Não tenho costume de comentar opiniões, sejam elas de que forem, mas tenho que referir que esta opinião sofre de uma certa falta de visão. Não vejo onde estará o mal em reunir com os sindicatos trimestralmente, pode até ser um passo importante se for feito de forma séria. É a democracia participativa a funcionar. Sei que isso assusta muita gente, esperemos que não assuste o Tiago cedo de mais. Em relação a outros pontos focados em baixo continuo expectante pelo resultado final, ainda não sei no que isto vai dar, ou melhor, ainda não vi…
Mário Nogueira e companhia vão avaliar o ministro da Educação de três em três meses. A geringonça pode ser uma desgraça para o país, mas ninguém lhe tira o mérito de pôr os portugueses a rir às gargalhadas. Bem haja
São de facto tempos novos. Bons ou maus, depende das opiniões. Mas há um elogio que se deve fazer aos rapazes e raparigas da geringonça que governa este país. São tão engraçadinhos e engraçadinhas que fazem rir o mais sisudo cidadão. E neste aspeto, o Presidente da República, que anda a dar afetos pelo país, tem toda a razão.
O ambiente de austeridade e crispação dos últimos quatro anos está a dissipar-se rapidamente para dar lugar à risada salutar de quem já não se importa muito com o presente e deixou há muito de pensar no futuro. Há muitas anedotas no parlamento, no governo e na administração pública.
E, como não podia deixar de ser, as anedotas fazem questão de aparecer muitas vezes em público para mostrar ao povo os seus números de humor. O caso mais evidente, para já, foi escolhido pelo sempre sorridente António Costa para tomar conta da Educação. E o jovem cientista do Minho não se fez rogado ao desafio e começou com o pé esquerdo as suas funções na 5 de Outubro.
Engoliu sem água o fim dos exames do 4.o ano decretado pela esquerda antes de ser ministro e completou o brilhante trabalho com o fim dos restantes exames no secundário. Falou vagamente em provas de aferição já este ano que rapidamente passaram a facultativas depois de uma intervenção salvadora do senhor Presidente da República. O jovem cientista feito ministro dissertou então sobre a matéria do alto da sua ignorância: “É importante não treinar para os exames e isso é altamente pernicioso e até nocivo.
O que estava a acontecer é que a escola se estava moldar ao processo de exames. Isso é altamente pernicioso e é algo que não queremos fazer.” Depois destas tiradas hilariantes e talvez aconselhado a descansar pelo seu padrinho Costa, o jovem cientista do Minho andava fora dos radares, com tantos planos de estabilidade, documentos secretos e grandes reformas nacionais, quando subitamente decidiu dar sinais de vida com um hilariante e espetacular anúncio: “Os sindicatos pediram e Tiago Brandão Rodrigues aceitou.
A partir de agora, o Ministério da Educação e sindicatos dos professores vão reunir trimestralmente para avaliação das políticas em curso e debate sobre medidas a tomar. Ou seja, a cada três meses, as organizações que representam os professores vão ter a oportunidade de avaliar o trabalho do ministério. Para a tutela, trata-se do valorizar o diálogo próximo e regular com os seus parceiros.”
Para a geringonça, os alunos não devem ser avaliados para evitar ansiedades perniciosas, os professores não devem ser avaliados porque isso não se faz aos membros dos sindicatos de Mário Nogueira e companhia, as escolas não devem ser avaliadas porque isso não se faz à escola pública, mas o ministro da Educação deve ser avaliado pelos sindicalistas. O anúncio não dá muitos pormenores sobre o modelo de avaliação, se mete prova escrita e oral, e muito menos adianta quais serão os castigos a aplicar ao ministro em caso de avaliação negativa.
O avaliador Nogueira fez caixinha sobre a matéria, mas é sempre possível imaginar Tiago Brandão Rodrigues a levar umas boas reguadas, umas palmadas bem dadas, ou a ser obrigado a levar orelhas de burro para as reuniões do Conselho de Ministros. E Mário Nogueira, que não é pera doce e vem de uma escola em que a autoridade e a obediência cega não são palavras vãs, já lançou um primeiro aviso ao jovem cientista do Minho. Na abertura do congresso de professores, o homem forte da 5 de Outubro puxou da régua em jeito de ameaça: “O ministro da Educação parece hesitante no caminho, talvez apertado pelos comentários da direita e condicionado pelo ex–ministro (de Cavaco, claro) que agora preside ao Conselho Nacional de Educação. Do atual Conselho Nacional de Educação sopram grãos de areia para a engrenagem da mudança.”
É isso, Tiago Brandão Rodrigues. Ou expulsa rapidamente David Justino ou vai mesmo passar pela vergonha de andar com orelhas de burro. Com a Fenprof não se brinca.
3 comentários
…vão brincar às caçadinhas lá para Cerva!
Quem escreve isto… “completou o brilhante trabalho com o fim dos restantes exames no secundário” obviamente não sabe do que está a falar.
Além de malcriado e preconceituoso, é ignorante.
Presumo que a verdade dói, a única possibilidade de defesa é atribuir epítetos que mintam e empurrar c’o bigodes como defesa. Não me parece correcto um dito professor não considerar que a democracia que apregoa não se compadeça com o aventar de opiniões não comandadas.