Já por diversas vezes disse que no caso de um docente ser retirado na ICL2, mesmo as escolas não sendo obrigadas a comunicar esse facto ao professor, devia haver bom senso delas em comunicar essa retirada. Conheço alguns casos em que os docentes passaram metade do mês de Agosto em angustia à espera das listas de colocações e só depois é que ficaram a saber que tinham sido retirados na ICL2 por atribuição de componente lectiva.
Se critico as escolas que procedem desta forma, mais critico quando é a DGAE a deixar em suspense a vida de centenas, senão, milhares de professores.
Só na escola deste relato são cerca de 20 docentes que não sabem se estão ou não em concurso.
Isso é imoral e não se faz.
Este ano, pela primeira vez na minha longa carreira de cerca de 30 anos como professor, fiquei em horário zero. Concorri, pois, ao concurso de mobilidade interna na esperança de que iria ser retirado da lista pela minha escola de origem, o que dependeria da aprovação dos cursos profissionais a que a escola se candidatou.
O prazo para retirada da situação de horário zero era 10 de agosto. Neste dia, porém, os referidos cursos profissionais não tinham ainda sido aprovados pela tutela, segundo informações da direcção da escola.
No dia 15 de agosto estes cursos são finalmente aprovados e passa a haver horas lectivas para mim (bem como para outros colegas na mesma situação). A escola pretende retirar-me do concurso de mobilidade interna e, da tutela, chega-lhe a informação de que deverá enviar um mail para o ministério da educação com os nomes dos professores para quem passou a haver horário lectivo na escola de origem – entre os quais me incluo. Este envio foi feito pela escola no mesmo dia 15 de agosto, mas até hoje a tutela, pura e simplesmente, não respondeu à escola, isto é, não confirmou nem desmentiu a atribuição do horário. Tudo isto, segundo informações da direcção da escola.
Em suma, encontro-me nesta bizarra situação:
1. A minha escola de origem tem horário lectivo (de 14 a 20 horas, ou seja, neste último caso, horário completo) para mim e pretende atribuir-mo, retirando-me assim do horário zero.
2. A escola procedeu de acordo com as instruções da tutela, enviando ao ministério, para esse efeito, um mail com essa informação.
3. O ministério nada diz, se sim ou não, saio da lista de mobilidade interna para leccionar o horário disponível na minha escola de origem.O meu receio é agora (mais uma vez) ser devorado pela máquina burocrática. Corro o risco de ir para a mobilidade interna e não ser colocado (podendo, depois, ter que fazer mais 60 kilómetros para lá da minha escola de origem que já dista os mesmos 60 de minha casa) enquanto na minha escola de origem, existe um horário lectivo que a escola me quer e pode atribuir. Será pedir demais que, do ministério, venha a confirmação em tempo útil da atribuição destes horários lectivos neste caso e noutros semelhantes? Não faz sentido continuar em horário zero quando a minha escola de origem tem horário para me atribuir…