Pais devem ser responsabilizados por atos de bullying dos filhos
É preciso tomar medidas preventivas em meio escolar, através de sessões de sensibilização e medidas disciplinares adequadas. Os pais dos alunos também devem ser responsabilizados.
posição da Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE) surge na sequência da divulgação de um vídeo em que um jovem é atropelado ao fugir de uma alegada agressão de bullying por um grupo de colegas da escola.
“Este tipo de fenómeno não é novo, mas está a tomar contornos mais graves e perigosos e cada vez em idades mais novas. Preocupa-nos a forma leviana como tudo isto é tratado. Não só o bullying como depois a publicação nas redes sociais”, lamentou o presidente da CNIPE, Rui Martins, em declarações à Lusa.
Para os pais, é preciso tomar medidas preventivas em meio escolar, através de sessões de sensibilização e medidas disciplinares adequadas. Mas também é necessário envolver e responsabilizar os pais pelos atos dos seus filhos, acrescentou.
Numa primeira fase, as escolas devem contar com os próprios serviços de psicologia, mas a CNIPE admite que em alguns casos se deve avançar para “uma penalização ajustada relativamente aos agressores e encarregados de educação“.
Os pais sugerem medidas como participar em ações de cidadania de prevenção e solidariedade ou “serem obrigados” a frequentar horas junto de Instituições Particulares de Solidariedade Social.
Para a CNIPE, “os pais e encarregados de educação devem estar atentos aos comportamentos dos seus filhos“, quer no papel de agressor quer no papel de vítima.
“Há um trabalho diário que é preciso fazer. Quando os alunos são indisciplinados, a escola tem de atuar logo, tem de chamar os pais, falar com eles e perceber quais são os seus problemas. Agora, se uma escola chama um pai várias vezes e ele não vem, então tem de se contactar outros serviços para intervir, porque esse pai existe”, defendeu Rui Martins.
Para a CNIPE, nestas situações as escolas podem e devem recorrer a outras entidades, como Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) ou a PSP. A CNIPE acusa ainda a escola do Seixal de “não ter feito tudo para evitar este tipo de ocorrências graves“.
Na terça-feira, foi partilhado nas redes sociais um vídeo em que se vê um grupo de alunas a agredir um rapaz e a persegui-lo, levando-o a atravessar a Estrada Nacional 10-2 e a ser atropelado.
Com pouco mais de um minuto, o vídeo começa com uma jovem a dar um murro no ombro do rapaz, vítima que depois tentou seguir caminho, mas foi perseguido pelo grupo de alunas, ouvindo-se alguém a dizer “ele está a chorar” e “isso é bullying“.
À Lusa, a PSP disse já ter identificado todos os intervenientes nas agressões e que o caso também já chegou ao conhecimento da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens e do Ministério Público. Entretanto foi instaurado um “inquérito tutelar educativo, que corre termos na Ministério Público do Juízo de Família e Menores do Seixal”, segundo informações avançadas à Lusa pela Procuradoria-Geral da República.
4 comentários
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Eu defendo a responsabilização do próprio independentemente da idade com prisão efetiva e cadastro.
Credo, cadastro não, trata-se de uma criança. Se até adultos merecem uma oportunidade, quanto mais uma crianca. No entanto deve ser evidentemente castigada e expulsa daquela escola, mas com acompanhamento psicológico até porque a progenitora não parece se aperceber da gravidade do ato da filha.
Defendo neste caso, uma multa aplicada à mãe da agressora por danos físicos e morais , a pagar à vitima.
Ora, para serem devidamente penalizados, porque fizeram mer…não pode ser coitadinhos porque são crianças…vão para os serviços de psicologia da escola, se os tiver, e dá o resultado de sempre, muita conversa, nada acontece aos prevaricadores e a maior parte das vezes a culpa ainda é da vítima…Se eu fosse o pai/mãe dessa vítima tratava do assunto sem essas tretas…um encontrozinho com cada um/a deles/as e um bom aconchego ao pêlo…era remédio Santo!!!
Muito grave o que se está a passar nas escolas. O buling é real e tem que ser combatido com ações de prevenção, com informação às entidades competentes, com informação aos pais. É muito grave nada fazer, deixar andar e fingir que está tudo bem. Por favor vamos trabalar em conjunto de forma a diminuir estas situações.