Pedro Nuno Santos referiu que pretende “aumentar salários de entrada na carreira docente, tornando desta forma, entre outras medidas, a carreira mais atrativa”.
Até aqui muito bem! Concordo! Atrair novos docentes é urgente no nosso país, visto que há falta de docentes e é uma profissão envelhecida.
Mas logo a seguir disse “e também daremos mais equilíbrio à carreira, reduzindo as diferenças entre os primeiros e os últimos escalões”.
Ora aqui é que eu pergunto. Vou descer do quarto escalão para o terceiro? É que da última vez que o PS fez isso prejudicou todos os que já se encontravam na carreira.
A subir o índice de entrada na carreira tem que subir todos os outros como forma de equidade e igualdade.
Querem cometer, outra vez, a mesma injustiça e dar azo a mais umas dezenas de milhar de ultrapassagens na carreira. Isto é que é equidade e igualdade.
A propósito das eleições legislativas do próximo dia 10 de Março e de Pedro Nuno Santos, que foi eleito líder do Partido Socialista e que, por inerência, é candidato a 1º Ministro, tem sido possível ler, em diversos locais onde se discute sobre Educação, frequentes comentários de supostos Professores que afirmam, mais ou menos, isto:
– “O mulherio vai votar em massa em Pedro Nuno Santos”, que é como quem diz, a esmagadora maioria de Professoras votará nesse candidato…
Muitos desses comentários parecem considerar, implícita ou explicitamente, que a fisionomia de Pedro Nuno Santos, no geral, agradará às mulheres e que, em particular as Professoras, serão facilmente persuadidas pela sua aparência física…
Por outras palavras, tais comentários parecem considerar que as Professoras serão facilmente “seduzíveis” pelo “retrato físico” de Pedro Nuno Santos e, sendo assim, votarão, de forma expressiva, no Partido Socialista…
Partindo do anterior, é possível tecer algumas considerações:
– Em primeiro lugar, os aspectos de natureza estética, como a qualificação de “belo” ou de “feio”, costumam assumir um carácter altamente subjectivo: o que é “bonito” para uns pode não o ser para outros, pelo que não parece válida a consideração implícita de que Pedro Nuno Santos seja atraente ou bem-parecido para a generalidade das mulheres e em particular para as Professoras…
– Em segundo lugar tais comentários parecem partir do pressuposto de que as mulheres, em particular as Professoras, decidirão o seu voto baseando-se em aspectos de natureza estética, iminentemente subjectivos, o que também não parece crível…
Assente na teoria de Anthony Downs, os cidadãos eleitores, onde obviamente se incluem as mulheres, decidirão o seu voto, primordialmente, guiados por aspectos de natureza racional, desde logo pela expectativa dos benefícios que julgam poder usufruir, se determinado candidato vencer as eleições…
Ou seja, o voto dos cidadãos eleitores será decidido, sobretudo, pela comparação dos benefícios ou dos ganhos pessoais que poderão ser obtidos, em função dos diferentes candidatos presentes nas eleições…
Se determinadas características físicas dos candidatos permitem considerá-los como “bonitos” ou “feios” isso não terá, deveras, grande relevância, quando se decide em que candidato votar…
O que realmente importará é a avaliação racional dos candidatos, através da qual se procura identificar qual deles poderá satisfazer melhor os interesses de cada cidadão eleitor…
No fundo, a questão que cada cidadão eleitor coloca será esta:
– O que se poderá ganhar, a partir da acção governativa de determinado candidato, caso o mesmo vença as eleições?
Assim sendo, muito dificilmente se poderá acreditar que as mulheres, em particular as Professoras, que também são cidadãos eleitores, possam decidir o seu voto em determinado candidato orientadas por critérios de natureza estética, de “beleza” ou de “fealdade”, ainda que as mesmas possam ter uma opinião formada acerca desse assunto…
Assim sendo, tornam-se incompreensíveis os comentários que, de alguma forma, pretendam subestimar as mulheres que trabalham em contexto escolar, sejam ou não Professoras, com pressupostos potencialmente falaciosos e preconceituosos, que as considerem incompetentes para tomar decisões de voto assentes em critérios racionais…
Por tudo o anterior, não acredito que as mulheres, em particular as Professoras, ou outras quaisquer profissionais de Educação, se deixem guiar por aspectos de natureza subjectiva, no momento em que tiverem que decidir o seu voto…
Dando-me como exemplo, sempre considerei João Ferreira, político do Partido Comunista Português, actualmente Vereador da Câmara Municipal de Lisboa, como um homem muito bem-parecido, bastante distinto do ponto de vista físico…
Em 2021, João Ferreira foi candidato às eleições presidenciais, mas não votei nele… Pela sua compleição física votaria, mas não foi isso que norteou a minha decisão de voto…
Todos nós, mulheres e homens, teremos determinadas preferências em termos estéticos quando avaliamos outros seres humanos e não há mal nenhum nisso, é natural que assim seja, ainda que essas apreciações não sejam tidas em consideração quando tem que se tomar uma decisão supostamente consciente, objectiva e racional, como decidir em quem votar…
Segundo os dados mais recentes disponibilizados pela Plataforma Pordata, relativos ao ano de 2022, referentes ao Ensino Pré-Escolar, Básico e Secundário, cerca de 78,2% dos elementos que integram o universo docente serão mulheres…
Ao nível do Pessoal Não Docente também se verificará, por certo, um número significativamente superior de profissionais do sexo feminino, pelo que, em contexto escolar, a hegemonia das mulheres parece óbvia…
Pelo anterior, as mulheres, em particular as que trabalham em contexto escolar, terão uma palavra importante a dizer nas próximas eleições legislativas e, já agora, nenhum movimento reivindicativo em Educação poderá ser bem sucedido sem a participação activa das mulheres que aí trabalham…
Em resumo, e sobretudo para os mais distraídos, informa-se que as mulheres avaliam racionalmente os candidatos a eleições e que a libido sentiendi (alusão a Santo Agostinho) não costuma interferir nesse processo de decisão…
De qualquer forma, as perguntas a fazer por todos os que trabalham em contexto escolar, quer sejam homens ou mulheres, não poderão deixar de ser estas:
– À luz do que já se conhece da acção governativa de Pedro Nuno Santos, terá ele um perfil compatível com o que se exige ao desempenho do cargo de 1º Ministro?
– À luz do que já se conhece da acção governativa de Pedro Nuno Santos, poderemos confiar na sua credibilidade e na sua honestidade política e intelectual?
Não e não. São as minhas respostas às duas perguntas anteriores…
– À luz do que já se conhece da acção governativa de Pedro Nuno Santos, nomeadamente os vários “inconseguimentos” e “factos alternativos” que assombraram o exercício das suas funções no cargo de Ministro das Infraestruturas, que ganhos poderão ter os homens e as mulheres que trabalham em contexto escolar, se o Partido Político a que pertence esse candidato vencer as próximas eleições legislativas?
Cada um que responda, de preferência, decidindo o seu voto em conformidade com as respostas que obtiver…
Declaração de interesses:
– Enquanto mulher heterossexual, não vejo Pedro Nuno Santos como um homem atraente do ponto de vista físico, ainda que este tipo de avaliação não tenha um carácter objectivo, nem validade universal, como já afirmei anteriormente…
E do ponto de vista intelectual e político ainda o vejo como menos atraente…
– Não me agradam, nem me revejo, nas perspectivas feministas radicais, assentes na visão de homens e mulheres como inconciliáveis opostos ou inimigos, mas também repudio as perspectivas ilustradas por um certo “machismo”, dominadas pela representação da mulher como incompetente para tomar determinadas decisões…
Ademais, qualquer versão de uma “guerra dos sexos” será sempre inútil e falaciosa…
“Esse filho a quem não obrigaste a pedir desculpa depois de ser malcriado, vai ser o médico que nem vai olhar para mim quando eu for velhinha!
Esse filho a quem não obrigaste a agradecer um gesto, vai ser o tipo execrável do guichet das finanças quando eu precisar de lá ir!
Esse filho a quem não ensinaste a cumprimentar as pessoas quando chega, vai ser aquele gajo insuportável que não vai oferecer nem um sorriso aos clientes no balcão da farmácia!
Esse filho a quem não ensinaste a respeitar os mais velhos, vai ser aquele idiota que não vai dar passagem às velhinhas na fila do supermercado! (Azar o dele que agora paga-se multa!)
Esse filho a quem passaste a vida a elogiar, mesmo quando não mereceu para não ficar traumatizado, vai ser aquele filho-da-mãe que me vai sacar o lugar de estacionamento no shopping!
Esse filho a quem não obrigaste a insistir quando não conseguia fazer alguma coisa e foste fazer por ele, vai ser aquele banana que não vai saber lidar com a discussão que teve no trabalho com o filho que não foi obrigado a pedir desculpa em criança!
E assim os teus filhos vão educar os teus netos! E assim os teus netos vão educar os teus bisnetos!
Mas depois vens dizer que não há esperança na Humanidade!
Parem de não obrigar as crianças a pedir desculpa, a dizer olá! e obrigado! Parem de não deixar as crianças desenmerdarem-se com os botões da camisa, o fecho do casaco e os atacadores! Parem de elogiar quando fazem merda! Parem de dizer “a mãe trata!”
Humildade, generosidade, empatia, perseverança, educação e resiliência são ferramentas adquiridas na infância, não aparecem por magia quando a criança for adulta!
Se querem mudar o Mundo, comecem dentro da vossa casa. “
À medida que os portugueses se deparam com expectativas crescentes para as eleições legislativas de 10 de março, é imperativo que os partidos pensem em estratégias que efetivamente melhorem a qualidade de vida e acelerem o elevador social dos portugueses. Assim, neste segundo artigo, darei continuidade à discussão sobre como, com ambição, esperança e moderação, podemos transformar significativamente Portugal num lugar onde qualquer um sonhe ficar. Por isso, começamos pelo piso 0 do Elevador Social: a educação.
A educação continua a ser o melhor caminho rumo ao crescimento económico de que Portugal precisa para se poder afirmar neste mundo cada vez mais competitivo. Numa fase em que o país procura aumentar a produtividade e tornar as empresas cada vez mais robustas e com capacidade de ganhar escala noutros mercados, o único caminho possível será aquele que também possa promover trabalhadores qualificados, motivados e num processo constante de formação e requalificação. Neste cenário atual, em que o futuro será marcado pela imprevisibilidade, com as transformações sociais e tecnológicas cada vez mais rápidas e estruturais, torna-se difícil antever os desafios que gerações futuras enfrentarão nos próximos 40 anos. Esta incerteza deve-nos obrigar a parar para repensar qual o melhor caminho e pôr em causa uma visão, até então incontestada, sobre a Educação em Portugal.
Num primeiro momento, deve ser colocada em cima da mesa a necessidade da reforma curricular (a esmagadora maioria dos programas são datados da era pré-digital) e de uma efetiva descentralização de competências na área da Educação (Portugal continua a ser dos países com maior número de decisões centralizadas na área da Educação). Na verdade, a Educação tem passado por diferentes estágios ao longo dos últimos 50 anos. No início da década de 1980, apenas 35% das crianças frequentavam o 2.º ciclo do ensino básico, levando a uma prioridade política clara: garantir o acesso de todas as crianças à escola. Nos anos 2000, já com taxas de escolarização elevadas, o foco deslocou-se para a qualidade do ensino. Com as avaliações da OCDE a validar melhorias significativas na aprendizagem e no desempenho dos alunos, enfrentamos agora um novo desafio: abrir a rede pública à diversidade programática e curricular. Não sendo os alunos todos iguais, as escolas devem diferenciar-se, ter maior autonomia pedagógica, curricular e gestão de recursos. Nesse sentido, descentralizar e diferenciar são os primeiros grandes desafios no setor da Educação para se obter a melhor versão de cada cidadão.
Num segundo momento, é condição necessária garantir que todos – jovens, adolescentes, jovens adultos ou trabalhadores já no ativo – tenham formação contínua ao longo da vida profissional, de forma a que possam atualizar conhecimentos, desenvolver capacidades e enfrentar novos desafios profissionais que se colocam com a nova era digital. Naturalmente, a frequência do pré-escolar, a escolaridade obrigatória e o Ensino Superior mantêm-se indispensáveis para a preparação dos jovens face aos mais variados desafios da vida adulta. No entanto, o paradigma mudou. Se por um lado, o sucesso escolar e os anos de formação ainda se relacionam com oportunidades laborais mais atrativas, por outro lado, a rapidez na transformação do mercado laboral e das oportunidades de trabalho exige uma aprendizagem e qualificação contínua. A ideia de que a Educação se encerra aos vinte e poucos anos tornou-se totalmente obsoleta. O conceito de aprendizagem ao longo da vida, seja de maneira formal ou informal, emerge como o novo padrão. Assim, convém que o Estado comece por dar as ferramentas necessárias aos cidadãos e às empresas para que estas possam responder à mutabilidade do mundo com inovação e pluralismo de competências. Nesse sentido, importa apresentar um novo pacote legislativo que permita mais horas dedicadas à formação, introdução de sistemas de mentoria e a implementação de métodos estruturados de rotação de trabalho.
O ângulo deste artigo é evidente: num mundo em que a única constante é a mudança, precisamos de nos adaptar. Para responder à certeza da incerteza, é crucial desafiar o sistema vigente da Educação por meio da universalidade, inovação, pluralismo e diversidade. Seja na oferta pública de educação, aberta a todos, seja na compreensão da aprendizagem ao longo da vida como uma continuidade natural e inesgotável. Concluindo, o futuro da Educação, piso 0 do Elevador Social, terá de ser universal, plural, adaptado a cada cidadão e intemporal. Vemo-nos no próximo piso.
Depois disso ainda se realizaram os concurso externos de 2022 e 2023 onde não trabalhei estes dados.
Seria importante que na distribuição dos docentes QZP pelos “mini-QZP” fossem divulgados os lugares a extinguir para se ter uma melhor perceção onde vão existir menos recuperações de vagas.
Pode haver casos em que pela graduação dos docentes um mini qzp venha a ter colocados docentes de QZP que extinguem todas as vagas e noutros onde isso não aconteça.
Subida dos salários para fazer face ao aumento do custo de vida foi a principal razão invocada.
Os pré-avisos de greve na Administração Pública aumentaram em 2023 mais de 150%, quando comparados com o ano anterior, de acordo com os dados da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP). No ano passado foram convocadas 875 paralisações, contra as 341 de 2022. Os setores da Educação, Saúde e Justiça foram os mais atingidos.
A grande maioria das greves registou-se no setor da Educação, com 650 pré-avisos entregues, correspondente a 75% do total de paralisações, seguindo-se a Saúde (58), a Justiça (56) e a Administração Local (52).
Tendo em conta as reivindicações apresentadas pela maioria das estruturas sindicais, a subida dos salários para fazer face ao aumento do custo de vida e a exigência de melhores condições de trabalho foram os principais motivos dos protestos.
No universo dos trabalhadores do Estado, as greves dos professores tornaram-se as mais visíveis, com a recuperação do tempo de serviço congelado durante a ‘troika’ – seis anos, seis meses e 23 dias – como a principal exigência.
A tendência promete manter-se ao longo deste ano, a julgar pelos 45 pré-avisos de greve que já chegaram à DGAEP, mas também porque a reivindicação dos professores continua sem resposta. Para janeiro foram comunicadas 32 greves no setor da Educação, três na Justiça, uma na Saúde e nove na Administração Local. Pormenores
PRIVADO 762 COMUNICAÇÕES À DGERT
Dados da Direção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho (DGERT) disponíveis até final de novembro mostram que foram comunicados desde janeiro no setor privado 762 pré-avisos de greve.