Horários em Contratação de Escola/Falsos Técnicos Especializados

E-mail que me chegou para divulgação.

 

 

 

Depois de uma leitura atenta do Decreto Lei n.º 83-A/2014 de 23 de maio, e indicações que foram surgindo da parte da DGAE convenci-me que este ano, ao contrário do que tem acontecido em anos anteriores, os concursos iriam decorrer com normalidade e todos os horários para a lecionação das disciplinas da área específica da mecanotecnia seriam lançados no devido grupo de recrutamento (530), através da aplicação da DGAE ou nas BCE.

Ao longo do mês de agosto fui-me deparando com uma longa lista de horários abertos em oferta de escola para técnico especializado, tendo sido obrigado a abdicar das minhas férias para proceder à leitura dos respetivos avisos de abertura, à elaboração de portefólios à medida de cada oferta/escola e até à resposta a questionários exigidos por algumas escolas.

Neste momento continuo a não compreender como é possível que muitos destes horários sejam lançados para oferta de escola como Técnicos Especializados e não no devido grupo de recrutamento. Até ao momento contabilizei 62 horários da área disciplinar da mecanotecnia, inserida no grupo 530, a meu ver indevidamente lançados para Técnicos Especializados. Quais são as especificidades que justificam a abertura de um tão grande número de horários em oferta de escola? Será que deixaram de haver horários sem especificidades? Será que as escolas/cursos/horários com especificidades passaram a ser a regra e deixaram de ser exceção? Sendo da competência da DGESTE a validação dos horários em contratação de escola, gostaria que me esclarecessem como é possível que muitos destes horários continuem a surgir como Técnicos Especializados e não no grupo de recrutamento. Será que existe mesmo alguém a fazer este trabalho, ou os diretores não têm ninguém que verifique as suas opções?

Por outro lado, situação que eu considero ainda mais grave, algumas escolas têm vindo a admitir que estão a proceder à abertura de horários, nesta altura, em oferta de escola para Técnicos Especializados para agilizarem a contratação de professores/formadores para a lecionação de certas disciplinas, como se pode ver através de e-mail recebido:

 

por

Mas, segundo o decreto referido, não é isto ilegal?

 

Face ao exposto, resumo as questões que gostaria de ver respondidas:

  • Quais os critérios que as escolas utilizam para justificar a abertura de horários para técnicos especializados, inserindo-se estes horários em grupos de recrutamento?
  • Quem fiscaliza e como é feita a validação dos horários que são pedidos na plataforma pelos diretores (sendo estes falsos técnicos especializados)? Serão mesmo todos ou alguns validados?
  • Havendo um grupo de recrutamento onde se inserem os horários, é legal que estes sejam lançados para técnicos especializados, entrando em contradição com as orientações da DGAE e legislação em vigor?
  • Não deveriam ser todos os horários que foram lançados injustamente na plataforma, como falsos técnicos especializados, anulados?

 

Manuel Duarte Frutuoso Ribeiro, Licenciado em Engenharia Mecânica e profissionalizado no grupo 530

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29 comentários

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  1. Denuncia para a DGAE e para a IGE

      • Jose F M Bernardo on 20 de Agosto de 2015 at 19:43
      • Responder

      ahahahah! esses são uns amigalhaços!

    • Jose F M Bernardo on 20 de Agosto de 2015 at 19:31
    • Responder

    …amigo,ninguém fiscaliza! e,sabe que mais, há técnicos a concorrer como licenciados sem o serem, para horários oferta de escola e ficarem selecionados (imagine!) …em primeiro lugar! País de corruptos!

    • Daniel on 20 de Agosto de 2015 at 21:13
    • Responder

    O problema é que na MI não é feita distinção da habilitação do docente. Pode ser colocado um professor de Secretariado, de Madeiras, Civil…

    Solução dividir o 530.

      • cmba on 20 de Agosto de 2015 at 21:55
      • Responder

      Não é só o grupo 530 que precisa de ser dividido…
      o grupo 430 também… aliás em tempos ido já o foi…
      Nestes 2 grupos meteram tudo o que lembraram..

        • Luis on 20 de Agosto de 2015 at 23:38
        • Responder

        Antes de 2006, havia o 6º grupo – Contabilidade e Administração e o 7º grupo – Economia, com a junção ficou só um, que na minha opinião até foi benéfico para os dois. O problema foram os novos cursos que foram reconhecidos, é impensável que alguém licenciado em sociologia possa estar neste grupo, não estou a ver um professor com este perfil a leccionar contabilidade, fiscalidade, marketing, direito ou economia. Estes professores só estão no ensino oficial porque conseguiram obter uma profissionalização no ensino privado e depois concorreram ao oficial. Antes de 2006 ninguém de Sociologia conseguia dar aulas no ensino oficial, tinham habilitação própria 3º escalão e nessa fase só os do primeiro escalão conseguiam horários, os restantes iam para o privado, assim como algumas licenciaturas em Marketing, que explodiram nos últimos 10 anos. O que salvou estes professores foi mesmo a profissionalização no privado, inclusivamente alguns deles nem sequer fizeram profissionalização alguma, tinham mais de 45 anos e foram dispensados, saiu uma lei que lhes permitia ficar com a nota de curso igual à profissionalização, é fácil descobrir isso nas listas, normalmente têm uma classificação profissional baixa, anda pelos 11, 12, 13 valores, ninguém que faz profissionalização fica com uma classificação profissional tão baixa.

      • Duarte Ribeiro on 20 de Agosto de 2015 at 22:08
      • Responder

      Até percebo o que o colega Daniel afirma mas não é justificação pois na aplicação da contratação por oferta de escola é feita a distinção. Só não entendo porque estes horários não vão para a contratação de escola mas para o grupo da categoria disciplinar (ver imagem) com os mesmos critérios do recrutamento de docentes e não dos técnicos especializados. A aplicação é da DGAE e está lá a distinção. Nos anos anteriores por vezes aparecia por lá alguns horários que a meu ver, as regras não são as corretas pois os critérios eram dos técnicos especializados… Para as BCE deste ano tivemos de reunir as declarações com a experiencia na lecionação de disciplinas no grupo da mecanotecnia, mas para que? Parece que continua tudo na mesma…Não fomos nós que arranjámos esta trapalhada…a mecanotecnia tinha dois grupos de recrutamento nos quais ainda fui contratado antes de 2007…logo haja vontade e separem-se os grupos ou crie-se um novo. Pela quantidade de horários que são lançados se calhar justificava-se….a eletrotecnia ficou com um grupo (540) porque a mecanotecnia também não ficou? Havia quadros nas escolas da mecanotecnia que estão a acabar. Os colegas estão a reformar-se. Devia haver estabilidade nas escolas e para os docentes.

      Outra alternativa era quando se concorre, nos concursos normais, para o grupo 530 acrescentar na aplicação de concurso a nossa area de formação (que já tem a nossa licenciatura)…e as escolas iam buscar engenheiros mecanicos, civis, secretariado ou outros mediante a sua necessidade.

    • cmba on 20 de Agosto de 2015 at 21:52
    • Responder

    Há horários para o grupo 430/530/540 e muito provavelmente para outros grupos de recrutamento…
    Existem horários para técnicos especializados para lecionar as mesmas disciplinas com pedidos de formação (licenciaturas) diferentes.
    Existem horários para lecionar em determinadas áreas com pedidos de habilitações muito distantes da área de formação.
    Fui excluída de um horário com o argumento que não tenho uma formação específica requerida, quando já lecionei as disciplinas enquadradas num grupo de recrutamento ao qual pertenço.
    Bolas estou farta destas coisas…
    Tenho entrevistas marcadas em páginas de escola por ordem de chegada, com o portefólio debaixo do braço e toda a documentação comprovativa do que consta do portefólio… há vão todos os candidatos a entrevista…
    Já não o que fazer…nem o que dizer…

    • José on 20 de Agosto de 2015 at 21:57
    • Responder

    As escolas colocam os horários como técnicos para colocarem as pessoas que querem, os horários de algumas escolas do Porto (mecanotecnia) estão adaptados aos colegas que lecionaram este ano. Sei do que falo pois conheço as pessoas e se não forem colocados como técnicos não tem hipóteses de ficar colocados porque têm uma média baixa. Mas este ano vou concorrer também a estes horários e vou estar muito atento, porque posteriormente no registo biográfico fica registado o tempo de serviço como sendo no 530. Espero que o colega Manuel e os outros estejam atentos para posteriormente obrigar as escolas que fazem estas fraudes a corrigir o registo destes colegas retirando-lhes o tempo de serviço que foi contabilizado como técnico, a legislação assim define. Se todos fizermos isso as escolas e os colegas deixam de ter interesse em ser colocados como técnicos.

    1. Excelente ideia. Denunciar depois o tempo de serviço dessas pessoas, aquando do concurso quer para a DGAE, quer para o IGEC, quer para o próprio Ministério Público, atendendo a que o tempo de serviço não pode ser contabilizado para o grupo de recrutamento. Guardar todas as listas deste ano, assim como as do próximo ano e, os comprovativos de colocação do próximo, enquanto técnicos profissionalizados, também é o que aconselho a todos os colegas.

        • Duarte Ribeiro on 20 de Agosto de 2015 at 22:25
        • Responder

        A ideia dos colegas é excelente mas não é solução…temos de ir à raiz do problema…qualquer um de nós pode estar a trabalhar como tecnico especializado (e o tempo não devia contar pois é o que diz a legislação) mas injustamente pois estamos a trabalhar diretamente no nosso grupo de recrutamento…então alguém tem de ser responsabilizado…e deve ser quem comete a fraude e não nós professores, que somos contratados como técnicos (infelismente tem de ser assim se queremos trabalhar). Qual será o nosso futuro, de todos nós que investiram numa profissionalização/ carreira no ensino? Valerá a pena continuar???

          • t on 20 de Agosto de 2015 at 23:03

          As denuncias também estão a ser feitas agora, mas uma vez que se teme que fique tudo em águas de bacalhau… no próximo ano com as provas do nosso lado veremos se a brincadeira acaba de vez.

          • Jose F M Bernardo on 12 de Setembro de 2015 at 20:17

          só se for como homem-bomba e bem no meio deles!

      • Jose F M Bernardo on 15 de Setembro de 2015 at 17:34
      • Responder

      é como diz! – os horários estão adaptados! assim não dá!

    • SapinhoVerde on 20 de Agosto de 2015 at 23:07
    • Responder

    Enquanto existirem técnicos especializados qualquer um pode entrar nos “grupos de recrutamento” mesmo não sendo profissionalizado, à frente dos outros colegas (profissionalizados)!
    Dividam o 530, o 430 nas disciplinas originais …

      • Duarte Ribeiro on 20 de Agosto de 2015 at 23:25
      • Responder

      Concordo.

      • MTF on 20 de Agosto de 2015 at 23:52
      • Responder

      O problema não são apenas esses grupos, aliás como foi dito aqui nos últimos dias, há também horários que se enquadram nos grupos de História, Filosofia, Geografia, Biologia, etc.. Há uma escola profissional pública no norte já referida aqui que contrata quem quer com o perfil que quer, só ainda não se atreve a entrar em grupos como Português, Matemática, Línguas, Física entre outros!

        • Querida Olga on 21 de Agosto de 2015 at 2:27
        • Responder

        É exatamente isso q acontece numa das escolas de Cinfães…
        Os horários são escolhidos para os professores amigos, que vão ficando ano após ano.
        Não vale a pena perdermos tempo e dinheiro com as idas às entrevistas…

          • Jose F M Bernardo on 12 de Setembro de 2015 at 20:15

          poupe o seu dinheirinho porque dali não leva nada!

          • Jose F M Bernardo on 15 de Setembro de 2015 at 17:32

          e em Viana…não, do Alentejo não! esses são corretos!

      1. Pelo Alentejo passa-se exatamente o mesmo problema. O mais grave é que é permitido a toda a hente lecionar tudo ao abrigo da habilitação adequada. Agora já não é preciso concorrer para os grupos de recrutamento mem ser detentor de habilitação profissional para nada, basta estar na escola e pronto. Há professores de EVT a darem apoio de matemática do segundo ciclo, no 910 qualquer um pode lecionar, nem se percebe para que servem as especoalizações. É a confisão, o ateoplemanento e a desregulação total. Qiem dizia que o Crato era anarquico tinha toda a razão, cada um faz o que quer, como quer porque o estado legislou uma data de anti-regulação que protege esta anarquia escolar.

          • MTF on 21 de Agosto de 2015 at 23:05

          Há uns tempos atrás, alguém do ministério de educação disse: Um sacristão com 20 anos de serviço já pode celebrar uma missa!!!

          • Jose F M Bernardo on 15 de Setembro de 2015 at 17:31

          disse o papa!

  2. Aos colegas lesados peço par denunciarem estes casos à DGAE e a IGE

    • Nuno on 24 de Agosto de 2015 at 7:24
    • Responder

    Em 2006, fiz profissionalização em serviço no grupo 530 na área específica de mecanotecnia na Universidade de Coimbra.
    O Duarte Ribeiro tem muita razão em estar indignado.
    Eu também estou.

    • Nuno Couto on 11 de Setembro de 2015 at 2:47
    • Responder

    Olá Duarte.
    Mais um tesourinho do 530…. este é em Oliveira de Azeméis.

      • Jose F M Bernardo on 12 de Setembro de 2015 at 22:26
      • Responder

      …e insiste!…

    • Jose F M Bernardo on 11 de Setembro de 2015 at 20:33
    • Responder

    -amigo Ribeiro, não se iluda! decerto já sabe como as coisas são!.. existe um pacto do diabo entre os diretores das escolas públicas e a direção DGAE! parece haver abertura por parte da DGESTE (norte)! de qualquer modo participe à Inspeção, sempre que tenha conhecimento, pois estes mesmo sabendo são os primeiros a ser responsabilizados! então, onde é que se viu dar o lugarzito ao amigo lá da terrinha que é um falso “técnico especializado” e deixar em casa um professor quase na reforma, sem a ter? é muita vigarice junta!

    • cuca on 21 de Setembro de 2015 at 15:04
    • Responder

    Colegas, alguém fez queixa destes falsos TE? Como e a quem? Quero fazer uma queixa. Se não deixarmos passar, pode ser que acabem…

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