31 de Dezembro de 2022 archive

Desejos de Ano Novo para a Educação…

Poderia aqui elencar um conjunto muito vasto de desejos de Ano Novo para a Educação, mas para não me tornar muito maçadora e palavrosa, vou, afinal, resumi-los a isto:

– Que o Ministro da Educação seja acometido por uma “epifania”, capaz de “iluminar” o seu pensamento e de inspirar a sua acção, permitindo-lhe distinguir entre “realidade imaginária” e “realidade real”…

– Que todos os saberes das Formações Holísticas, Metafísicas e Transcendentais” e dos profusos discursos “lírico-melosos”, uns e outros, pretensamente promotores do bem-estar psicológico, dos afectos positivos e da felicidade, acometam o Ministro e o ajudem a eliminar as causas do mal-estar que afecta os profissionais de Educação…

– Se nenhum dos desejos anteriores se concretizar, que o Ministro seja acometido por algumas patologias, que costumam ser experimentadas por muitos profissionais de Educação, decorrentes das medidas/políticas educativas impostas pelo próprio:

Ansiedade, stress e fadiga mental e física; arritmia cardíaca, com predomínio de taquicardia; coprolalia; dores de cabeça, enxaquecas e náuseas; confusão mental; solilóquio; alterações ao nível do apetite alimentar; alterações do sono, com prevalência de insónia, pesadelos nocturnos e narcolepsia; alterações ao nível do humor, com predomínio da irritabilidade, intolerância e raiva; diplopia; diminuição da líbido; dores musculares, algias lombares e cervicais; retenção de líquidos; obstipação e diarreia; compulsão para o consumo de bebidas alcoólicas, tabaco e café; e odaxelagnia…

Tudo possíveis consequências ao nível da saúde mental e física, temporárias ou irreversíveis que, por certo, fariam o Ministro repensar na política do seu próprio Ministério…

E deseja-se o anterior ao Ministro porque, como se sabe, a empatia e a resiliência são coisas muito “engraçadas” e “fofinhas”, mas só se tem plena consciência delas se forem praticadas…

Lamentavelmente, a probabilidade de se concretizar qualquer um dos desejos anteriores será menor do que a de encontrar um Ornitorrinco num passeio pela Serra das Talhadas ou deparar com um Arqueoptérix pousado na Nau dos Corvos/Pedra da Nau…

Portanto, o melhor talvez seja mesmo aderir ao maior número possível de protestos e de acções reivindicativas agendadas para Janeiro de 2023 porque, pelos desejos anteriores, com certeza, nada mudará…

Este texto não pretende afirmar nada de profundo, nem ser reflexivo, para isso existem 40.000 obras literárias sobre Educação e muitos milhares de intenções para cada Ano Novo…

E também não tem qualquer pretensão a ser uma retrospectiva do ano que finda, nem um conjunto de resoluções para o ano que se aproxima…

Este texto é apenas um pequeno devaneio pessoal, vazio de qualquer significado especial, uma espécie de catarse sob a forma de disparate, com o objectivo de aliviar algumas tensões…

Porque o direito ao disparate é universal…

Bom Ano Novo para todos, incluindo para o Ministro João Costa que, obviamente, estará imune a qualquer disparate, apesar de esse direito também lhe assistir…

 

(Paula Dias)

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Os Diretores também estão na Luta dos Professores?

 

Não querendo ofender ninguém, ainda não li ou ouvi nenhuma das Associações expressar os seus sentimentos sobre o estado de espírito em que se encontra a classe. Mas isso não quer dizer que os Diretores não estejam ao lado da Luta e na Luta.

Quem me conhece sabe qual é a minha opinião sobre ser Diretor. “Quando um Diretor se esquece que é Professor, já não se encaixa, ou serve, no cargo. Um Diretor nunca se deve esquecer que é Professor.”

Todos sabemos que alguns diretores e, até, alguns membros das equipas de direção tudo fazem e farão para não mais voltar a lecionar, mas, esses, não são a maioria. A maioria acabará por ter de voltar à sala de aula. Eu sou um deles. Por isso nunca me vou esquecer que sou um Professor.

Pelo exposto, estou na Luta dos Professores como sempre estive antes de ocupar o cargo, transitório, de Diretor.

Com quase 50 anos aufiro pelo 3.º escalão da Carreira docente. No meu agrupamento só um docente, que entrou na carreira este ano, ainda, aufere por um escalão inferior ao meu. Sim, não sou hipócrita, também recebo o suplemento como Diretor, do qual, depois dos impostos, levo para casa apenas metade. Aliás essa pode, também, ser mais uma razão para que os Diretores Lutem como Professores. Esse suplemento não é atualizado desde 2008, mas as responsabilidades e a carga de trabalhos que lhe tem caído em cima é atualizada de dia para dia, de ano para ano.

Como Professor/Diretor também estou descontente. Não quero ter que participar da decisão sobre quem é colocado e quem não será colocado no “meu” Agrupamento. Há que clarificar, muito bem, o futuro diploma de concursos, não é uma resma de ações de formação ou uma carrada de projetos “em papel” que fazem um bom Professor. Não encontro justiça de mérito nas quotas, a que também estou sujeito. Sou um dos professores que fui ultrapassado na carreira e na colocação em QZP, por colegas menos graduados, devido à transição entre carreiras e concursos extraordinários. aos quais não tive, nem tenho, oportunidade de concorrer. Como docente que esteve em MPD, devido a um estado de saúde que nunca desejei, nem desejo, a ninguém, estou e estarei contra a “solução final” encontrada para a colocação nessa mobilidade que deixou de proteger, a totalidade, de quem, realmente, necessita dela.

Tenho todas estas razões e mais algumas para Lutar por uma verdadeira valorização da carreira docente e contra as vilanias a que fui sujeito durante os últimos 17 anos.

Quantos diretores se esqueceram que são Professores? Quantos Diretores querem, nas suas escolas, Professores motivados e que não se andem a queixar na sala de professores sobre estas ou mais injustiças e apenas, se centrem nos seus alunos?

Quantos Diretores e membros das direções não foram roubados no seu tempo de serviço, ou ultrapassados, ou discordam do sistema de quotas…?

E mais não digo, a não ser que continuo a ser Professor.

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