Deixo uma proposta para analisarem, que foi deixada num comentário aqui no Blog, do leitor António Silva.
Agradeço que havendo mais sugestões ou ideias diferentes possam enviar-me para publicação.
Julgo que a proposta do governo: recuperação do tempo de serviço em 5 anos será um ponto de partida para as negociações, podendo haver alguma abertura para negociar esse espaço temporal para a recuperação.
Esqueçam, na minha opinião, as recuperações imediatas, em dois anos ou mesmo em 3 anos.
Julgo, sinceramente, que a solução final será muito semelhante à proposta pela FNE: recuperação em 4 anos, ao ritmo de 30% + 30% + 20% + 20%.
No que diz respeito à recuperação total do tempo de serviço de quem já se reformou (com implicações na reforma) ou de quem já não conseguirá recuperar todo o tempo de serviço acho difícil haver uma solução, até porque a questão não depende somente do MECI.
Juridicamente pode haver base para o estado ganhar em tribunal a eventuais queixosos que reclamem uma “atualização” das reformas. E a ser dada razão aos queixosos poderíamos ter um imbróglio judicial de proporções incalculáveis.
Além da reposição do tempo de serviço gostaria de ver outras questões debatidas (e sei que não consensuais na nossa classe).
Condições de trabalho
Sou a favor que, à semelhança de outras profissões, não deveríamos ser obrigados a trabalhar em casa (ou que o trabalhar em casa fosse uma opção).
As escolas públicas deveriam estar equipadas com espaços e equipamentos que permitissem aos professores trabalhar na escola (se assim o intendessem) sem ter que, muitas vezes, levar trabalho para casa.
Sou, como se pode depreender, a favor do cumprimento (opcional e com condições) do cumprimento do nosso horário de trabalho no local de trabalho.
Carreira Docente
Sou a favor da reestruturação da carreira docente, nomeadamente ao nível dos escalões remuneratórios e da avaliação dos docentes.
Porque raio são necessários tantos escalões para uma carreira em que, salvaguardadas as diferenças, mas no que diz respeito somente à prática letiva não há diferenças tão substanciais entre um professor do 1.º escalão e um professor do 10.º escalão.
Propunha uma reformulação da carreira com somente 6 escalões:
1.º escalão (índice 188) – 4 anos
2.º escalão (índice 205) – 6 anos
3.º escalão (índice 235) – 8 anos
4.º escalão (índice 272) – 8 anos
5.º escalão (índice 340) – 8 anos
6.º escalão (índice 370) – 4 anos
Avaliação docente
No meu modelo a avaliação nos diferentes escalões deveria ser efetuada da seguinte forma:
1.º escalão
Uma única avaliação no final dos quatros anos, transitando de escalão quem obtivesse a avaliação de Regular (ou superior) e tivesse 50 horas de formação (nas condições atuais).
Quem não cumprisse um destes dois requisitos teria de ficar pelo menos mais 1 ano no respetivo escalão, podendo transitar para o escalão seguinte quando cumprisse os requisitos necessários.
2.º escalão
A avaliação seria dividida em duas etapas, cada uma após 3 anos de permanência no escalão.
Em cada uma dessas avaliações seria necessário obter a avaliação de Regular (ou superior) e realizar 25 horas de formação.
No final dos seis anos do escalão e para além das duas avaliações com Regular (ou superior), o professore teria de ter, no total, 75 horas de formação (às 25 necessárias em cada etapa teria de fazer mais 25 horas de formação ao longo dos 6 anos) e ter (aqui vai a parte polémica ou não) ter exercido, durante um ano letivo completo, o cargo de diretor de turma (ou titular de grupo, no caso do pré-escolar ou titular de turma, no caso do 1.º ciclo).
Quem não cumprisse os requisitos necessários teria de ficar pelo menos mais 1 ano no respetivo escalão, podendo transitar para o escalão seguinte quando cumprisse os mesmos.
3.º, 4.º e 5.º escalão
A avaliação nestes dois escalões também seria dividida em duas etapas, cada uma com a duração de 4 anos, tendo a avaliação algumas semelhanças com a proposta para o 2.º escalão.
No entanto os professores teriam de exercer o cargo de diretor de turma, pelo menos num ano letivo completo em cada uma das etapas e teriam de realizar 100 horas de formação ao longo dos 8 anos do escalão (com um mínimo de 25 horas em cada etapa de avaliação).
O exercício de outros cargos (coordenador de departamento, delegado de grupo, diretor, subdiretor, adjunto da direção, coordenador de diretores de turma, e outros a definir) dispensaria o professor da obrigatoriedade de exercer o cargo de diretor de turma.
6.º escalão
Sou a favor que o 6.º escalão possa estar acessível a todos os professores, cumpridos determinados requisitos, mas que se tenham de cumprir esses requisitos par ascender ao mesmo.
Que requisitos seriam esses:
– ter obtido a avaliação de Bom (ou superior), na avaliação do 5.º escalão
– ter obtido a avaliação de Muito Bom (ou superior), na avaliação de um dos escalões anteriores (1.º, 2.º, 3.º, 4.º ou 5.º).
– ter exercido durante 4 anos consecutivos, ao longo da sua carreira, um dos seguintes cargos: diretor, subdiretor, adjunto da direção, coordenador de departamento, delegado de grupo, coordenador de diretores de turma, membro do conselho geral, e outros que possam ser definidos pela tutela.
18 comentários
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Sinceramente… não concordo com diversos aspetos, nomeadamente as exigências para o acesso ao último escalão, a obrigatoriedade de se ser diretor de turma, a permanência por demasiado tempo nos escalões (o que não constitui incentivo, antes pelo contrário), a mania irrevogável das formações. Os professores são os seus piores inimigos. Ainda bem que não és ministro da Educação.
E quem avaliaria os docentes ou quem atribuiria as classificações de Regular, Bom…? Os que reunissem as melhores condições nos seguintes parâmetros :
1- um exame a incidir sobre a atualização docente, na sua área, obviamente. Eventualmente algumas questões de cultura geral?
2- Os Encarregdos de Educação e Alunos através de questionários?
3-A Assiduidade e Pontualidade docente?
4- A participação nas atividades dentro da comunidade escolar?
Ou manter-se-ia a mesma fantochada de avaliação?
Principalmente a exigência de ser DT é absurda, visto não ser possivel em todos os grupos.
No grupo que leciono nunca somos DT, então ficaríamos estacionados no mesmo escalão para todo o sempre!!
E eu, por exemplo, que tenho lecionado a adultos, ia ser DT de quê, tendo em conta que os cursos EFA não possuem a mesma estrutura que os cursos regulares? Mas isto é uma salgalhada, pior do que o que existe de muitas maneiras.
Péssimas ideias … 6 anos ou 8 num escalão??? se calhar até concordo, mas se o índice de entrada for e no 1º escalão o actual 205 e por aí sucessivamente…
Depois aquelas regras todas e trapalhadas para se poder aceder a escalões mais superiores … se um diretor não gostar de ti não sobes porque não te dá os pró-rogativos para poderes progredir … (diretor de turma, etc …)
Se te preocupasses, caro iluminado António silva, com condições de burrucracia, componentes não lectivas, redução de carga lectiva, e outras “regalias” (leia-se solidariedade social, tais como:
amamentação, dispensas para cuidar dos filhos na escola (sim porque criticamos o facto de os pais não virem à reunião à escola, mas nós não podemos faltar para esse propósito,depois somos o único grupo da função pública que não temos uma ordem profissional, não temos acesso a consulta de medicina de trabalho, a nossa mobilidade por doença, a MPD, é um verdadeiro atentado,
as adaptações ao local de trabalho é = a ZERO ….
Ainda bem que não és ministro da educação …. mas a continuar assim certamente que lá chegarás….
Não concordo em NADA do que foi mencionado pelo Sr. Arlindo.
A proposta não é do Sr. Arlindo.
E há mais: as mudanças não se fazem assim, para toda a gente, sob pena de, ao salvaguardar os que estão em início de carreira, lesarem gravemente os restantes. Dou o meu exemplo, que é o de muitos: estou no índice 245, prestes a entrar (veremos, tenho que ver) no 272. Faltam-me 5 anos para a reforma. Mas em vez de recuperar o tempo congelado, faltar-me-iam cerca de 16 anos para talvez chegar ao último escalão. Nem que houvesse uma recuperação, não haveria uma recuperação. Repito: ainda bem que não és ministro. Vai roubar a tua mãe.
Incentivar seria encurtar os 5 primeiros escalões para a progressão ser mais rápida e, obviamente, não se pode esquecer quem já está num determinado escalão ser reposicionado no escalão que deveria após esta alteração para não criar mais “conflitos” nas Escolas.
Uma grande confusão de ideias, na sua maior parte assentes em princípios errados e injustos. Pare par pensar e não dê ideias, por favor!
Mais uma aberração, típica de certos montes de estrume, que por aí vão proliferando!
É como no futebol, treinadores de bancada , há muitos.
Este deve andar a consumir alguma zurrapa. Só pode!
Oh, Arlindo, deixa de conspurcar o teu blog, com os delírios desta malta.
Viva o 25 de abril!
Mas a liberdade leva a demências como esta.
Há por aí ótimos psicólogos com consultório aberto.
Discordo em absoluto! Continuaria, nestes moldes propostos ainda mais descrepâncias e injustiça entre docentes!
Deve estar doido ou é um iluminado.
1.º escalão (índice 188) – 4 anos
2.º escalão (índice 205) – 6 anos
3.º escalão (índice 235) – 8 anos
4.º escalão (índice 272) – 8 anos
5.º escalão (índice 340) – 8 anos
6.º escalão (índice 370) – 4 anos
Uauuu de 32 anos, aumenta a carreira para 38 , neste 6º escalão fica 4 anos e deve passar para o 7.º escalão (índice XXX)
O que temos já é mau e este “colega” ainda consegue transformar em péssimo!!!!!
Mais um idiota a arrotar postas de pescada sobre o que não percebe. Se fosses professor (vê-se que não és), eras poeta.
Estão a complicar porquê?!?
É só recuperar o anterior ECD!!! O que estava em vigor no início dos anos 90. Vejam com os vossos próprios olhos!
A cnl trouxe um cancro para as escolas. As formações da treta dos sindicatos ( um escândalo, pago a peso de ouro, quando o ECD diz que deve ser gratuita…) e os centros de formação, outros cancros.
Retirar a ADD das escolas. Entregar a formação às universidades!
Acabar com a cnl!
Dar tempo aos professores para lerem, irem ao teatro, ao cinema, enfim, estúpido ficarem, como agora.
Quem redigiu esta proposta, das duas uma, ou é burro ou estúpido, ficaríamos pior do que o que estamos.
Não sei como é possível vir com uma proposta destas com escalões de 6 e 8 anos??????Às vezes penso que leccionar embrutece a mente das pessoas.
Uma loucura esta proposta deste colega.
Então ficam-se 8 anos nos escalões inferiores? Para ganhar ainda menos e termos reformas ainda menores?
Exigência de ser DT? E se não for (porque nem todos podem ser DT)? Fica-se para sempre no mesmo escalão?
E já nem falo noutras que foram propostas.
Sinceramente, já basta de ideias loucas do ministério. Só faltam ideias loucas dos próprios colegas.