Este estudo que faço tem por base os horários pedidos em Contratação de Escola até ao dia 18 de setembro de 2023 e de 2024.
Obviamente que muito horários que estiveram em concurso ao longo de agosto e setembro já tiveram professor colocado, mas vou usar o mesmo método de estudo para os dois anos.
Em 2023/2024 até ao dia 18 de setembro estiveram em concurso 3763 horários e em 2024/2025 foram 4203.
Apliquei as seguintes contas para ambos os casos:
Considerei que um horário de 22 horas tem em média 4,5 turmas e que cada turma tem em média 20 alunos;
No caso dos horários de 25 horas considerei que cada horário tem em média 22 alunos.
E o resultado final é que em 2024/2025 existem mais 8382 alunos (vamos considerar sem aulas, mas não é) que em 2023/2024.
Olhando para estes números verifica-se que aumentou consideravelmente o número de “alunos sem aulas” em Lisboa, Faro, Setúbal e Beja.
O norte viu reduzido o “número de alunos sem aulas”, sendo que a redução maior aconteceu em Braga, seguindo-se o Porto, Aveiro e Viana do Castelo.
NOTA: Dizem-me que estou a ser muito generoso em considerar que um horário de 22 horas tem em média 4,5 turmas. É provável que essa média seja maior e por isso neste estudo em nenhum dos casos cheguei aos 100 mil alunos sem professor. Mas o mais importante neste estudo que resolvi fazer foi comparar os dois anos com a mesma medida.
Se eu considerar que um horário de 22 horas pode ter em média 9 turmas é só duplicar os dois números finais por dois.
Fernando Alexandre responde ao antecessor que diz que o governo está a inflacionar os números. O ministro esteve hoje em Vouzela, na abertura do ano letivo.
As notícias e declarações de todos os intervenientes estão a deixar a comunidade educativa ansiosa. A falta de professores está a tornar-se usual no território nacional. É um sintoma de falta de planeamento a longo prazo, estrutural e de, no mínimo, falta de sensibilidade para com os docentes, ao longo de mais de 20 anos.
O que se passa nas escolas de Viseu tem um nome pomposo, Inverno demográfico da educação. É o que os especialistas chamam ao fenómeno que está a acontecer, o envelhecimento dos professores. O que levou a isso? O envelhecimento da população, o aumento da idade de reforma, a falta de candidatos a professores e os critérios de colocação nas escolas.
Quanto à falta de professores, ainda estamos longe de outras regiões do país. Fora casos esporádicos a disciplinas específicas, geografia, espanhol…, ainda não se verifica grande falta ou dificuldade em substituir atestados médicos, de docentes., mas estamos no caminho certo para vir a sofre desse mal.
Nos próximos anos, o número de professores a aposentarem-se vai subir vertiginosamente. Num primeiro momento, os concelhos à volta de Viseu, vão começar a sentir as consequências da falta de professores, uma vez que parte é residente no concelho de Viseu e pretende aproximar-se de casa, mas as dificuldades em conseguir candidatos a substituições temporárias vai-se começar a fazer sentir. Numa segunda fase, a substituição temporária tornar-se-á dramática, com longos períodos de tempo com turmas sem um ou mais professores. A terceira fase, será aquela em que os concursos nacionais já não suprirão as necessidades de professores no concelho.
A crença que ainda se vai ouvindo de que os professores ganham muito bem, que têm muitas férias e que dão poucas aulas não está a atrair novos profissionais. Talvez porque sejam aqueles que, pela sua idade, tenham mais presentes o que viram nas salas de aula das suas escolas. Professores cansados, assoberbados de trabalho burocrático, turmas indisciplinadas e sobrelotadas, falta de condições físicas para o ensino, a constante mudança de políticas educativas… podia continuar a enumerar raões, mas serve a intenção.
A profissão docente já não é atrativa, já não é prestigiante, já não é bem remunerada, já não tem muitas férias. Poucos querem ser professores. O número de candidatos diz-nos isso, os números da OCDE também e muito mais. A falta de professores de alguns grupos, que já se faz sentir em algumas zonas do país, vai-se espalhar por todo o território e chegar ao nosso concelho, com todas as consequências que isso acarreta para a comunidade educativa de Viseu.
Em 2025 a idade média dos professores portugueses deverá rondar os 60 anos de idade. E fico-me por aqui.
Rui Gualdino Cardoso, Diretor do Agrupamento de Escolas de Viso, Viseu
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Hoje disse ao Ministro da Educação que poderia vir a critica-lo, Ele sorriu. Fá-lo-ei quando necessário e sempre de uma forma construtiva, para transmitir o meu desagrado no que diz respeito a todos os assuntos respeitantes à educação, escolas docentes, não docentes, alunos…
Dito isto, o que tenho lido, o que ontem ouvi, presencialmente e nos meios de comunicação, deixam-me a sensação que a mudança do paradigma da educação em Portugal está em movimento.
Em termos de comunicação para o exterior, para a comunidade educativa, deixamos o discurso aburguesado e passamos a ouvir mensagens de uma forma clara, com a apresentação de intenções, neste momento algumas já passaram à pratica, embora, ainda não se notem na carteira e nas escolas.
Embora olhe com alguma desconfiança para o discurso politico de qualquer politico, baseado na experiência que tenho e qualquer professor tem, olho para a mudança como necessária e como o próprio ministro afirmou tardia.
Tardio foi o acordo alcançado para a recuperação de tempo de serviço de professores. O paradigma da educação estará sempre em mudança., por isso será bem vindo se tiver em conta o que a equipa ministerial tem vindo a afirmar.
O Maia acabou. Medida que nunca reuniu a aceitação dentro da classe docente. O que virá a seguir? Aguardemos. Critiquemos, ou não, quando nos for dado a conhecer.
O Estatuto dos Diretores vai ser criado. Esperemos que não perpetue ninguém no cargo para que possa perder a noção da realidade do que é ser professor. Que responsabilidades acrescidas e prestação de contas trará este estatuto? Que responsabilização é essa baseada em resultados? Cuidado. Não quereremos que os diretores andem a pressionar professores para abrir a cabeça dos alunos e lhes “enfiar” conhecimentos lá dentro.
A revisão do Estatuto da Carreira Docente vai ser revisto. Já vai tarde. A desvalorização da classe docente é patente na sociedade e necessita de ser invertida. O Ministro está farto de o afirmar para quem o quiser ouvir, mas o importante será saber como o pretende fazer. Que medidas vai tomar e que alterações terá o Estatuto para que isso aconteça. As experiências das ultimas duas alterações deixaram os professores adversos a conversas de políticos sobre este tema.
A Avaliação Docente, também, vai ser revista. O sistema de cotas vai continuar ou ser substituída por um sistema de meritocracia em que os melhores vão ser recompensados pelo seu esforço que fazem a mais do que aqueles que entram e saem da escola com o que lhes é exigido pela profissão e sobre o qual recebem um vencimento? Como poderemos medir esse esforço a mais? Que esforço a mais será esse? Convém definir bem o trabalho docente para que isso fique claro.
Que Autonomia é essa de que ouvimos falar? Se for mais do mesmo não nos serve. Contratação de professores pelas escolas? Cuidado, nós lembramo-nos da BCE. Do desrespeito pelas instituições de Ensino Superior que foi a tal prova a que os professores contratados foram sujeitos e que afastaram muitos candidatos a professores da profissão.
A desburocratização do trabalho docente e nas escolas, avança ou não avança. Que não seja um projeto falhado como o Despacho do anterior ministro, cheio de boas intenções, mas que nada resolveu porque nunca foi regulamentada como devia.
Até agora, as conquistas dos professores, que muito têm a ver com a atitude do Ministro de passar das palavras aos atos, têm agradado e criaram uma imagem de diálogo e passos em frente.
O discurso do Ministro da Educação, Ciência e Inovação, tem agradado à maioria dos professores, mesmo aos mais céticos (sempre desconfiados). Passemos, então, aos restantes atos esperando que a imagem que tem vindo a construir não seja destruída.
Espero não ter que vir a criticar este ministro como fiz aos anteriores, mas estarei atento. Eu e qualquer um dos mais de 100 mil professores deste jardim.
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