19 de Dezembro de 2022 archive

Paciência tem limites! A corda já partiu! – Lúcia Vaz Pedro

 

 

Ser professor implica ter paciência, acima de tudo, ter paciência para ensinar.

Paciência tem limites! A corda já partiu!

Ter paciência é, na verdade, um requisito essencial, pois, nos tempos que correm, um professor tem de saber respeitar tudo e todos: respeitar o tempo de aprendizagem dos alunos, respeitar as diversidades, respeitar a pluralidade, respeitar a singularidade e até respeitar a falta de educação. Os meninos, muitas vezes, são vítimas da sociedade e os professores devem educá-los, pois os pais não têm tempo.

A paciência dos professores tem esticado e vai desde a escola à sociedade.

Na escola, a paciência dos professores é tanta que fazem de tudo. E a burocracia é tanta que se perdem em papéis e papéis, em coisas que ninguém lê, em trabalhos que têm de fazer sem utilidade nenhuma.

Na sociedade, os pais dão-se ao luxo de opinar sobre os professores, de dar ordens aos professores, de rebaixar os professores, de bater nos professores. Aqueles professores que, muitas vezes, tentam educar-lhes os filhos.

Os políticos dão ordens aos professores como se alguma vez tivessem dado aulas, como se percebessem alguma coisa do que se passa no “rés do chão” da vida. Ainda não perceberam que a educação é o melhor investimento que podem fazer na sociedade. Pobres de espírito! Nunca leram! Mas eu relembro: Por exemplo, Aristóteles diz que a educação é fundamental, uma vez que desenvolve a segurança e a saúde do Estado. É a educação que conduz a uma cidade perfeita e a um cidadão feliz. Há, pois, uma relação entre a política e a educação. Mais atual, Nelson Mandela diz que a educação é a ferramenta mais poderosa que podemos usar para mudar o mundo. Se não sabem o que fazer, inspirem-se no que os outros dizem, meus senhores, pois a paciência tem esticado tanto que os professores veem-na a partir.

Eles levam-na para tão longe de casa que não ganham o suficiente para regressar ao fim de semana e passá-lo com a família. Estica tanto essa paciência que os professores vão trabalhar doentes.

Na verdade, essa paciência já partiu.

Partiu e não há volta a dar-lhe nem há cola que consiga segurá-la.

Agora os professores preferem morrer de vez a voltarem a ter a paciência virada do avesso, preferem abandonar-se a outra profissão a não serem respeitados, a serem desmentidos, desrespeitados, ultrajados, tratados abaixo de cão.

Parem de uma vez por todas! Pensem com consciência!

Sem educação não há futuro! Precisamos que respeitem os professores para que haja uma educação consistente, que forma cidadãos conscientes, trabalhadores, respeitadores e capazes.

Professores debilitados, esfomeados, doentes, velhos, desrespeitados! NÃO! NÃO! NÃO!

“É a Hora!”

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Paulo Prudêncio na TVI

Estive, a 19 de Dezembro de 2022, pela TVI a defender as justíssimas e antigas causas dos professores e a fazer um balanço do 1º Período

 

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Para Memória Futura

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Do estado de negação do ME à revolta dos professores – Carlos Calixto

Do estado de negação do ME à revolta dos professores

 

 

Veritas lux mea (A verdade ilumina-me). Dia 17 de dezembro de 2022, um sábado, Lisboa. Um dia histórico para a classe docente. Uma manifestação com um clix sindical, mas na essência um   movimento espontâneo que começou nas redes sociais e nos blogues e que agora já é notícia e que mostra o descontentamento docente, com os sentimentos e emoções à flor da pele de dezenas de milhares de educadores e professores. Uma manifestação do despertar de consciência de classe dos professores portugueses. Gritando as suas razões em defesa da escola pública e dos seus direitos. Uma das maiores manifestações de sempre, com a presença transversal   de colegas não sindicalizados, de associados de todos os sindicatos e federações e até de políticos. Também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa está solidário com a luta dos professores. Somos vítimas resilientes e   a injustiça que sentimos foi o rastilho/gatilho que disparou o transbordar e explodir de todo um acumular de abandono, injustiças, mágoas, “trabalho escravo” nas escolas, “roubo” de tempo de serviço efectivamente trabalhado, não contabilizado e nem sequer propostas de compensação (a reforma antecipada ou a aposentação sem penalização com 36 anos de serviço), vagas/quotas na avaliação.

A  escola  ultra moderna    das pedagogias e metodologias dos projectos, “Maia”, “Ubuntu”, etc, filosofias   de escola importadas, num permanente carrossel laboratorial de experiências, escolas piloto, meditações, casos de presença excessiva, abusiva e intrusiva dos pais e encarregados de educação na escola  (com agressões aos colegas que se multiplicam), o exponenciar da indisciplina e do bullying, o sucesso  “martelado” com o argumentum ad nauseam, o E-360, sim a plataforma pesadelo que não funciona/mal. Tudo isto e muito mais está a     chocar de    frente  com  o  grande  e         experiente  professorado formatado no tempo em que se ensinava e aprendia de acordo com a Taxonomia de Bloom, com orientações para redigir competências, habilidades e atitudes/valores. A taxonomia dos objectivos educacionais, gerais e específicos, dos conteúdos e estratégias, eficaz no planeamento de situações cognitivas de aprendizagem, aquisição, compreensão e aplicação de conhecimentos, e é facto que os alunos aprendiam alguma coisa e reprovavam quando era o caso. Simples, eficaz e a verdade dos resultados escolares dos alunos. Educar por excelência é na família (axiologicamente a escola também educa e forma cidadãos para os valores e com espírito crítico). Mas é missão crítica da escola ensinar a transmissão do conhecimento e saber humano acumulado, de geração em geração. Donde, sem subterfúgios, a motivação para a aprendizagem resultar do facto de que não há nada de novo sobre a terra. É só ouvir os professores mais experientes, que não querem   o maniqueísmo de que tudo é a fartar de digital (que não funciona), afirmam que há alunos com   problemas muito sérios/graves de visão e acusam o ME de má visão, que há alunos que já não sabem escrever à mão e que a escrita cursiva já era. É o IAVE e o modelo de avaliação dos testes de “exames de cruzinhas”, em detrimento da capacidade de argumentação dos alunos, articulação e desenvolvimento das ideias. É o facilitismo que contraria o raciocínio pensante. Donde, com a inclusão não é obrigatória a mediocridade. O não rotundo ao “eduquês”. A ortografia e o português tão mal tratados. As borlas nas correções dos exames, trabalho não remunerado. São os colegas que estão nas salas de aula que têm a autoridade da palavra do que vivenciam. O “chato da coisa” é que a escola e estudar dá trabalho, o aluno pouco ou nada disponível como educando não quer nem está para aprender, e o professor em modo olímpico, in extremis lá consegue o desiderato. Extenuante! Nas reuniões sindicais nas escolas os relatos dos colegas são repetitivos.  Cabe ao ME ouvir, escutar e em filosofia Ubuntu: “Eu sou porque tu és/nós somos”. Estamos/caminhamos juntos.

O ME tem de perceber/assimilar que o trabalho docente é um trabalho intelectual. Lamentavelmente, o Ministério da Educação transformou o trabalho intelectual docente em trabalho proletário, no sentido do simples operário, do faz tudo, do trabalho indiferenciado (com todo o respeito o digo e afirmo). Donde, a negação do ME do professorado enquanto elite intelectual altamente qualificada e especializada e massa crítica pensante, resultar num terrível equívoco/engano que levou ao actual estado de coisas. Desde 2005, desde Sócrates e Maria de Lurdes, há 17 anos que o professorado tem vivido um inferno de turbulência negativa grave e “terrorismo tutelar” sem tréguas. Uma vergonha. Chega, basta, queremos trabalhar em paz. É urgente e impõe-se a construção de pontes de confiança, boa fé, equilíbrio, verdade, justiça e lato sensu (literalmente) entre o ME e os professores. Senhor ministro da Educação, V. Ex. tem a obrigação de ter consciência do mal-estar docente que levou à revolta do professorado português, que tem sido tão desautorizado, desvalorizado, negada a progressão, empobrecido, diminuído e achincalhado na sociedade portuguesa. O senhor ministro é professor. Donde, ter o privilégio de saber que os professores precisam de tempo para preparar as aulas, em vez de relatórios, “papelada digital”, burocracia insano e inutilidades que para nada servem e são perda de tempo. Os professores estão exaustos. Não têm direito ao fim de semana porque há sempre trabalho para fazer. Não ajuda nada tentar infantilizar e fazer passar a ideia ridícula para a opinião pública e para os pares, de que os professores são ingénuos, quais “mentecaptos”, “tolinhos”, não têm discernimento, se deixam manipular por mentiras e interpretações falaciosas de algum articulado, sem opinião, num desrespeito que fere, minimiza e ofende a classe. As negociações estão em curso e os sindicatos e federações não querem maus acordos, queremos acordos justos/ganhadores, que venham de encontro aos legítimos anseios de toda uma classe socioprofissional há muito castigada. Os professores observam, pensam, interpretam, analisam, avaliam, são intelectuais, sabem o que querem e qual o ponto de equilíbrio das coisas. O ME não pode estar contra os professores. Tem de apoiar e ser solidário com o professorado. Errare humanum est (errar é humano). É nobreza de carácter reconhecer os erros, emendar a mão e dizer Presente.  Alea jacta est (a sorte está lançada).

 

Carlos Calixto – Dirigente sindical e professor na Secundária de Almodôvar

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O SIPE CONVOCA GREVE AO PRIMEIRO TEMPO DE CADA DOCENTE A PARTIR DO DIA 3 DE JANEIRO

 

SIPE agenda a greve ao primeiro tempo de cada docente, já anteriormente anunciada publicamente , para o dia 3 de janeiro de 2023 e seguintes. Os pré-avisos serão diários.

 

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Tolerância de ponto 23 e 30/12

É concedida tolerância de ponto aos trabalhadores que exercem funções públicas nos serviços da administração direta do Estado, sejam eles centrais ou desconcentrados, e nos institutos públicos nos próximos dias 23 e 30 de dezembro de 2022.

 

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100 Mil Seguidores do Blog DeAr Lindo

O Blog DeAr Lindo atingiu hoje a marca dos 100 mil seguidores através das redes sociais.

Na rede social Facebook acompanham o Blog DeAr Lindo 92 mil utilizadores e a receber os novos artigos por email são 8 mil seguidores.

Os que quiserem receber os novos artigos por e-mail poderão subscrever o Blog na barra lateral direita em
“SUBSCREVER BLOG DEAR LINDO VIA MAIL”.

Um enorme obrigado a todos os que seguem este espaço que se tornou um espaço de referência para todos os professores.

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Para o Natal, o meu presente eu quero que seja menos expulsões nas escolas

 

Sob o signo do castigo e num sistema ausente de retenções, a expulsão é a derradeira sentença a pender do tecto das salas de aula e a melhor arma ao dispor de cada instituição de ensino diante do comportamento dos alunos.
Mas num universo onde a uma crise vem sempre outra logo logo a seguir, a falta de apoio financeiro às escolas deixa a cada mês que passa menos margem de manobra.
Quer isto dizer a falta de apoio ao nível da literacia e numeracia, a ausência de actividades extracurriculares de modo a manter os alunos longe das ruas e a rua cada vez mais próxima no seu canto de sereia e os perigos daí advindos, o gabinete de apoio psicológico que já não existe, professores assoberbados de metas e objectivos a atingir e respectiva tonelada burocrática entre planos de recuperação, relatórios, avaliações e análises estatísticas conducentes a uma célere mudança de emprego ou esgotamento, o que vier primeiro, não importa, a falta de tempo para o aluno, a relação inexistente, os alunos em rebanho e em rebanho supostamente predestinados à absorção de conteúdos quais esponjas, o apoio individualizado como um sonho distante, discussões e atritos recorrentes entre alunos e sempre por resolver assim como por resolver todos os problemas trazidos de casa a começar pelo frio e a acabar na fome.
Desengane-se, no entanto, quem espera por pressão política da parte das direcções escolares sobre os agentes governativos.
Não. Não numa monarquia constitucional e o monarca escolhido por Deus.
E se ninguém questiona Deus, de igual modo ninguém questiona o monarca, a monarquia, o feudalismo comensal, a sociedade subjacente, o governo carente do reconhecimento divino, as instituições dirigentes e toda uma nação ao Seu dispor.
Neste contexto são gritantes as semelhanças com os ecos de um passado bafiento quando não se discute “Deus e a sua virtude” e se democracia parece rimar com monarquia o segredo está no “parece”.
Quer isto dizer estarem as escolas entregues a si mesmas e aos orçamentos atribuídos, orçamentos esses dedicados única e exclusivamente a pagar as contas do gás e da electricidade e quando o dinheiro não chega despede-se um professor.
Não é portanto de admirar a presença de cada vez mais alunos no ensino alternativo em resultado das ditas expulsões, o mesmo ensino alternativo de onde vos escrevo, empurrando-se o problema para a frente até que algo aconteça aos mesmos de sempre, às crianças por quem somos todos responsáveis, excepção feita quando algo acontece e todos abandonam o navio.
Conseguem neste discurso encontrar semelhanças com a terra natal? É o espelho das sociedades empobrecidas, o fosso entre ricos e pobres, casas de muros farpados e guardas à porta paredes meias com bairros de lata sem fim.
Não são apenas as crianças expulsas das escolas, somos todos nós e eu não quero esta sociedade.
Ainda há pouco tempo li o seguinte artigo em jeito de piada mas sem ter piada nenhuma no qual, pasme-se, Portugal, fruto da sua longa aliança com o império e afinal somos todos amigos, aparece como destino preferencial de emigração britânica:

https://inews.co.uk/news/world/great-countries-emigrate-uk-cost-of-living-1991534

Quinze anos volvidos e o círculo completo. Agora é que é, vamos fazer as malas, Portugal é que é, não sabemos ao que vamos mas sabemos que há sol, agora talvez menos que é inverno, mas vamos, não sabemos se temos emprego mas vamos à mesma até porque agora já ninguém quer dar aulas em Portugal (porque será? Não quero saber, vamos à mesma) e não sabemos se nos adaptamos à cultura e igualmente nem sequer sabemos a língua mas tudo se aprende, “una cerveza por favor” e o dedo esticado, lá até gostam dos ingleses, os ingleses trazem dinheiro, nós é que não temos nenhum.

João André Costa

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Há muito tempo que não se via uma greve assim

 

Os professores iniciaram uma greve, por tempo indeterminado, no dia 9 de dezembro. O que se pode, à primeira vista, achar estranho é o “tempo indeterminado”, nunca tal se tinha visto. Mas não se fica por aí. Quem optou por esta modalidade de greve foram os professores e não os sindicatos, ou neste caso, o sindicato. Através de uma sondagem, com a colaboração de dois blogues especializados em Educação, os docentes escolheram como queriam “lutar” . Um ato democrático em que a classe deu, realmente, a sua opinião, fazendo do sindicato um meio para legalizar o que queriam fazer.

A adesão não tem sido massiva todos os dias, mas todos os dias fecham escolas, todos os dias há constrangimentos nas escolas, todos os dias, muitos professores fazem greve. Nem todos os dias os mesmos professores fazem greve, alguns que sim, mas todos os dias há docentes em greve.

Os sindicatos, desunidos, digladiam-se, entre si, para ganharem força docente e poderem vangloriarem-se dela na próxima ronda de negociações.

O Ministro tenta, por todos os meios, fazer passar a sua mensagem.

Há acusações de falta de verdade de parte a parte. Uns propõem, outros exigem, cada um vê a sua verdade e apenas a mentira dos outros.

Nisto tudo, os professores, os principais interessados saem a rua contra todas a mal feituras a que foram sujeitos nas últimas duas décadas. É a gota de água que acabou de cair no balde que o fez transbordar.

Mas o que está em cima da mesa é, e só, a última gota de água, o futuro diploma de concursos. A avaliação docente não está em discussão, as quotas, não estão, nem vão ser discutidas, as ultrapassagens estão à espera de decisão judicial, a contagem de todo o tempo de serviço congelado terá de ter nova luta, a diminuição do trabalho burocrático dos docentes nunca passará de uma promessa (veja-se o MAIA que apenas veio aumentar o dito), a definição entre trabalho letivo e não letivo, docente e não docente o ministério nunca quis discutir, a discussão da aposentação docente não passa de uma promessa feita por António Costa na AR e que nunca passou de palavras ocas.

A LUTA começou, mas vai ser longa. Vai implicar negociações, em cima de negociações, pois o governo não vai avançar, de um momento para o outro, com todas as reivindicações para cima da mesa. Se avançar com alguma que não seja para cortar ainda mais nos direitos conquistados no século passado.

Temos que ter a verdadeira noção que nas últimas duas semanas não se ganhou nada. Não se avançou um milímetro em relação há três semanas, apenas se fincou o pé e se passou a mensagem que não se vai admitir que nos espezinhem outra vez.

A luta vai ser longa. Queiramos, ou não, temos que convencer as partes implicadas nas negociações do que queremos e principalmente, os sindicatos, que têm que ouvir as vozes dos professores, porque sem nós não há sindicatos.

Democraticamente, os sindicatos, têm que ouvir o que as bases, os docentes, realmente querem e como o querem. Se nos querem na luta como nós os queremos a eles, têm que propor e ouvir as formas de luta a que nos dispomos.

Se a luta é nossa que sejamos implicados, todos, da mesma forma.

 

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