IDEIAS MALUCAS – UMA GREVE NÃO NASCE DO VAZIO – Concentrações locais podem ser uma boa preparação
Muita gente diz…. Vamos à greve. E eu acho bem. Ajudarei e participarei. Mas uma greve não nasce como cogumelos numa floresta opaca em dia de chuva. É mais como uma planta, que precisa se ser cultivada e tratada.
Assim, antes das típicas iniciativas sindicais de “massas”, como concentrações rituais em Lisboa, com autocarros, no 5 de Outubro (dia do professor) e greves rituais à sexta feira, acho que é preciso informalidade e conversa, para criar um movimento com raízes e não só como música de fundo para negociações pouco transparentes.
Com o grau de passividade que grassa era bom repetir o processo que, em 2008, funcionou: concentrações e vigílias noturnas pluralistas, no centro das cidades (com os sindicatos, mas sem controlo sindical). Para “uns saberem dos outros” e falarem livremente.
Porque falar e fazer gostos nuns textos bem “esgalhados” não basta, vou dar singelamente o corpo ao manifesto e fazer o seguinte:
1. Entregar (com mais 2 pessoas) uma comunicação de que se vai fazer uma concentração na praça da República de Viana do Castelo (a minha terra) com objetivo de debater a insatisfação com o estado da educação portuguesa, no dia 13 de Setembro, pelas 21h30 (dia do início das aulas).
2. Vou levar uma coluna e um micro para quem quiser falar. O debate é aberto a todos os profissionais de educação, professores e não só, pais e alunos.
3. Vou divulgar o mais possível.
4. Vou dar nota disso aos sindicatos e políticos locais para ver se alguns aparecem.
5. Vou ter esperança que outros façam o mesmo noutros locais do país (qualquer pessoa pode fazer) e que isso, tudo conjugado, possa ser noticiado e mostrado em vídeo como “os professores estão a mexer-se”.
Se nessa noite aparecer mais gente, além de mim e dos outros 2, que vão assinar a nota de comunicação, é porque ainda vale a pena acreditar que temos alguma força para além dos lamentos do Facebook.
Os que aparecerem vão ser convidados a repetir.
Se não aparecer ninguém, fico com a consciência limpa de tentar, mas concluírei que realmente a esperança é pouca.
Se nem uma coisa tão simples, livre e informal mobiliza…..
Mas terei feito o que posso e continuarei a ter moralidade para criticar quem não faz.
E, na essência, a ideia é maluca mas é simples. É aparecer e falar, querendo.
E dizer todas as coisas que se dizem por aqui, mas cara a cara com outros.
Luís S. Braga