento escolar e ensino excelente para um grande começo na vida”, que propôs ações a nível da UE para apoio dos Estados-Membros em suas reformas educacionais Um dos objetivos traçados. é alcançar ensino e aprendizagem de excelência, garantindo que os professores e dirigentes escolares estão bem e a receber o apoio e reconhecimento que merecem. Ministros e intervenientes europeus, reunidos há apenas um mês, por ocasião da primeira Cimeira Europeia Educação, confirmaram que é essencial desenvolver uma agenda compartilhada para modernizar e melhorar o apoio da profissão docente.
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Fev 23 2018
E em muitos casos a previsão das progressões passa pela previsão de legislação que ainda não existe.
Tanto mais que algumas informações se contrariam umas às outras e é preciso declarar pela honra aquilo que nos dizem numa nota informativa que supostamente é diferente do que diz a legislação.
É um mundo de previsões muito imprevistas.
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Fev 23 2018
A última curta-metragem do tema Emoções, chama-se “Lien” e foi realizado pelos estudantes da Escola de Artes Supinfocom: Yancouba Dieme, Thomas Adam, Carole Cyrille e Julien Chanson. A história tem a capacidade de expor a crueldade e as perturbações provocadas por um cenário de guerra. Uma fantástica forma de refletir sobre todas as emoções vividas por quem está exposto a uma situação semelhante. Bom filme!
Até à próxima semana ou todos os dias em facebook.com/cinemasemconflitos
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Fev 23 2018
Publicitação das listas definitivas de Colocação, Não Colocação, Retirados e Lista de Colocação Administrativa dos Docentes de Carreira – 22ª Reserva de Recrutamento 2017/2018.
Aplicação da aceitação disponível das 0:00 horas de segunda-feira, dia 26 de fevereiro, até às 23:59 horas de terça-feira, dia 27 de fevereiro de 2018 (hora de Portugal continental).
Consulte a nota informativa.
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Fev 21 2018
O ciclo das loas à flexibilização curricular e ao perfil do aluno do século XXI, iniciado sob os auspícios de uma apresentadora televisiva e de um treinador de futebol, teve a festa de encerramento no passado dia 9. O animador convidado foi, agora, Andreas Schleicher. Profetizando como convinha aos organizadores, o homem previu, implicitamente, o fim dos exames do 12º ano, tal como hoje são conhecidos. Atrevido, disse que o novo modelo da flexibilidade curricular é a forma como os professores gostariam de dar as suas aulas. Vidente, falou de uma tensão existente nas nossas salas de aula.
Que Tiago Brandão e João Costa lhe tenham dado procuração para dizer o que disse, não duvido. Mas um pouco de recato para não anunciar tensão dentro de salas em que não entrou e não falar por professores que não ouviu, era exigível pela tensão, essa sim bem exposta publicamente, entre a sua condição, permanente, de director para a Educação da OCDE e o seu papel, temporário, de animador de uma romaria de directores aderentes e investigadores recorrentes.
Na celebração foram exibidos despojos do desvario desta desconstrução curricular: num agrupamento-modelo, os alunos do 1º ano juntaram-se aos colegas do 10º para recolher e analisar rótulos; os do básico estão empenhados em descobrir porque sobem os balões de S. João e porque foram proibidos este ano. E enquanto um director diligente incensava a audiência com a “desarrumação das salas de aula” do seu agrupamento, promissão certa de futuro inovador, uma colega mais excitada leu, do seu caderninho de notas, afirmações dos professores mais entusiasmados: “há uma apropriação das aprendizagens essenciais pelos alunos”; “a aprendizagem é mais significativa”. Admiráveis resultados!
Claro que o sacerdote e os fiéis desta liturgia cor-de-rosa, recuperadora imprudente dos nossos idos anos 1990, manifestaram no fim, em uníssono, profunda preocupação com os exames. Não será difícil compreender porquê. Mais difícil é assistir à participação da OCDE num ataque concertado ao papel dos exames na relativização dos critérios classificativos das escolas, ainda que sob dissimulado pretexto de discutir o acesso ao ensino superior.
Só ingénuos não divisaram a encomenda do Governo, subjacente às banalidades proferidas por Andreas Schleicher, repetindo os mantras do perfil e da flexibilidade, de João Costa. Só que falam os dois de inovação e de século XXI desenterrando metodologias descritas por Kilpatrick (para citar um entre outros) nada mais nada menos do que em … 1918. Leu bem, caro leitor, 1918. E se quiser confirmar que não deliro e encontrar descritas considerações pedagógicas sobre a transversalidade disciplinar em detrimento das disciplinas isoladas, sobre as virtudes do trabalho colaborativo e de projecto, sobre as vantagens do ensino centrado no aluno e não no currículo a ser ensinado (tudo paradigmas usados por Andreas Schleicher como modernos, numa entrevista que concedeu ao Observador) e ainda sobre o ensino assente na experiência e nos problemas diários (os rótulos e os balõezinhos de S. João acima referidos), leia o artigo “The Project Method. The use of the purposeful act in the educative process”, publicado por Kilpatrick, em 12 de Outubro de 1918 (Teachers College Bulletin, 10th. Series, nº 3. New York: Teachers College, Columbia University).
Enquanto o Governo se apresta a passar para a opinião pública a existência de um apoio que lhe permita generalizar o desastre da chamada flexibilidade curricular e das denominadas aprendizagens essenciais, continuam vigentes as metas curriculares de Nuno Crato, num alarde de hipocrisia política e incoerência discursiva, que não mereceu, como convinha, nenhuma referência na análise da OCDE. Veja-se a este propósito o artigo publicado neste jornal em 16 do corrente, sob a colorida epígrafe “Educação para um mundo melhor: um debate em curso a uma escala global”. É um repositório de vacuidades e afirmações futuristas, redigidas no mais refinado “eduquês”, assinado, em co-autoria com outros, pelo secretário de Estado João Costa, mas na condição de (que havia de ser?) … consultor do projecto da OCDE Future of Education and Skills 2030.
Não é nova a acção do Governo para tomar a OCDE por fiadora das suas políticas, como não é de agora o meu repúdio pela promiscuidade, que se repete, entre governantes e uma organização que defende e depende de interesses económicos, que não educacionais, e se presta a favorecer e legitimar políticas que acabam impostas aos actores nacionais. Com efeito, já em Fevereiro de 2009, um grupo de peritos de relevantes currículos, da OCDE, veio a Lisboa validar as políticas educativas do PS. Principescamente pagos, produziram um relatório cujas fontes documentais eram todas do Ministério da Educação. Só falaram com quadros do Ministério da Educação ou apoiantes do Governo. Havendo milhares de páginas publicadas na altura, de oposição às políticas de Sócrates, nem uma só mereceu a atenção dos ilustres peritos. Nem mesmo textos dissonantes, com origem na Assembleia da República, no Conselho Nacional da Educação, em associações científicas ou profissionais lograram ser considerados. Se os protagonistas e a cultura não mudaram, porque mudariam as práticas?
A montante deste episódio está mais outro relatório preliminar da OCDE, que recomenda o alargamento do regime que torna as universidades e os politécnicos fundações públicas de direito privado e dá aos politécnicos a faculdade de conferirem doutoramentos. A retomada do modelo fundacional para gerir as instituições de ensino superior é um salto sobre a realidade da última década, bem demonstrativa de que o privado olha o público para lhe sacar dinheiro e não para, financiando-o, cumprir alguma parte das suas obrigações sociais. Sendo factual, só um frete ao Governo, desresponsabilizando-o das suas obrigações, explica a persistência da OCDE em esgrimir com a decantada flexibilidade de gestão e a ilusória atracção do capital privado.
Do mesmo passo, na senda bolonhesa que comprimiu em três as antigas licenciaturas de cinco anos, o Conselho de Ministros apressou-se a aprovar um novo tipo de mestrados, a fazer em anunciadas parcerias com empresas, com metade da duração actual, e a reduzir os cursos técnicos superiores dos politécnicos que, em vez de dois anos, passarão a um, para os estudantes que cheguem com experiência profissional. Eis um oportuno upgrade, em modo “simplex”, da experiência colhida com o “sucesso” das “Novas Oportunidades”. Tudo inovando, modernizando, flexibilizando, centrado no aluno, rumo ao século XXI.
In “Público” de 21.2.18
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Fev 21 2018
Pudera!… Quem se vai atrever a tocar nos currículos, sabendo que, disso, estão dependentes resultados nos exames? As escolas vão definir competências essenciais, sabendo que nos exames estará em causa muito mais? A tutela, por mais independente que queira ser neste processo tem de “meter a mão” e definir o que pode ou não ser essencial… porque se não for “ela” ninguém o fará. E assim vamos vivendo…
Escolas não mexem nos currículos com medo dos exames
Diretores e pais desejam mudanças nas metodologias em sala de aula e um novo regime de acesso ao Ensino Superior para libertar o Secundário e melhorar as aprendizagens dos alunos
O medo é assumido. A maioria das escolas que aderiram ao projeto-piloto de autonomia e flexibilidade curricular – que arrancou este ano letivo em 223 escolas – optaram por não aprovar planos para turmas do 10.º ano de cursos científico-humanísticos. A razão é simples, assumem os diretores ouvidos pelo JN: “Medo dos exames nacionais”. E alertam: se o Ministério da Educação não resolver o “dilema” entre os dois métodos de ensino, este receio pode revelar-se um obstáculo à generalização do projeto.
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Fev 20 2018
Aplicação disponível para os AE/ENA até às 18:00 horas de dia 23 de fevereiro de 2018 (hora de Portugal Continental).
Basicamente é só colocar o dia da mudança de escalão e o escalão para onde o docente se vai posicionar a partir dessa data.
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