Que previ que pudessem ser publicadas hoje. Apontei para esta data porque igualaria o mesmo prazo de 2019 com uma distância de 35 dias entre a abertura do concurso e esta publicação. Se as listas provisórias não forem publicadas esta semana já entraremos acima dos 40 dias, que iguala os piores prazos desde 2015.
Tem o Capítulo 5 (página 45 à 51) todo dedicado à educação e tem ideias interessantes , em especial no ponto 5, das quais destaco:
reduzindo a assimetria salarial entre os escalões de ingresso e os de topo, integrando no quadro os docentes que tenham pelo menos três anos de serviço completo;
revendo o Estatuto da Carreira Docente, desbloqueando a progressão dos professores no 5º e 7º escalões e eliminando as quotas que criam graves injustiças e ultrapassagens entre docentes;
prevendo a contagem integral e faseada do tempo de serviço passado e revendo o estatuto da profissão, o modelo de avaliação e o modelo de concurso para que se saiba com antecedência se e onde cada docente ficará colocado, em articulação com os sindicatos;
Também refere o seguinte na página 130:
5 Dignificar o trabalho no Estado:
“considerando a contagem integral do tempo de serviço do pessoal docente e de todos os trabalhadores das carreiras e corpos especiais da administração pública, com uma regularização total a dois anos ou com outro prazo resultante do diálogo social; ”
Resta saber se o governo de 11 de março anula as provas de aferição e corrige esta obrigatoriedade das provas do 9.º ano serem feitas exclusivamente em formato eletrónico.
Da vossa luta por uma escola pública de qualidade e pela vossa valorização como principais pilares, que são. em qualquer sociedade, voltaremos a falar, tantas vezes quantas as que forem preciso. Por hoje, deixo-vos aqui o que penso ser vosso dever de cidadania, independentemente, da maneira como sois tratados pelo Estado.
Primeira premissa – “O poder do feiticeiro reside na ignorância dos seus irmãos tribais”. Trata-se aqui de um dito que, na nossa sociedade e no nosso tempo, nos adverte para o facto de que só o conhecimento nos defende dos opressores.
Segunda Premissa – Cegos e alienados por “valores” vazios, sabiamente alimentados pelo d Sistema, muitos dos alunos das nossas escolas públicas não se apercebem que estão a consentir serem vítimas de uma segregação social a prazo.
É esta realidade que os professores, não obstante as difíceis condições em que continuam a trabalhar, devem fazer sentir aos seus alunos, em especial aos mais desprotegidos e atingidos pela exclusão social que grassa em tantas escolas marcadas pela suburbanidade crescente que caracteriza as sociedades desenvolvimentistas. O Sistema promove e alarga o fosso entre os que estudam, e assim aspiram e conquistam o direito à cidadania, e os outros, os do abandono escolar. E nestes outros estão os do trabalho precário e a grande maioria dos que caem na marginalidade.
É uma obrigação do professor transmitir esta mensagem aos seus alunos, na batalha contra o insucesso escolar., sendo necessário que alguém lhes abra os olhos. E esse alguém, na falta da acção dos pais, tem de ser o professor. Para tal há que saber ganhar a confiança dos alunos e, também, o seu afecto. Feliz do estudante que gosta da convivência com o seu professor e duplamente feliz se esse professor estiver à altura do seu papel que, para além de educacional, é, também e sobretudo, social.