“Nunca foi azar, sempre foi incompetência”…

 

Está instalado o caos, a entropia, a “desordem do sistema” nas plataformas digitais a cargo do Ministério da Educação…

Imagina-se que, por certo, existirão nas estruturas do Ministério da Educação, muitos putativos “Coordenadores do Caos”, que terão como principal função gerir e manter em pleno funcionamento as ditas plataformas digitais…

Quantos milhares de euros serão gastos anualmente na suposta gestão e manutenção dessas plataformas?

Portal das Matrículas frequentemente “em baixo” e resultados dos Concursos de Professores que nunca mais saem são dois constrangimentos impossíveis de ignorar no momento presente, plausivelmente por inoperância ou falência do respectivo suporte digital…

E, não, “nunca foi azar, sempre foi incompetência” (frase roubada da internet, de autor desconhecido) porque se fosse obra do acaso o mais certo seria que o colapso não se repetisse, ano após ano…

Incompetência que se repete há vários anos, sem que, aparentemente, algum “Coordenador do Caos” tenha sido responsabilizado pelo caos, pela entropia e pela desordem, observados recorrentemente…

Imagine-se, por hipótese, o que sucederia se uma qualquer escola demorasse muito mais tempo do que o previsto para comunicar as classificações dos Alunos no final do Ano Lectivo, de um Trimestre ou de um Semestre, prolongando sucessivamente o prazo da respectiva publicação…

Imagine-se que alguém, numa qualquer escola, quiçá poeticamente inspirado em Fernando Pessoa, adoptava para si o lema:

Ai que prazer

Não cumprir um dever”…

Havia de ser bonito, havia…

Os maus exemplos repetem-se, ano após ano, e tendem sempre a “vir de cima”, passando incólumes, sem qualquer consequência visível para os eventuais incumpridores…

Os erros repetem-se, ano após ano, sem que se vislumbrem soluções para o problema do colapso das plataformas digitais dependentes da administração do Ministério da Educação…

Por não se perceber grande coisa de Informática, pergunta-se:

Será assim tão difícil encontrar as soluções técnicas que permitam evitar o colapso dessas plataformas digitais?

A vida está mesmo muito complicada para os que se encontram a trabalhar nas escolas, ainda sem orientações claras acerca da organização do próximo Ano Lectivo e dependentes do número de Alunos matriculados em cada Agrupamento…

A vida está mesmo muito complicada para aqueles que ainda não sabem em que escola ficarão colocados no próximo Ano Lectivo…

De colapso em colapso, continua a caminhar-se para a incerteza, para o desconhecimento e para a desorganização…

De colapso em colapso, continua a constatar-se que certas estruturas do Ministério da Educação carecem de capacitação digital…

Prevalecem o caos, a entropia, a “desordem no sistema”…

Em vez de se apregoar a capacitação digital das escolas, que diga-se está ainda muito longe de ser uma realidade universal, talvez não fosse má ideia começar por implementar esse desígnio em certas estruturas que compõem o próprio Ministério da Educação…

Talvez assim se pudessem evitar gritantes incumprimentos e superiores maus exemplos…

Paula Dias

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19 comentários

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  1. Esperem pelo dia 10!

      • ÉFazerAsContas on 7 de Julho de 2024 at 10:48
      • Responder

      Eu digo até daqui a 10 anos (nem tanto, provavelmente) para assistirmos ao episódio final da triste novela que tem sido a Educação em Portugal, da falta de professores à inaptidão e iliteracia da maioria dos alunos que pouco ou nada aprendem. E não estou a ser pessimista..

    • Zé Tone on 7 de Julho de 2024 at 12:35
    • Responder

    Tanta pressa para quê? Para saberem que ficam colocados na escola onde 92 professores concorreram para sair.

      • Mainada on 7 de Julho de 2024 at 13:00
      • Responder

      Realmente, para que é que andamos stressados e com pressa? A maioria dos professores vai ficar encalhada na escola onde não quer ficar, as escolas vão ter que se adaptar à força e as secretarias vão ter uma trabalheira. Eu percebo os que defendem o concurso e a sacrossanta lógica das graduações com unhas e dentes, mas convinha saber se o remédio não será pior do que a doença.

        • Mamã on 7 de Julho de 2024 at 20:45
        • Responder

        É, e qual seria a sua solução? Até me queria rir um bocado queres ver.
        EU defendo a lista graduada e é o único forma de garantir alguma justiça.

          • Mainada on 7 de Julho de 2024 at 20:49

          Pois. Espero que tudo lhe corra pelo melhor. E mais não digo.

    1. 😂

    • anita on 7 de Julho de 2024 at 12:56
    • Responder

    Parabéns pelo seu texto! Subscrevo!

    • Luís Miguel Cravo on 7 de Julho de 2024 at 14:42
    • Responder

    Não foram vocês que pediram Porto Ferrei…. Desculpem, um governo às direitas? Não foram vocês que andaram todos excitados a fazer as formações para a Imposição, desculpem…. Digitalização digital? Não firam vocês que se deixaram come….desculpem, seduzir pelas maravilhas da merd…. tecnologia em sala de aula, anulando a vossa figuras como elemento basilar de referência intelectual que deveriam ser em sala de aula?….
    Então, toma! Temos gente melhor para “pôr fim à bandalheira” (especialista em Português vernacular), sanear disciplinas que nunca disse quais eram, privatizar o que resta do ensino público e, a longo curso, sanear professores.. Havia por aqui uns “iluminados” que queriam muito “acabar com a bandalheira” (professsores do bem, claro!) mas, vá lá, ainda que entre vós, eles salivam na redes sociais e andam a falar dos alunos estrangeiros que lhes dão cabo da vida, coitadinhos.

      • Dr. Estranho on 7 de Julho de 2024 at 19:14
      • Responder

      Dai-nos, Senhor, tudo aquilo que nunca Vos é pedido.
      Não Vos pedimos o descanso, nem a tranquilidade do corpo, nem tão pouco a do espírito.
      Não Vos pedimos riqueza, nem o êxito e as honrarias, nem sequer o reconhecimento dos homens.
      De tudo isto, que insistentemente Vos pedem, talvez quase nada já Vos reste.
      Dai-nos, pois, ó Deus, o que ninguém quer, o que todos rejeitam: A insegurança, a incomodidade, a inquietude, a tormenta e o risco. A vereda estreita e agreste que vai até Vós.
      Concedei-nos isto, nós Vos suplicamos, definitivamente, porque a fraqueza, fruto do egoísmo humano que em nós existe, talvez nos tire a coragem de o solicitar de novo.
      Dai-nos, Senhor, o que Vos sobra, aquilo que ninguém quer, nem sequer Vos pedem mas, dai-nos, ao mesmo tempo, o valor, a vontade, a força e a fé que temperam a alma do soldado na grandeza da sua servidão.
      Por ultimo, Vos rogamos, ó Senhor, por aqueles que, de entre nós, em todos os tempos, caíram no campo da Honra e derramaram o seu sangue pela Independência e Liberdade da Pátria.
      Nós Vos pedimos, ó Deus dos Exércitos, que, no Vosso Seio, repousem na paz eterna as almas destes bravos.

      Que Os Muitos Por Ser Poucos Nam Temamos!

        • Mainada on 7 de Julho de 2024 at 20:26
        • Responder

        Isso foi um bocado estranho…

          • Dr. Estranho on 8 de Julho de 2024 at 11:10

          Daí o nome… Dr. Estranho 😊

    • Paulo Gomes on 7 de Julho de 2024 at 16:09
    • Responder

    Bem, ao ler este texto, revejo muitas vezes o que passei ano após ano em várias funções da Escola dita pública. Sim, não é a primeira vez que tal acontece, Recordo-me que em 2004, quando trabalhei em Beiriz, Póvoa de Varzim, quase fui saneado do sistema e por “milagre” conseguiram retirar a minha candidatura da Net para conseguir concorrer (foi, talvez o momento mais aflitivo). Sim, é pura incompetência com diz Paula Dias, pois o acaso não se repete e as coincidências não existem. Como todos, estou ansioso por saber o resultado do concurso interno (pois a partir disso tenho de tomar decisões pessoais importantes para o resto da minha vida profissional, estou a cerca de 10 anos da idade da aposentação) e estou p+reocupado com o Portal das Matriculas, pois o meu filho renova a sua matricula para o 8º ano. Que pena não sermos uma espécie de Suíça, onde as coisas são melhor geridas e com mais eficiência.

    • A escola pública tem os dias contados! on 7 de Julho de 2024 at 16:35
    • Responder

    Colegas, a escola pública tem os seus dias contados.
    Para quê investir no portal das matrículas?
    Após a aprovação do orçamento, acordos com o ensino privado virão. Tal como na saúde. Esses já foram mesmo verbalizados.
    O cheque ensino como o cheque dentista será uma realidade.
    O privado tem boas gestões, pois gerem o dinheiro deles, pagam mal aos professores mas eles existem.
    Os pais da classe média baixa vão ficar agradados por colocar os seus filhos no ensino privado.
    Poderão conviver com pessoas de estatuto superior e até fazer melhores casamentos no futuro.
    Não foi o que aconteceu à hj princesa Kate?
    Não sendo nobre, mas de uma família com ambições, foi colocada numa universidade XPTO para conhecer o William. E deu resultado.
    Com os nossos alunos pequeno burgueses também dará. E poderão usar as piscinas e as casas de campo dos burgueses.
    A escola pública ficará para os meninos do interior, para os urbanos dos bairros sociais e para os migrantes pobres. Que os estrangeiros ricos não são migrantes. São apenas estrangeiros. E colocam os filhos no ensino privado exclusivo.
    Muitos pais pequeno burgueses ficarão

    1. Fia-te na Virgem e não corras!

    • Jorge on 7 de Julho de 2024 at 22:07
    • Responder

    Não conseguem dizer nada positivo sobre a escola? É tudo mau? Porque não falam dos muitos projetos de sucesso que fizeram com os vossos alunos? O que importa é a carreira e o dinheiro que se ganha ou não ganha? Se é tudo tão mau porque continuam como professores? Se o ME é tão mau porque não querem trabalhar no privado? Por último, a educação não é apenas a escola, envolve muito mais do que isso. Se querem mudanças começem pela forma de como dar as aulas. Vejo muita acomodação nos professores, são resistentes a todo tipo de mudanças, querem continuar com aulas expositivas, quando os alunos querem projetos onde tenham a iniciativa. Desculpem, a critica e o azedume está na vossa atitude de complacência de resistir à mudança. Os professores têm toda a autonomia de fazer diferente, é preciso pensar mais em como educar e não na carreira e nos escalões. A culpa é do ME, do ministro, das direções, dos pais, dos alunos e os professores são as vitimas. A mudança começa na atitude. Como são as vossas aulas? Os vossos alunos são motivados ou bocejam? Como posso fazer diferente? Façam projetos, usem a imaginação, aprendam novas coisas, mudem a vossa forma de dar aulas. Mudar de escola, não vai mudar a vossa atitude, é preciso ter vontade e motivação para mudar. Mas fácil, fácil é criticar e não ver nada de bom no sistema que não gostam, mas que dele dependem.

      • Mainada on 7 de Julho de 2024 at 22:24
      • Responder

      E alguém comentou a forma, certamente excecional, como desempenha a sua profissão?

      1. Aí está.
        O caro Jorge deve ser brilhante, excecional.
        Pelo menos a opinar sobre o que desconhece é muito bom.
        Como “hater”, ainda melhor.
        Se um dia morde a língua ainda morre com o veneno.

  2. Custa muito o governo nas suas plataformas usar o mesmo principio da empresas privadas! Os sistemas já existem … Alguma empresa privada e podemos falar das grandes empresas para comparar estaria nesta situação da sua pagina web ( portal ) em baixo ! Imaginem uma Zara, uma Amazon… com plataformas em baixo?
    Hoje em dia já existe tudo!
    O problema só pode estrar em quem manda…dass

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