26 de Maio de 2021 archive

Cinema Sem Conflitos: “Cacá”

DESPERTAR CONSCIÊNCIAS PARA O BULLYING

Esse curta animado aborda o preconceito LGBT dentro do ambiente escolar do ensino médio no Brasil através de uma narrativa de um dia na vida de uma adolescente LGBT, a Cacá, que está lidando com a descoberta de novos sentimentos e algumas situações difíceis na escola.

O propósito dessa animação, além de chocar a audiência, é gerar insights e discussões saudáveis sobre a temática e sobre o que nós podemos fazer como membros produtivos da sociedade, para que não só o ambiente escolar mas todos os lugares sejam mais seguros para os indivíduos LGBTs e também consequentemente desconstruir esse tipo de preconceito.

Mais videos didáticos sobre Amor e Sexualidade, Bullying, Dilemas Sociais, Drogas, Emoções, Família, Racismo, Relações Interpessoais, Religião e Cultura, Violência, ambiente e gênero em  https://cinemasemconflitos.pt/

Youtube: https://www.youtube.com/channel/UCj6LBbDs8j93ijiuI-IKd3Q

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Dispenso os teus elogios, Tiago!

Mais uma vez, o Tiago, veio a público elogiar o trabalho e empenho dos professores. Desta vez, teve como desculpa a redução do abandono escolar no 1.º trimestre.

Vindo da boca de quem, em tempos, disse defender os professores, mas nunca o fez, não é de admirar a minha dispensa.

Onde estavas tu quando o teu patrão ameaçou a demissão por causa da recuperação do tempo de serviço? Onde estavas tu quando milhares de professores foram ultrapassados na carreira por colegas com menos tempo de serviço?

Onde estavas tu quando inúmeros professores foram vitimas de todo o tipo de violência dentro das escolas?

Onde estavas tu quando os professores reivindicaram descontos para a SS justos?

Onde estavas tu quando o teu patrão disse que devia ser feita justiça aos monodocentes?

Onde estavas tu e onde andas tu, em relação a tantos outros problemas na Educação Portuguesa?

Já agora, qual é a tua posição em relação à pretenção dos professores em ver as quotas de progressão ao 5.º e 7.º escalões eliminadas?

Está na hora de deixares de elogiar e tentar receber um elogio, por mais pequeno que seja…

 

 

Abandono escolar precoce no 1.º trimestre de 6,5%: “Bravo aos professores e profissionais da educação”

A taxa de abandono escolar precoce, no ano passado, foi de 8,9%, o que significou um mínimo histórico. O ministro da Educação foi ouvido na Comissão de Educação, Ciência, Juventude e Desporto, na Assembleia da República.

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Concurso interno e externo extraordinário de provimento 2021/2022 – Açores

 

Encontra-se aberto o prazo de apresentação de candidaturas ao Concurso de Provimento dos Quadros de Ilha de Pessoal Docente da Educação Pré-Escolar e dos Ensinos Básico e Secundário na Região Autónoma dos Açores para o ano escolar 2021/2022, conforme previsto no respetivo Aviso de Abertura, publicado na Bolsa de Emprego Público-Açores, sob Oferta n.º 144/2021, em 25/05/2021.

A candidatura é formalizada eletronicamente, em concursopessoaldocente.azores.gov.pt, entre os dias 26 de maio e 1 de junho.  A apresentação dos documentos ocorre até ao dia 4 de junho, no mesmo endereço, por via de acesso à candidatura apresentada.

Podem ser opositores aos Quadros de Ilha todos os docentes profissionalizados, sem vínculo a qualquer quadro, que, no presente ano escolar, se encontrem colocados em escola da rede pública da Região ou se mantenham opositores ao procedimento concursal centralizado para contratação a termo neste mesmo ano escolar, e que sejam igualmente candidatos a provimento em Quadros de Escola.

Os docentes já titulares de quadro de escola podem, também, ser opositores aos Quadros de Ilha. Os docentes que obtiveram colocação em Quadro de Escola com efeitos a 1 de setembro próximo, através do primeiro concurso de provimento (interno e externo) realizado neste ano, podem, igualmente, candidatar-se ao presente concurso, mas na mesma situação em que se candidataram àquele primeiro concurso.

Os docentes profissionalizados sem vínculo a qualquer quadro e que não se encontrem colocados em escola da rede pública da Região no presente ano escolar, nem foram opositores ao procedimento concursal centralizado para contratação a termo neste mesmo ano escolar, apenas podem candidatar-se a provimento nos Quadros de Escola.

 

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Aluno atropelado enquanto tentava escapar a aluna agressora

 

Foi ontem divulgado nas redes sociais o vídeo de um rapaz de 14 anos que, ao fugir das colegas que lhe estavam a fazer bullying, acabou por ser atropelado. O episódio ter-se-à passado entre alunos do Agrupamento de Escolas Dr. António Augusto Louro, na Arrentela, concelho do Seixal.

O caso terá ocorrido na passada quinta-feira e, de acordo com a PSP, já foi remetido para a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ).

No vídeo divulgado, é possível ver uma adolescente a dar murros no braço de um rapaz enquanto este foge. O jovem passa para o outro lado da estrada, assim como a colega que está a implicar com ele. Quando voltam para o pé dos outros jovens (que riem e filmam) começam a ouvir-se vozes que pedem para parar porque estão a “fazer bullying”. A rapariga que agrediu o jovem primeiramente, tenta apanhá-lo, sendo que este corre para estrada para fugir, sendo colhido por um carro.

De acordo com a autoridade, o rapaz foi encaminhado para o hospital mas “já está em casa” tendo ficado apenas com “ferimentos ligeiros”.

 

 

 

 

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Rankings, indisciplina e violência – Santana Castilho

Todos os anos, por esta altura, os rankings escolares marcam a discussão pública, incentivada por manchetes acicatadoras de uma disputa insana, que apenas exacerba o vedetismo. Ano após ano, limita-se a questão da qualidade das escolas à comparação do ensino público com o privado, com base nos resultados obtidos nos exames, sendo o argumento mais sério para defender os rankings a evocação da necessidade de avaliação externa. Mas são os rankings avaliação ou estrita classificação, construída a partir de um parâmetro único, qual seja o resultado dos exames? Semelhante visão redutora do que é complexo, acrescenta absolutamente nada ao que pode ser feito para ajudar as escolas que têm mais dificuldades. Então, a escola soçobra ante esta inversão de valores e esta desigualdade de influências. Porque a escola deve ser local de realizações, que não de frustrações, de cooperação, que não de competição. Porque o que é fundamental em qualquer escola é aprender. E aprender não é uma competição.
Pode uma escola ser dissociada de tudo o que nela se faz, para ser salva ou condenada pelas notas que um exíguo número dos seus alunos obtém nos exames? Que acolhimento têm nestes rankings milhares de alunos que, mediante muito esforço pessoal e dos seus professores, superam dramáticas situações de partida, embora sem conseguirem obter classificações elevadas? Pode comparar-se o trabalho a desenvolver com alunos oriundos de ambientes familiares desestruturados, paupérrimos, com o que se acrescenta a alunos de famílias ricas, onde nada falta? Pode comparar-se um sistema que recebe, e bem, todos os alunos (350 mil apoiados pela Acção Social Escolar e 80 mil com necessidades educativas especiais) com outro que os seleciona criteriosamente e só admite os mais dotados e os mais ricos? Pode comparar-se uma escola do interior desertificado com outra de um grande centro urbano, alunos “emigrantes” no seu próprio país, que andam diariamente dezenas de quilómetros para chegarem á “escola de socialização”, com outros que se deslocam no Mercedes do pai? Que aconteceria aos resultados das melhores escolas, no próximo ranking, se fossem obrigadas a trabalhar com os alunos das piores deste?
A indisciplina, a violência (física e psicológica) de uns quantos sobre muitos, cobardemente ignorada ou escondida pelos responsáveis, a começar pelo Ministro da Educação, é o fenómeno que mais prejudica a qualidade do ensino público. A delirante propaganda dos actuais responsáveis acerca de uma inclusão que não existe agravou a tendência para abafar a indisciplina endémica. Mas essa tendência não resiste quando, esporadicamente, a dimensão dos acontecimentos salta as barreiras da censura. Com efeito, precisamente na mesma altura em que o ministro da Educação (as suas afirmações, vazias de existência, nem provocam já resistência) dizia no Porto, a propósito da Cimeira Social da União Europeia, que “Portugal é orgulhosamente conhecido como um país que está na vanguarda da inclusão na educação”, a imprensa noticiava que uma aluna de uma escola da Amadora foi barbaramente espancada numa sala de aulas por colegas, que lhe arrancaram unhas, e que noutra, de Ponte de Sor, onde um jovem já foi esfaqueado, os professores têm medo de dar as aulas, são constantes as agressões, circula droga e houve uma tentativa de violação.
Entendamo-nos, sem tibiezas. Quando um menor agride outro dentro da escola, há duas entidades directamente responsáveis: a escola e os pais do agressor. Mas a escola tem de ter meios e dirigentes capazes de resolver, de modo célere e sem titubear, agressões e vandalismos. Alunos, auxiliares de educação e professores não podem viver aterrorizados por pequenos marginais, que recusam regras mínimas.
O rumo errado das actuais políticas de Educação, perpetuando erros de há muito, conduziu a escola pública para um ambiente de desalento e deixou bloqueado na cave o decantado elevador social. No jogo de enganos em que se transformou o nosso sistema de ensino, os professores têm fome de sentido para a sua verdadeira profissionalidade. Quanto mais os proletarizam, mais humanidade se retira à escola.

In “Público” de 26.5.21

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O Leão ainda não deu autorização para a contratação

Começa-se a casa pelo telhado e o resultado vai ser o mesmo de sempre.

Escolas: Técnico de Informática precisa-se

Os computadores chegaram às escolas e agora há novos problemas. Para os resolver, os diretores querem poder contratar técnicos de informática.

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Pelo Professor João Veloso, a propósito dos rankings de escolas:

 

“Acho que já passou tempo suficiente para eu poder falar disto em público.
Há mais de 10 anos, trabalhei com a Inspeção Geral de Educação num programa de avaliação de escolas. Conheci gente muito profissional com quem calcorreei dezenas e dezenas de escolas públicas em quase todos os distritos do Norte.
Nunca me esquecerei da primeira escola que visitei, a pouco mais de 50 km do Porto. Uma criança que só tomava banho nos dias das aulas de Educação Física. Tinha vergonha e o professor mandava-a para o balneário 10 minutos mais cedo para ela se lavar. Quem levava a roupa suja da criança e lha trazia lavada e passada no dia seguinte era uma contínua da escola.
Depois vieram outras histórias que fui amealhando. Meninos cuja única refeição quente era o almoço da cantina. Miúdos que à tarde levavam os restos do almoço escolar para casa para servirem de jantar para a família. Miúdos que ao fim de semana se alimentavam de bolachas Maria. Miúdos que aprenderam a gostar de ler na biblioteca da escola, que em casa nunca tinham visto um livro. Escolas que no inverno acabavam as aulas às 4 da tarde para que os pais das meninas não as vendessem por meia hora aos senhores dos Mercedes pretos parados à porta a coberto do escuro. Crianças alcoolizadas. Professores e funcionários à beira de uma exaustão horrível porque tinham de fazer de pais, mães, psicólogos, médicos, confidentes, assistentes sociais. Crianças que nunca tinham ido mais longe do que à vila lá da terra.
A merda dos rankings, a cloaca dos rankings, a vergonha dos rankings serve para quê? Qual é o espanto em constatar sadicamente que os miúdos de casas sem pão ficam em último e os das fábricas de notas em primeiro? Ponham-me a jogar à bola com o Ronaldo e não é preciso vir nenhum ranking dizer-me que nunca lá chegarei.
As escolas que se dão ao luxo de escolher à partida os seus alunos, que recebem os alunos que em casa comem e leem e viajam e falam inglês não têm grande trabalho a fazer. Todos nós, professores, sabemos que trabalhar com bons alunos é fácil. Difícil, desafiante (e apaixonante) é fazer dos fracos bons.
O resultado de uma escola não se mede só pelas notas a Inglês e a Biologia. Há escolas em que o sucesso é alimentar e lavar os miúdos e isso não passa no radar dos filhosdaputa (pardon my French, mas o vernáculo é para ocasiões destas) dos rankings, cuja única função é apontar ainda mais a dedo aqueles que já são estigmatizados, excluídos, ridicularizados todos os dias, e fazer publicidade enganosa aos colégios “do topo”.
Conheço paizinhos com filhos problemáticos que acham que transformariam os seus filhos em génios se os inscrevessem de repente numa dessas escolas. Acreditam que há algo nessas escolas, uma varinha mágica impermeável ao resto, que fabrica génios. A ficha cai-lhes quando são os próprios colégios, em privado, a tirar-lhes o tapete. Nem sequer os admitem à entrevista. É bem feito.
Honestidade intelectual: vão buscar um desses meninos que não comem nem tomam banho em casa, ponham-no numa das “top five” (mas ponham mesmo, não façam de conta), não lhes mudem nada nas condições de vida, e vejam se é isso que os manda para o MIT.”

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