Depois de terem sido conhecidos os resultados dos Concursos de Professores e da ligeira acalmia que se seguiu, aparenta, agora, estar instalada uma certa entropia e confusão, sobretudo relativa às vagas que foram postas a concurso…
Parece que existirão muitas situações em que, alegadamente, se verificam erros no apuramento das referidas vagas, quase sempre por excesso…
Quer isso dizer que, em muitas situações, o número de vagas posto a concurso pode ser superior às necessidades reais de uma escola ou agrupamento, podendo, dessa forma, não existir componente lectiva suficiente para todos os Docentes que aí ficaram colocados…
Se assim for, essa discrepância entre o número de vagas que foi oficialmente declarado e as necessidades reais dará, previsivelmente, lugar aos denominados “horários zero”…
Decorrente do anterior:
– Quem apurou as vagas disponibilizadas para os últimos Concursos de Professores?
– De quem é a responsabilidade pelo apuramento dessas vagas?
A responsabilidade pelo apuramento dessas vagas não pode deixar de ser remetida ao anterior Ministério da Educação…
Mas o actual Ministério da Educação, como entidade máxima que tutela os Concursos de Professores, também não poderá demitir-se de uma quota-parte dessa responsabilização…
Parece claro que, se não existir componente lectiva suficiente para todos os Professores colocados em determinada escola ou agrupamento, a responsabilidade por tal ocorrência nunca poderá ser remetida aos Docentes, uma vez que se trata de um erro cuja origem ou causa não lhes pode ser imputada…
O Docente, independentemente da sua situação profissional, concorreu de acordo com as vagas disponibilizadas pelo próprio Ministério da Educação, pelo que nunca poderá ser penalizado ou prejudicado por eventuais erros cometidos por terceiros, neste caso pela Tutela…
Se assim não for, estaremos perante um potencial atropelo à boa-fé e à honestidade, que devem nortear todas as relações institucionais…
Restará saber se o apuramento de vagas realizado pelo anterior Ministério da Educação teve ou não na sua base algumas intenções escondidas, potencialmente perversas…
Só o tempo o dirá, à medida que forem sendo conhecidos outros dados…
Obviamente que no momento em que foram decididos os moldes em que decorreriam os últimos Concursos de Professores ninguém imaginaria que um Governo sustentado por uma maioria absoluta parlamentar acabasse por se demitir de funções daí a pouco tempo, muito menos o próprio…
Seja como for, existirão, por certo, alguns imbróglios que o actual Ministério da Educação terá que solucionar…
Talvez agora se perceba melhor a abrangência das palavras proferidas em 11 de Julho passado pelo Ministro da Presidência António Leitão Amaro, no próprio dia em que foram conhecidos os resultados dos Concursos de Professores:
“É bastante claro que esse concurso foi lançado – iria dizer com critérios, em alguns casos, duvidosos – com uma escassez de fundamentação e de critérios, em larga medida, preocupantes. E intrigantes. Resultados estarão para muito breve.”
Mais uma herança deixada pelo anterior Ministério da Educação: Concursos de Professores com critérios duvidosos, preocupantes e intrigantes?
O problema das vagas fará parte dessa alegada “nebulosidade”?
A possibilidade de se efectuar a distribuição do serviço docente pela modalidade de “horários compostos” (Dec. Lei n.º32-A/2023, de 8 de Maio), concebida pelo anterior Ministério da Educação, terá alguma coisa a ver com o problema das vagas?
Por este caminho, a paz nas escolas começa a parecer uma miragem, assim como a motivação de uma parte significativa de Professores, que acabará por se sentir injustiçada…
Por norma, as dúvidas, a inquietação e a injustiça não costumam gerar paz, nem motivação…
Paula Dias
20 comentários
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Logo que o mapa de vagas saiu, vários Diretores se manifestaram que as vagas não eram as que tinham comunicado e a tutela nada fez para corrigir o mapa de vagas. O resultado agora é o que aqui temos.
Em alguns grupos declararam-se vagas negativas e foram abertas uma, duas, ou mesmo três
É agradecer ao anterior governo e à esquerdalha caviar que há mt está a dar cabo deste país! Neste momento temos uma grande falta de estadistas e políticos de qualidade (por mérito não está lá nenhum, tudo políticos profissionais). Próximas eleições já sabem, toca a votar PS 🙂 e não se preocupem: bem ou mal apuradas as vagas e restantes incompetência demonstrada, o grande Chefe Costa já foi premiado e vai a caminho do Euromilhões (livre de impostos). Aos poucos, tudo vai pelo caminho certo (ou não)
Isso é o António Costa.
Mas o João Costa que devia ir preso pelos crimes cometidos na educação em Portugal, também já foi nomeado diretor europeu da educação, ou assim uma cena parecida.
Viva!
Monhé?
Isso é uma alcunha racista.
Não percebe?
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Podem ter a certeza que não há erros. Os critérios são duvidosos? Pois, serão! Talvez nunca venhamos a conhecê-los mas nada disto foi feito ao acaso.
Os professores não podem ser prejudicados e horários zero sempre houve. Ainda bem que os professores entraram em QZP ou QA. Outra oportunidade não surgirá tão cedo.
Ora nem mais!! As pessoas não podem concorrer segamente e muitas vezes concorrem só porque a escola fica mais perto de casa, mas às vezes mais vale fazer mais uma dezena de km e ter componente letiva. Segue-se a mi e venha ela! é só por um ano.
Como é que um professor adivinha que uma vaga aberta em QA no próprio ano será um horário zero?
Quantos profs mais graduados vão ser ultrapassados na MI por estas novas centenas de Horários Zero? Onde estão os sindicatos??
Se ainda é dos que acredita nos sindicatos, tenho pena! Quem lá está já nem sabe onde fica a escola. Até um q dizia q era do sindicato e tb dava aulas (era PROFESSOR), já lá está a tempo inteiro. Nenhum sindicato está lá para os professores, deu para ver perfeitamente na bela guerrilha que proporcionaram entre eles na época das greves…uma tristeza, coisa de quem só pensa em manter os pés no sindicato e, até à reforma, nunca mais ir aturar meninos e papás na escola
O que não se tem falado muito é dos professores contratados, mas se existem professores a mais nos quadros das escolas, a contratação de novos professores irá diminuir significativamente, assim como as contratações de escola. Tal, leva a duas perguntas: Afinal, há falta de professores ou era um problema de organização dos concursos? Segundo, será mais difícil os professores recém-formados iniciar a sua carreira como professores e a única solução é irem para a zona de Lisboa sobreviverem a rendas altíssimas e um nível de vida muito caro? Alguém pode dar a resposta a estas questões?
Os sortudos serão centenas, no meu grupo, a nível nacional. Perto de mim, que eu saiba, serão às dezenas os que irão concorrer na MI como zeros. A abertura de vagas fantasma criou um monstro de ultrapassagens – quem concorreu segundo as regras e prioridades de sempre está agora a tentar perceber como é que isto é possível e a tentar calcular o impacte na saúde, rotina, vida dos próximos anos, muito mais longe de casa – meter professores em escolas que não precisam deles é virar ao contrário as graduações profissionais na MI – um lugar é comó outro mas duas ou três colocações no mesmo grupo a ir para H0 por escola pelo amor da santa…
Eu sou professora contratada. A concorrer como profissionalizada com zero anos de serviço uma vez que os últimos 23 anos não contam. Sou prof. de inglês mas estive a dar aulas numa escola de línguas legalizada pelo ministério da educação. Esses anos não contam. Será que este ano vou ter trabalho.?
Aconteceu comigo… cheguei lá e disse-me que não tinha horário para mim… que me fosse embora! E esta, heim?
Tantos horários zero nas vagas abertas este ano, tem de ter alguma intenção.
Os horários zero têm de concorrer a todo o QZP e há ainda a questão dos horários compostos.
Poderá ser uma estratégia para conseguir professores para as escolas com mais falta de professores.
Isto afeta não apenas quem efetivou agora, mas também aqueles que já eram QA. Se forem menos graduados do que os novos QA serão eles a ficar com horário zero.
E claro, há a questão do aumento significativo de professores a concorrer em MI em 1a prioridade.
Porque é que não se reduz o número de alunos por turma e se aumentam o número de turmas nas escolas?
Reduzir o número de alunos por turma levaria a um aumento de horários e ao consequente enquadramento dos docentes dos quadros nesses horários.
Depois usar os horários compostos para colmatar necessidades e depois abrir mais horários para os milhares de contratados que se sacrificam todos os anos pela ideia de aceder a melhores condições de vida e de trabalho.
Não há falta de professores caso contrário não havia Hz… Daí os cursos de mestrado estarem às moscas ninguém está interessado em seguir uma profissão tão instável e mal paga para quem inicia com diferenças salariais significativas apesar de todos fazerem o mesmo trabalho é logo a partida fator de desmotivação
Acho estranho, até ao momento, nenhum sindicato ( o ME não o vai fazer) divulgar o número de horários zero. E as implicações negativas que irão trazer aos docentes (com bastantes anos de serviço) , que até ao momento, estavam efetivos numa escola e agora terão que ir à mobilidade. Quem é o responsável por abrir tantas vagas?