Questiono, como é possivel enviar para as escolas com contrato de associação os docentes de quadro excedentários, quando as mesmas estão a “despachar” os próprios docentes que têm no quadro? Não referi despedir, porque a palavra não é a mais correta…
Esta medida só será aplicada se o governo contrariar fortemente a vontade dos “senhores da educação”… e, pelos ventos que correm pelo MEC, não me parece que confrontem esses barões. Todavia, se a contrapartida para a manutenção e aumento dos contratos de associação for essa, talvez arranque… À laia de ironia, até que seria um bom “exercício teórico” ver de que forma a ida de docentes dos quadros do MEC para estas escolas poderia contrariar o clima de submissão ao medo que por lá se instalou e “fazer tremer” os seus déspotas… Agora mais a sério, prevejo que o MEC opte, em vez disso, por se ver livre dos “mais caros” antes de concessionar estabelecimentos agora públicos a privados pois estes quererão liberdade para escolher “mais barato” e sem vínculo…herdar docentes em topo de carreira e menos temerosos face à sua estabilidade profissional atrapalharia a “vidinha” nos seus feudos…
Maria Isabel Pinheiro on 11 de Janeiro de 2013 at 19:54
Colega Alex, concordo…também na maioria das escolas com contrato de associação existem nos seus quadros docentes em topo de carreira. Neste momento em algumas dessas escolas, são esses que estão a sofrer pressão psicológica para “abandonarem” o seu posto de trabalho, ao fim de 20 anos de trabalho ou mais ao serviço das mesmas. Esses docentes também vão ser lançados para situações de precaridade, apesar de terem direitos e os conhecerem bem…tal como diz, não sei se os “privados” querem docentes em topo de carreira, pois esses já eles lá têm e estão a tentar que saiam sem levarem nada.
quem foi o iluminado que colocou um professor na carreira com 16 a 18 horas letivas, com 5 a 6 turmas e com 150 alunos a 180 alunos, não está mais longe da realidade, quero informar que sou professora do quadro com 32 anos efetivos de serviço, este ano letivo, tenho 14 turmas com 30 alunos, leciono, 4 turmas do 5º ano, 2 turmas do 6º ano, 4 turma do 7º ano e 4 turmas do 8º ano, (total 420 alunos) 8 alunos do ensino especial, 2 deles com sindrome de autismo, que frequentam a minha disciplina com os restantes alunos da turma,(não tenho professor da educaçao especial por falta de verba), no final dos periodos tenho 25 conselhos de turma, uma vez que os conselhos de turma dos alunos do ensino especial são feitos individualmente. As tais horas de reduçao que mencionam em cima, sao preenchidas com atelies com os alunos.
Dá-me a sensaçao que muitas vezes as pessoas não tem conhecimento da realidade, já tentaram saber quantos horas são passadas na escola com burocracias, reunioes, projetos educativos, regulamento interno, avaliaçao interna, etc. E quando chegamos a casa ainda temos a nossa familia e muitas vezes trabalhos para fazer para o dia seguinte?
A colega tenha calma, não se esqueça que esta a falar com colegas que sabem perfeitamente o que se passa (verdadeiramente) nas Escolas…
Dá para perceber pela sua carga horária/nº de Turmas que é de um grupo com baixa carga horária semanal, se pensar nas disciplinas com 5/6 tempos semanais um Docente com redução máxima fica com 3 Turmas e se até forem do ES provavelmente nem 90 alunos tem…. É óbvio que se for de uma disciplina com 1 tempo semanal o caso é radicalmente oposto…
A colega tem noção que nem todas as Escolas são iguais, na minha por exemplo os conselhos de turma são únicos com e sem alunos NEE e na minha Escola não tenho noção da existência de aproveitamento das horas de redução para qualquer projecto em especial…
A colega tem razão. Eu tenho 22 anos efectivos de serviço e não tenho qualquer redução. Tenho 8 turmas, 4 níveis e 24 horas lectivas fora todas as outras horas na escola para reuniões de ciclo, etc., etc.
A auscultação da opinião pública, que se manifesta das mais variadas formas (artigos de jornal, noticiários televisivos, programas de informação) sempre foi um bom indicador para aferir tendências sobre determinado tema e para fazer previsões sobre aquilo que poderá vir a acontecer no futuro. Ele é utilizado nos meios político, militar e empresarial.
Desde que foi revelado o relatório do FMI, ainda não ouvi uma única voz levantar-se contra a proposta de redução de 50 000 professores no sistema público de ensino. Levantar-se de forma esclarecida e esclarecedora, informando da importância da função docente; do trabalho dos professores; do quanto trabalham, como trabalham e onde trabalham; da razão da existência dos atuais e não de menos. As reações dessa opinião pública são todas, ou quase todas, favoráveis a essa redução.
Foi essa a imagem que os professores transmitiram durante décadas?
Mais de um ano passou sobre o início do ataque à escola pública, aos professores e, naquela que deveria ser a primeira análise, aos alunos. Nos últimos dias, as reações nas salas de professores continuam a ser as mesmas de sempre: não se passa nada e, se vier a acontecer, será aos outros.
Não tenho qualquer dúvida que aquela será uma das medidas a implementar por este Governo, sem qualquer oposição.
A melhor arma do Governo contra os professores, são os próprios professores.
Desde à muitos anos que têm existido por parte do MEC uma campanha de desinformação relativamente aos professores, para a sociedade em geral os professores são um grupo de privilegiados com 3 meses de férias que vão para as aulas ler de um livro ou mandar as criancinhas ler do livro ou fazer exercícios….
Infelizmente os sindicatos também não ajudam muito, muitas vezes fazem guerras para no fim não ganharem nada e muitas vezes nem sequer se preocupam com o que realmente é importante…
Se a isto ainda juntarmos o fosso existente dentro da nossa própria classe….
A única coisa boa que este relatório pode ter trazido é que nos veio dar uma oportunidade de todos nos juntarmos e lutarmos juntos, por que como isto se avizinha todos vamos ficar a perder, todos….
9 comentários
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Questiono, como é possivel enviar para as escolas com contrato de associação os docentes de quadro excedentários, quando as mesmas estão a “despachar” os próprios docentes que têm no quadro? Não referi despedir, porque a palavra não é a mais correta…
Esta medida só será aplicada se o governo contrariar fortemente a vontade dos “senhores da educação”… e, pelos ventos que correm pelo MEC, não me parece que confrontem esses barões. Todavia, se a contrapartida para a manutenção e aumento dos contratos de associação for essa, talvez arranque… À laia de ironia, até que seria um bom “exercício teórico” ver de que forma a ida de docentes dos quadros do MEC para estas escolas poderia contrariar o clima de submissão ao medo que por lá se instalou e “fazer tremer” os seus déspotas… Agora mais a sério, prevejo que o MEC opte, em vez disso, por se ver livre dos “mais caros” antes de concessionar estabelecimentos agora públicos a privados pois estes quererão liberdade para escolher “mais barato” e sem vínculo…herdar docentes em topo de carreira e menos temerosos face à sua estabilidade profissional atrapalharia a “vidinha” nos seus feudos…
Colega Alex, concordo…também na maioria das escolas com contrato de associação existem nos seus quadros docentes em topo de carreira. Neste momento em algumas dessas escolas, são esses que estão a sofrer pressão psicológica para “abandonarem” o seu posto de trabalho, ao fim de 20 anos de trabalho ou mais ao serviço das mesmas. Esses docentes também vão ser lançados para situações de precaridade, apesar de terem direitos e os conhecerem bem…tal como diz, não sei se os “privados” querem docentes em topo de carreira, pois esses já eles lá têm e estão a tentar que saiam sem levarem nada.
quem foi o iluminado que colocou um professor na carreira com 16 a 18 horas letivas, com 5 a 6 turmas e com 150 alunos a 180 alunos, não está mais longe da realidade, quero informar que sou professora do quadro com 32 anos efetivos de serviço, este ano letivo, tenho 14 turmas com 30 alunos, leciono, 4 turmas do 5º ano, 2 turmas do 6º ano, 4 turma do 7º ano e 4 turmas do 8º ano, (total 420 alunos) 8 alunos do ensino especial, 2 deles com sindrome de autismo, que frequentam a minha disciplina com os restantes alunos da turma,(não tenho professor da educaçao especial por falta de verba), no final dos periodos tenho 25 conselhos de turma, uma vez que os conselhos de turma dos alunos do ensino especial são feitos individualmente. As tais horas de reduçao que mencionam em cima, sao preenchidas com atelies com os alunos.
Dá-me a sensaçao que muitas vezes as pessoas não tem conhecimento da realidade, já tentaram saber quantos horas são passadas na escola com burocracias, reunioes, projetos educativos, regulamento interno, avaliaçao interna, etc. E quando chegamos a casa ainda temos a nossa familia e muitas vezes trabalhos para fazer para o dia seguinte?
A colega tenha calma, não se esqueça que esta a falar com colegas que sabem perfeitamente o que se passa (verdadeiramente) nas Escolas…
Dá para perceber pela sua carga horária/nº de Turmas que é de um grupo com baixa carga horária semanal, se pensar nas disciplinas com 5/6 tempos semanais um Docente com redução máxima fica com 3 Turmas e se até forem do ES provavelmente nem 90 alunos tem…. É óbvio que se for de uma disciplina com 1 tempo semanal o caso é radicalmente oposto…
A colega tem noção que nem todas as Escolas são iguais, na minha por exemplo os conselhos de turma são únicos com e sem alunos NEE e na minha Escola não tenho noção da existência de aproveitamento das horas de redução para qualquer projecto em especial…
A colega tem razão. Eu tenho 22 anos efectivos de serviço e não tenho qualquer redução. Tenho 8 turmas, 4 níveis e 24 horas lectivas fora todas as outras horas na escola para reuniões de ciclo, etc., etc.
Volto a dizer, há casos e casos, o colega até têm horas extras…
Que há por ai muito bom professor com a redução máxima lá que há há…
A auscultação da opinião pública, que se manifesta das mais variadas formas (artigos de jornal, noticiários televisivos, programas de informação) sempre foi um bom indicador para aferir tendências sobre determinado tema e para fazer previsões sobre aquilo que poderá vir a acontecer no futuro. Ele é utilizado nos meios político, militar e empresarial.
Desde que foi revelado o relatório do FMI, ainda não ouvi uma única voz levantar-se contra a proposta de redução de 50 000 professores no sistema público de ensino. Levantar-se de forma esclarecida e esclarecedora, informando da importância da função docente; do trabalho dos professores; do quanto trabalham, como trabalham e onde trabalham; da razão da existência dos atuais e não de menos. As reações dessa opinião pública são todas, ou quase todas, favoráveis a essa redução.
Foi essa a imagem que os professores transmitiram durante décadas?
Mais de um ano passou sobre o início do ataque à escola pública, aos professores e, naquela que deveria ser a primeira análise, aos alunos. Nos últimos dias, as reações nas salas de professores continuam a ser as mesmas de sempre: não se passa nada e, se vier a acontecer, será aos outros.
Não tenho qualquer dúvida que aquela será uma das medidas a implementar por este Governo, sem qualquer oposição.
A melhor arma do Governo contra os professores, são os próprios professores.
Desde à muitos anos que têm existido por parte do MEC uma campanha de desinformação relativamente aos professores, para a sociedade em geral os professores são um grupo de privilegiados com 3 meses de férias que vão para as aulas ler de um livro ou mandar as criancinhas ler do livro ou fazer exercícios….
Infelizmente os sindicatos também não ajudam muito, muitas vezes fazem guerras para no fim não ganharem nada e muitas vezes nem sequer se preocupam com o que realmente é importante…
Se a isto ainda juntarmos o fosso existente dentro da nossa própria classe….
A única coisa boa que este relatório pode ter trazido é que nos veio dar uma oportunidade de todos nos juntarmos e lutarmos juntos, por que como isto se avizinha todos vamos ficar a perder, todos….