30 de Setembro de 2024 archive

Mostra Cinema Sem Conflitos 2024 – Açores – para alunos do 3º ciclo e secundário!

 


Mostra Cinema Sem Conflitos 2024 – Açores

📅 de 21 a 31 de outubro   📍São Miguel, Terceira, Faial, Pico e São Jorge

Evento gratuito com reserva obrigatória ☞ https://cinemasemconflitos.pt/

Direcionado para alunos do 3º ciclo e secundário (M/12) ✔

Temáticas — ambiente; amor e sexualidade; bullying; dilemas sociais; doença mental; drogas; família; racismo; relações interpessoais; religião e cultura; violência.

#mostracinemasemconflitos2024       |     ✉ cinemasemconflitos@gmail.com

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Abriu Hoje a Candidatura Para Docentes Aposentados e Reformados

Procedimento de atribuição de serviço docente aos aposentados e reformados – Candidatura

 

Aplicação eletrónica disponível entre o dia 30 de setembro e as 18:00 horas de dia 11 de outubro de 2024 (hora de Portugal continental), para efetuar a candidatura ao Procedimento de atribuição de serviço docente aos educadores de infância e aos professores dos ensinos básico e secundário aposentados e reformados nos agrupamentos de escolas e nas escolas não agrupadas (Decreto-Lei n.º 51/2024, de 28 de agosto e Despacho n.º 10982-A/2024, de 18 de setembro).

Manual de Instruções –  Procedimento de atribuição de serviço docente aos aposentados e reformados – Candidatura

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E O BURRO SOU EU?…

Prólogo
2019, final de uma tarde primaveril, terminava mais um longo dia de trabalho e estava eu na Covilhã à espera de colegas com quem repartíamos o carro no sistema de boleias. Eis quando, aparece um meu ex-aluno (que fora um «baldas» problemático), agora jovem adulto, que me reconheceu, fez uma festa e me questionou o que fazia por ali àquela hora. Coloquei-o a par da situação e ele, fazendo questão de que o que iria dizer não era para me faltar ao respeito, anotou – Trabalho perto de casa, vou comer a casa, não me chateio e com o salário mínimo, no fim do mês ainda ganho mais do que o setor. E não precisei de andar a queimar as pestanas. E o burro sou eu? – salientando que estudar não valia a pena. Senti o calafrio ao receber aquele atestado de asnice, oferecido com pompa e circunstância.
Entretanto, chegara a minha boleia (somente mais um dos muitos grupos de desgraçados que por aí andariam a sacrificar-se pelo amor à camisola).
Durante a viagem que mergulhava na escuridão da noite, pouco falei, absorvido naquelas palavras cruas que muitos de nós recusamo-nos a querer escutar. Com 25 anos de serviço, o que tinha eu almejado na vida? Prejudicara a filha pela escola, perdera parte da saúde e, agora, restava-me levantar-me às 5h40 e, depois de 3h30 ao volante, regressar a casa às 20h (22h, quando tinha reuniões), deixar grande parte do ordenado na estrada e oficinas e quase não ver a família. Que argumentos tinha eu para responder àquele jovem quando – olhando para a forma como viviam os professores portugueses –, ele estava coberto de razão.

Hoje, 29 de setembro, cinco anos e meio mais velho e cansado, com menor poder de compra e sujeito a mais burocracia e exigência na escola, incapaz de me manter indiferente, lembro esse episódio e tento descobrir o que mudou.
Depois de substanciais valorizações salariais atribuídas a diversas classes profissionais, vou olhando para o aumento do salário mínimo que deverá chegar ou mesmo ultrapassar os 1.020€ no final da legislatura e não posso deixar de me perguntar: então, e nós?
O problema não está no aumento atribuído a outras profissões e na valorização do salário mínimo, atribuições mais do que justas e que já vêm tarde. A questão prende-se com a necessidade de valorizar a profissão docente (por diversas ocasiões, reafirmada pelo ministro da tutela, mas ainda sem nenhum resultado prático). Contudo, com os diversos aumentos salariais que têm sido distribuídos por outros, na realidade, comparativamente, a já de si desvalorizada profissão docente, acaba por ficar cada vez mais mal paga. Cada vez compensa menos ser-se professor.

Na verdade, financeiramente falando, eu diria que só quem for muito burro é que hoje vai para professor (que me perdoem a generalização).
Será que alguém de bom-senso se sente tentado a largar a família para ir trabalhar a centenas de quilómetros durante décadas, com despesas de estadias e/ou deslocações, numa profissão árdua e cheia de responsabilidades, quando poderia ficar a trabalhar perto de casa e a ganhar pouco menos, livre de despesas?
Quem é o génio em contabilidade que vai abraçar uma profissão que, depois de descontadas as despesas inerentes a ter de trabalhar longe de casa, no final do mês fica com menos rendimento do que o salário mínimo?
É psicológica e emocionalmente vantajoso abandonar-se a família durante anos para se dedicar a uma profissão na qual, muitas vezes, descontadas as despesas, se paga para trabalhar apenas para somar tempo de serviço, numa perspetiva de se poder ir aproximando de casa?
Será um projeto de vida optar pela docência pensando que, ao constituir família, terá de se separar dela deixando os filhos como danos colaterais a viver com pais separados na maior parte do tempo e – numa profissão maioritariamente feminina – longe da mãe?

Continuo à espera de ver a tão anunciada valorização profissional de todos professores (nem só os mais novos, nem os mais velhos que estão a sair para a reforma ou reformados com promessas de suplementos remuneratórios). Enquanto não se melhorarem as condições de trabalho e salariais da classe, nunca se irá resolver o problema da falta de professores, o qual, a continuar no cenário exposto em que a profissão se vai desvalorizando, só tenderá a agravar-se.
Entre as novas gerações que não querem ser professores e os que abandonam a profissão, em breve as manifestações de professores serão substituídas por protestos de pais a querem professores para os filhos e não os hão de ter.
Carlos Santos

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