Luís Marques Mendes anunciou agora no seu programa na SIC que até final do ano letivo haverá uma solução para o Pessoal Não Docente das Escolas.
Aguardemos para ver.
Nov 24 2024
Luís Marques Mendes anunciou agora no seu programa na SIC que até final do ano letivo haverá uma solução para o Pessoal Não Docente das Escolas.
Aguardemos para ver.
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Nov 24 2024
Na verdade, pode não ser nenhum deles.
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Nov 24 2024
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Nov 24 2024
Fiz uma lista das profissões mais precárias em Portugal e comecei pelos trabalhadores do sector agrícola, da produção primária ensinada na Escola Primária e aqui estão eles, os trabalhadores da apanha da fruta dependentes das estações e da vontade política a escassear nos dias de hoje nas fronteiras e, no entanto, cá em casa ninguém quer trabalhar, não nestas condições laborais, as quais rimam com condições salariais.
Seguem-se os trabalhadores da restauração e hotelaria, os cozinheiros, ajudantes de cozinha, os empregados de mesa e de bar cujos contractos temporários, quando os têm, são sempre baixos face à carga horária.
Carga horária essa concomitantemente elevada quando se trabalha em telemarketing e onde as metas a atingir entre 100 contractos por dia para a operadora, por exemplo, entram na lista das anedotas e o melhor é rir quando se está a prazo.
Os estafetas e os trabalhadores de transporte em veículos descaracterizados não têm menos razões de queixa na ausência de contractos estáveis e direitos laborais e o famoso futuro liberal do empreendedorismo e da liberdade de sermos quem quisermos não é senão uma grande patranha e o país a soldo.
Os trabalhadores do sector das limpezas domésticas, industriais e públicas são os próximos na lista e as razões estão à vista de todos nos baixos salários e nos contractos temporários (se os tiverem).
E depois temos os profissionais das artes e da cultura entre actores, músicos e pessoal técnico sem contracto fixo, com trabalho ocasional e sem apoios sociais.
Sem esquecer os pedreiros, os serventes, os operadores de caixa, repositores, assistentes de loja e os auxiliares em lares onde os primeiros estão sujeitos aos riscos da construção civil e todos sujeitos a contractos temporários (e mais uma vez repito quando os mesmos existem), elevada carga horária e baixa remuneração.
Por fim, para não começar pelo princípio, temos os profissionais do ensino, os professores, os licenciados e o meu primo foi colocado em Quadro de Zona Pedagógica a semana passada e nem imaginam o alarido nesta família, até porque o meu primo tem 48 anos e anda nesta vida há 26 entre contratações anuais, substituições de parturientes, anos transactos sem trabalhar fruto de erros da secretaria na devida graduação (e não obstante a intervenção do sindicato a culpa a morrer solteira), mais contractos anuais incapazes de pagar o quarto e as deslocações e portanto valham-nos os pais a pagar para um filho poder trabalhar e talvez te caiam algumas migalhas, talvez tenhas sorte e esta é a nossa cruz, esta é a via-sacra, esta é a esperança e a esperança é a última a morrer.
A esperança e não os pais, entenda-se, pois na ausência dos pais não há quem acuda ao meu primo e um professor, já se sabe, só sabe ensinar.
E na sua precariedade e instabilidade a precariedade e instabilidade de um país e por aqui se entendem as décadas de desinvestimento no ensino público quando o intuito é a subjugação de uma população ignara e qual o professor com vontade de ensinar, de partilhar, de aprender na míngua salarial, sem carreira nem muito menos certeza de um trabalho em Setembro ou qual a escola e a falta de memória do último Verão em paz é proporcional ao número de cabelos brancos, quando os há.
E se o alarido cá em casa foi muito (ainda me atiraram à cara o porquê de não ser como o meu primo e a resposta neste texto) a ansiedade estival será, hoje e sempre, uma constante.
Uma coisa é certa: na ausência de uma catástrofe, a subsistência está garantida e ao fim de 26 anos os meus tios já podem usufruir da reforma em paz.
Nós não podemos dizer o mesmo.
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Nov 24 2024
A retórica que se tem vindo a ler e ouvir nos meios de comunicação não tem base para as afirmações que têm sido feitas.
Pessoalmente ponho em causa qualquer número que venha a público sobre este assunto porque não tenho dados para poder falar sobre o assunto e demonstrar tacitamente que estão corretos ou errados.
Em primeiro lugar, parece-me que o MECI e a oposição estão a falar de assuntos diferentes, acompanhados por sindicatos a quem interessa o discurso da inevitabilidade da desgraça.
A única entidade que tem esses números será a DGAE e por consequência o MECI. Todos os outros que opinam sobre o assunto, fazem-no com base nas opiniões pessoais e politicas que têm.
Com a aplicação das medidas previstas do DL 51/2024 de 28 de agosto, não duvido que o número de alunos sem aulas, a uma ou mais disciplinas, desde o início do ano letivo não seja o mesmo que existiria sem a sua aplicação. Mas os dados concretos são inseridos na plataforma SIGRHE pelos Diretores do AE e ENA e só a DGAE pode analisar tais dados.
O discurso que tem vindo a ser repetido, de que o MECI e o Primeiro Ministro estão a faltar à verdade, só pode ser desmentido com base nesses dados. Por isso poderiam, muito bem, tornar públicos esses dados e explicá-los dividindo os números por medida aplicada.
Por exemplo, lembrem-se que podem ser atribuídas horas extraordinárias provisoriamente a professores existentes, mas o horário continuar a ser pedido na plataforma SIGRHE, o que leva a que se tire uma conclusão errada. Tal informação foi da da aos diretores escolares da seguinte forma e de acordo com o artigo 9.º do D.L. 51/2024:
Situação transitória:
– Nunca deixar de procurar solução definitiva: a necessidade mantem-se pelo que o horário deve continuar a ser pedido;
– Ao pedir horário no SIGRHE deve ser indicado no local próprio que os alunos estão com atividades.
Um caso prático exemplificado nas sessões de esclarecimento a que os diretores assistiram:
– Horário foi a RR e ficou no estado Não Usado;
– Passou a CE e não apareceu nenhum candidato ou os que se candidataram não tinham habilitação profissional para a docência ou habilitação própria;
– Não há solução interna no âmbito das medidas previstas no Decreto-Lei n.º 51/2024, de 28 de agosto.
O Diretor pode adotar dois procedimentos:
a) Mantem o horário a concurso uma vez que a solução preconizada no artigo 9.º vigora pelo tempo estritamente necessário à satisfação da necessidade que se visa colmatar;
b) Lança um horário a concurso para CE TE ou formação científica adequada nas áreas disciplinares de outros grupos de recrutamento.
Resumindo a coisa, bastava ao “pessoal” que anda a dramatizar que tivessem lido o Guião de Apoio ao OAL 2024/25 e assistido a umas quantas sessões de esclarecimento sobre a aplicação das medidas constantes no D.L. 51/2024 para estarem calados e deixarem de dar trabalho aos jornalistas que acham piada à coisa.
Com isto não estou a dizer que os números do MECI estão corretos, estou apenas a dar-lhe o beneficio da dúvida até, se alguma vez acontecer, disponibilizarem os números e da forma como referi acima.
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Nov 24 2024
No dia em que se comemora o Dia Nacional do Trabalhador Não Docente, a CNN Portugal foi conhecer histórias de quem se diz muitas vezes “esquecido” no sistema educativo. Têm um patrão, trabalham para outro e lamentam que nenhum deles se preocupe com a sua situação
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