Sobre a opinião de Quiroz e Melo apenas sou capaz de concordar no aspecto de uma redução na diferença entre o índice de entrada na carreira e o da saída. Já o referi em tempos e não vale a pena relembra-lo nesta altura.
Discordo por completo na proposta de uma Mega-Gestão à semelhança do que acontece no grupo GPS. Percebe-se facilmente porquê.
Esteve bem o Paulo Guinote.
Debater a refundação do Estado na ‘clandestinidade’
Com quase uma hora de atraso, o painel destinado a debater a Educação ainda teve de enfrentar as dificuldades técnicas de som e de projecção de dados estatísticos que deviam servir de enquadramento à conversa, mas que foram rapidamente desmentidos pelo professor e autor do blogue A Educação do Meu Umbigo, Paulo Guinote. “Acho curioso que nestes dados se diga que há 21 professores por mil habitantes, porque isso significava que haveria 210 mil docentes. Será que ninguém questiona isso?”, perguntou Guinote, que acabou por ter resposta da organização, que explicou que os dados actualizados serão depois disponibilizados no site desta iniciativa.
Mesmo assim, o secretário de Estado Carlos Moedas – que abriu a conferência – não se livrou de ouvir Paulo Guinote dizer que “o relatório do FMI que é quase como o Voldemort dos livros de Harry Potter e não poder ser citado. Mas o relatório existe e está mal feito” e também “contém dados desactualizados”. “O que está ali não é a realidade. Já foi”, sublinhou apontando a melhoria de desempenho que os alunos portugueses têm vindo a demonstrar em testes internacionais.
Já Fernando Adão da Fonseca (do Fórum Liberdade e Educação) e Rodrigo Queiroz e Melo – da associação de escolas do ensino privado e cooperativo – vieram ao debate pedir mais liberdade na escolha das escolas e autonomia nos projectos pedagógicos.
Adão e Silva criticou mesmo o que diz ser “um sistema de planeamento central da Educação soviético”. E Queiroz e Melo defendeu a criação de unidades de gestão maiores, “como mega e tera-agrupamentos” e unidades pedagógica mais pequenas e flexíveis.
“É preciso uma melhor alocação dos recursos”, sustentou Rodrigo Queiroz e Melo que identifica como uma das prioridades “horizontalizar a carreira” dos docentes, fazendo com que os vencimentos iniciais sejam mais altos e os de fim de carreira mais baixos, para facilitar a gestão financeira das escolas.
3 comentários
Das propostas anunciadas, apenas concordo com uma: a horizontalidade da carreira.
Concordo, na lógica de que para tarefas iguais devem existir salários iguais. A haver diferenciação salarial com base na antiguidade, esta deve ser bem menos do que a que existe actualmente. É tudo uma questão de justiça.
Proposta para salário líquido:
– até 10 anos de serviço: 1400 euros
– entre 10 e 20 anos de serviço: 1450 euros
– entre 20 e 30 anos de serviço 1500 euros
– mais de 30 anos de serviço 1550 euros
– acrescentos salariais por cargos desempenhados (de direcção e outros)
2500 a 2600 euros no topo de carreira poderá ser razoável e até aceitável, agora a tabela deste Pedro é no minimo acintosa.Os trolhas antigamente ganhavam mais.
horizontalidade de carreira… pois sim… tenho 24 anos de ensino e não ganhava, nem irei ganhar, o que refere o 1.º comentário…
o que se verifica é que há uma arbitrariedade e discrepâncias no posicionamento de carreiras resultante da legislação avulsa e falta de controle…
dois anos de serviço efetivo de diferença pode dar a um diferencial de oito anos por exemplo no que se refere a posicionamento em escalões…