UM GRITO QUE TEM DE CHEGAR AO MINISTRO DA EDUCAÇÃO. – António Galopim de Carvalho

O meu computador está, como eu, velho e de quando em vez vai-se abaixo e é preciso que alguém, conhecedor desta “arte”, através do AnyDesk, o venha repor ao serviço.

UM GRITO QUE TEM DE CHEGAR AO MINISTRO DA EDUCAÇÃO.

Não resisto a transcrever um comentário de uma anónima ao meu post “Ainda a degradação do ensino”, publicado no blogue “De Rerum Natura”, há, precisamente 6 anos. E nada, desgraçadamente, nada mudou.

«Há, de facto, um esgotamento emocional nos professores.
Já pouco importa. Quem ergue muros, que os salte!
A única coisa de que me arrependo verdadeiramente na vida foi ter escolhido ser professora. Escolha infeliz.
Não é um lamento. Antes uma sensação de perda do meu precioso tempo que poderia ter sido gasto a fazer um trabalho mais fácil, mais bem remunerado e mais reconhecido, estudando menos.
Não valeu a pena. Um íssimo cansaço e uma desmotivação descendente e estranhamente inexpressiva.
Que se lixe!»

O grito de desespero e frustração desta anónima espelha o sentir de um grande número de professores. E eu sou testemunha desse sentir porque sempre convivi de perto com eles no sem número de vezes que fui (e continuo a ir) às suas escolas em múltiplas acções de apoio científico e pedagógico.

Este grito tem de chegar aos ouvidos do Ministro da Educação.

Que alguém de entre os milhares de leitores desta minha página, possa dar-lho a conhecer.

Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2024/07/um-grito-que-tem-de-chegar-ao-ministro-da-educacao-antonio-galopim-de-carvalho/

4 comentários

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  1. Faço minhas as palavras da anónima.
    Sinto a minha vida destruída por uma escolha infeliz, cujo preço nem nos meus piores pesadelos pensei que iria pagar. Somando isto a outros infelizes acontecimentos pessoais, nada restou de tanto investimento feito por mim e pela minha família que até do meu apoio se vê privada.
    A tudo o que já conhecemos soma-se, ano após ano, o crescente número de alunos com cadastro e penas suspensas dentro das salas e de que ninguém fala, protegidos pelo sigilo e a ter segundas e tantas oportunidades à custa daqueles que cumprem as regras e cujos pais nem sonham que vivem fechados em recintos com outros menores cadastrados que têm segundas, terceiras e tantas mais oportunidades à custa da sanidade e bem estar de outras crianças.
    Depois de sacrificarem cegamente adultos, sacrificam impunemente crianças e jovens também, despejando na escola pública alunos que para verdadeiramente serem ajudados e serem um dia socialmente produtivos precisam de outro tipo de recursos e apoios que a escola pública não tem e não de regressar para mais uma oportunidade como se nada fosse, reincidindo nas agressões e crimes na maior impunidade, pois os pais nem sonham que se fizessem queixa crime iriam ter grandes surpresas.
    Além de tudo o que nos fazem, e que todos bem sabemos, ainda temos de assistir a esta enormidade, presos ao sigilo.
    É uma sociedade podre e narcisista cujo produto está à vista de todos.
    Como ela disse e bem, que se lixe, iremos todos pagar o preço com o passar dos anos.

    • Luís Miguel Cravo on 8 de Julho de 2024 at 14:31
    • Responder

    Caríssimo, nunca precisei (era só o que faltava!) de sigilo ou anonimato. Neste blog, como em outras caixas de comentários de blogs, grupos, media e quezandos. Mas compreendo quem sente que tem de se sentir bem assim. São 300 anos de Inquisição e 50 de ditadura. O medo é genético. O “grito” das minhas colegas (abandonei a profissão vai fazer um ano em Outubro!) é legítimo. A escola não é para quem ama a profissão….. É uma espécie de enorme centro recreativo onde o professor é um animador social. Foi nisto que o professor se tornou ao a batuta de direções que nem sequer são democraticamente eleitas. Aos 52 anos, ainda longe de uma reforma decente, decidi pedir exoneração de quadro. Mudei radicalmente de vida. Chorei muito, sem que os que os me apontaram o dedo soubessem. A sala de aula é o meu palco. Fui talhado, como a minha mãe sempre me disse, para “mestre escola” e, a minha herança, são gerações de alunos que, elemento comum a todos, referem a marca que lhes deixei bem cravada. Foram quase 30 anos. Sei que vou voltarlu à sala de aula, um dia, como o fumador que volta a saborear o seu cigarro mas, com o mínimo de ligação aos meus colegas animadores sociais e que estão num panteísmo sensual com o digital, não percebendo que já não existem. Eu existirei sempre, como sempre existi, mas sem colaborar com o que destruiu a escola, lugar de transmissão de conhecimento. Devia averiguar – se, caro Galopim, por que tantos como eu, bateram com a porta…….

      • Fernando on 9 de Julho de 2024 at 16:56
      • Responder

      Olá! E eu só não bati ainda porque não encontro mais nada que me permita viver sem me tornar indigente. A enorme sociedade recreativa em que as escolas se criaram, a suposta simplificação, porque tudo é desburocratizado, entenda-se informatizado, mas há dezenas de plataformas, a prevalência do amiguismo, do compadrio e da parcialidade tornaram as escolas um pesadelo.

      Depois de 8 anos em Lisboa, decidi sair daqui, porque já não aguentava isto, apesar de ter casa e o luxo de ir a pé para a escola. Ficarei mais longe, mas na esperança de que haja mais solidariedade entre colegas e que a palhaçada seja menor.

      Aquilo que era a especificidade do professor, o seu saber científico e pedagógico, deu lugar a projetos balofos, em que muitos se digladiam para ficar bem na fotografia e, ao mesmo tempo, também as escolas e quem as dirige e que, em muitos casos, pareceu esquecer-se do que é ser professor.

      Tenho 48 anos. Cedo para me reformar, mas talvez velho para mudar de vida.

    • Petição pública on 8 de Julho de 2024 at 17:36
    • Responder

    Ponham a Ma.de Lurdes Rodrigues em tribunal.
    Essa criminosa.
    Foi ela que deu cabo da escola pública em 2006 e deu cabo da saúde mental dos professores desde aí.
    Não se queixem só.
    Façam uma petição pública.
    E uma ação cá e também no tribunal europeu dos direitos humanos.
    Nao são só os nazis que foram/ vão a tribunal.
    Os criminosos também.
    Ela é uma criminosa social. Pra mais socióloga! Ao que isto chegou!

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