Há pensamentos que não morrem, apenas hibernam…
Todo o pensamento doutrinal que defende os contratos de associação, o cheque-ensino e a entrega de parte do ensino ao setor privado, baseia-se na falácia da má qualidade da escola pública. E sempre que se publica e se dá eco às perversas listas de ordenação qualitativas das escolas, tem um único objetivo.
Pois, não me venham falar de rankigs das escolas, nas quais, sem surpresa, as privadas estão no topo. Isto, porque os estudos se baseiam numa falsa ideia de igualdade na amostra que, na realidade, não existe, pois, o universo de alunos do público e do privado não é o mesmo, visto este último não aceita qualquer um. E esse conceito falseado que desacredita a escola pública só passa, porque demasiados comentadores a propagandeiam até à exaustão.
O que sabem muitos desses críticos sobre a escola pública se estudaram sempre em colégios privados?
Se o ensino público não tem falta de oferta de instalações escolares (até tem em excesso) e tem o mesmo universo de professores disponíveis que o setor privado, qual o motivo desta vontade voraz de o entregar a particulares?
E, francamente, sabendo-se que o setor da Educação movimenta mais verbas que o setor automóvel, entende-se de onde vem essa vontade.
Estrutura-se toda uma política assente na retórica dos rankings fazendo crer que a escola privada é de excelência e a pública, medíocre, para convencer a opinião pública a aceitar a entrega de uma boa fatia do ensino público ao lucrativo negócio do setor particular. Um negócio que beneficia uma elite, pago com os impostos descontados por todos nós, revela-se ofensivo.
Este desconsiderar do magnífico trabalho que os professores fazem em escolas em zonas isoladas ou problemáticas, evitando que se destrua o futuro de muitas crianças que a o particular rejeita, é insultuoso.
A escola pública é a única que assegura que nenhuma criança seja marginalizada nem deixada para trás; que permite que todos possam ter igualdade no acesso à educação; que recebe todos, independentemente da sua origem, do seu estatuto social ou condição financeira; é aquela que, funcionando como elevador social, possibilita retirar muitas crianças da pobreza dando-lhes a oportunidade de realizarem o sonho de poderem ter uma vida digna; que permite que, também elas, possam ter direito de serem felizes.
Eu sei que existe quem não entenda o que isto significa.
Sei que, esses tais, acreditam que terá sempre de haver os desfavorecidos para trabalhar para os filhos de quem mais tem e que, – com base nessa devastadora ideologia neoliberal de uma economia selvagem –, ainda tenham de agradecer e prestar vassalagem a quem lhes dá emprego (independentemente dos patrões os explorarem ou, eventualmente, optarem por pagar os seus impostos em paraísos fiscais).
Bem sei que ainda há uma visão delirante que só aceita um mundo no qual o acesso a certos bens e serviços não deva estar alcançável para todos, mas seja um exclusivo para quem pode (pagar).
Sei, perfeitamente, que muitos nunca aceitaram o 25 de Abril e a democratização do acesso ao ensino que possibilita à plebe rivalizar com as elites económicas e sociais.
Sei muito bem dessa ideia repugnante, que já escutei da boca desses monstros – que, nestes ciclos de febre neoliberalista, saem detrás das pedras para dizer barbaridades –, de que tudo gira à volta da seleção natural, na qual os menos capazes devem ser excluídos; de que, aqueles que estão em dificuldades, não são vítimas, mas uns fracassados na vida por não terem conseguido sustentar-se a si nem aos seus.
Sei, porque esse discurso de há uma década, de gente que venera unicamente o dinheiro, está de regresso e vai-se escutando de modo mais ou menos dissimulado em toda a parte onde existe uma dessas criaturas com uma boca falante com direito a tempo de antena sem confronto com o contraditório.
Eu sei do que falo, porque estudei muitas vezes só com fotocópias, andei debaixo de chuva, sol e neve às boleias na beira da estrada sujeitando-me a caminhar quilómetros para chegar a uma escola pública e conheci o sabor da fome e da privação para hoje ter o direito de exercer a profissão que escolhi.
Eu sei que foi um caminho difícil, mas, mesmo assim, bem melhor do que uma realidade que marcou a vida dos meus pais e avós, a quem lhes foi negada a oportunidade de poderem estudar ou prosseguir os estudos além da «4ª classe» (uma realidade que muitos saudosistas e muitos inconscientes se esqueceram ou desconhecem).
Eu sei que, mesmo na atualidade, com os enormes avanços que houve, estando ainda longe de ser um sistema perfeito, este permitiu que muitos saíssem da pobreza, se tornassem elementos válidos para a sociedade e se sentissem próximos da tão desejada igualdade de oportunidades.
Sei do que falo, porque muitos dos meus alunos não chegam à escola de viatura com motorista, porque ainda passam por muitas dificuldades pelas quais eu também passei.
Sei da vital importância desta escola de acesso livre quando, mais tarde, revejo alguns dos meus alunos – os quais a sociedade dava como perdidos –, encontrando-os bem na vida e felizes.
Eu sei, porque a escola pública não rejeita alunos carenciados, com deficiências, com necessidades educativas especiais, dificuldades de aprendizagem, económicas, minorias, cadastrados, problemáticos, marginalizados, rejeitados ou violentados pela vida. Eu sei, porque, todos estes, que os colégios particulares deixam à porta, têm as portas abertas nas instituições de ensino estatal com docentes empenhados em salvá-los e em dar-lhes uma oportunidade.
Assim, para essas instituições de ensino que seletivamente escolhem os seus alunos, é fácil apresentar resultados escolares acima da maioria daquelas que trabalham com todos, sem discriminação.
Eu e muitos dos professores que estão nos estabelecimentos de ensino estatal, sabemos de tudo isto, porque estamos lá a dar o nosso melhor para oferecer uma oportunidade a todos aqueles que os colégios privados rejeitam para lhes permitir, deste modo, estarem no topo dos rankings das escolas de que tanto se vangloriam.
Eu sei, porque, “alguns dos piores [professores] das gerações do presente”* que estão nas escolas públicas portuguesas, dão mais do lhes é exigido, sacrificando-se diariamente para que as nossas crianças e jovens possam ter acesso a um direito básico inscrito na Carta universal dos direitos humanos e dos direitos das crianças.
Carlos Santos
*Homem Cristo, Alexandre. In: jornal Observador, 11-8-2014
Com franqueza, do novo Ministro da Educação, Fernando Alexandre, espero:
– Uma acção governativa norteada pela honestidade intelectual, pela ética, pela transparência e por uma perspectiva humanista da Educação…
O novo Ministro da Educação é Doutorado em Economia, sendo também considerado por alguns como um “perigoso” neoliberal, alegadamente acérrimo defensor das políticas económicas “ultraliberais”…
Independentemente do grau académico, do currículo, da Área de proveniência ou das eventuais convicções em termos de economia política, não pode deixar de se esperar do novo Ministro da Educação:
– Uma acção governativa norteada pela honestidade intelectual, pela ética e pela transparência…
– Uma acção governativa norteada por uma perspectiva humanista da Educação em geral e em particular da Escola Pública…
Se a acção governativa e a competência deliberativa do Ministro da Educação forem guiadas pelos anteriores desígnios, dificilmente serão tomadas decisões e concebidas medidas injustas, ludibriosas e desleais ou se maltratarão os profissionais que trabalham diariamente na Escola Pública…
Se o anterior se concretizar, Fernando Alexandre conseguirá, com certeza, ganhar o respeito e o apoio dos que diariamente trabalham em contexto escolar, contribuindo para que a escola continue a ser um lugar de efectiva esperança…
Mas só poderá haver esperança se houver credibilidade, respeito e confiança…
Estará Fernando Alexandre à altura desse desafio?
Espero que sim, a bem da paz e da serenidade, tão necessárias na Escola Pública, sobretudo depois dos últimos oito anos, em que a mesma foi notoriamente maltratada, humilhada e descredibilizada…
Uma parte significativa dos profissionais de Educação estará neste momento embrenhada num misto de alívio relativamente à anterior Tutela e de apreensão face à incerteza do que se seguirá…
Essa inquietação advirá sobretudo do facto de Fernando Alexandre ser apontado por muitos como um “especialista e devoto dos números” e como um desconhecedor da Área que irá tutelar… À partida, e com franqueza, não parece que tal seja necessariamente mau…
Competirá a Fernando Alexandre demonstrar que um “especialista em números” não é forçosamente alguém desumano e insensível, com a intenção de gerir a Escola Pública como uma empresa, cujo principal objectivo seja a obtenção de lucro…
Competirá a Fernando Alexandre demonstrar que consegue ser um bom Ministro da Educação, isento de dogmatismo e de atitudes déspotas e sobranceiras, e contrariar, pela própria acção, as expectativas mais negativas a seu respeito…
Esperam-se, em resumo, medidas concretas que dignifiquem a Escola Pública e que valorizem os profissionais de Educação…
Uma Escola Pública, actualmente dominada pela perspectiva do entretenimento, presa num “reino de fantasia”, onde pululam algumas ideias delirantes, frequentemente confundidas com inovação educacional, e que a transformaram num misto de incoerência, desacerto, alucinação e pensamento mágico…
A Social-Democracia, aquela ideologia política que dá nome ao PSD, mas que, muitas vezes, parece esquecida pelos próprios líderes desse Partido, terá que decidir e clarificar urgentemente que caminho quer seguir…
Se o caminho for o da causa neoliberal, convirá, talvez, informar os cidadãos dessa decisão, sobretudo os que votaram no PSD, e admitir a hipótese, muito provável, desse Partido Político deixar de ser uma alternativa confiável de governação, a partir do momento em que a escolha for essa…
Luís Montenegro e Fernando Alexandre talvez não devam escamotear que quem votou no PSD confiou num Partido Político fundado na Social-Democracia e não no Liberalismo/Neoliberalismo…
Muito provavelmente, os profissionais de Educação estarão entre os que pior reagirão se se sentirem enganados por essa eventual mudança de identidade do PSD, feita à revelia e sem aviso prévio…
Beneficiários podem ser fiscalizados a qualquer momento e podem ser convocados por SMS.As baixas por doença vão poder ser verificadas a qualquer momento, as convocatórias podem ser feitas por mensagens de telemóvel ou por correio eletrónico e os exames médicos poderão ser feitos por videochamada. Estas são algumas das novidades do diploma sobre a verificação de incapacidades, que entra em vigor no próximo dia 1 de abril.
Segundo o Programa Eleitoral da AD (Página 13), pretende-se implementar provas de aferição a Português, Matemática e uma disciplina rotativa (a cada 3 anos) nos 4.º e 6.º anos (anos de final de ciclo), de aplicação universal e obrigatória;
Ora, se este ano os alunos do 2.º, 5.º e 8.º ano vão fazer Provas de Aferição não faz mais sentido que se termine já este ano estas provas?
É que os mesmos alunos que iriam fazer as provas de aferição no 5.º ano também para o ano (6.º ano) voltariam a fazer três provas de aferição. E os alunos do 2.º ano ao fim de dois anos voltariam a ser aferidos.
A anulação das provas de aferição em 2024 devia ser a primeira medida deste novo governo.
Numa primeira reação à escolha do economista Fernando Alexandre para liderar a pasta da Educação, o secretário-geral da Federação Nacional da Educação (FNE) admitiu à Agência LUSA alguma surpresa a propósito da escolha de Fernando Alexandre, ainda que lhe reconheça “um currículo riquíssimo”, e ainda que lhe pareça que, “de um ponto de vista abstrato”, esta opção não seja “a melhor solução” para a pasta, assume preferir esperar pela composição final deste ministério para tomar uma posição definitiva.
“Se aquilo que vier acontecer quando apresentarem as secretarias de Estado for termos secretários de Estado com autonomia, capacidade de intervenção, conhecedores daquilo que são as necessidades, que no caso da Educação têm vindo a ser notórias, tudo bem. Para já é um bocadinho precoce estarmos a avançar com o que for, porque nos falta agora perceber de que forma é que a estrutura será montada”, disse.
Garantido para a FNE é que assim que o Governo tomar posse, a 2 de abril, será enviado nesse mesmo dia um ofício a pedir uma reunião “com caráter de urgência” para apresentar as reivindicações da federação, para que o Governo “ainda possa incorporar alguma coisa” no seu programa.
Reter um Aluno num ano de escolaridade pode dar um grande “berbicacho” e trabalho acrescido para os Docentes que, nessa circunstância, se verão obrigados a ter que justificar tal reprovação…
A farsa do “sucesso escolar” é imposta oficialmente:
– “a retenção de um aluno, no ensino básico, para os anos não terminais de ciclo, poderá ocorrer a título excecional.” (Direcção-Geral da Educação)…
– “o professor titular de turma, no 1.º ciclo, ouvido o conselho de docentes, ou o conselho de turma, nos 2.º e 3.º ciclos, pode, a título excecional, determinar a retenção do aluno no mesmo ano de escolaridade” (Artigo 29.º do Decreto-Lei n.º 55/2018, de 6 de Julho)…
As próprias Direcções de Agrupamento costumam, muitas vezes, exercer pressão sobre os Professores para que não se verifiquem retenções de Alunos, pois que as estatísticas do “sucesso escolar” assim o exigem, tal como a “fotografia de escola competentíssima”…
Às vezes, chega mesmo a parecer que um Professor poderá ser considerado como “persona non grata”, “desmancha-prazeres” ou ”reaccionário”, por sugerir ou pretender a retenção de algum Aluno…
Portanto, “o normal” será sempre a transição dos Alunos, a retenção apenas poderá ocorrer em casos muito excepcionais, obrigatoriamente fundamentados e justificados…
Por tudo o anterior, parece que a mensagem subliminar patente na política oficial do “sucesso escolar por Decreto” será esta:
– Não fica bem reter Alunos…
E como não fica bem reter Alunos, vão os mesmos transitando ao longo do Ensino Básico, ano após ano, mesmo que isso não corresponda a aprendizagens reais e bem sucedidas…
E como não fica bem reter Alunos, no fim de nove anos de escolaridade, chegam os mesmos ao Ensino Secundário, cada vez mais, sem saberem ler e escrever correcta e fluidamente ou sem conseguirem interpretar ou produzir um texto simples, de acordo com as regras da Língua Portuguesa…
E como não fica bem reter Alunos, chegam os mesmos ao Ensino Secundário, acabando, muitas vezes, por se verem confrontados com um insucesso nunca antes experimentado, convertendo-se naturalmente em incontornáveis vítimas de uma “maldade suprema”, paradoxalmente concebida e infligida, em primeiro lugar, pela política educativa vigente:
– Iludidos pelo “sucesso” dos anos anteriores, muitos Alunos, possivelmente, até, convencidos da sua própria “invencibilidade”, não estarão preparados para fazer face às exigências do Ensino Secundário, instalando-se, assim, frequentemente, a frustração de não conseguirem obter resultados consonantes com o “êxito” anterior, a que estavam habituados…
Mas a frustração e o desânimo que acompanham muitos Alunos após ingressarem no Ensino Secundário, também é frequentemente partilhada pelos próprios Professores…
Professores que se vêem confrontados com a obrigatoriedade do cumprimento de Programas Curriculares, tendo como pano de fundo a realização de Exames Nacionais obrigatórios em várias Disciplinas…
E, em simultâneo, Professores percepcionando que muito dificilmente conseguirão estabelecer uma satisfatória relação pedagógica com trinta ou mais alunos em cada turma e disponibilizar a cada um deles tarefas, finalidades, conteúdos, apoios, recursos e estratégias, devidamente adaptados às particularidades e características de cada um…
Será admissível exigir a um Professor, do Ensino Básico ou do Secundário, muitas vezes com mais de cem alunos e cinco ou mais turmas, que consiga evidenciar disponibilidade mental e de tempo para se poder dedicar em pleno à tão almejada diferenciação pedagógica, ao mesmo tempo que se lhe solicita uma eficaz gestão de sala de aula?
A esse respeito, veja-se o “lirismo” e a ausência de noção da realidade bem patentes no Projecto MAIA, que alegadamente espera isto dos Professores:
– Conseguir olhar para cada um dos seus alunos, considerando cada um deles “como um ser singular, procurando observar e analisar os processos individuais de aprendizagem” (de acordo com o Projecto MAIA, Folha 14, Critérios de Avaliação: Questões de Operacionalização).
Sejamos honestos e realistas: sem as devidas condições, a diferenciação pedagógica, imprescindível para a recuperação de qualquer aprendizagem, não será exequível e também não passará de uma miragem, de uma quimera…
No momento presente, e nas condições existentes, a diferenciação pedagógica só será viável no papel, nos normativos legais ou na cabeça de quem não pise numa sala de aula há muito tempo, desconhecendo todas as contingências que aí ocorrem diariamente…
E se durante oito anos o Governo cessante nunca manifestou a “vontade política” de reduzir o número de alunos por turma, com a actual e gritante falta de Professores essa prerrogativa tornar-se-á praticamente impossível de se concretizar…
E como não fica bem reter Alunos, enganam-se os mesmos com um “sucesso” meramente fictício, contribuindo para os tornar incompetentes em diversos domínios…
É urgente que a Escola Pública seja “limpa e arrumada”, expurgada da política do sucesso escolar fácil, “instantâneo”, artificial e por Decreto, difundida nos últimos anos e traduzida, muitas vezes, por taxas de progressão a rondar os 100%, profundamente irrealistas e enganadoras…
A política do facilitismo tem vindo a criar Alunos com acentuados graus de irresponsabilidade, imaturidade e intolerância à frustração, ao mesmo tempo que fomenta a ausência de hábitos de trabalho…
E a principal responsabilidade ou culpa pelo anterior nem sequer poderá ser atribuída aos Alunos que, na verdade, vão fazendo o que lhes é permitido fazer, porventura convencidos de que não existirão consequências negativas para determinadas acções, conforme a sua própria experiência se encarregou de lhes demonstrar…
Ao próximo Titular da Pasta da Educação pede-se a coragem e exige-se a honestidade intelectual de acabar com este logro…
(Não sendo Professora, acredito que a reprovação de Alunos não seja um acontecimento agradável para nenhum Professor, nem uma decisão tomada de ânimo leve).
«O que todos devemos fazer é nos certificar que estamos usando a inteligência artificial de uma maneira que beneficie a humanidade, e não que a deteriore». (in Revista Forbes, Tim Cook, CEO da Apple)
Preleccionamos neste artigo-ensaio de opinião, acerca do alerta de negatividade e o problema de seguridade da inteligência artificial, colocando a pertinente e incómoda questão-pergunta inevitável: com a IA Gen na escola, como ensinar ética e moralmente, humanamente, com imparcialidade, sem preconceito algorítmico e discernimento ideológico negativo por enviesamento de programação, e não deturpação-afectaçãocomperda da interacção proactiva da díade dialécticahumana em ambiente-contexto escolar?
A ética designa o significado lógico do pensamento racional que estuda e analisa os motivos e fundamentos que constituem, provocam, modificam ou conduzem comportamentalmente a forma (in)alterada de agir, pensar, estar, sentir, ser e viver da pessoa humana, e que tem em consideração os valores morais e a própria moral do ser humano. Do grego, «ethiké»; do latim, «ethica». A IA não pode ser o norte orientador «no sistema operacional da cultura humana». (in New York Times, YuvalHarari)
A educação e a ética são indissociáveis. A escola da inteligência artificial generativa (escola-IAGen) peca pelo pragmatismo predatório da dimensão aética, ao desumanizar e substituir o ensino natural e a aprendizagem genuína, em anética (do grego «anetikós») diminuição da autenticidade da educação e da responsabilidade dos alunos.
A escola IA Gen, opõe-se à ética e é contrária à moral, no sentido filosófico de estar destituída daregra antropológico–humanista condicionante da adopção de atitudes e decisões subsequentes não adequadas e desprovidas de «ethos». Donde, o risco de conceptualização-padronização psicótica por viés de algoritmo.É factumque a IA Gen é uma «trendy» revolucionária na educação e com crescente afirmação no espaço-tempo escolardiacrónico. Tendência que desqualifica o professor, alimentada pelo sacrossantoalgoritmo-dei, o cogitansetpartumalgorithmus, onde impera o «nudging» (influência factorial externa na tomada de decisões), com problemas éticos de discriminação, privacidade, transparência e explicabilidade no uso dos dados. Enquanto IA educacional, tem de ter presente os valores éticos e morais e nunca ter o papel de substituição do professor, sendo uma ferramenta de complemento do trabalho docente etendo na mira a bússola ética da promoção, reforço e interface humano.
Em contexto escolar, os desafios éticos e morais da inteligência artificial são acrescidos. Vão da (ir)responsabilidade e aplicação-utilização na sala de aulas, passando pela (in)segurança e intimidade dos dados pessoais dos alunos-usuários, até ao potencial e exponencial desemprego docente, e culminando com a «machinelearning»; com a IA Gen até 2050, a ter uma capacidade de inteligência, o pensamento e a inteligência artificial das máquinas, equiparada e a superiorizar-se à inteligência humana natural (IHN).
A singularidade da inteligência artificial, cada vez mais evolucionada, complexa e empoderada, com várias camadas, níveis neurais – redes neuronais artificiais, casos do ChatGPT-4, Copilot da Microsoft e da novíssima estrela da OpenAI, o ChatGPT-4.5 Turbo (com o dobro de janela de contexto da versão anterior, um total de 256 mil «tokens», cerca de 600 páginas de texto, por «prompt»), evolução de última geração, com incrível rapidez de processamento de texto, estudo, assimilação de informações e macro-mega dados, cruzamento de bancos de dados, bigdata e treinamento em continuum, obriga à regulamentação legal-normativa e vigilância apertada das autoridades, estados e governos, decorrente da democratização-massificação, popularidade e acessibilidade paga e em «open-source», casodo xAI de ElonMusk, no sentido de controlar as suas potencialidades em stricto sensuético e evitar potenciais riscos, perigos e fraudes.Para mais quando o ChatGPT vai passar a carregar as conversas tidas com o utilizador-usuário, significando que a plataforma registará a memorização das conversas. É fundamental a visibilidade da ética na legislação ad hoc dos países. Em linguagem algorítmica de computação matemática LLMs (largelanguagemodel – IA Genque imita a inteligência humana natural, IHN), até já se fala na revolução do algoritmo-mestre, o algoritmo de «machinelearning» definitivo que recriará o nosso mundo. O novo mundo da interfacialidade do homo-machine e do creatoralgoritmo-dei.
A lab IAGenda OpenAI, pela voz do CEO Sam Altman, em desmedida competição-aceleração desenfreada pela supremacia, já fala no próximo nível, o ChatGPT–5, com substancialidade melhorada em inteligência, velocidade e capacidades multimodais.(https://mobznews.com.br, OpenAI anuncia lançamento do ChatGPT-5, Eduardo Rodrigues, 20 março 2024)
Para Bill Gates, fundador da Microsoft, a inteligência artificial «pode ficar fora de controlo»; admite que «provavelmente, vai ser capaz de estabelecer os seus próprios objectivos», alerta; mais afirma do facto da IA não ser «necessariamente boa (levando a) resultados estranhos» por incompreensão e contexto de solicitação do utilizador.(https://jornaleconomico.sapo/pt/noticias, in Jornal Económico, Inteligência artificial pode ficar fora de controlo, Ruben Pires, 20 março 2024)
A tecnologia é hoje, no presente futurista, um evangelho perturbador da nossa atenção e presença. É detentora de um mundushumanusseguidista, alienado e acrítico; tem uma presençastressante, velocidade estonteante e capacidade de «pensamento» avassaladora, de longe muito superior ao comum mortal e impossível de acompanhar humanamente. Condiciona, manipula e é viciante. «Porque se move mais depressa do que os nossos corpos e mentes, a tecnologia perturba os instintos naturais e corporais que temos para fazer uma pausa, descansar e reflectir. O nosso envolvimento com dispositivos interrompe os rituais diários que evoluíram ao longo de milénios para nos servir bem, como indivíduos e como sociedade. (…) O ritmo alucinante da tecnologia não permite os milissegundos necessários para estarmos suficientemente conscientes para dar um passo atrás». (https://cnnportugal.iol.pt/tecnologia/apps,Cancelea subscrição de tudo para começar a controlar a (tecnologia na) sua vida, CNN, JessicaDulong, 18 fevereiro 2024)
É aqui que a ética é determinante no uso e no estabelecer de balizas-limite à presença-vivência perturbante, abusiva e intruso-invasiva da IA Gennas nossas vidas, de inegável deslumbramento apelativo, para mais em crianças e jovens em idade escolar, e um sistema educativo permissivo e de permeabilidade à IA. A interactividade proactiva estimulante e de bombardeio constante da inteligência artificial com os dados psicográficos (são pontos de dados que descrevem o estilo de vida, as opiniões e os valores do visitante de um site), a pontuação social (o «social rating scoringsystem» – sistema de pontuação de classificação social avaliativo-punitivo chinês) e a categorização biométrica (caso da íris), é de grande, absoluta, traiçoeira e insidiosa violência sobre a pessoa humana. Donde, é tudo menos ética, pela exposição pública pessoal íntima e pela dependência e adição automatizada e sub-reptícia que cria nos seres humanos, de danosa e crónica compulsividade comportamental tóxica.
Só a ética e apenas a ética na utilização da IA, dá o discernimento e permite utilizar as vantagens da tecnologia algorítmica e anular parte da vitimização que intrinsecamente transporta, ao deformar a essência e constância da pessoa per si; por e com emotiva masturbação tecno-cerebral e leitura «webster» do «Eu» completo – a personalidade, o carácter, a identidade, o temperamento, a disposição, histórico e estatística, etc. Realidade (a)ética agravada e marcante em contexto escolar, com mentes jovens em (de)formação.
Donde, da necessidade categórica de desintoxicação ensino-aprendente digital-tech, da re-humanização da escola, do urgente e autoritário reassumir do auto-controle, ter a consciência do grave problema que atormenta a actual sociedade ciber-axio (do grego aksía, valor) da informação, do virtual presente e do humano ausente. Ter a ética ea eticidade, a moral ea intencionalidade de estar ao comando;fazermos uma apreciação avaliativa crítica de negatividade reticente dos perigos, falhas de segurança, manipulação da IA Gen e imperiosidade estatal normatória legal.Em súmula, a assumpçãoplena e em plenitude do «sagrado humano».
Somente a utilização ética da IA Gen em modo e uso moralmente responsável, possibilita que utilizemos a tecnologia do algoritmo aditivo e criador de aditivada(s) dependência(s) e não, ao contrário do que está acontecendo, sermos utilizados pela inteligência artificial. Usufruir do uso utilizado dos benefícios tecnológicos da IA e não ser vítima da droga do século XXI, a tecnologia artificial digital de viciação e dependência dos nossos cérebros, dizendo não ao online e ao marketing massacrante que enviesa e tortura a lucidez e racionalidade humanas. Voltando à entrevista editada de Dulong, jornalista de Brooklyn, Nova Iorque, a Júlio Vincent Gambuto, fala que: «O primeiro passo é cancelar a subscrição, o que retira o nosso envolvimento do piloto automático (…) fazer uma desintoxicação digital (…) e silenciar as notificações». (idem)
A ética na «techschool» é determinante. Em computação, programação e programadores, a IA é alimentada com informações, dados e meta-dados que são mimetizados pela inteligência artificial. Há sempre o perigo de viés de algoritmo (de amostra, de preconceito, de medição, de selecção, inclusão, exclusão, etc.) aquando da replicação das respostas e tomadas de decisão (mais grave ainda) das máquinas ao imitar as reacções humanas – e o assumir das responsabilidades/culpas. O treinamento dos automatismos com e como o pensamento humano, quando enviesado, decide falsamente, com implicações educativas éticas da IA Gen deturpadas e afectantes da «humanização do serviço público prestado»; com falhas e mesmo desastre ao nível da abordagem e complexidade das questões, como «equidade, (inclusão), diversidade, (exclusão), privacidade, segurança, transparência e explicabilidade». (https://w.w.w.ironhack.com/pt/blog, Ética e Viés/bias na inteligência artificial, Juliette Erath, 25 julho 2023)
A ética, combate a imprecisão dos algoritmos, a defeituosidade dos dados e o «error big data». O «boom» da ferramenta de trabalho da IA Gen na organização escola, em substituição do professor, não pode ser abrupta, mas paulatina, experimental q.b., consistente, «residual optionalproject», e não desmaterializante do factor humano da educação, do ensino, da aprendizagem de idiossincrasia humanista, da emocionalidade e probo-integridade antropológica. Não podemos correr o risco da desinformação «error tech» e da doença algorítmica da IA «deepfake» da hiper-falsificação, da comercialização apressada integrativa no sistema educativo, ao arrepio ético; até porque, e ainda, a consciência é humana, sendo que a ressonância e risco sistémico por viés e perversa toxicidade persuasiva dos modelos e sistemas operativos é tecnologia IA generativa de última geração, matematização avançada e complexificação «scribd» algoritmizada.
«A alucinação da inteligência artificial é actualmenteum termo bastante reconhecido (…) semelhante ao fenómeno de alucinação na psicologia humana; (…) é essencial que a ética seja discutida e aplicada na prática (e praticidade), não apenas como uma questão de regulação, mas porque precisamos formar seres humanos para reflectir sobre questões éticas e viés ao usar a IA». (https://jornal.usp.br/actualidades, Inteligências artificiais entram em campo contra e a favor da desinformação, Jornal da USP, Denis Pacheco, 10 novembro 2023)
É de proibição ética a continuação alucinada e atordoante da desmaterialização e desumanização da escola pública. De tão insistentemente continuada, os danos vão-se mostrando irreparáveis e irreversíveis. A escola pública da pedagogiafacilitista e filosofia da felicidade permanente, agravada pelo desvario fundamentalista digital e imbecilidadegov–tutelar reforçada por intrusão da IA Gen, poderosíssima ferramenta desmaterializantedos próprios cérebros dos alunos-usuários, estudantes com o QI em regressão, e o abaixamento político decretado da exigência e essência escolar, são machadadasnuma escola pública de impreparação discente consciente, em estado comatoso – tudo é lúdico, facilitismo«eduquesado», superficial e de natureza não traumatizante; com a escola a passar uma mensagem falaciosa e perversa de mentira e falhanço sistémico que não prepara para a vida real em sociedade. Com os pais e encarregados de educação (EE) a «EastofEden». Quo vadis!
É um facto que a IA Gen é uma tecnologia revolucionária, aliciante e facilitante das tarefas e trabalhos escolares, de efeito intelectual desintegrador e regressão-perda cognitiva. A edu-artificialização-gen, a reprodução dos bancos de dados big data, ohackeamentodo intimus do aluno-usuárioalgoritmizadoe a transumanizaçãodas«expertmachinelearning», são umamistificação dapraxisética e moral solum humanas, por parte da IA Gen.
Em educação e na escola-IAGen, os problemas éticos são um facto.Aactual e futura IA Gen pode alucinar e falsear a informação.Uma IA alucinante e em alucinogénese, em contexto de ecossistema digital escolar e governança corporativa capitalista,pode causar diversos problemas ao nível da desinformação, com confusão, pânico e caos,inclusão ou exclusão sistémica resultante de interactividade negativa; viés algorítmico de programação por defeituosidade inconsciente e preconceito.
Falhas e erros, bugs de software: caracterização étnico-racial esegregação de grupos de estudantescom base na raça, género ou idade; previsão de comportamentos; identificação de orientação sexual;ilegalidade e violação dos valores e direitos humanos;perigo de conteúdo difamatório sobre os alunos, docentes e funcionários; comprometer a privacidade e segurança dos dados pessoais com o acesso einfracção de informações confidenciais sensíveis; interferência no sistema de segurança da escola ao permitir a entrada de pessoal não autorizado;manipulação de notas, registos e desempenho escolar; desligar e danificar equipamentos causando interrupção e perturbação do normal funcionamento das actividadeslectivas;criação por viéssecto-faccioso parcial,de conflitualidade estudantil disruptiva e leitura distóptica da realidade através de mensagens de incitamento a comportamentos inadequados(bullying, indisciplina, violência e registo de incidentes críticos);abuso da recolha e utilização de dados afectivos, motivacionais e cognitivos dos discentes; comprometimento da autonomia de educandos e professores e desvio da recolha de dados para outros fins; introdução pela IA de preconceitos adicionais nas decisões educacionais;perigosidade e risco de viés, discriminação e algoritmos de IA tendenciosos; problema-alerta de privacidade, segurança, protecção e consentimento no uso dos dados pessoais dos alunos; entrada de empresas no ecossistema educativo envolvidas no capitalismo de vigilância (Williamson, 2018).
Eticamente, na dimensão sociopsicopedagógica e didáctica, e ao nível cognitivo com a aquisição, compreensão e aplicação de conhecimentos, é de evitar a excessiva dependência dos alunos da IA e da automatização de tarefas, com afectação do desenvolvimento das habilidades de pensamento crítico e resolução de problemas; falta-falha grave de regulação do uso da IA nas escolas; importância da transparência e explicabilidade dos algoritmos de IA; falta de eticidade no uso da IA pode levar à privação de justiça e equidade; crucialidadena clareza da responsabilidade humana pelas decisões tomadas por sistemas de IA; o impacto profissional e sócio-afectivo da IA na educação, com o latente desemprego docente e as mudanças nas relações professor-aluno, consequente perda do factorhumano e da díade dialéctica; perda da liberdade individual; plágio e fraude; substituição de aprendizagem genuína; prejuízo de desenvolvimento social e comunicacional, com perda de interactividade e proactividadehumana; desrespeito da integridade pessoal; desrespeito e diminuição da autenticidade educacional e desresponsabilização dos alunos.
Na educação, ensino e aprendizagem da escola IA Gen, a conectividade acontece na intimidade da interfacialidadedos ecrãs e telas, em ambiente comunicacional virtual, no qual o homo communicans interage por conexão e interface; a glocalização do homo digital é cada vez mais uma prática do pensar globalmente e agir localmente. Refere-se à presença da dimensão local na produção de uma cultura global digital de IA Gen, em catártica negação escolar identitária e cada vez mais afirmante tendência à homologia. Daí, a crucial importância da ética reguladora,solum humana, na escola pública desumanizada da IA Gendesregulada.
O impacto nas aprendizagens, a leitura analítica dos resultados escolares e «dashboards», quer para alunos, professores e gestores, vincam cada vez mais da necessidade da ética humanista aprofundada nas abordagens, estudos e decisões políticas. Está em causa a própriaproficientia e proficeredo sistema educativo.
«A ética é uma praxishumana. No entanto, isso começa a sofrer arranhões quando várias das nossas interacções são medidas por máquinas; (…) existe ética na inteligência artificial?» (https://w.w.w.iea.usp.br/noticias, Como trabalhar a ética na inteligência artificial, Instituto de Estudos Avançados, Universidade de São Paulo, Beatriz Hermínio, 23 setembro 2022)
A afirmação supracitada é de Eugénio Bucci, coordenador académico da cátedra Óscar Sala. Para Bucci, a ética é obrigatoriamente,intrínseca e intimamente humana.
«É importante que sejam tomadas medidas para garantir que a IA seja usada de maneira responsável e ética na educação». (Instituto Federal de Santa Catarina – IFSC, resposta dada pelo ChatGPT)
A fechar, a notícia histórica e pioneira sobre a aprovação do regulamento, quadro normativo legal e clausulado da inteligência artificial na União Europeia (UE), marco significativo na regulação global da IA Gen, aprovado pelos eurodeputados no parlamento europeu, em Estrasburgo, no dia 13 de março de 2024: «a primeira lei de sempre em matéria de IA» – AI Act.(https://w.w.w.jn.pt, in Jornal de Notícias, Primeiras regras sobre inteligência artificial aprovadas na próxima semana, 9 março 2024)
O Ministro tem, agora, a oportunidade de passar das palavras aos atos. Este artigo no Observador é de 23 jan. 2023 e parece espelhar o objetivo de mudança, mas a ver vamos.
João Costa está no ME há 7 anos mas, como noutros problemas estruturais, parece mais ocupado com ideologia do que com soluções para melhorar a vida dos professores e o funcionamento da escola pública.
SUMÁRIO: Autoriza a aquisição de novos computadores por parte dos agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas.
O Governo aprovou, através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 41/2020, de 6 de junho, o Programa de Estabilização Económica e Social, que prevê a medida 3.2 – “Universalização da Escola Digital”, que se traduz numa universalização do acesso e utilização de recursos didáticos e educativos digitais por todos os alunos e docentes.
Foram adquiridos 1 050 000 computadores portáteis, cujos processos aquisitivos decorreram entre 2020 e 2022, com financiamento ao Fundo Social Europeu e ao Plano de Recuperação e Resiliência, tendo sido entregues e disponibilizados a alunos e docentes no decorrer de 2020, 2021 e 2022.
Com a crescente utilização destes computadores, os Agrupamentos de Escolas (AE) e as Escolas não Agrupadas (EnA) têm reportado na “Plataforma de Gestão Equipamentos” a existência de um conjunto de computadores que carecem de substituição, porque ficaram inutilizados ou a sua reparação não é compensadora, face ao valor da mesma.
Deste modo, no seguimento do reporte e identificação de vários AE/EnA, torna-se premente e inadiável criar condições para que os AE/EnA tenham a possibilidade de substituir computadores que estejam inutilizados, tendo como objetivo garantir que todos os alunos e docentes tenham acesso a computadores portáteis que garantam a aprendizagem e acompanhem a medida “Universalização da Escola Digital”, permitindo também melhores condições na realização das provas de avaliação externa em formato digital.
A presente resolução não prejudica a plena liberdade e autonomia dos AE/EnA para, no âmbito da gestão do parque informático afeto aos seus docentes e alunos, decidir sobre a efetiva necessidade de contratar e dos termos em que a mesma é realizada, mediante prévio cabimento, autorização para realização da despesa e demais procedimentos legais, dentro dos limites previstos no artigo 17.º do Decreto-Lei n.º 197/99, de 8 de junho, na sua redação atual, para os serviços com autonomia administrativa. Em caso de ultrapassagem deste limite, por cada AE/EnA, sem prejuízo da possibilidade de delegação de poderes nos termos gerais, a autorização da despesa e demais decisões são tomadas pelos respetivos órgãos competentes, considerando os limites estabelecidos no referido artigo 17.º
Assim:
Nos termos da alínea e) do n.º 1 do artigo 17.º do Decreto-Lei n.º 197/99, de 8 de junho, na sua redação atual, e da alínea g) do artigo 199.º da Constituição, o Conselho de Ministros resolve:
1 – Autorizar durante o ano de 2024 a aquisição de novos computadores por parte dos agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas até ao limite de 6 655 990 EUR.
2 – Determinar que os encargos financeiros decorrentes da presente resolução são satisfeitos por verbas a inscrever no orçamento dos estabelecimentos de educação e ensinos básico e secundário.
3 – Determinar que a presente resolução produz efeitos a partir da data da sua aprovação.
Presidência do Conselho de Ministros, 21 de março de 2024. – Pelo Primeiro-Ministro, Mariana Guimarães Vieira da Silva, Ministra da Presidência.
Fernando Alexandre incompatibilizou-se com a ministra Anabela Rodrigues, que o terá afastado do processo de negociação do novo estatuto da PSP. Oficiais da PSP preocupados com demissão.
O Presidente da República recebeu hoje do Primeiro-Ministro indigitado do XXVI Governo Constitucional, a seguinte proposta de nomeação dos Ministros do novo Governo:
Primeiro-Ministro
LUÍS MONTENEGRO
Ministro de Estado e de Negócios Estrangeiros
PAULO RANGEL
Ministro do Estado e das Finanças
JOAQUIM MIRANDA SARMENTO
Ministro da Presidência
ANTÓNIO LEITÃO AMARO
Ministro Adjunto e de Coesão Territorial
MANUEL CASTRO ALMEIDA
Ministro dos Assuntos Parlamentares
PEDRO DUARTE
Ministro da Defesa Nacional
NUNO MELO
Ministra da Justiça
RITA JUDICE
Ministro da Administração Interna
MARGARIDA BLASCO
Ministro da Educação, Ciência e Inovação
FERNANDO ALEXANDRE
Ministra da Saúde
ANA PAULA MARTINS
Ministro das Infraestruturas e Habitação
MIGUEL PINTO LUZ
Ministro da Economia
PEDRO REIS
Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social
MARIA DO ROSÁRIO PALMA RAMALHO
Ministra do Ambiente e Energia
MARIA DA GRAÇA CARVALHO
Ministra da Juventude e Modernização
MARGARIDA BALSEIRO LOPES
Ministro da Agricultura e Pesca
JOSÉ MANUEL FERNANDES
Ministra da Cultura
DALILA RODRIGUES
O Presidente da República deu o seu assentimento à proposta, que será oportunamente complementada com os Secretários de Estado.
A nomeação e posse do Primeiro-Ministro e Ministros do XXIV Governo Constitucional está prevista para a próxima semana, terça-feira, dia 2 de abril, às 18h00, no Palácio Nacional da Ajuda.