26 de Agosto de 2015 archive

Não se Admite Esta Falta de Respeito

Já por diversas vezes disse que no caso de um docente ser retirado na ICL2, mesmo as escolas não sendo obrigadas a comunicar esse facto ao professor, devia haver bom senso delas em comunicar essa retirada. Conheço alguns casos em que os docentes passaram metade do mês de Agosto em angustia à espera das listas de colocações e só depois é que ficaram a saber que tinham sido retirados na ICL2 por atribuição de componente lectiva.

Se critico as escolas que procedem desta forma, mais critico quando é a DGAE a deixar em suspense a vida de centenas, senão, milhares de professores.

Só na escola deste relato são cerca de 20 docentes que não sabem se estão ou não em concurso.

Isso é imoral e não se faz.

 

 

Este ano, pela primeira vez na minha longa carreira de cerca de 30 anos como professor, fiquei em horário zero. Concorri, pois, ao concurso de mobilidade interna na esperança de que iria ser retirado da lista pela minha escola de origem, o que dependeria da aprovação dos cursos profissionais a que a escola se candidatou.

O prazo para retirada da situação de horário zero era 10 de agosto. Neste dia, porém, os referidos cursos profissionais não tinham ainda sido aprovados pela tutela, segundo informações da direcção da escola.

No dia 15 de agosto estes cursos são finalmente aprovados e passa a haver horas lectivas para mim (bem como para outros colegas na mesma situação). A escola pretende retirar-me do concurso de mobilidade interna e, da tutela, chega-lhe a informação de que deverá enviar um mail para o ministério da educação com os nomes dos professores para quem passou a haver horário lectivo na escola de origem – entre os quais me incluo. Este envio foi feito pela escola no mesmo dia 15 de agosto, mas até hoje a tutela, pura e simplesmente, não respondeu à escola, isto é, não confirmou nem desmentiu a atribuição do horário. Tudo isto, segundo informações da direcção da escola.

Em suma, encontro-me nesta bizarra situação:
1.      A minha escola de origem tem horário lectivo (de 14 a 20 horas, ou seja, neste último caso, horário completo) para mim e pretende atribuir-mo, retirando-me assim do horário zero.
2.      A escola procedeu de acordo com as instruções da tutela, enviando ao ministério, para esse efeito, um mail com essa informação.
3.      O ministério nada diz, se sim ou não, saio da lista de mobilidade interna para leccionar o horário disponível na minha escola de origem.

O meu receio é agora (mais uma vez) ser devorado pela máquina burocrática. Corro o risco de ir para a mobilidade interna e não ser colocado (podendo, depois, ter que fazer mais 60 kilómetros para lá da minha escola de origem que já dista os mesmos 60 de minha casa) enquanto na minha escola de origem, existe um horário lectivo que a escola me quer e pode atribuir. Será  pedir demais que, do ministério, venha a confirmação em tempo útil da atribuição destes horários lectivos neste caso e noutros semelhantes? Não faz sentido continuar em horário zero quando a minha escola de origem tem horário para me atribuir…

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Câmaras já Podem Entregar AEC a Empresas

Mas também podem essas empresas contratar técnicos especializados fazendo contratos como estágios profissionais?

Ou vai-se criar uma Lei que permita o vale tudo com o uso de dinheiros públicos?

 

Câmaras já podem entregar actividades curriculares a empresas

 

 

Prática era seguida por vários municípios, mas ainda não estava prevista na lei.

 

A partir desta terça-feira os municípios poderão entregar a concretização das Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC) a empresas sem recearem que o contrato seja recusado pelo Tribunal de Contas, como sucedeu no ano passado com a Câmara Municipal do Porto.

Um diploma aprovada pelo Governo em Junho passado, e que entrou em vigor nesta terça-feira, veio legalizar esta prática, utilizada há anos por vários municípios, ao abrir a possibilidade destes “contratualizarem parcerias com outras entidades para assegurar o desenvolvimento e concretização das AEC”.

Tal não era ainda possível porque o anterior diploma que regulava a contratação dos técnicos para as AEC, aprovado em 2009,  “não previa a possibilidade de os municípios procederem à externalização deste serviço já que estabelecia “apenas um mecanismo de contratação dos profissionais que dinamizam estas actividades, impondo às entidades promotoras a celebração de contratos a termo resolutivo para o efeito”, esclareceu ao PÚBLICO o gabinete de comunicação do Ministério da Educação e Ciência. Os contratos a termo resolutivo são os que se destinam a suprir necessidades temporárias.

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Crónica de Santana Castilho no Público de Hoje

Para os pais que não são professores, isto pode ser difícil de entender

 

 

As referências habituais à carga de trabalho dos professores raramente procuram perceber a influência que ela pode ter na qualidade das aprendizagens dos alunos.

 

 

É real e de conhecimento pessoal. Tem 53 anos, 26 de profissão a que se entregou com amor, hoje cansado. Estava efectivo a 160 quilómetros diários (80 para lá e 80 para cá) da casa onde vive com duas filhas. Concorreu para mudança de quadro de escola, para se aproximar da residência. Conseguiu colocação numa escola 40 quilómetros mais perto (20 para lá e 20 para cá). Dois dias depois, o absurdo caiu-lhe em cima: a escola onde o colocaram não tem horário para ele. Alma angustiada, empurraram-no para a dança macabra da “mobilidade por ausência de componente lectiva”, que pode terminar em “requalificação” e despedimento.

Está apresentado. É um dos muitos, com vidas adiadas. Algumas, para sempre! É professor.

Daqui a dias vai falar-se, muito, do costume: das crianças que voltam às aulas, do que os pais gastaram para lá as pôr e das escolas que ainda não abriram. Não se falará, certamente, da situação profissional dos professores.

São muitos os estudos que têm procurado estabelecer o impacto das condições de trabalho na saúde física e mental dos profissionais. Esse impacto, em organizações humanamente evoluídas, é também assumido como um dos indicadores determinantes do grau de eficácia das organizações. Claro está que não estou a falar do nosso ministério da Educação, para quem pouco importa que cresçam exponencialmente os níveis de ansiedade dos professores e diminuam os que medem a motivação profissional. É outra a eficácia que atrai o interesse do ministério.

O stress ocupacional crónico (desequilíbrio entre as exigências e a capacidade de lhes responder) está genericamente presente na classe dos professores e pode originar o chamado burnout, entendido como um estádio continuado de fadiga física e psicológica. Sendo um problema das pessoas, é, antes, um problema do clima social criado e das organizações para as quais as pessoas trabalham.

Um pouco por toda a parte, é a insuspeita OCDE que o diz, os professores apresentam índices de mal-estar superiores, quando comparados com outros profissionais. A Organização Internacional do Trabalho classificou a profissão como de risco físico e mental e os que lidam de perto com os professores portugueses identificam níveis consideráveis de exaustão emocional, face ao aumento de situações problemáticas e desagradáveis, designadamente impotência para reagir e resolver perturbações de comportamento por parte dos alunos, e conflitos importantes de compatibilização da vida profissional com a vida pessoal e familiar.

Há dias, noticiava-se num telejornal que os médicos do hospital de Faro estavam exaustos. Motivo? O aumento sazonal da população estava a obrigá-los a 48 horas de “banco” por semana. É fácil avaliar o nível de responsabilidade que se abate sobre um médico, particularmente em serviço de urgências. Não é difícil admitir que os médicos têm limites humanos e que tal stress imposto diminui, forçosamente, a capacidade para responderem ao que lhes é pedido. Se, genericamente, não terei dificuldade em ganhar apoiantes para o que acabo de afirmar, o mesmo não direi quando a reflexão analisa os níveis de responsabilidade, stress e carga de trabalho a que os professores estão sujeitos.

As referências habituais à carga de trabalho dos professores raramente procuram perceber a influência que ela pode ter na qualidade das aprendizagens dos alunos e no contributo que dá (ou não dá) para o seu processo de desenvolvimento humano. Outrossim, quase sempre se centram em comparações injustas e descabidas, a maior parte das vezes movidas por essa chaga que é a inveja social. E por aqui chego ao que deu título à crónica de hoje. Estava no blog de Diana Ravitch, que muitos professores conhecerão. Não sei eu, nem sabe ela, quem foi o autor. Mas é uma bela proposta. Pode ser que muitos pais portugueses a aceitem, quando em breve voltarem a levar os filhos à escola. Reza assim, em tradução livre:

“Cinco dias por semana, ensinamos os vossos filhos./Significa isso que os educamos./ Que brincamos com eles./ Que os disciplinamos./Que nos divertimos com eles./ Que os consolamos./ Que os elogiamos./ Que os questionamos./Que batemos com a cabeça na parede por causa deles./ Que rimos com eles./ Que nos preocupamos com eles./ Que tomamos conta deles./ Que sabemos coisas deles./ Que investimos neles./ Que os protegemos./ Que os amamos./Todos nos deixaríamos matar pelos vossos filhos./Não está escrito em lado nenhum./ Não faz parte do manual do professor./ Não vem citado nos nossos contratos./ Mas todos o faríamos.

Por isso, por favor, hoje à noite, dêem aos vossos filhos, sim, um abraço muito, muito apertado.

Mas na segunda-feira, se virem os professores dos vossos filhos, abracem-nos também a eles.”

Professor do ensino superior (s.castilho@netcabo.pt) 

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Algum Concurso Deve Abrir em Breve para Timor

Pois foi publicado ontem no site da DGAE um Despacho com a constituição do júri do procedimento concursal com vista ao exercício de funções docentes dos grupos 100 e 110 no projecto centros de aprendizagem e formação escolar. Esse Júri tem a competência para definir os termos do aviso de abertura e respectiva selecção de candidatos.

Por isso e se tiverem interesse estejam atentos a este presumível concurso.

 

 

Despacho Constituição do Júri do procedimento concursal-001

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Expressão Do Dia

 

dispersão dos concentrados

 

 

 

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