Deixo aqui o link de uma música criada por um grupo de Hip-hop que nasceu no Agrupamento de Escolas de Samora Correia, para apoiar a luta dos professores.
14 de Fevereiro de 2024 archive
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Fev 14 2024
Nova Sondagem do Blog, Depois de Conhecidos os Programas Eleitorais
Agora que são conhecidos os programas eleitorais (com exceção do PAN) deixo mais uma auscultação aos leitores do Blog sobre as suas intenções de voto no dia 10 de março.
Os programas eleitorais são os seguintes:
PAN (ainda não tem programa)
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Fev 14 2024
A mediocridade do programa eleitoral do PS para a Educação – Santana Castilho
O que me tem sido oferecido, em sede de pré-campanha eleitoral, configura desprezo pelo debate social sério, que permitiria apurar aquilo que serve ou não o sistema educativo. Quanto mais olho para o que propõem os partidos políticos com mais probabilidades de virem a ser Governo, mais me sinto em sentido contrário: eles fixados em reforçar as dominâncias que nos trouxeram à mediocridade presente; eu preocupado com modos diferentes de ver o mundo, para que cada um o entenda e não seja escravo dessas dominâncias.
Porque considero todos os programas eleitorais já conhecidos pobres e incapazes de operar as mudanças de que carecemos, aguardava com expectativa o que o PS tinha para nos dizer. A desilusão afundou em gelo essa expectativa.
Presente a carência de espaço para fazer uma análise sistemática e exaustiva, transcrevo em itálico nacos de prosa que considero mais representativos de toda uma narrativa mole, palavrosa, própria para adormecer boi, e junto-lhes brevíssimas considerações críticas.
1. “… o sistema educativo português …, praticamente erradicou o analfabetismo …” (Pág. 66).
Infelizmente, o analfabetismo não está erradicado. São analfabetos 3.1% dos portugueses (INE e Pordata, 6/4/23).
2. “… As políticas dos governos do Partido Socialista introduziram sempre marcos de referência … O alargamento da escolaridade obrigatória até aos 18 anos … a qualificação da população adulta …” (Pág. 66).
Eu sei que o prolongamento da escolaridade obrigatória até aos 12 anos ganhou estatuto de vaca sagrada, que a maioria assume como intocável. Mas numa Europa onde são vários os países que conseguem desempenhos superiores aos nossos com apenas nove anos de escolaridade obrigatória e quando o INE nos acaba de dizer que a percentagem de portugueses entre os 18 e os 24 anos que deixou de estudar sem concluir o 12º ano (abandono escolar precoce) aumentou, fixando-se agora nos 8%, seria descabido voltar a discutir se é possível ensinar, seja o que for, a quem não quer aprender?
Fiquei agora a saber que o actual PS se orgulha do maior logro que o PS de Sócrates promoveu: as “Novas Oportunidades”, de hedionda memória. Ainda não foi desta que o PS aceitou, para que possamos voltar a acreditar nele, demarcar-se do PS de outrora.
3. “ … Rever e simplificar as regras do concurso de colocação do pessoal docente … “ (Pág. 67).
Eis um exemplo do habitual modo de apresentar intenções por compromissos. De um programa sério não se espera que as propostas assumam logo a forma de diplomas de execução. Mas exige-se que seja dito o mínimo concreto, com referências circunstanciais precisas (como e quando, pelo menos), para mostrar que quem propõe saberá como executar.
4. “… A Escola é uma comunidade que prepara cidadãos que podem escolher além do seu contexto … “ (Pág. 67).
Que pobreza de construção frásica! O que é que isto quer dizer? Podem traduzir?
5. “ … As políticas públicas na Educação implicam uma permanente capacidade de diagnosticar, avaliar, corrigir e avançar, sem desprezar o património herdado, mas sobretudo sem discursos vazios em torno de conceções passadistas e elitistas, mas sim através de medidas que tenham em conta os desafios nacionais e globais que os sistemas educativos hoje enfrentam … “ (Pág. 67).
Tudo o que o PS, nos últimos oito anos de governação, não fez. Pelos vistos, teremos mais do mesmo.
6. “… Revisitar o modelo de gestão das escolas, no sentido de aprofundar as dinâmicas participativas e colaborativas, incluindo o reforço da participação dos alunos na vida da escola, sem prejuízo do processo de descentralização … “ (Pág. 67).
Revisitar significa visitar novamente. Teremos na “visita” inauguração do busto de Maria de Lurdes Rodrigues, mãe do monstro que vem corroendo a escola pública e que o PS não tem coragem de enterrar?
7. “… Estudar as práticas de formação das turmas, fomentando a necessária heterogeneidade do ponto de vista da integração dos alunos de diferentes estratos socioeconómicos …” (Págs. 67 e 68).
Não se cansem com o estudo. Essa tal heterogeneidade é irrecuperável. Oito anos de governos PS criaram duas escolas, definitivamente homogéneas: a pública, pobre, para os pobres; a privada, rica, para os ricos.
In “Público” de 14.2.24
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