7 de Fevereiro de 2024 archive

Vagas de QZP em Formato Excel

Deixo novamente aqui o ficheiro com as vagas de QZP em formato Excel.

É muito provável que as listas provisórias sejam publicadas amanhã ou sexta-feira e assim podem ir analisando a vossa colocação em função do número de ordem da lista provisória com o número de vagas em concurso.

 

Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2024/02/vagas-de-qzp-em-formato-excel-2/

Pais e professores com protestos marcados todas as semanas até às eleições

Estão previstos manifestos, marchas e arruadas em pleno ambiente de campanha eleitoral

O mês de fevereiro e o início de março, em pleno ambiente de campanha eleitoral, vão ter vários protestos no setor da Educação. Todos os fins de semana há ações marcadas e já não são só os professores a manifestarem-se em defesa da Escola Pública.

As ações de protesto arrancam já este sábado, com a apresentação de um manifesto por parte do movimento cívico de docentes Missão Escola Pública. O grupo de professores vai juntar os vários partidos políticos e personalidades da área da Educação num protesto no Largo do Carmo, em Lisboa, para apresentar o Manifesto Pela Escola Pública. O local e a data não foram escolhidos ao acaso: o Largo do Carmo está historicamente ligado à revolução de Abril e o dia marca um mês a anteceder as eleições legislativas antecipadas. Sob o lema “Vamos antecipar Abril”, o movimento apartidário e sem filiação sindical convidou todos os partidos políticos a estarem presentes. O PAN – Pessoas, Animais, Natureza, o Livre, a Aliança Democrática (coligação entre o PSD, o CDS-PP e o PPM) e o Bloco de Esquerda já confirmaram presença e a Missão Escola Pública espera resposta positiva dos restantes movimentos políticos.

Para o dia 17 de fevereiro, uma semana depois, está marcada uma Marcha pela Educação, com início no Largo do Rato, em Lisboa, às 14:00, e fim em frente à Assembleia da República. Os organizadores são professores do norte ao sul do país. Pedem “uma escola de qualidade, com boas condições de aprendizagem, onde não faltem assistentes operacionais, técnicos especializados, ou professores qualificados para a docência”. “Os profissionais da educação, e além disto, também exigem a dignificação e estabilidade das carreiras”, acrescentam os organizadores, num texto publicado no blogue VozProf. 

O movimento cívico de pais e encarregados de educação Pais em Luta pela Educação está a organizar um protesto para o dia 24 de fevereiro. Trata-se de um sábado em que prometem não ficar em casa e marchar em Lisboa, entre o Ministério da Educação e a Assembleia da República. Os problemas que identificam são os mesmos de que davam conta em setembro, aquando da fundação do grupo: há escolas sem condições, turmas sobrelotadas, faltam professores, assistentes operacionais e técnicos especializados, e dizem ainda que a violência e a indisciplina não param de aumentar.

A manifestação vai decorrer em Lisboa e o percurso não foi escolhido ao acaso: “Vamos iniciar no Ministério da Educação, onde estão os governantes que tutelam a pasta, e terminar na Assembleia da República, onde estão os nossos deputados, representantes eleitos pelo povo”.

Para 2 de março está agendada uma “arruada pela Educação”, organizada pelo S.TO.P (Sindicato de Todos os Profissionais da Educação), que convida “outros setores profissionais solidários a estarem presentes e a participar”. A iniciativa é o culminar da campanha pela Escola Pública que o S.TO.P. iniciou em finais de janeiro e vai continuar na próxima semana, com iniciativas em várias regiões do país, incluindo greves, protestos e plenários profissionais em várias escolas.

 

Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2024/02/pais-e-professores-com-protestos-marcados-todas-as-semanas-ate-as-eleicoes/

UMA REFLEXÃO DE ANTÓNIO GALOPIM DE CARVALHO

No ano que findou, a luta dos professores, numa determinação e intensidade nunca vistas, trouxe ao de cima a degradação a que chegou este grande pilar de qualquer sociedade democrática e a incapacidade de lhe dar resposta.
A quatro meses de festejarmos 50 anos sobre a conquita da liberdade – Glória aos Capitães de Abril! – ocorre-me lembrar, aos que andam esquecidos, que estes militares, terminada a sua acção, entregaram, generosa e honradamente os nossos destinos nas mãos de uma classe política que se esqueceu ou não soube facultar conhecimento, civismo, cidadania, em suma, à sociedade que aceitou governar.
Volto a afirmar que, entre os sectores da vida nacional que nada beneficiaram com esta abertura à liberdade e à democracia, está a educação. E, aqui, a escola falhou completamente. Se não mudarmos grande número dos paradigmas que têm sido os nossos, não merecemos os cravos que os militares de Abril nos ofereceram.
A iliteracia cultural e científica, mesmo aos níveis mais básicos, de uma grande parcela da nossa população é a prova provada desse falhanço. Parcela importante, a quem a Escola deu diplomas, mas não deu a educação, a formação e a preparação essenciais a uma cidadania plena. Educação, formação e preparação, três grandes défices que o Dr. António Costa, em começos do seu mandato, em 2015, como Primeiro-Ministro, disse serem sua grande preocupação.
Disse, mas nada fez para o concretizar, no essencial.
É verdade que se avançou, como nunca, no parque escolar. É verdade que o ensino escolar gratuito e obrigatório atingiu o 12ª ano (antes era o 4º), mas, com as sempre honrosas excepções, os nossos jovens saem da escola marcados por uma iliteracia científica e cultural confrangedora.
Pergunto muitas vezes que infelicidade caiu sobre uma significativa parcela do nosso povo, que rejeita, com o sorriso da ingenuidade ou da iliteracia, tudo o que convide a pensar, a reflectir sobre si mesmo e sobre o que o rodeia. Um mundo, tantas vezes, nas mãos de políticos incompetentes e oportunistas de que a nossa sociedade está cheia, onde, de há muito, impera a corrupção, o vírus do futebol profissional e a promiscuidade entre a política, o poder económico e a justiça.
Uma parcela que bebe toda a alienação que lhe é servida de bandeja por uma comunicação social, em grande parte, prisioneira de interesses ligados ao grande capital.
Ocorre-me dizer que levamos quase cinco décadas, em que o “gosto pelo saber” foi institucionalmente substituído pela preocupação com o “sucesso escolar”, visando as estatísticas. Claro que há muitos bons Professores que contrariam esta política, mas a generalidade do sistema que governa este importantíssimo sector da vida nacional, mais do que ensinar, promove a amestragem dos alunos a acertarem nas questões que lhes são colocadas nos exames finais. Neste quadro decepcionante todos perdemos. Perdem os professores, amarrados que estão a directrizes que não controlam, perdem os alunos e, em consequência, perdemos todos e perde Portugal.
Postas esta considerações prévias, voltemos à luta dos Professores.
Devo começar por dizer que tive pena do Ministro da Educação e do seu apagado Secretário de Estado, ao vê-los vaiados por multidões de manifestantes. Acompanho o seu desconforto no papel de escudo do seu próprio governo face à pressão reivindicativa de professores, pais e alunos. É por demais evidente que o Dr. João Costa ia para a mesa das negociações com os representantes dos professores, bem ciente das “linhas vermelhas” que não podia ultrapassar ou, melhor dizendo, que o ministro da Finanças lhe impunha. Mas o que me vem à ideia, é que ele as aceitou, porque, caso contrário, teria “batido com a porta”. Vemo-lo agora colado ao novo secretário geral do PS, cujas ideias, face a este sector da sociedade, desconhecemos.
A esperança é sempre a última a morrer. O edifício da Educação precisa de ser demolido de raiz para, em seu lugar, esperemos que surja um outro, levado a cabo NUMA PROFÍCUA COLABORAÇÃO ENTRE GOVERNOS E OPOSIÇÕES, para durar três ou mais legislaturas e que envolva gente verdadeiramente capaz de o concretizar, visando com especial atenção:
– a escolha criteriosa dos titulares da respectiva pasta;
– a completa revolução na respectiva máquina ministerial;
– as dotações orçamentais adequadas;
– a formação e a avaliação (a sério) dos professores;
– os programas e os manuais de ensino;
– a libertação de todas as tarefas que não sejam as de ensinar e outras, postas em evidência nas suas reivindicações.
– a necessária dignificação dos professores, num conjunto de acções, envolvendo salários compatíveis com a sua relevância na sociedade.
A terminar, saúdo os professores (sem esquecer os educadores) das nossas escolas e reafirmo que os considero os pilares da sociedade e, uma vez mais, dizer a governantes e governados que é necessário e urgente restituir-lhes a atenção, o respeito e a dignidade a que têm jus.

Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2024/02/uma-reflexao-de-antonio-galopim-de-carvalho/

WP2Social Auto Publish Powered By : XYZScripts.com
Seguir

Recebe os novos artigos no teu email

Junta-te a outros seguidores: