Outubro 2022 archive

Agressores de Professora proibidos de se aproximarem da escola e da vítima

Casal não pode contactar a vítima por qualquer meio e fica obrigado a manter uma distância “não inferior a 300 metros”.

Suspeitos de agredirem professora proibidos de se aproximarem da escola

O Tribunal de Instrução Criminal determinou que o pai e a mãe de um aluno de 09 anos suspeitos de agredirem uma docente na Figueira da Foz ficam proibidos de se aproximarem da escola onde ocorreram os factos.

Os dois arguidos foram sujeitos a primeiro interrogatório judicial, na sexta-feira, tendo a juíza de Instrução Criminal determinado as medidas de coação a aplicar aos dois arguidos, pelos crimes alegadamente praticados em 11 de outubro, referiu o Ministério Público de Coimbra, numa nota publicada esta segunda-feira no seu ‘site’.

Além de estarem proibidos de se aproximarem da escola, com exceção da entrega e da recolha do filho mais novo no edifício da pré-primária, o casal não pode contactar a vítima por qualquer meio e fica obrigado a manter uma distância “não inferior a 300 metros”.

Os suspeitos não podem também aproximar-se ou contactar por qualquer meio as testemunhas associadas ao processo.

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Petição para que haja medidas contra a violência na Escola e reforço da Paz e Segurança

Ex.mo Senhor Presidente da Assembleia da República

Os cidadãos abaixo assinados apelam ao Parlamento para que promova o questionamento do Governo e debata o tema, para que se chegue à tomada de medidas executivas, regulamentares e legislativas, para abordar de forma mais eficaz o problema da violência e falta de segurança em meio escolar.

Na nossa opinião, a Assembleia da República deve promover um debate urgente, com uma perspetiva abrangente e suprapartidária, numa linha de entendimento entre os partidos e sem demagogias ou desvios politiqueiros, para abordar este assunto.

O debate deve ser sem preconceitos e sem dar espaço a tentativas de aproveitamento da situação por forças que queiram afastar o debate daquilo que ele é: criar condições adequadas e seguras de exercício, em cada uma das escolas portuguesas, do direito de aprender e ensinar.

Para isso, devem ser ouvidos os que trabalham nas escolas e ficar menos central a ideologia específica de cada um dos Senhores/as Deputados/as numa abordagem mais pragmática e realista face a tentativas anteriores de reagir ao problema.

Nos últimos tempos, tem havido uma profusão de notícias a narrar episódios de agressão e injúrias a professores/as e educadores/as por parte de alunos/as ou pais, mães e encarregados/as de educação.

É difícil saber se estas notícias correspondem a um efetivo agravar da situação ou a uma maior consciência social e comunicacional da sua gravidade.

Pode ficar a ideia de que a situação está generalizada em todas as escolas, mas, na nossa opinião, isso resulta também de tentativas de criar má imagem à escola pública, onde a verdade é que a maioria dos alunos e docentes têm uma vida pacífica e sem violência.

Mas tem de se reconhecer que existem muitos casos, que o número noticiado é crescente e que não queremos que se alarguem. Além os casos que existem criam alarme social e efeitos de contágio de certas práticas.

Verifica-se, em muitos estabelecimentos de ensino, a criação de ambientes de coação e agressividade, que incluem atos de violência, agressão, insultos e ofensas a docentes e trabalhadores não docentes das escolas que são, assim, vítimas de crime, no seu local de trabalho.

O tema tem um forte enquadramento social e deve incluir, nos caminhos de solução, essa abordagem social que integre, além do que propomos, medidas que combatam algumas causas externas à escola e que se situam no domínio da exclusão social e dos problemas de integração.

Mas, além da criação dessas medidas mais vastas e abrangentes, para soluções mais estruturais, cremos que há medidas mais imediatas que necessitam de atenção dos detentores do poder político.

Enumeramos 10:

1. Criação no Ministério da Educação (ME) e Municípios de estruturas de apoio aos trabalhadores das escolas vítimas de agressão, ofensa ou outros crimes, quer no âmbito do apoio judiciário, quer no âmbito do apoio psicológico.

2. Criação de meios de estudar e compreender o problema, restaurando estruturas como o Gabinete de Segurança Escolar do ME ou o Observatório da Violência Escolar, dotando-os de meios para analisarem a situação e proporem medidas de política pública eficazes.

3. Criar e dotar de meios (docentes, psicólogos, assistentes sociais e outros técnicos) equipas multidisciplinares escolares de combate ao problema na sua origem, que devem ser estruturas permanentes e não eventuais e precárias (criadas e extintas conforme a disponibilidade pontual de meios de fundos comunitários). Essas estruturas estão previstas no Estatuto do Aluno, mas só têm sido postas em prática em contexto limitado e com recursos insuficientes.

4. Reforçar os meios do Programa Escola Segura, com agentes, militares e recursos materiais, aumentando o número de horas de patrulha de proximidade. Esse deve ser um programa prioritário, no âmbito dos programas de policiamento de proximidade da PSP e GNR, e não se assistir à situação de os agentes dispersarem o seu tempo por outros programas de proximidade, em que acumulam funções em sobrecarga, desfocando da questão da violência escolar.

5. Mudar as normas penais, não para aumentar as penas que são adequadas (e têm agravações que reforçam este aspeto), mas para garantir que a agressão a professores, educadores e outros trabalhadores escolares, em exercício de funções (ou em razão das funções), passe a ser crime, cujo processo seja acionado pelo Ministério Público, mesmo sem queixa do ofendido (crime público);

6. Mudar as normas do Estatuto do aluno, no que diz respeito a absentismo, agressões, ofensas e injúrias, tornando-as mais rigorosas na linguagem técnica e jurídica e dando às escolas capacidade de agir mais depressa e com maior capacidade preventiva. O legislador deve dar atenção especial à densidade e qualidade das normas sobre uso de telemóveis e outros equipamentos tecnológicos, recolha de imagens e som e deveres dos pais (no sentido de reforçar os direitos de todos os elementos da comunidade escolar e punir os agentes de atos de violação de direitos, por exemplo, pondo em prática os processos contraordenacionais que já existem na lei);

7. Reforçar a democracia escolar, para dar maior participação aos pais e alunos de forma regulada e impedindo a captura de representação nas Associações de Pais ou a falta de meios de contacto e representação da opinião dos alunos;

8. Criar estruturas de mediação sociocultural, nas escolas em que elas sejam necessárias, com recursos e sob gestão das estruturas da escola.

9. Mudar a legislação das CPCJ, reforçando a capacidade atempada de intervenção, no sentido de dar mais peso às escolas nessas instituições, impedindo a sensação generalizada de afastamento e impotência face às situações geridas por essas estruturas. Reforçar os poderes do Ministério Público nessas instituições e dar-lhes mais meios e diminuir a informalidade na constituição e funcionamento.

10. Criar modelos curriculares de formação adequados, para os alunos com absentismo e desinteresse pela escola, que os integrem e impeçam a marcha de percursos de vida de exclusão e adversidade face à escola, talvez recuperando e melhorando soluções, hoje abandonadas, como CEF ou outros modelos que, no passado, foram funcionando. Do mesmo modo, generalizar e melhorar programas curriculares de combate ao bullying e violência e de educação para os Direitos Humanos, Participação e Paz.

Quando, nos anos 90, se iniciou a reforma educativa que, na época, causou larga mudança nas escolas e no país, alguém escreveu que uma visão da política educativa para o progresso do país tem de distinguir muito bem o que é mero Sucesso Escolar do que é real Sucesso Educativo.

Podemos ter grandes números a falar de transições sem retenções e até lindos projetos curriculares e de avaliação, que aparentem Sucesso Escolar, mas numa escola sem Paz e sem um clima de concórdia, não haverá Sucesso Educativo.

E, para ele existir e se manter, algo tem de ser feito.

Pode ser o que propomos ou outras coisas, mas o problema visível não pode ser ignorado pelos políticos, sob pena de se agravar e, 50 anos depois do 25 de Abril, estarmos a construir uma derrota futura para a escola pública.

É isso que pedimos: medidas focadas para a Segurança e Paz nas escolas em nome do Sucesso Educativo dos alunos deste país.

Petição – A aguardar assinaturas online

ASSINAR

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“O salário de professor não chega para tudo”

Beatriz Ribeiro, Nuno Moreira e Paulo Cubal são três professores, entre muitos outros, que depois do toque de saída da escola, têm outra ocupação. Precisam de um segundo emprego para garantir o dinheiro suficiente para pagar as contas. São testemunhos de quem gosta de dar aulas, mas que lamenta a pouca valorização que é dada à profissão e que marcam esta semana em que o Ministro da Educação vai estar no parlamento no âmbito da apreciação na especialidade do Orçamento do Estado para o próximo ano.

Professores. Uma segunda vida para poder pagar as contas

Beatriz Ribeiro, de 27 anos, já está habituada a dias preenchidos para dar resposta a todas as atividades a que se dedica. Esta professora do primeiro ciclo nunca sabe se consegue um lugar na escola para ensinar, porque tem optado sempre por dar aulas perto de casa, na região do Montijo, para poder acompanhar o filho ainda pequeno.

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Petição para que haja medidas contra a violência na Escola e reforço da Paz e Segurança

Petição para que haja medidas contra a violência na Escola e reforço da Paz e Segurança

 

Ex.mo Senhor Presidente da Assembleia da República

Os cidadãos abaixo assinados apelam ao Parlamento para que promova o questionamento do Governo e debata o tema, para que se chegue à tomada de medidas executivas, regulamentares e legislativas, para abordar de forma mais eficaz o problema da violência e falta de segurança em meio escolar.

Na nossa opinião, a Assembleia da República deve promover um debate urgente, com uma perspetiva abrangente e suprapartidária, numa linha de entendimento entre os partidos e sem demagogias ou desvios politiqueiros, para abordar este assunto.

O debate deve ser sem preconceitos e sem dar espaço a tentativas de aproveitamento da situação por forças que queiram afastar o debate daquilo que ele é: criar condições adequadas e seguras de exercício, em cada uma das escolas portuguesas, do direito de aprender e ensinar.

Para isso, devem ser ouvidos os que trabalham nas escolas e ficar menos central a ideologia específica de cada um dos Senhores/as Deputados/as numa abordagem mais pragmática e realista face a tentativas anteriores de reagir ao problema.

Nos últimos tempos, tem havido uma profusão de notícias a narrar episódios de agressão e injúrias a professores/as e educadores/as por parte de alunos/as ou pais, mães e encarregados/as de educação.

É difícil saber se estas notícias correspondem a um efetivo agravar da situação ou a uma maior consciência social e comunicacional da sua gravidade.

Pode ficar a ideia de que a situação está generalizada em todas as escolas, mas, na nossa opinião, isso resulta também de tentativas de criar má imagem à escola pública, onde a verdade é que a maioria dos alunos e docentes têm uma vida pacífica e sem violência.

Mas tem de se reconhecer que existem muitos casos, que o número noticiado é crescente e que não queremos que se alarguem. Além os casos que existem criam alarme social e efeitos de contágio de certas práticas.

Verifica-se, em muitos estabelecimentos de ensino, a criação de ambientes de coação e agressividade, que incluem atos de violência, agressão, insultos e ofensas a docentes e trabalhadores não docentes das escolas que são, assim, vítimas de crime, no seu local de trabalho.

O tema tem um forte enquadramento social e deve incluir, nos caminhos de solução, essa abordagem social que integre, além do que propomos, medidas que combatam algumas causas externas à escola e que se situam no domínio da exclusão social e dos problemas de integração.

Mas, além da criação dessas medidas mais vastas e abrangentes, para soluções mais estruturais, cremos que há medidas mais imediatas que necessitam de atenção dos detentores do poder político.

Enumeramos 10:

1. Criação no Ministério da Educação (ME) e Municípios de estruturas de apoio aos trabalhadores das escolas vítimas de agressão, ofensa ou outros crimes, quer no âmbito do apoio judiciário, quer no âmbito do apoio psicológico.

2. Criação de meios de estudar e compreender o problema, restaurando estruturas como o Gabinete de Segurança Escolar do ME ou o Observatório da Violência Escolar, dotando-os de meios para analisarem a situação e proporem medidas de política pública eficazes.

3. Criar e dotar de meios (docentes, psicólogos, assistentes sociais e outros técnicos) equipas multidisciplinares escolares de combate ao problema na sua origem, que devem ser estruturas permanentes e não eventuais e precárias (criadas e extintas conforme a disponibilidade pontual de meios de fundos comunitários). Essas estruturas estão previstas no Estatuto do Aluno, mas só têm sido postas em prática em contexto limitado e com recursos insuficientes.

4. Reforçar os meios do Programa Escola Segura, com agentes, militares e recursos materiais, aumentando o número de horas de patrulha de proximidade. Esse deve ser um programa prioritário, no âmbito dos programas de policiamento de proximidade da PSP e GNR, e não se assistir à situação de os agentes dispersarem o seu tempo por outros programas de proximidade, em que acumulam funções em sobrecarga, desfocando da questão da violência escolar.

5. Mudar as normas penais, não para aumentar as penas que são adequadas (e têm agravações que reforçam este aspeto), mas para garantir que a agressão a professores, educadores e outros trabalhadores escolares, em exercício de funções (ou em razão das funções), passe a ser crime, cujo processo seja acionado pelo Ministério Público, mesmo sem queixa do ofendido (crime público);

6. Mudar as normas do Estatuto do aluno, no que diz respeito a absentismo, agressões, ofensas e injúrias, tornando-as mais rigorosas na linguagem técnica e jurídica e dando às escolas capacidade de agir mais depressa e com maior capacidade preventiva. O legislador deve dar atenção especial à densidade e qualidade das normas sobre uso de telemóveis e outros equipamentos tecnológicos, recolha de imagens e som e deveres dos pais (no sentido de reforçar os direitos de todos os elementos da comunidade escolar e punir os agentes de atos de violação de direitos, por exemplo, pondo em prática os processos contraordenacionais que já existem na lei);

7. Reforçar a democracia escolar, para dar maior participação aos pais e alunos de forma regulada e impedindo a captura de representação nas Associações de Pais ou a falta de meios de contacto e representação da opinião dos alunos;

8. Criar estruturas de mediação sociocultural, nas escolas em que elas sejam necessárias, com recursos e sob gestão das estruturas da escola.

9. Mudar a legislação das CPCJ, reforçando a capacidade atempada de intervenção, no sentido de dar mais peso às escolas nessas instituições, impedindo a sensação generalizada de afastamento e impotência face às situações geridas por essas estruturas. Reforçar os poderes do Ministério Público nessas instituições e dar-lhes mais meios e diminuir a informalidade na constituição e funcionamento.

10. Criar modelos curriculares de formação adequados, para os alunos com absentismo e desinteresse pela escola, que os integrem e impeçam a marcha de percursos de vida de exclusão e adversidade face à escola, talvez recuperando e melhorando soluções, hoje abandonadas, como CEF ou outros modelos que, no passado, foram funcionando. Do mesmo modo, generalizar e melhorar programas curriculares de combate ao bullying e violência e de educação para os Direitos Humanos, Participação e Paz.

Quando, nos anos 90, se iniciou a reforma educativa que, na época, causou larga mudança nas escolas e no país, alguém escreveu que uma visão da política educativa para o progresso do país tem de distinguir muito bem o que é mero Sucesso Escolar do que é real Sucesso Educativo.

Podemos ter grandes números a falar de transições sem retenções e até lindos projetos curriculares e de avaliação, que aparentem Sucesso Escolar, mas numa escola sem Paz e sem um clima de concórdia, não haverá Sucesso Educativo.

E, para ele existir e se manter, algo tem de ser feito.

Pode ser o que propomos ou outras coisas, mas o problema visível não pode ser ignorado pelos políticos, sob pena de se agravar e, 50 anos depois do 25 de Abril, estarmos a construir uma derrota futura para a escola pública.

É isso que pedimos: medidas focadas para a Segurança e Paz nas escolas em nome do Sucesso Educativo dos alunos deste país.

Petição – A aguardar assinaturas online

Subscritor(es): Luís Miguel Sottomaior Braga Baptista

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As razões do descontentamento dos Professores. – Rui Ferreira

A propósito da greve prevista para dia 2, passo a explanar as razões para os professores estarem descontentes.

1. A entrada na carreira é feita com muitos sacrifícios, pois em geral o professor contratado passa vários anos fora do seu local de residência. Só que no meu tempo as colocações eram no interior do país, onde não havia problemas em arranjar habitação. Agora há falta de professores em zonas urbanas e no litoral algarvio, pelo que hoje em dia o pagamento de um local para ficar durante a semana ronda uma percentagem muito superior à taxa de esforço recomendada num crédito à habitação (a política de habitação não respondeu à procura e parte do investimento em habitação foi canalizado para habitações de luxo e alojamento local), além de se manter a residência de família. Por outro lado, não há garantia de se conseguir um horário completo, pelo que, há prejuízo em termos de ordenado, tempo de serviço e carreira contributiva, além do prejuízo familiar. Não é normal este problema não ter sido equacionado por vários governos, e quando há diretivas da UE que vão contra as práticas seguidas, são ignoradas.

2. Depois ao entrarem na carreira, há dois obstáculos que dependem de pelo menos uma avaliação qualitativa de Muito Bom, a passagem ao 5º escalão e ao 7º escalão, com limitações de 25% das notas qualitativas de MB e Excelente. Portanto, mesmo sendo-se bom professor, entram em consideração as quotas e a política de acesso a estes 25%, que fazem com que os professores não tenham a possibilidade de mostrar divergências com as direções, mesmo em questões consignadas na lei. Ou seja, depois de entrarem na carreira só resta ao professor tornar-se num executante, deixando de ser também pensante, mas mesmo aqui defronta-se com critérios aberrantes como promover atividades internacionais! O outro problema da profissão e progressão na carreira reside no modelo de gestão centrado numa única pessoa sem contrapoderes, o que potencia as injustiças e o outro lado da moeda destas, as prepotências – veja-se o caso recente na margem sul com a esposa de um diretor. Uma carreira a desenvolver num ambiente autoritário não é atrativa para um cidadão que sabe que vai ser condicionado nas suas escolhas.

3. Na remuneração, fomos penalizados em 6 anos de tempo não contabilizado nas progressões, que nos vai também prejudicar na carreira contributiva, além de que temos vindo a ver degradado o salário real devido à perda de poder de compra, consequência da inflação não ser acompanhada por uma subida nominal equivalente. Mais recentemente, neste mês, o governo promove uma valorização da carreira dos técnicos superiores, que não é acompanhada pelas carreiras especiais, como a dos professores!

4. Com a moda do aluno (e respetivos pais) ser o cliente a satisfazer, tem havido uma degradação da disciplina na sala de aula, como sub-produto das políticas de aproveitamento a 100%, para se ficar bem nas estatísticas, pois alguns alunos estão na aula contra a sua vontade e não são penalizados se nada fizerem, logo estes alunos aproveitam o tempo para criar incidentes disciplinares, sendo ou não pressionados a fazerem as atividades previstas. Portanto, o professor é cada vez mais desrespeitado na sala de aula. Consequência deste quadro, há cada vez mais pessoas a desistir da profissão, situações de  burnout e problemas psiquiátricos. Não faz sentido ser desrespeitado profissionalmente, logo há cada vez menos candidatos à profissão!

Concluindo, aqui estão as razões de perda de interesse na carreira de professor e o problema crescente em conseguir preencher as necessidades de profissionais. São também situações, todas, sem exceção, que devem ser alteradas para haver dignidade na profissão e carreira.

Rui Ferreira

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Medida 8 – Aumentar os Limites e Reduzir os Prazos

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A (Excelente) Crónica Diária do Costume

Torna a leitura um bálsamo.

Sábado – O Meu Quintal

 

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É Preciso Sair da Ilha Para Ver a Ilha

“É preciso sair da ilha para ver a ilha”…

O jugo do conformismo, da apatia, do alheamento e da obediência acrítica, implacavelmente, transformou a maior parte das escolas em lugares onde se funciona muito, mas onde se vive muito pouco…

Muitas vezes, sem acções conscientes e intencionais e sem pensamento crítico, os automatismos comportamentais sucedem-se e repetem-se, num círculo vicioso de trabalho insano que aprisiona, praticamente impossível de quebrar…

Trabalho ininterrupto, repetitivo, sem fim à vista e, muitas vezes, sem quaisquer efeitos positivos ou finalidades claras ou definidas…

E o pior é que há muitas escolas onde já poucos parecem importar-se realmente com isso…

O conforto e a segurança proporcionados pelo hábito, pelo ritual e pela acomodação parecem fazer com que poucos se queiram comprometer com qualquer ruptura, mudança ou progresso, adaptados que estão à previsibilidade das suas (agonizantes) rotinas…

O primado da sobrevivência sobrepõe-se, muitas vezes, ao da dignidade e é dessa forma que nas escolas se vai aceitando tudo…

Com toda a lucidez, José Saramago escreveu que: “É preciso sair da ilha para ver a ilha. Não nos vemos se não saímos de nós” (Conto da Ilha Desconhecida)…

Desistentes de si próprios e dos outros, parece haver muitos profissionais de Educação que não conseguem “sair da ilha”…

Serão felizes assim?

Talvez sejam. E, se assim for, este texto não passará de uma perplexidade ou de uma inquietação alheia, sem qualquer fundamento…

Mas também podemos fingir que está tudo bem e ceder à toxicidade da “ditadura” dos afectos positivos e à falácia das aparências optimistas…

Resumindo, a pergunta a colocar será esta: adoptamos o optimismo panglossiano ou o pessimismo do Velho do Restelo?

Nem um, nem outro… Talvez Ariano Suassuna tivesse razão: “O optimista é um tolo. O pessimista é um chato. Bom mesmo é ser realista esperançoso”…

É imperioso “sair da ilha”… Não se pode ser esperançoso sem conseguir “sair da ilha”…

Sem “sair da ilha” não se pode auspiciar, nem lutar, por melhores salários, carreiras mais atractivas, menos trabalho insano, mais democracia…

Não “sair da ilha” é o que mais convém a quem tutela a Educação…

Plausivelmente, se muitos ousassem “sair da ilha”:

O Decreto-Lei nº 75/2008 de 22 de Abril e o actual modelo de ADD já teriam sido revogados há muito tempo e todas as suas iniquidades extintas; a Classe Docente não teria sido alvo de uma humilhante usurpação relativa ao tempo de serviço, ímpar na Função Pública desde o 25 de Abril de 1974; a Tutela respeitaria os profissionais de Educação e talvez algumas das suas legítimas pretensões fossem atendidas; o trabalho dos profissionais de Educação seria efectivamente valorizado e reconhecido…

Quem não “sai da ilha” arrisca-se a ser ignorado, a ser deliberadamente desconsiderado por terceiros ou, pior que tudo, a tornar-se “desertor” de si próprio…

Os profissionais de Educação não podem sujeitar-se a serem transformados numa espécie de alquimistas, postos ao serviço da fantasia, da ilusão e do devaneio…

Aceitar o anterior, é deixar-se anular e silenciar…

(Matilde, pseudónimo de Paula da Conceição Marques Cardoso Martins Dias).
Nota do Editor: A Paula Dias é candidata pela lista D ao Conselho Geral e de Supervisão da ADSE, por este motivo decidiu divulgar o seu verdadeiro nome por trás do pseudónimo Matilde.

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Reunião de pais termina à batatada em frente a escola básica de Setúbal

Os pais de vários alunos de uma escola básica do bairro do Peixe Frito, em Setúbal, envolveram-se em cenas de pancadaria, na manhã desta sexta-feira, na sequência de uma reunião de pais.

Na manhã desta sexta-feira, alguns pais de alunos reuniram-se junto à porta da escola para se manifestarem em relação a um aluno que alegadamente tem andado a agredir colegas. O pai do alegado agressor tomou conhecimento do protesto e deslocou-se ao local.

Os pais das vítimas e o pai do alegado agressor envolveram-se numa discussão e seguiu-se uma troca de murros. A certa altura, o pai do suposto agressor sacou de uma navalha, mas a rixa foi separada pela PSP, que já se encontrava perto do local, antes que o homem pudesse agredir alguém com a arma branca.

A PSP identificou todos os intervenientes e apreendeu a arma branca. Nenhum dos intervenientes na rixa sentiu necessidade de assistência dos bombeiros.

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“É preciso sair da ilha para ver a ilha”…

 O jugo do conformismo, da apatia, do alheamento e da obediência acrítica, implacavelmente, transformou a maior parte das escolas em lugares onde se funciona muito, mas onde se vive muito pouco…

Muitas vezes, sem acções conscientes e intencionais e sem pensamento crítico, os automatismos comportamentais sucedem-se e repetem-se, num círculo vicioso de trabalho insano que aprisiona, praticamente impossível de quebrar…

Trabalho ininterrupto, repetitivo, sem fim à vista e, muitas vezes, sem quaisquer efeitos positivos ou finalidades claras ou definidas…

E o pior é que há muitas escolas onde já poucos parecem importar-se realmente com isso…

O conforto e a segurança proporcionados pelo hábito, pelo ritual e pela acomodação parecem fazer com que poucos se queiram comprometer com qualquer ruptura, mudança ou progresso, adaptados que estão à previsibilidade das suas (agonizantes) rotinas…

O primado da sobrevivência sobrepõe-se, muitas vezes, ao da dignidade e é dessa forma que nas escolas se vai aceitando tudo…

Com toda a lucidez, José Saramago escreveu que: “É preciso sair da ilha para ver a ilha. Não nos vemos se não saímos de nós” (Conto da Ilha Desconhecida)…

Desistentes de si próprios e dos outros, parece haver muitos profissionais de Educação que não conseguem “sair da ilha”…

Serão felizes assim?

Talvez sejam. E, se assim for, este texto não passará de uma perplexidade ou de uma inquietação alheia, sem qualquer fundamento…

Mas também podemos fingir que está tudo bem e ceder à toxicidade da “ditadura” dos afectos positivos e à falácia das aparências optimistas…

Resumindo, a pergunta a colocar será esta: adoptamos o optimismo panglossiano ou o pessimismo do Velho do Restelo?

Nem um, nem outro… Talvez Ariano Suassuna tivesse razão: “O optimista é um tolo. O pessimista é um chato. Bom mesmo é ser realista esperançoso”É imperioso “sair da ilha”… Não se pode ser esperançoso sem conseguir “sair da ilha”…

Sem “sair da ilha” não se pode auspiciar, nem lutar, por melhores salários, carreiras mais atractivas, menos trabalho insano, mais democracia…

Não “sair da ilha” é o que mais convém a quem tutela a Educação…

Plausivelmente, se muitos ousassem “sair da ilha”:

O DecretoLei  75/2008 de 22 de Abril e o actual modelo de ADD já teriam sido revogados há muito tempo e todas as suas iniquidades extintas; a Classe Docente não teria sido alvo de uma humilhante usurpação relativa ao tempo de serviço, ímpar na Função Pública desde o 25 de Abril de 1974; a Tutela respeitaria os profissionais de Educação e talvez algumas das suas legítimas pretensões fossem atendidas; o trabalho dos profissionais de Educação seria efectivamente valorizado e reconhecido…

Quem não “sai da ilha” arrisca-se a ser ignorado, a ser deliberadamente desconsiderado por terceiros ou, pior que tudo, a tornar-se “desertor” de si próprio…

Os profissionais de Educação não podem sujeitar-se a serem transformados numa espécie de alquimistas, postos ao serviço da fantasia, da ilusão e do devaneio…

Aceitar o anterior, é deixar-se anular e silenciar…

(Matilde, pseudónimo de Paula da Conceição Marques Cardoso Martins Dias).

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Aviso de abertura de procedimento concursal simplificado (local) – Espanha

 

Aviso de abertura de procedimento concursal simplificado (local) – Espanha – MAD31

 

Informam-se todos os interessados que se encontra aberto um procedimento concursal simplificado (local) destinado ao recrutamento local de professor do ensino português no estrangeiro para o 1.º e 2.º CEB – língua espanhola – horário a prover, em substituição, MAD31.

Aviso de Abertura 1.º e 2.º CEB https://www.instituto-camoes.pt/images/Concursos_EPE_local/Concursos_2022-2023/Aviso_abertura_PCS_2022_2023_MAD31_novo_2022.pdf

 

Declaração de consentimento expresso para efeitos de submissão dos documentos de identificação https://www.instituto-camoes.pt/images/Concursos_EPE_local/Concursos_2022-2023/Consentimento_expresso_para_efeitos_submissão_documentos.pdf

 

Declaração de consentimento informado para processo de seleção e recrutamento https://www.instituto-camoes.pt/images/Concursos_EPE_local/Concursos_2022-2023/Consentimento_informado_para_recolha_tratamentos_dados.pdf

 

Horário MAD31 https://www.instituto-camoes.pt/images/Concursos_EPE_local/Concursos_2022-2023/Horário_MAD31_22_23_atualizado_2022.pdf

 

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Aluna de 13 anos agride colega e tenta barricar-se na Escola Secundária de Odivelas

Adolescente provocou ferimentos em si própria com um x-ato, mas foi travada por uma professora.

Aluna de 13 anos agride colega e tenta barricar-se na Escola Secundária de Odivelas

Uma menina de 13 anos terá agredido uma colega na Escola Secundária de Odivelas, onde tentou depois barricar-se numa das salas de aula, esta sexta-feira à tarde.

A aluna acabou por ser travada por uma professora, mas não sem antes provocar ferimentos em si própria com x-ato, segundo o Correio da Manhã.

A PSP foi chamada ao local e as duas alunas foram levadas para o Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, ambas com ferimentos ligeiros.

 

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Mobilidade dos professores. Provedora ausculta Governo sobre necessidade de articulação com um regime adequado de proteção na doença

 

Iniciado o ano letivo e decorrido o procedimento de colocação que aplicou o novo regime de mobilidade por doença dos professores, a Provedora de Justiça endereçou ao Ministro da Educação uma primeira apreciação deste regime, solicitando-lhe que se pronuncie, designadamente, sobre a conveniência de este ser integrado num quadro geral adequado de proteção dos docentes em situação de doença.

Esta sugestão decorre da verificação da inexistência de um regime geral de proteção na doença adaptado às especiais exigências da função, que tem levado a que docentes recorram à mobilidade por doença porque apenas por esta via podem eventualmente vir a obter uma adequação da carga letiva ao seu estado de saúde.

Quanto ao regime de mobilidade, e no pressuposto da sua aplicação futura, a Provedora de Justiça aponta, no mesmo pedido de pronúncia, alguns aspetos que suscitam especial preocupação. Em particular, a exigência de apresentação de atestado médico de incapacidade multiuso (AMIM) para efeitos de ordenação no concurso com base no grau de incapacidade e a desatualização da lista de doenças a que se aplica o regime de mobilidade.

Relativamente a estes dois pontos, a Provedora salienta que são bem conhecidos os persistentes atrasos da Administração na concessão dos AMIM e que a lista de doenças elegíveis data de 1989, tendo sido então elaborada para fins completamente diversos.

O novo regime de mobilidade por doença entrou em vigor em junho, tendo motivado o recebimento de um número superior a uma centena de queixas de docentes e de associações representativas deste grupo profissional.

Para ler o pedido de pronúncia enviado ao Ministro da Educação clique aqui.

 

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Lista Colorida – RR9

Lista Colorida atualizada com colocados e retirados da RR9:

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441 contratados colocados na RR9

Foram colocados 441 contratados na Reserva de Recrutamento 9, distribuídos de acordo com a seguinte tabela:

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Reserva de recrutamento n.º 09

Publicitação das listas definitivas de Colocação, Não Colocação, Retirados e Listas de Colocação Administrativa – 9.ª Reserva de Recrutamento 2022/2023.

Aplicação da aceitação disponível das 0:00 horas de segunda-feira dia 31 de outubro, até às 23:59 horas de quarta-feira dia 2 de novembro de 2022 (hora de Portugal continental).

Consulte a nota informativa.

SIGRHE – Aceitação da colocação pelo candidato

Nota informativa – Reserva de recrutamento n.º 09

Listas – Reserva de recrutamento n.º 09

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Quem quer ser professor quando pode trabalhar no Mercadona?

A carreira é mais curta ao nível da progressão, não implica mudança de local de residência, nem de deslocações de centenas de Km diários. Pode-se ficar junto da família, ter tempo para ela e não se traz preocupações nem trabalho para casa. Não exige curso superior e o gasto de pestanas em cinco anos de estudos, para não falar os custos que isso implica. Não tem travões na vinculação nem na progressão. Não se gasta dinheiro em formação para que o empregador se aproveite dela descaradamente… é só vantagens…

Valham’ adeus que eu tinha razão quando dizia que este país anda a gastar dinheiro com o ensino superior para depois não aproveitar os recursos que têm, isto o que outros países não aproveitam sem os custos inerentes…

A Mercadona anunciou que vai aumentar em 11% o salário de entrada dos seus trabalhadores em Portugal, adiantando que, a partir de janeiro de 2023, o vencimento mínimo será de 1.034 euros brutos mensais, “o que representa uma diferença de 147 euros em relação ao salário mínimo nacional (com duodécimos incluídos)”, realça a empresa.

De acordo com a Mercadona, além deste incremento salarial, os seus trabalhadores “beneficiam da política de progressão salarial da empresa”, que se traduz num “aumento de 11% anual que permite atingir um salário no valor de 1.414 euros brutos mensais (com duodécimos) num máximo de quatro anos de antiguidade”.

Adicionalmente, recebem também um prémio anual por objetivos que corresponde a um salário extra, nos primeiros quatro anos, e dois salários extra nos anos seguintes.

“A Mercadona pretende continuar a crescer em Portugal e o nosso objetivo é promover condições laborais competitivas, tanto a nível económico como na conciliação ou no desenvolvimento profissional.

 

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7 – Inscrição Automática de Todos os Novos Trabalhadores do Estado

… salvo se manifestem recusa expressa.

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Professores em monodocência sentem abandono político e injustiça no estatuto

Os professores do primeiro ciclo e os educadores de infância reclamam igualdade de estatutos, em relação a colegas de outros ciclos de ensino. Querem a redução da carga horária semanal, à medida que a idade de serviço avança.

Professores em monodocência sentem abandono político e injustiça no estatuto

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6 – Possibilidade de Reinscrição na ADSE

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Violência nas escolas contra professores – Dinis Salgado

Agora, a palavra de ordem é: que as entidades governativas tomem urgentes medidas que ponham cobro a estes desmandos vergonhosos; e o que passa primeiramente pela criação de legislação que proíba e puna tais manifestações de violência e de maus tratos sobre os professores, vindos de pais, encarregados de educação e de alunos; depois, porque o bullying entre alunos tem aumentado assustadoramente, crie-se igualmente legislação que desincentive e proíba estes comportamentos, psicológica e fisicamente reprováveis, para que reine nas escolas a desejada colaboração e paz entre todos.

Violência nas escolas contra professores

Cresce nas nossas escolas a violência contra professores; e, quer exercida por alunos, quer por pais e encarregados de educação, toma geralmente a forma de agressão física ou verbal.

Frequentemente os meios de comunicação social dão conta desta anómala situação a que os sucessivos governos têm dado pouca ou nenhuma importância; e se nem ao comum dos cidadãos esta triste e vergonhosa realidade escapa, pasma-se como aos governantes sobram alheamento e orelhas moucas necessários para deitar o assunto para trás das costas.

Ainda, há tempos, li num órgão de comunicação social que uma mãe, através das redes sociais, mobilizou os pais com filhos na mesma turma do seu para, em grupo, se dirigirem à escola a fim de pedirem contas à professora sobre a reprimenda que exerceu sobre o seu filho; claro que, embora não ocorressem todos os convocados à chamada, o ajuste de contas aconteceu e não correu minimamente pacífico, pois os avisos, as admoestações e as ameaças à professora foram mais do que muitas e de elevada insolência.

Ora, a escola é um local onde o mais importante e prioritário é a educação e aprendizagem; e para que o ato educativo resulte em absoluto é fundamentalmente necessária a colaboração estreita e confiante entre professores e pais e nunca o virar de costas ou, mais grave ainda, a agressão e obstrução de qualquer forma e jeito.

O professor sempre foi considerado e reconhecido como um agente, um promotor de ações educativas e pedagógicas para cujo êxito converge a colaboração, franca e leal, de todos: professores, pais, encarregados e educação e comunidade local; e, se assim não for, comprometido está o futuro das novas gerações e, consequentemente, do país.

Sei, por experiência própria, que ser professor, hoje, não é tarefa fácil e isenta de controvérsia, uma vez que a execução e valorização do ato educativo nem sempre é reconhecido nem aceite por muitos pais e encarregados de educação; e, até, porque, demitindo-se da função de serem os primeiros educadores, não querem passar essa prerrogativa para as escolas e seus diretos agentes – os professores; e esta negativa demissão no acompanhamento e compromisso da formação académica, psicológica e social dos filhos pode estar na base da comprovada rejeição do papel educativo dos professores e, consequentemente, destes atos de agressão e confrontação.

Pois bem, nestes quarenta e oito anos que já levamos de vida democrática o sistema educativo não tem passado de cepa torta e frequentes têm sido avanços e recuos, frustradas experiências laboratoriais, ausência de consensos partidários e de vontade política para lançamento e execução das reformas necessárias que tracem o rumo desejado, certo e seguro para o seu futuro; e, por aqui, passa inevitavelmente a instalação nas escolas da insegurança, da indisciplina, do desinteresse, do abandono e do indesejado conflito de interesses entre os agentes e intervenientes no ato educativo.

Penso que muitos pais ainda vivem obcecados pela figura do professor do antigamente que se consumia a impor a disciplina, a imobilidade e o silêncio dos alunos na sala de aula para que o escutassem na transmissão de um reportório de ideias, de comportamentos e conceitos teóricos; e, assim, alheios continuam à imagem moderna do professor que é mestre-tutor que acompanha silenciosamente e, em muitos momentos, o trabalho ativo dos alunos, individual ou em grupo, com espírito observador, colaborante e autónomo

E, assim deste jeito, o professor passa a ser sujeito criativo, impulsionador e implicativo no progressivo desenvolvimento do conhecimento, da inteligência e das emoções dos seus alunos; e a sala de aula já não é mais um local inerte, sorumbático e ameaçador, onde o aluno detesta estar, mudo e alheio aos estímulos, propostas e ensinamentos do professor que agora ouve mais e fala menos, pouco dirige e mais orienta e estimula.

Por isso, não cabe na escola de hoje a agressão, a violência, a intolerância contra o professor, seja vinda dos pais, seja desencadeada pelos alunos; e, a existir, só se compreende por desconhecimento, alheamento e virar de costas ao envolvimento que realmente nela acontece.

Agora, a palavra de ordem é: que as entidades governativas tomem urgentes medidas que ponham cobro a estes desmandos vergonhosos; e o que passa primeiramente pela criação de legislação que proíba e puna tais manifestações de violência e de maus tratos sobre os professores, vindos de pais, encarregados de educação e de alunos; depois, porque o bullying entre alunos tem aumentado assustadoramente, crie-se igualmente legislação que desincentive e proíba estes comportamentos, psicológica e fisicamente reprováveis, para que reine nas escolas a desejada colaboração e paz entre todos.

 

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Professora agredida à bofetada por mãe de aluno em Vila Nova de Famalicão

Encarregada de educação terá pedido para falar por causa de alguns cromos que tinham sido tirados ao menino.

Professora agredida à bofetada por mãe de aluno em Vila Nova de Famalicão

Uma professora do ensino básico foi agredida, esta tarde de quarta-feira, em Vila Nova de Famalicão, pela mãe de um aluno.

O caso aconteceu na escola primária de Mogege. A encarregada de educação pediu para falar por causa de alguns cromos que tinham sido tirados ao menino durante o horário escolar. Durante a conversa, a mãe da criança deu duas bofetadas à professora.

A GNR de Famalicão foi chamada mas ainda não identificou a agressora. Professora foi encaminhada para o instituto de medicina legal de Braga e deverá apresentar queixa, na GNR, pelo crime de ofensas à integridade física.

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Aluna agredida por colega enquanto outros filmavam

Uma aluna da Escol Básica Poeta Emiliano da Costa, em Estoi, no concelho de Faro, foi agredida por uma colega enquanto um grupo de jovens assistia, filmava e incitava à violência.

Aluna agredida por colega enquanto outros filmavam

 

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OE penaliza quadros técnicos especializados e carreiras docentes

 Atitude que o corpo docente perceciona como profundamente injusta, agrava o mal-estar nas escolas e pode dar lugar a movimentos “sindicais” inorgânicos radicalizados e extremistas, sob o anonimato descontrolável das redes sociais.

 

OE penaliza quadros técnicos especializados e carreiras docentes

 

  

 A inflação tem vindo a subir de forma galopante, cada vez que renovamos o nosso cabaz de compras sentimo-lo na “pele” e principalmente na carteira! Isto para já não falar da compra de combustível automóvel indispensável a grande parte dos professores, por esse país fora, de modo a poderem cumprir quotidianamente os seus horários letivos e outros em escolas mais ou menos distantes, não raro em lugares recônditos.

 

Sempre sem direito a qualquer ajuda de custo ou subsídio de renda, como, neste caso, acontece com os agentes do Ministério Público e com outros magistrados.

 

Lamentavelmente, a proposta de OE – Orçamento de Estado previsto para o próximo ano prevê a penalização de grande parte das classes médias assalariadas, que, devido ao facto de tereminvestido muitos recursos na sua formação inicial e contínua desempenham funções científicas e técnicas especializadas, como é o caso de engenheiros, médicos, inspetores, enfermeiros, investigadores e professores, entre outros. Para estes quadros e técnicos superiores mais especializados, que integram carreiras do regime especial, o Governo propõe atualizações salariais de apenas 2% a 3%, quando, por ex. para os assistentes operacionais propõe aumentos até aos 8%…

 

Com a agravante de que, no caso dos professores,o Governo não quer ouvir falar na recuperação dos 6 anos, 6 meses e 23 dias do tempo de serviço congelado e que ainda falta ser recuperado. Atitude que o corpo docente perceciona como profundamente injusta, agrava o mal-estar nas escolas e pode dar lugar a movimentos “sindicais” inorgânicos radicalizados e extremistas, sob o anonimato descontrolável das redes sociais, idênticos ao “movimento zero” das forças e serviços de segurança.    

 

Em sede de IRS, segundo as melhores expectativas, apenas haverá atualizações de escalões em linha com a inflação ou, porventura, alguma baixa mas apenas nos escalões iniciais. Também aqui excluindo uma boa parte das classes médias assalariadas, as quais, no fundo, são quem mais paga impostos na nossa terra, já que grande parte das micro, pequenas e médias empresas,porque não apresentam muitos lucros no final de cada exercício, pouco ou nada acabam por entregar ao fisco.

 

Os vencimentos brutos das carreiras docentes (do básico, secundário, politécnico e universitário) em Portugal até nem comparam muito mal com os vencimentos dos professores dos países da OCDE, o problema são os vencimentos líquidos, pois o fisco retem na fonte um quinhão demasiado grande. Quinhão esse que fica a fazer falta às famílias!

 

Refiro-me às famílias das classes médias assalariadas que, fruto de políticas públicas como a dos vistos Gold quando desproporcionados (atualmente a carecerem de revisitação por  partedo legislador) e agora das relativas aos dos chamados nómados digitais foram sendo relegadas para territórios urbanos  cada vez mais periféricos, e que, não obstante, se encontram sobrecarregadas com a subida dos juros relativos às prestações da casa e do carro. Nuns casos sem acesso a vaga em creches gratuitas por perto e noutros a terem de custear os estudos universitários dos filhos mais velhos.

 

Ainda se o “Leviatã que absorve os nossos réditos nos proporcionasse um serviço nacional de saúde minimamente satisfatório (por ex. dispondo de médicos dentistas, sem filas de espera desmesurada para consultas de especialidade ou para atos cirúrgicos urgentes e sem maternidades inesperadamente encerradas à tão necessárianatalidade…)  e com padrões de qualidade de um país europeu não teríamos necessidade de descontar para a facultativa ADSE e/ou também para seguros de saúde privados.

 

Não é desvalorizando salarialmente os quadros das carreiras especiais, com maior formaçãotécnica e científica (note-se por ex. que para o ingresso na carreira docente dos ensinos básico e secundário passou a ser exigido como habilitação de ingresso o grau de Mestre, desde 2008) que se aplica o princípio da equidade ou que se evita o aproveitamento por parte de países  estrangeiros da nossa geração mais qualificada de sempre, como o governo gosta de a designar, mas que, como aqui se constata,  pouco ou nada faz para que ela fique ao serviço do desenvolvimento económico e social de um país cada vez mais envelhecido.

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Lista completa e data das eleições ao CG da ADSE

As eleições ao Conselho Geral e de Supervisão da ADSE decorrem nos dias 28, 29 e 30 de novembro por voto eletrónico e no dia 30 de novembro de forma presencial.

No site da ADSE em www.adse.pt encontram todas as informações sobre o processo eleitoral.

Ficam aqui representados os rostos da lista D que tem como grande objetivo tentar os 4 lugares eleitos pelos subscritores da ADSE.

Pois assim temos a certeza que conseguiremos mudar alguma coisa na ADSE.

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Torrar dinheiro, maltratar pessoas – Santana Castilho

 

1. Sim, eu sei que o OE para 2023 assenta num cenário circunstancial complexo, onde as incertezas dominam. Mas a estagnação que representa relativamente à despesa já consolidada de 2022, tomando por boa a justificação que a redução nominal de 569,1 milhões de euros se deve a transferências para os municípios, tem um inequívoco significado político, qual seja o de não haver um só euro para financiar os problemas mais prementes. Com efeito, com este orçamento é indesmentível que: os professores perderão poder de compra; os professores do continente continuarão à espera de serem ressarcidos do tempo de serviço sonegado (enquanto os colegas da Madeira e dos Açores já o recuperaram); os professores dos quadros continuarão à espera da abolição das iníquas quotas para progressão na carreira; os professores contratados continuarão vítimas da precariedade; o país continuará a ver crescer o número de alunos sem todos os professores (40 mil, um mês depois do início deste ano lectivo), porque este OE é vazio de incentivos à colocação de docentes nas zonas críticas e à atracção dos jovens para a profissão. Em contraponto, são abundantes os sinais de que se continuará a torrar dinheiro com programas de desmaterialização e digitalização, que alimentam o polvo das plataformas informáticas, corroendo, inutilmente, tempo e miolos de quantos trabalham nas escolas.
2. A Portaria n.º 723/2022 autoriza que se torrem 408.906,80€ na contratação de 7.496 juntas médicas, para fiscalizar os professores que pediram mobilidade por doença. Trata-se de uma tarefa impossível, segundo o vice-presidente da Federação Nacional dos Médicos, que tem por único objetivo lançar lama sobre médicos e professores. Mas, para além disso, o controlo previsto na lei só faria sentido se fosse antes dos processos apreciados. É inútil relativamente aos 4.268 docentes que lograram a mobilidade e é inútil relativamente aos 2.876 que ficaram de fora. Sem falar da total falta de seriedade que a manobra deixa antever e do historial de fraude e falsificação, que aqui denunciei, quando estas juntas já existiram no passado, no direito administrativo isto tem um nome: superveniência da inutilidade do acto.
Ainda a propósito deste processo grotesco, relembro que João Costa disse haver, por semana, mil baixas por doença, apresentadas por professores. Manhosamente, não as reduziu a termos percentuais. Se o tivesse feito, teria falado de 0,76% dos professores. Ora, há dias, o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público revelou que quase um quarto dos magistrados, mais precisamente 23,1%, não está ao serviço. De entre as causas destacam-se as baixas médicas, que se cifram em 37,3% daquele número global. Será que o ministro da Educação vai sugerir à colega da Justiça que contrate juntas médicas para fiscalizar os magistrados?
3. Igualmente exemplo duma gestão desumanizada de pessoas é a situação dos técnicos superiores do Ministério da Educação (psicólogos, assistentes sociais e terapeutas ocupacionais, entre outros) que, após anos de precariedade, conseguiram um vínculo através do programa PREVPAP. A efectivação em análise foi obtida em 2020, no agrupamento ou na escola onde exerceram funções em 2017, aquando da candidatura ao referido programa. Sucede que muitos destes técnicos ficaram colocados a centenas de quilómetros da sua residência, por isso impedidos de conciliar a vida familiar com a vida laboral e prestar apoio e cuidados a terceiros dependentes (filhos menores e ascendentes doentes), para além de confrontados com a duplicação das despesas de alojamento.
Dir-se-á, e é verdade, que o vínculo assentou num acto volitivo e livre do interessado. Mas não menos verdade é que existem pedidos de mobilidade, consignada na lei, por parte de agrupamentos ou escolas não agrupadas, com necessidades prementes e inquestionáveis, que conciliariam os interesses das instituições e dos técnicos, com os inerentes ganhos de ambas as partes, que estão a ser indeferidos pela Direção-Geral da Administração Escolar, sem critério outro que não seja a gestão irracional dos recursos humanos em apreço.

In “Público” de 26.10.22

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